sábado, 30 de agosto de 2008

LULA: O FAZEDOR DE CARGOS E ÓRGÃOS


Dando continuidade à sua promessa durante a campanha de 2002 de criar dez milhões de empregos o presidente Lula, O Ignorante, não arreda pé um milímetro para atingir o objetivo. E, desta feita, fez o governo parir mais de treze mil cargos e quatro órgãos. O Tesouro Nacional provavelmente está abarrotado de dinheiro e precisa fazê-lo circular contando para isso com a inestimável colaboração do chefe da nação. Para o presidente existe uma quantidade insuficiente de funcionários públicos para o tamanho do Brasil. Para início de conversa não é a quantidade que é insuficiente e sim uma boa formação, um plano de cargos e salários e uma distribuição de pessoal racional porque do jeito que está podem contratar um trilhão de funcionários que a coisa ainda ficará emperrada. Houve um momento no qual todos discutiam o tamanho do Estado. Creio que o Estado deve ter o tamanho de sua demanda, porém, com critérios e adotando métodos organizacionais e administrativos enxutos. No nosso país, perversamente burocratizado, quanto maior for o número de servidores maior será também o descaso e desleixo na administração pública.


O presidente criou um tal de Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que, na prática, é mais um cabide de empregos para os aloprados do PT. Fez nascer também uma Secretaria de Atenção Primária e Promoção da Saúde quanto a esta em primeiro lugar que diabo vem a ser “atenção primária” e em segundo lugar o governo inventa tantas baboseiras no ministério da Saúde que não tem tempo para cuidar efetivamente de atender as inúmeras exigências da saúde em todos os cantos do país. Tem agora, coisa imprescindível na vida do trabalhador brasileiro que ganha a fortuna de R$ 415,00, a Superintendência de Previdência Complementar (Previc) e, finalmente, para coroar a gastança recria o Ministério da Pesca e Agricultura abrindo crédito de R$ 15 bilhões para o BNDES. Por mais que me esforce não consigo compreender algumas ações deste governo. É uma trapalhada só. Ou uma roubalheira só.


Não será o número de funcionários ou de empresas e autarquias que irá determinar a eficiência do Estado e sim a racionalidade operacional. Existem lugares no Brasil que existem uma penca deles e muitos outros sem um sequer. As distorções são imensas, mas o governo está profundamente preocupado em aparelhar o Estado de sorte que dele tenha pleno, total e irrestrito controle e posso imaginar os motivos.


CELSO BOTELHO

30.08.2008

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

SAI FORA OLHO GORDO!


Além de uma tremenda baba-ovo do presidente Lula, O Ignorante, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) é também uma tremenda ave de rapina. Isto ficou demonstrado no projeto de lei que apresentou para nova delimitação geográfica para a concessão de royalties devido à descoberta de imensos lençóis do pré-sal. São Paulo ficaria toda a arrecadação. Santa Catarina, torrão da senadora, seria sobejamente contemplada, pois a área de influência marítima seria do tamanho de seu litoral o que se estenderia para alto mar, isso beneficiaria também o Rio de Janeiro, caso ganhasse a briga com São Paulo pelas reservas já conhecidas. Posso entender o olho grande da parlamentar em puxar a brasa para sua sardinha. O que penso ser inaceitável é que somente uma parcela dos brasileiros seja beneficiada com os royalties quando todos apregoam aos quatro ventos que a Petrobrás é dos brasileiros e, sendo assim, porque meu irmãozinho que mora lá no sertão não recebe coisa alguma? Portando, é fácil concluir que a Petrobrás não é dos brasileiros cacete nenhum. Quanto ao projeto da senadora não acredito que prospere, ao menos na forma original. Essa questão é muito mais política do que técnica e é ai que a porca torce o rabo.

Primeiro veio a idéia de jerico de criar-se uma nova estatal para o pré-sal e agora querem modificar as delimitações feitas pelo IBGE em 1986 para adequá-las aos atuais interesses dos politiqueiros de plantão. Sou favorável em atualizar-se, mas de forma equânime o que, aliás, é extremamente difícil e não ficar favorecendo este ou aquele estado. A senadora prejudica o Estado do Rio de Janeiro deliberadamente e não aceitaremos este esbulho, apesar das três nulidades que representam o estado no Senado Federal. Sai fora olho gordo!

CELSO BOTELHO 29.08.2008

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ENTRE INDIOS E ARROZEIROS


Esta pendenga na Serra Raposa do Sol me faz pensar naquele coronel que convidou um compadre para ver extensão de suas terras e quando chegaram ao alto de uma colina disse orgulhoso: “até onde as vistas alcançam é terra minha. E safado nenhum bota a mão nelas. Nem eu!” Entre índios e arrozeiros não há anjos. No entanto, cabe fazer algumas considerações. Uns dizem que uma reserva localizada na tríplice fronteira será mais fácil de controlar e eu digo que a União não controla coisa alguma nas fronteiras, estejam ou não ocupadas por índios ou particulares. Já foi o tempo de índio querer apito. Eles permitirão a invasão em troca do vil metal sim e convencidos pelas ONGs de fachada que atuam na região. Em pouco tempo a reserva estará exaurida. É um descalabro confiar-se tantos hectares a tão poucos, mas se é para cumprir os dispositivos constitucionais de que devemos entregar aos índios as terras tradicionalmente por eles ocupadas sugiro doarmos de uma vez os oito milhões e meio de quilômetros quadrados que formam o país e assumam todas as responsabilidades que virão juntas. A política indigenista vem distorcida há muito tempo e não será com esta demarcação que as coisas irão para os eixos. Pelo contrário, existe de parte a parte, a disposição de confronto direto seja qual for o resultado no Supremo Tribunal Federal. O governo está fomentando, em diversas frentes, um embate social que levará a nação à ruína.

Os arrozeiros, instalados na região há décadas, somente agora merecem a atenção do governo. Atenção para desalojá-los. Quando a porta é arrombada providencia-se uma tranca. Os interesses econômicos que envolvem o litígio são diversos e, como sempre, visam atender um minúsculo grupo de pessoas e entidades.

Se alguém puder que informe a advogada fantasiada de índia posso citar algumas reservas indígenas que não se prestam à caça, pesca ou culto das tribos, mas sim a exploração comercial ilegal. Porque não me parece que silvícola que fala em celular, navegue na internet, dirija automóveis, tenha vestimentas de grife e etc. venha a ser não civilizado. Entre índios e arrozeiros deve-se buscar uma proposta mais consistente que possa arrefecer os ânimos viabilizando uma solução que promova a convivência pacífica.


CELSO BOTELHO

28.08.2008

NA CALADA DA NOITE...


Não vejo a necessidade dos nobres parlamentares de aprovarem qualquer coisa na calada da noite já que as malandragens podem ser feitas durante o dia sem que venha a constrangê-los de alguma forma. Agora suas excelências criaram 1.692 cargos novinhos em folha sendo que destes 1.421 serão preenchidos sem a aporrinhação de concurso para diversos tribunais. Com isso outra leva de afilhados políticos estará pendurada no imenso cabide de empregos que é o governo petista e a Justiça estará tão emperrada como antes. Pegando carona está o presidente do STF Gilmar Mendes, O Libertador, a defender um reajustezinho para os magistrados que vivem na penúria com um salário irrisório de R$ 24,5. Alega o jurisconsulto que a inflação corrói de tal maneira que a diferença entre um juiz de primeira instância e de um magistrado do STF é quase nula. Bem, talvez, tenha razão levando-se em conta que este último tem o poder de soltar, por duas vezes, marginais da envergadura de um Daniel Dantas. Foi categórico ao afirmar que tal remuneração estava longe de ser excessiva dada as responsabilidades exigidas e acrescento como por exemplo o uso ou não de algemas que, para ele, é matéria relevante e de interesse nacional, portanto, imprescindível a vida jurídica da nação. O douto magistrado fala também em isonomia entre magistrados e parlamentares dando cabo das gratificações que estes últimos recebem e que, por certo, não ficaram nada satisfeitos com tal proposta, pelo menos alguns. Por fim fala em transparência e dignidade salarial. Das duas uma: ou o ministro vive no mundo da lua ou só sabe percorrer o caminho que separa sua residência do STF. Interessante. Agora estão propondo um reajuste para o salário mínimo de algo em torno de R$ 464,00 que, certamente, dirá o governo, terá impacto nas contas públicas pondo a Previdência Social em risco. A cantinela de sempre. Será que a mesma inflação que atingiu o salário do ministro não o fez no bolso dos trabalhadores, aposentados e pensionistas? Será que o caviar tem prioridade sobre o feijão com arroz? O argumento, esdrúxulo, do governo petista em reduzir a diferença entre o mínimo e o máximo nos benefícios pagos pelo INSS não pode ser aplicado no numeroso exército de asseclas que possuí? Tenho que admitir as diferenças salariais é natural, no entanto, aceitar a discrepância absurda imposta ao contribuinte jamais, em tempo algum ou sob quaisquer circunstâncias. De um governo perdulário como este que ai está não posso esperar outra coisa a não ser mais compressão sobre a classe trabalhadora, aposentados e pensionistas e o aumento de benesses aos integrantes, militantes, simpatizantes e amigos do poder. O presidente Lula, O Ignorante, vem a confirmar a verdade de que o discurso e a prática são coisas completamente diferentes.

CELSO BOTELHO 28.08.2008

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

TRAGÉDIA NO FUNDO DO MAR


Pelas barbas de Netuno!Um inocente crustáceo como a lagosta está provocando um tsumani inútil no mar de regalias irregulares “gentilmente” concedidas por agentes públicos em troca de alguns trocadinhos que fariseus do calibre de Salvatore Cacciola podem desembolsar. Não consigo entender o porquê da surpresa de alguns quando se sabe que tal prática sempre foi tão comum quanto andar para frente. Fiquei até um tanto aliviado em saber que tenha optado pela lagosta, pois se fosse lula a sua preferência a coisa poderia descambar. Estão fazendo muito barulho por nada. O notório velhaco continuará tendo tratamento diferenciado naquela (ou em outra qualquer) instalação prisional. Não há um único brasileiro que não tenha certeza disso. Em qualquer presídio deste país entra tudo aquilo que o detento possa pagar (armas, drogas, bebidas, celulares, comida e uma infinidade de outros itens). Portando, abrir sindicância para apurar é esparramo, balela, tentar ludibriar a opinião pública.


O advogado do dito cujo malfeitor, imagino que regiamente remunerado para defender o indefensável, porém, não para subestimar as pessoas de bem, saiu-se com a bobagem de existir uma campanha para denegrir a imagem de seu cliente-bandido. Ora, a imagem de Cacciola está mais suja que pau de galinheiro. Não suponho que se tenha interesse em vê-la mais imunda, pelo contrário, penso que há sim interesse em preservá-la da maneira que está para que não se corra o risco de apanhar tubarões mais famintos e, portanto, predadores mais robustos passeando pelo vasto mar de lama.


O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do estado declarou que foi uma indelicadeza as declarações do Secretário de Administração Penitenciária dizer que a facilitação teria algum agente penitenciário como autor. De certo que a lagosta não sairia do mar por livre e espontânea vontade, passaria num restaurante para ser preparada e se dirigiria as suntuosas instalações de Bangu 8 porque, neste caso, o feito seria espetacular, sobrenatural.


O que ocorre é que a legislação capenga, frouxa e seletiva precisa ser modificada e os contumazes transgressores devem ser punidos exemplarmente de modo que sirvam de exemplo. Do contrário essa relação promíscua entre condenados e agentes públicos estará sempre acontecendo numa afronta a sociedade que assistirá, quando muito, uma meia punição do safado, seja ele banqueiro ou não, porém se dispor de recursos ai a cana não será dura.


CELSO BOTELHO

27.08.2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

CONTRIBUIÇÃO NEGOCIAL. OLHA O GOLPE!


É, deveras, impressionante como o governo do Partido dos Trabalhadores atua na contramão dos interesses de todos os trabalhadores. Seria cômico se não fosse trágico. Não me recordo de haver tido um governo tão foraz no ataque ao bolso do contribuinte. O governo petista promove o maior e mais cruel confisco sobre os salários e a renda no Brasil mediante uma descarada extorsão cuja alcunha é “política tributária.” Além disto, ficará registrado na História, entre outras coisas, como um governo trapalhão, omisso, permissivo, conivente com malfeitores de todos os matizes. Período onde a corrupção, desperdício, desvio e malversação do dinheiro público foram disseminados e cultivados desde município mais pobre ao mais rico, sem exceções.

Mais uma vez preparam-se para um ataque furioso ao bolso do trabalhador. A substituição do Imposto Sindical obrigatório que desconta um dia de trabalho a cada ano do salário de todos aqueles que trabalham de carteira assinada sendo ou não sindicalizado e as contribuições assistencial e confederativa. Pela nova proposta a mordida poderá ser o equivalente a quatro dias de trabalho nos contracheques. Adivinhe quem está empenhado em aprovar tal iniqüidade? Nada menos que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) devidamente acompanhada das outras centrais sindicais com as benções do ministro do Trabalho Carlos Lupi que, muito astuto, transferiu para o Legislativo a decisão do valor do confisco. Porém, seu correligionário, o deputado Paulo Pereira da Silva (por coincidência do PDT), presidente da Força Sindical e, para não fugir à regra, também envolvido em maracutaias foi taxativo ao dizer que bastava mandar o projeto que a CUT e a Força Sindical aprovam numa demonstração inequívoca de tais entidades possuem um controle maciço sobre os parlamentares.

O governo tenta suavizar a apropriação indébita dando-lhe o nome de contribuição negocial onde o trabalhador poderá negociar o valor dos descontos em assembléias dos sindicatos com um quorum mínimo de dois terços dos sindicalizados, porém toda a categoria terá direito a voto o que, na prática, é coisa alguma. Os valores serão determinados em salas fechadas repletas de pelegos cuja ganância não tem limites com o aval de um governo submisso aos “cumpanheiros” e profundamente comprometido com as oligarquias dominantes no país. Resta, portanto, a sociedade dar uma resposta valendo-se, neste momento e na esfera municipal, do voto para dizer ao presidente lula, o Ignorante, o quanto estamos descontentes com o desastre de seu governo populista, predador, inconseqüente e ponto final.

CELSO BOTELHO

22.08.2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A MULTIPLICAÇÃO DOS PELEGOS


Depois de um pequeno período de ostracismo devido a pendenga de ocupar o ministério e a presidência de um partido político (PDT), o ministro do trabalho Carlos Lupi retorna vigorosamente as manchetes. Como não poderia deixar de ser, como todo auxiliar que se preza do presidente Lula, O Ignorante, envolvido em alguma trapalhada, artimanha, falcatrua ou fraude. Desta vez seu retorno à mídia ficou por conta da portaria 186, assinada em abril passado, que confere ao seu secretário/cupincha número um Luiz Antonio Medeiros, nosso conhecido de outros natais e carnavais, poderes para atuar como árbitro em demandas por conta da criação de mais de uma entidade sindical por categoria. Eis uma prerrogativa para lá de conveniente numa república sindicalista ou pelega como a que estão impondo ao Brasil. A preciosidade ministerial está sendo contestada na justiça sob a alegação que o ministro extrapolou em suas atribuições fato, aliás, corriqueiro nos membros do governo petista. Porém, o cerne da questão está, definitivamente, na multiplicação da pelegada preferencialmente as convertidas ao petismo ou lulismo (o que dá no mesmo) e a apropriação do esdrúxulo e vultoso Imposto Sindical tomado dos trabalhadores para o gáudio dos pseudo dirigentes sindicais.

O que tem de sindicato de fachada por ai é uma festa patrocinada com o dinheiro do trabalhador e, ai vem a melhor parte, dispensados de prestarem contas a quem quer que seja por obra e graça do ex-sindicalista que por ora está presidente da República. As centrais sindicais não são entusiastas das causas trabalhistas e sim instrumentos eficazes para o crescimento patrimonial de seus integrantes.

Creio que para começarmos a discutir qualquer reestruturação da representatividade dos trabalhadores teremos que abolir, de imediato, esta maldição chamada Imposto Sindical, pois só com isto seriam extintas as entidades de fachada ou que funcionam como uma inesgotável fonte de recursos para malandros de toda ordem, cores e feitios. Elaborarmos uma legislação moderna com mecanismos eficientes que pudesse barrar os penduricalhos que este ou aquele governo inventa de acordo com os seus interesses, sejam eles quais forem. As intenções deste governo em relação a representatividade dos trabalhadores são transparentes: aparelhar as entidades para amordaçá-las promovendo uma distribuição de benesses de toda a sorte para seus apaniguados e outras tralhas.

CELSO BOTELHO

21.08.2008

domingo, 17 de agosto de 2008

PETROSAL. ELEFANTE BRANCO OU PRETO?


A primeira, segunda e terceira vista podem até dizer que só ando às turras com o governo. E isso não é mentira. Dada a exuberante quantidade de trapalhadas que chancela não poderia ser de outra forma. O ministro da Minas e Energias Edson Lobão (um dos lambões integrante do trio apelidado de “os três porquinhos” os outros dois eram Hugo Napoleão e Marcondes Gadelha, em 1989) que, a exemplo dos demais trinta e lá vai fumaça de ministros, empenha-se em falar sobre tudo sem entender de coisa alguma. Após a descoberta da camada de pré-sal que se estende por três mil quilômetros (de Santa Catarina ao sul da Bahia) pela Petrobrás resolveu por mais lenha na fogueira da gastança do governo petista ao imaginar uma estatal novinha em folha, mas com todas as regalias das antigas. Não será preciso muito exercício de raciocínio para saber o que está por trás de tão encantadora idéia. E com o respaldo do Palácio do Planalto na pessoa do presidente Lula, O Ignorante, porque quando se trata de criar cargos, funções e estatais desconfio não existir criatura com maior boa vontade. E desta vez, para abocanhar uma graninha a mais, o supimpa mandatário número um da nação, tomou a educação e a pobreza como bandeira tal qual fez com a CPMF da saúde. Aliás, isto é praxe em todos os governos seja para criar estatais com funções e cargos com salários estratosféricos seja para meter a mão no bolso do contribuinte descaradamente.

Retirar petróleo da camada pré-sal não se assemelha em nada em destilar cachaça no alambique. Segundo especialistas o buraco pode atingir uns seis quilômetros de profundidade. Ai inclusos dois quilômetros de água e outro tanto de sal. A Petrobrás é uma empresa robusta, competente e goza de reconhecido prestígio internacional detendo toda a tecnologia necessária para assumir e dar cabo satisfatoriamente de toda esta empreitada sem que seja mutilada por um Zé arruela qualquer que, não tendo o que fazer, fica a imaginar novos cabides de emprego. Penso que nesta exploração possa haver tão somente problemas de caixa o que poderá ser solucionado com uma revisão na lei de concessões desde que se preservem os interesses brasileiros. Deve-se também se alterar e adequar à legislação com relação ao pagamento de tributos e royalties de forma que fiquem garantidos bem como a sua destinação claramente definida. E, fundamentalmente, o controle das reservas pelo Estado. Criar uma estatal para o pré-sal é como ter um elefante branco, ou preto, no seu próprio quintal. Como já disse: é entregar o ouro ao bandido fazendo as honras da casa.

Criar uma estatal, senhor ministro, pelo menos de maneira séria, coerente e atendendo às necessidades da sociedade não me parece tão fácil quanto abrir uma bodega. Foi divulgado um parecer atribuído ao governo que uma das razões para a criação da nova estatal é a preocupação na enorme dimensão que a Petrobrás teria chegando a ser maior do que o Estado pondo-o em sério risco e isto tanto pode ser uma preocupação idiota quanto besta. Ainda neste parecer “alopradético” afirmam que entregar o pré-sal é a melhor maneira de promoverem-se os interesses nacionais e a soberania e isso assoma os píncaros da bobagem. Mas, neste governo, a produção de bobagens é fantástica.

CELSO BOTELHO

17.08.2008

sábado, 16 de agosto de 2008

O PETRÓLEO ERA NOSSO



A Lei do Petróleo como qualquer outra lei pode, perfeitamente, ser modificada, pois, não foi Moisés quem a escreveu. A questão é como adaptá-la as novas realidades. Se houver um debate amplo, sério e objetivando preservar os interesses da sociedade não vejo porque não adequá-la. No entanto, com este governo que ai está que aparelhou todo o Estado em benefício da agremiação que o elegeu e outros cupinchas uma vez mais o ouro se entregue ao bandido com as honras da casa. O petróleo deixou de ser nosso há muitos e muitos anos. Basta verificar.

CELSO BOTELHO

16.08.2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

BRIGA DE COMADRES NO STF


Depois da briga de lavadeiras (com todo respeito à classe) entre os ministros Reinhold Stephanes, da Agricultura, por conta da Rodada de Doha (doha a quem doher), profetizava que tal acordo não daria em nada e o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, que interpelou o colega se por caso estava se divertindo com a viagem. Neste caso ambos tiveram razão. Agora o bate-boca digno de comadres chega à Corte máxima do país: o Supremo Tribunal Federal. A coisa se deu devido divergência estabelecida entre dois de seus doutos membros a cerca da pertinência de hábeas corpus concedido ao notório membro do grupo Daniel Dantas & Seus Quadrilheiros Amestrados Humberto Braz, ex-presidente da BrasilTelecom, devidamente preso num dos capítulos da novela Operação Satiagraha (solta e agarra e vice versa) e acusado de subornar um delegado da distinta Polícia Federal. A pendenga foi protagonizada pelos ministros Eros Grau e Joaquim Barbosa contando com uma platéia integrada por seus pares, inclusive o ministro Gilmar Mendes, O Libertador, presidente da Corte. Eros Grau (será Celsius, Centígrados, Fahrenheit ou Kelvin?) após estudar minuciosamente o caso entendeu que ao empresário poderia conceder o gracioso mimo de um hábeas corpus. Porém, Joaquim Barbosa não compartilhou do mesmo entendimento partiu para o bate-boca chegando a afirmar que tal concessão feita pelo nobre colega iria prejudicar o povo brasileiro. Sim. Posso até com isso concordar meu caro ministro. No entanto, o STF é useiro e viseiro em tomar decisões desfavoráveis à sociedade brasileira de muito maior monta do que estes salvo-condutos a velhacos para não serem privados da liberdade ou para manterem-se calados quando interrogados sobre suas patifarias. Ou quando uma súmula vinculante, no mínimo insólita, dita regras – ou tenta – para o uso de algemas numa flagrante disposição do judiciário em não constranger este ou aquele amigo do poder, pois, sabemos que nós, os pobres mortais, seremos devidamente algemados se cometermos o menor delito e caso reclamemos seremos contemplados por majestosos sopapos. Devemos admitir, preservar e defender o instituto do hábeas corpus, afinal é um mecanismo de proteção para o cidadão, mas jamais banalizá-lo como estão fazendo desmoralizando-o por completo. Agora, pergunto, será que nós devemos admitir, preservar e defender a impunidade que grassa neste país diversas vezes com o aval do judiciário? O ministro Joaquim Barbosa saiu sem aceitar a tímida escusa do ministro pivô da arengação ou qualquer intervenção da eterna turma do deixa – disso.

Como disse ontem esta novela está repleta de lugares-comuns. Entretanto, desta feita como em outras, tais locais certamente possuem endereços muito conhecidos de todos os brasileiros. A necessidade de protegerem-se figuras tão nocivas, pífias e de irrefutável desvio de conduta país a fora não me resta senão concluir que, definitivamente, este item não é um assunto republicano. Esta necessidade tem se mostrado tão premente que nem os mais hábeis matreiros e articuladores a serviço da preservação do “status quo” estão se entendendo quanto aos métodos que devem adotar indo de trapalhada em trapalhada.

Não é a primeira vez e, detesto dizer, não será a última que os malfeitores e suas malfeitorias terão origem, adquirirão robustez e contarão com abrigo na Praça dos Três Poderes.

CELSO BOTELHO

15.08.2008

DANIEL DANTAS & SEUS QUADRILHEIROS AMESTRADOS


A novela Operação Satiagraha (ou solta e agarra e vice-versa) por mais ingredientes que se ponha está repleta de lugares-comuns, porém, está com elevado índice de audiência e rendendo os quinze minutos de fama para alguns figurantes. Como todos os escândalos este também está fazendo a alegria do departamento comercial da imprensa. Mas o furacão está perdendo força e urge encontrar-se outro em formação e de maiores (ou pelo menos igual) proporções. Para dizer a verdade esta novela está me dando no saco. É safadeza para tudo que é lado. Daniel Dantas está deitando e rolando na prática do escárnio para com a legislação e as autoridades responsáveis pela sua aplicação mesmo porque parte delas estão a seu serviço e, portando, exige obediência cega. Integrantes do setor público e privado estão unidos num pacto diabólico que só tem por objetivo dilapidar, depredar, desarticular e minar o Estado moldando-o à imagem e semelhança de qualquer coisa que atenda interesses espúrios. Enquanto este pacto não for interrompido a banda boa da sociedade perecerá dos males de sempre assistindo, dia após dia, esta maldita conspiração e, eis o pior, provendo-a de recursos extorquidos através do que se apelidou de política tributária.

O tal não-sei-o-quê Daniel Dantas. Sim. Porque o Banco Central, O Carimbador Maluco, informou que o dito cujo não é o dono do Banco Opportunity, porém, a vasta maioria da imprensa e a justiça a ele se refere como tal. Para mim basta chamá-lo de quadrilheiro por mera questão de elegância. Pois bem, o sujeito vai para o circo no qual se tornaram as CPIs com seis advogados a tiracolo e uma pastinha sem-vergonha como se quisesse que os "seletos" membros daquela comissão acreditassem que ali continha nitroglicerina pura e, sendo assim, seria de bom alvitre pegar leve com ele. Acho que deu certo. Uma parte do tempo passou fazendo ilações e a outra dizendo o que todos já sabiam, de uma forma ou de outra. No depoimento à Justiça Federal em São Paulo optou por manter o bico fechado respaldado pelo bondoso Supremo Tribunal Federal. O comportamento do malandreco é uma afronta à sociedade brasileira sendo agravada porque está palpável a desigualdade na balança da justiça.

Ampla defesa sim. Ampla conivência não. A partir do momento no qual o Estado inventa ou deturpa instrumentos legais para obstruir ou atenuar qualquer delito fica complicado seu relacionamento com a sociedade. Não se encantem. Logo aparecerá uma dezena de astutos e experientes bombeiros para apagar o incêndio e tudo será como dantes no quartel de Abrantes até a próxima roubalheira.


CELSO BOTELHO
14.08.2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

ERRATAS

NO TÍTULO DA MATÉRIA:

ONDE SE LÊ: AS PRECEPADAS DO MINC MOUSE

LEIA-SE, POR FAVOR: AS PRESEPADAS DO MINC MOUSE

NA ÚLTIMA FRASE DO ÚLTIMO PARÁGRAFO:

ONDE SE LÊ: Talvez fosse mais útil trabalhar-se em favor de outras fontes em vez de ficar de precepadas.

LEIA-SE, POR FAVOR: Talvez fosse mais útil trabalhar-se em favor de outras fontes em vez de ficar de presepadas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

AS PRECEPADAS DO MINC MOUSE


Por mais que deseje fico inquieto com o comportamento do ministro do Meio-Ambiente Carlos Minc Mouse, O Bobo da Corte. O cabloco no curto período à frente desta joça de ministério revelou-se um exímio confiscador de bois-piratas e aplicador de multas. Sabidamente impagáveis. Pura fanfarronice do IBAMA que só pode ser entendido como eficaz método para ludibriar os incautos, ficar sob os holofotes da mídia e tentar fazer média com gregos e troianos. Com seu Chefe não precisa fazer nenhuma média, pois, ele está pouco se lixando para a derrubada de alguns hectares da Floresta Amazônica ou quaisquer outros santuários ecológicos desde que isso contribua para sua utopia de “espetáculo do crescimento”. Somente alguém muito tolo confiaria plenamente na notícia de que no mês de julho do corrente ano verificou-se redução “bastante significativa” no desmatamento. Da maneira com está aparelhado o Estado brasileiro quaisquer índices ou dados divulgados estão sob suspeição (até mesmo o IPEA que o nefasto regime militar respeitara sofreu uma intervenção pelega). E, como já disse, o ministro conhece tão bem a floresta como eu as Ilhas de Sumatra, ou seja, neca de pitibiriba.

Em sua cruzada por maiores espaços na mídia (talvez esteja disputando com Tarso Genro, O trapalhão; Celso Amorim e Reinhold Stephanes envolvidos numa briga de lavadeiras (com todo respeito à classe); Gilmar Mendes, O Libertador; Marco Aurélio Garcia, Aqui Ó; Paulo Vanucchi, O Caçador de Fantasmas e muitas outras cabeças coroadas da República) resolveu enguiçar com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e não abre mão da exigência que se construa um novo tipo de depósito para o lixo nuclear da usina Angra 3 que deverá iniciar sua construção no próximo mês de setembro. É o que o abnegado ministro chama de “solução definitiva.” Tal solução ainda é uma tremenda dor de cabeça para todos os países que possuem instalações desta matriz energética. Mas podemos torcer para que apareça algum cientista louco tupiniquim com a tal “solução definitiva.” Porém, para não ser acusado de matar a cobra e não mostrar o pau sugiro que todo resíduo nuclear seja despejado na piscina do quintal da casa do ministro. Fui contra o acordo do Brasil e Alemanha no governo Geisel para a construção de Angra 1. Considerei (muitos outros também) uma operação lesa-pátria. Compramos uma maravilhosa bugiganga obsoleta. Angra passou um bom tempo sendo chamada de “chaleira”, pois, só fervia água. Ainda hoje sou contra este tipo de matriz energética principalmente quando se levam em conta as inúmeras outras fontes disponíveis limpas e seguras. Um acidente naquela aprazível parte do litoral do Estado do Rio de Janeiro seria catastrófico, um tsunami nuclear. Estas usinas, no nosso caso, são perfeitamente dispensáveis. O dinheiro ali gasto poderia, perfeitamente, ir para investimentos no setor elétrico. Eletricidade, todos sabem, é corrente contínua e, sendo assim, se não for utilizada se perde e nós perdemos muito com a falta de uma rede de transmissão moderna, eficiente e que alcance maiores distâncias. No entanto, investimentos como esse não são lucrativos nem para empresários privados nem para o poder público se é que entendem esta sutileza.

O bom-senso, a competência, a lisura, o espírito público, a coerência, etc. na administração pública é algo que rareia a cada governo que se sucede. Estou inclinado a dizer que este governo esta exagerando na dose despudoradamente.Talvez fosse mais útil trabalhar-se em favor de outras fontes em vez de ficar de precepadas.

CELSO BOTELHO

13.08.2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

TIRO NO PÉ


O ministro da Justiça Tarso, O Genro, persiste nesta bobagem de revisão, ou que porcaria queira chamar, da Lei de Anistia de 1979. Não consigo atinar as razões, se é que existe alguma, para tal discussão. Posso especular como os demais, porém, nenhuma especulação preenche todas as lacunas de mais essa trapalhada do ministro. Aliás, o presidente que possui auxiliares tão trapalhões dispensa até uma oposição competente, séria e atuante, coisa que não existe. Parece-me que o ministro e o secretário de Direitos Humanos acordaram de lua virada e resolveram fabricar um barulho com as Forças Armadas e, levado adiante, pode trazer sérias conseqüências para a nação, como por exemplo, e já disse isso, uma ruptura social (as manifestações de protestos já começaram). Aprendi que não se deve cutucar onça com vara curta e é exatamente o que estão fazendo. Sejam por que razões forem as Forças Armadas, após entregarem o poder aos civis, recolheram-se as casernas cuidando de seus afazeres constitucionais sem interferirem sequer nos momentos mais delicados e que colocavam em eminente risco às Instituições. E não foram poucas as lambanças a partir de 1985.Não estou saindo em defesa dos militares ou militantes de esquerda apenas não desejo que se provoque uma cissão na sociedade e isto acontecendo, ai sim, teremos nossos problemas aumentados em proporções colossais. Fui, sou e sempre serei um ferrenho opositor a toda e qualquer ditadura, seja civil ou militar. Ambas fazem aflorar, desenvolver e potencializar o lado selvagem do ser humano. Qualquer ditadura, em qualquer lugar do planeta, é um esboço do que possa ser o inferno. Os governos de uma maneira geral, e este de forma especifica, não são contumazes cumpridores de acordos, mas neste caso somente vinte e três anos depois apareceram dois de seus membros propondo rompê-lo. Reação retardada ou falta de vontade para resolver os problemas que cotidianamente depositam na mesa do ministro e do secretário?O acordo teve como signatário Tancredo Neves, José Sarney e as Forças Armadas e, na época, todos se regojizaram. Trato é trato e ponto final.

Uma das pérolas atribuídas ao ministro Tarso Genro (genro de quem?):” no regime militar nenhuma norma permitia a tortura”. Seria muita estupidez de qualquer oficial ou subalterno mandar redigir normas de tal conteúdo e as fizesse circular por todas as dependências do hediondo aparelho repressor que possuíam. Na verdade preocupavam-se em difundir para o mundo uma imagem de país, minimamente que fosse, democrata que respeitava os direitos humanos. Havia interesses internacionais. No entanto, tal preocupação foi para o espaço quando da edição do Ato Institucional nº. 14 em 05.09.1969 alterando a redação do parágrafo 11 do Artigo 150 da Constituição Federal de 1967 que assim passou a vigorar: “não haverá pena de morte, de prisão perpétua, de banimento, ou confisco, salvo nos casos de Guerra Externa, Psicológica Adversa, ou Revolucionária ou Subversão, nos termos que a lei determinar, esta disporá, também, sobre o perdimento de bens, Por danos causados ao Erário, ou no caso de enriquecimento ilícito no exercício do cargo, função ou emprego na Administração Pública, Direta ou Indireta.” A ordem para tortura era verbal, mas a pena de morte estava escrita com todas as letras. Paulo Vannucchi, secretário de Direitos Humanos, solidário, não deixou o ministro sozinho ao dizer asneiras. No seu entender (do dele) a discussão é necessária e será um “marco” para preparar avanços no caminho da consolidação da democracia brasileira. Ora, não posso vislumbrar avanço algum em meio a todo tipo de retaliação que poderá se desencadear. Eles deveriam saber que tecnicamente não há respaldo para tal cruzada.E politicamente seria um estrondoso desastre.

Desnecessário dizer que ambos os lados exacerbaram-se na defesa de suas posições. Poderia citar um número expressivo de ações promovidas pelos militantes de esquerda que sequer se aproximavam do objetivo de opor-se ao regime militar que vigia. A discussão não é oportuna, necessária ou útil e, levada adiante, será suficiente para provocar uma instabilidade de dimensões inimagináveis. Devo concordar com o presidente Lula, O Ignorante, segundo foi noticiado, o ministro Tarso Genro dera um tiro no pé.

CELSO BOTELHO

12.08.2008

domingo, 10 de agosto de 2008

O LEÃO BANGUELA


Não posso, não devo e não quero nem imaginar-me a defender, acumpliciar-me ou omitir-me diante do ilícito. O ex-ministro, deputado e senador Roberto Campos (1917-2001) certa vez escreveu: “a sonegação fiscal deixou de ser uma indecência para ser uma questão de sobrevivência.” E a afirmativa, apesar dos anos, ainda se encontra em pleno uso prático. Que nossa carga tributária é extorsiva é ponto pacífico, porém não serve de justificativa para a prática da sonegação fiscal. É aquela história: se a lei não atende a sociedade ela deve ser alterada ou suprimida e jamais burlada. Por mais equânime que possa vir a ser a política tributária, em qualquer parte do mundo, sempre existirão os sonegadores. Parece-me um dos procedimentos padrões da espécie humana se opor a ordem estabelecida, qualquer ordem. A Receita Federal está na captura de um montante substancial que deixou de aportar em seus cofres: R$ 34 bilhões dos quais apenas míseros R$ 90 milhões encontraram o caminho do fisco. E temos que levar em conta que o aparato arrecadador no Brasil é complexo e eficiente, pois o apetite estatal é insaciável. Não seria o momento para que o governo refletisse e concluísse que vampirizar o contribuinte não é lá muito inteligente? Todos os meses somos informados de recordes de arrecadação, no entanto, há muito mais razões para contestarmos que comemorarmos visto que escoa permanentemente pelos ralos da malversação, corrupção, desvio e desperdício. A máquina arrecadadora brasileira prima pela eficiência em dilapidar o fruto do trabalho como se renda ou lucros, lícitos, estivessem inclusos nos sete pecados capitais. Porém a máquina predadora é muito mais lubrificada e conta com astutos operadores.

Essa conversa de fechar o cerco aos sonegadores vez por outra é requentada e servida a sociedade como se fosse botar ordem na zona. Tanto o fisco quanto eu sabemos que sempre haverão brechas por onde possam se escafeder. A estratégia desta batalha pode até ser boa, no entanto, as da guerra são equivocadas, insuficientes e nebulosas. Não havendo uma reforma tributária séria, amplamente discutida, modernizante e menos foraz estes esforços, e os gastos neles envolvidos, não trarão resultados satisfatórios. Afinal, são tantas as reformas que precisam ser feitas que desconfio que seria mais simples formatar um novo Estado brasileiro. Isso. Reinventa-se o Brasil posto que o presidente Lula, O Ignorante, está “convencido” de que o inventou em primeiro de janeiro de 2003. A elasticidade da lei é tamanha que, mesmo pegos em fragrante, autuados e intimados os serelepes sonegadores perambulam por ai levando a vida na maior tranqüilidade possível sem serem aporrinhados e não poderia deixar de dizer que, para tal, contam com a preciosa ajuda de fiscais sempre prontos a receber um cisco no olho para nada verem. Enquanto a causa não for trabalhada de pouco serventia será a repressão as conseqüências. E, para reforçar esta idéia, basta lembrar que existe sonegador que fez acordo com a Receita Federal para quitar seu débito (o dele) em, pasmem, quinze séculos apenas! E olha que posso tentar ser irônico, entretanto, não faço piadas. Esse leão há muito não assusta mais os contadores que sequer necessitam de dar muito trato as bolas para ludibriá-lo. Uma vez que está velho, preguiçoso e banguela. Seu rugido é só para tentar intimidar.

CELSO BOTELHO

10.08.2008

sábado, 9 de agosto de 2008

TEJE ALGEMADO. NÃO TEJE ALGEMADO


Cá estou eu novamente às voltas com as estripulias do Supremo Tribunal Federal e seus seletos membros. Desta vez a respeito do uso dos indesejáveis braceletes policiais, as algemas. E mais uma vez Tarso, O Genro, envolveu-se no furdúncio dando o seu pitaco favorável à decisão da Suprema Corte. A lei não deve (ou não deveria), imagino eu, ter um destinatário. Porém, não poucas vezes, tem.

Durante o regime militar foi inventada uma lei que visava beneficiar um cidadão com relevantes “serviços” prestados a ditadura. Era a Lei Fleury. Como era de se esperar agraciou um contingente bem maior. Nélson Rodrigues dizia que toda unâmidade é burra e não vejo porque contrapor-me. Essa decisão do STF não aprimora em coisa alguma o Estado Democrático de Direito, ao contrário, semeia, nas entrelinhas, uma segregação de delinqüentes criando uma casta legal imune ao constrangimento do pimposo bracelete. Não será com atitudes como esta que a sociedade poderá restabelecer a credibilidade no poder Judiciário. Está implícito que os praticantes de crimes de colarinho branco, corrupção, desvio de dinheiro, improbidade administrativa, etc. receberão um tratamento completamente diferenciado do ladrão de galinha. Haverá sim distinção entre pessoas e funções. Posso entender que tais regras foram adotadas para não constranger os integrantes e amigos do poder de sofrerem constrangimentos. Tadinhos! O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, foi publicamente contra o uso de algemas do não-sei-o-quê Daniel Dantas. Sim. Não-sei-o-que faz na vida, pois, segundo o Banco Central este cidadão não é dono, sócio ou dirigente do Banco Opportuny. Contudo efetuava “negócios” em nome de tal estabelecimento. Cabe lembrar que o referido ministro concedeu a este notório velhaco dois “hábeas corpus” e ainda insinuou irregularidades no comportamento do juiz De Sanctis que determinara a prisão, por duas vezes, do vigarista. Segundo o notabilíssimo ministro “as novas regras valerão para pobres e ricos.” Ministro, menos. A anulação do julgamento do pedreiro Antonio Sérgio da Silva condenado a 13 e meio anos por homicídio triplamente qualificado pelo STF devido ao fato de ter sido mantido algemado e isso influenciou a decisão do júri não passa de um bode expiatório para justificar que as novas regras também favoreceram os pobres. Não me enganem que eu não gosto!

Segundo a decisão os presos só poderão ser algemados em julgamentos onde exista a possibilidade de fuga ou violência. É interessante. A polícia sempre usou algemas e somente agora descobriram que é instrumento político e publicitário? Para não dizer que não saiu em socorro dos bandidos ricos a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal fez o seu dever de casa aprovando, por unâminidade, projeto que regulamenta o uso de algemas. De acordo com a baboseira o suspeito ou condenado que não oferecer resistência ou possibilidade de evadir-se ou colocar em risco a vida de agente público as algemas serão proibidas. Ora, os malfeitores de colarinho branco, carros importados, mansões luxuosas e obesas contas bancárias agradecem penhoradamente os ilustres parlamentares da Câmara Alta.

A sociedade brasileira é, mais uma vez, afrontada, espinafrada, feita de besta. Em princípio esta questão de algemar ou não algemar não é relevante, mas sim a efetiva punição para o delito cometido seja quem for que o tenha perpetrado. Rico ou pobre, branco ou negro, católico ou evangélico, direita ou esquerda, não importa. A impunidade grassa no país e o STF e o Senado Federal preocupados se vão algemar ou não enquanto o “novo” Código Penal dorme em berço esplêndido há três décadas nas gavetas desta última instituição.

CELSO BOTELHO

09.08.2008

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

UMA VENDETTA INÚTL


“Vão-se os meus, mas também se vão os teus.” A frase não é de minha lavra, porém, as Forças Armadas estão aplicando-a nesta refrega inútil patrocinada pelo ministro de Justiça Tarso Genro (genro de quem?) e pelo secretário de Direitos Humanos Paulo Vanucchi em considerar crimes políticos as atrocidades cometidas pelo nefasto regime militar que aqui foi instalado em 1964. Acho, entre outras coisas, que a discusão é tardia, inoportuna, uma retaliação retardada e que poderá promover rupturas sociais as quais não precisamos e nem queremos. Jamais se apagarão as manchas negras deixadas pelas ditaduras. Quem pode suprimir de nossa História o caso de Olga Bernardes ou do estudante André Edson Luiz no Calabouço, isso para citar dois fatos. A Anistia de 1979 foi um acordo tácito entre situação e oposição e o revanchismo de parte a parte dele não constava. Reitero uma vez mais (e assim farei quantas vezes se façam necessárias) ser um ácido opositor de toda e qualquer ditadura civil ou militar. Mas não me parece conveniente, mais de vinte anos depois, roer a corda por quaisquer motivos. O general da reserva Sérgio Augusto Coutinho deu conhecimento da ficha política de Tarso Genro e Paulo Vanucchi. O primeiro engrossou a ala dos vermelhos do PCB e o segundo participou da ALN (Ação Libertadora Nacional) onde posso concluir que, como tantos outros, abraçaram a luta armada para combater o regime o que, por sinal, não os eximem da suspeita de terem cooperado e terem pleno conhecimento de ações de tortura, seqüestro, assaltos, depredações, etc. etc. etc. Então o pau que dá em Chico dá em Francisco. Ninguém pode negar que ambos os lados se exarcebaram. Se a balança pender mais para as Forças Armadas é natural do ponto de vida que controlavam o país. As ações que degradam e arrebatam a vida são inaceitáveis. Não defendo o atropelo dos direitos humanos por quem quer que seja, no entanto, não consigo vislumbrar o propósito da empreitada.

O militar Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audi Santos Maciel são alvos dos procuradores do Ministério Público Federal como responsáveis pelo desaparecimento, tortura e morte de 64 pessoas. Ustra, por exemplo, foi reconhecido na Embaixada do Uruguai, ainda no governo Sarney, pela então deputada federal Bete Mendes e não foi acusado. E os dois coronéis Ari? Porque o nobre ministro e secretário mantiveram-se em silêncio esse tempo todo? Hum... onde há fumaça por certo existe fogo. Essa pressão para que a AGU reconheça a tortura durante a ditadura para mim não está bem explicada. Vamos imaginar que assim seja feito. Tudo muito bem. E os excessos praticados pelos opositores do regime? Muitos deles na vida pública e ocupando cargos de relevância.

A anistia foi concebida e negociada, na época, para ser exatamente o que quer dizer: perdão geral com o objetivo de efetivar-se uma transição política pacífica. Certa ou errada cabe aos seus idealizadores e signatários a responsabilidade. Todos, naquele momento, viram atendidos seus interesses. Pouquíssimas e frágeis foram as exceções. É uma vingança inútil.


CELSO BOTELHO
08.08.2008


ERRATAS


ERRATA 01

ONDE SE LÊ: ANDRÉ EDSON LUIZ LEIA-SE, POR FAVOR, EDSON LUIZ.
ERRATA 02

ONDE SE LÊ: ...natural do ponto de vida que controlavam... LEIA-SE, POR FAVOR ... natural do ponto de vista que controlavam...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

BARRAR FICHA SUJA NÃO ERA MESMO PARA VALER


Uma vez mais o STF (Supremo Tribunal Federal) colocou-se do lado oposto da sociedade permitindo que os candidatos ficha suja concorressem candidamente nas próximas eleições. Depois de tantas peraltices do STF esta, de maneira alguma, me surpreendeu. Aliás, várias decisões ali proferidas há muito tempo não me pegam no contrapé. Desta vez invocaram a maltrapilha Constituição Federal para embasar a decisão de deixar o caminho livre para os pífios, principiantes ou veteranos. A presunção de inocência foi abordada e interpretada por aquela Corte como direito inalienável do cidadão. Concordo. Cidadão. Ou incorporaram a infeliz máxima do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Leonel Brizola (1922-2004): “bandido também é cidadão.”? O que não deveriam confundir é o direito individual e o direito político uma vez que esta mesma Carta Magna exige no remendo feito em 1994 a probidade e moralidade administrativa e a vida pregressa como condições primárias de elegibilidade. Então, senhores, concluo que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Não citarei nomes no momento (se for preciso cito), mas sabemos de inúmeros parlamentares, nas três esferas, que não passam de notórios velhacos, pilantras, ladrões, etc. que estão circulando pelo poder com a maior desenvoltura e cara-de-pau.

A quantidade de políticos envolvidos em escândalos sempre ocorreu. Mesmo antes da República. No entanto, nos últimos trinta anos a safadeza vem crescendo em proporções gigantescas e, de uma maneira ou de outra, com a participação do Palácio do Planalto e não preciso reavivar a memória de ninguém. O procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza expressou-se magnificamente ao dizer que “o direito de ser votado não é absoluto.” E, de fato, não é. Está condicionado a determinadas regras. A probidade e moralidade administrativa e a vida pregressa são algumas delas. Então fico sem entender, de novo, a postura de nove dos onze ministros que julgaram improcedente a ação direta de inconstitucionalidade da Associação dos Magistrados Brasileiros. O relator, Celso de Mello, para dar sustenção ao insustentável sentenciou que o veto as candidaturas daqueles que foram pegos com a boca na botija é um postulado de “mentes autoritárias.” Defendo o veto para estes ordinários e jamais poderei ser rotulado como uma mente autoritária por quem quer que seja. Não comemos o pão que o diabo amassou com o rabo e depois não quis comer durante todo o regime militar para ouvirmos semelhante coisa. A intolerância do relator com o pensamento adverso ao seu é o que posso chamar de autoritarismo. Não queira me ensinar sobre isso, por favor.

O direito de ampla defesa desses pulhas sempre deverá existir. É um direito absoluto. Mas que o exerçam fora do poder. Bem longe dos cofres públicos onde, aliás, encontram-se as digitais de uma ruma de politiqueiros. Ainda assim quero registrar que isto não abala minha convicção em eleições como o meio mais eficaz de depurar-se o Estado, mas com a nossa capenga legislação eleitoral o eleitor tem que se desdobrar na pesquisa, investigação e na busca de informações. Ponto alto do regime democrático e, como já disse antes, em algum lugar provavelmente estará escondido um candidato bom ou menos ruim. É sempre preferível viver na pior das democracias que melhor das ditaduras. Bola fora do STF.

CELSO BOTELHO

06.08.2008

terça-feira, 5 de agosto de 2008

NA MÉDIA TUDO BEM. MAS NO INDIVIDUAL...


Desta feita o presidente Lula, O Ignorante, não contestará os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) ou da FGV (Fundação Getúlio Vargas) porque favorece o seu governo (ou desgoverno?). Eu estava ganhando mais e não sabia tal e qual o ignorante. Não sou pesquisador, no entanto, reservo-me o direito de questionar algumas coisas. Desconheço a que nível chegou o aparelhamento destas instituições (a partir de 2003 foi instituída a PTCRACIA) e, portanto, fico numa dúvida atroz que o espírito corrói sobre a fidelidade dos dados. Da maneira como estão expostos tudo está azul com bolinhas brancas. Essa conversa de média é um engodo aritmético, ao menos neste país. Contudo, não posso negar alguns avanços como também retrocessos vistosos. A educação e a qualificação profissional foram apontadas como setores que carecem de investimentos substanciais o que, por sinal, não é segredo para ninguém.

A classe média está comprando mais automóveis, computadores, etc. Bacana. Digam as taxas para o financiamento destes produtos e quanto imposto pendurado neles? Não levará muito tempo para que a inadimplência venha a rondar suas casas. Informam que a renda média do brasileiro aumentou algo parecido com 25% de 2004 a 2008 em contrapartida a inflação registrada foi de 23%. Não informam, porém, a carga tributária no período que vale para todos os contribuintes. Aumentaram o número de novas vagas para os trabalhadores com o carimbo de que não precisamos de uma reforma trabalhista. Sendo assim, as atividades informais agradecem porque a mão-de-obra continuará a ser mal remunerada e onerosa para o empregador. Outro dado alvissareiro para o governo petista é a queda da pobreza em nosso Brasil varonil: de 13,7% em 2003 (ano no qual Lula inventou este país) para 6,6% concluindo que a pobreza foi reduzida de 35% para 24,1%. Em se tratando de uma República perdulária onde a corrupção, o desvio e o desperdício de dinheiro público escoam por todos os ralos (e se estes não forem o bastante constroem mais alguns) é um número catastrófico. O ufanismo extrapolou quando se afirma que a classe média (Classe C) irá para as Classes A e B. Se for assim rendo-me à idéia do terceiro, quarto, quinto e tantos mais mandatos que se fizerem necessários ao semideus brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que está transformando o Brasil numa ilha completamente imune as mazelas econômicas, financeiras e sociais do restante do planeta.

Em pouco tempo o lulismo fará de nós respeitáveis novos-ricos. O Brasil está fazendo o dever de casa sem sequer haver estudado e isso é milagre do nosso semideus sertanejo-apaulistado. A FGV admite, apesar desta prosperidade toda, que ainda existem 36 milhões de pobres espalhados pelo país tornando evidente que, além do céu azul de brigadeiro, existem discrepâncias na miscelânea de percentuais e números oferecidos pelas três instituições. É só checar.

CELSO BOTELHO

05.08.2008