terça-feira, 23 de junho de 2009

DESCULPA. FOI SEM QUERER!


O presidente Lula, O Ignorante, do alto de sua popularidade, arrogância, irresponsabilidade e permissividade forneceu a solução definitiva para esta nova onda de patifarias praticadas no Senado Federal: demite-se o cabloco(a) contratado irregularmente, pede-se desculpas à sociedade e muda-se as regras para a contratação. Não poderia equacionar de outra maneira em se tratando de quem é. Ora, ora, ora, D. Aurora (foi só para rimar) e eu que pensei já ter ouvido uma quantidade substancial de sandices durante minha vida. Esta é a ética tão cantada e decantada pelo Partido dos Trabalhadores? É. Pratica-se o delito e, em seguida, se desculpa. Isso é o sonho de todo delinqüente. O presidente poderia, pelo menos, ser hipócrita e dizer – como já o fez – “vamos apurar doa a quem doer” ou “cortar na própria carne” ou qualquer coisa semelhante, assim teríamos uma tênue ilusão de que o mandatário maior da nação não era conivente com a velhacaria. Em política não existem anjos, arcanjos ou santos. Todos são maiores de idade, vacinados e perfeitamente capazes, portanto, um pedido de desculpas por haverem praticado algum crime é, simplesmente, irracional, inconcebível, estapafúrdio.


Mas o presidente quando está inspirado para dizer bobagens (e sempre está) segura as orelhas! O ex-torneiro mecânico, ex-sindicalista, ex-deputado, atual presidente e candidato a ditador (tanto é que evita falar que as eleições de 2010 preveem sua sucessão) justifica toda esta sacanagem remetendo-a como prática usual nas últimas cinco décadas. Bem, partindo deste conceito, todas as modalidades de crimes deveriam ser inimputáveis a quem quer que fosse, posto que são praticadas há muito mais tempo e, portanto, reclamam o direito consuetudinário (da tradição). Só mesmo o sujeito possuindo apenas dois neurônios (se é que possui tal quantidade) poderia ter este tipo de raciocínio e explicitá-lo na maior cara-de-pau e, o mais grave, ocupando o cargo máximo desta maltratada República. Alega que existe uma “onda de denuncismo” se fosse assim poderíamos perfeitamente identificar sua origem e tomar as providencias para que cessassem. Mas quando todas as denuncias procedem e não resistem a mais ordinária das investigações então, meus caros, há muita coisa podre no reino da Dinamarca. Se as denuncias paralisam o legislativo a responsabilidade é exclusivamente dele visto que é fato corriqueiro que seus membros são notórios produtores de escândalos de todos os matizes. Mas, esta lambança dos “atos secretos” foi muito providencial para o governo petista porque apagou o crescente brilho de uma estrela em ascensão para desvendar alguns segredos da grande caixa preta que poderia ser a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobrás. O presidente ao dimensionar tal violação ao Estado Democrático de Direito como “coisa secundária” está legitimando a anarquia, a corrupção, o corporativismo e todas as bandalheiras praticadas.


O Lula, aquele que conheci há trinta anos atrás, tinha o senador José Sarney (PMDB-AP) em conta como um gatuno e hoje o defende abertamente. Mudou o Lula ou o velho cacique maranhense? Quem respondeu Lula está ab-so-lu-ta-men-te certo! O octogenário político continua a mesma raposa de sempre. O chefe de Estado e de governo brasileiro evocou o passado (sic) do senador para amparar todas as safadezas a ele atribuídas. Que passado? O de haver arruinado com a nação durante sua desastrosa passagem pela presidência da República? De haver enriquecido a olho nu ano após ano durante toda sua longa vida pública? De haver manipulado as instituições em benefício próprio ou de outrem? De haver transformado o Estado do Maranhão num feudo seu empobrecendo-o brutalmente? De haver, de uma maneira ou de outra, por o Estado a seu serviço? Mesmo que o referido senador tivesse tido uma vida plenamente santificada não seria justificativa para minimizar ou eximi-lo da responsabilidade por haver cometido um único delito que fosse. Para também não me rotularem de radical e outras baboseiras reconheço (talvez possa esmiuçar isto noutra ocasião com maior rigor crítico) a importância da habilidade com a qual o presidente Sarney conduziu aquele momento tão delicado que foi a transição do regime militar para o Estado de Direito tendo uma Constituição de exceção e outros instrumentos autoritários, as paixões encontravam-se à flor da pele tanto de um lado quanto do outro. Talvez encontre outros pontos a favor, porém, neste momento não interessa buscá-los. Nenhum cidadão, seja ele o mais humilde ou o mais importante, está isento ou acima da lei sob quaisquer alegações.


Posso até concordar com o presidente de que existem coisas certas, mas raios que me partam pagamos nossos impostos (somos os provedores do Estado), votamos nos nossos representantes e o que devemos esperar? Coisas erradas? Lógico que não. Candidataram-se e foram eleitos para administrar a coisa pública e isto deve ser feito com eficiência, transparência, honestidade. Os erros (leia-se delitos) são inadmissíveis. Ou devo crer que nossos governantes são estúpidos? Isso, definitivamente, não são. O presidente defende o Congresso Nacional no que a ele me uno no sentido de Instituição não ao flagelo que seus membros o relegaram. Quanto aos partidos... O presidente só pode estar brincando. Partido político no Brasil tem tanta serventia quanto um freezer na Antarctica.


CELSO BOTELHO

23.06.2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O MORDOMO E A FUNCIONÁRIA VIRTUAL



Pronto. Não há necessidade de ficarmos queimando a mufa para encontrarmos o responsável de toda lambança chamada “atos secretos” no Senado Federal. Como nos romances policiais a culpa sempre é do mordomo. E mordomo do clã dos Sarney. Contudo, a filhinha do papai, a governadora Roseana Sarney, nega peremptoriamente que o dito cujo seja seu empregado e, caso de fato for, sempre se poderá valer da máxima de São Lula “eu não sabia”. Sendo a função de mordomo de extrema confiança é bem capaz que ele próprio saia em defesa da patroa alegando que era serviçal voluntário por ser um apaixonado admirador de figura tão augusta. Segundo consta, o tal mordomo exercia atividades variadas na humilde residência de sua fada madrinha, isto é, pau para toda obra. E isso vai desde abrir a porta e anunciar as visitas até servir seu pequeno desjejum, lavar roupas (e talvez outras coisas, pois sabemos existir muitas lavanderias domésticas), cuidar dos cachorros, pregar botões, engraxar sapatos, limpar a piscina, aparar grama, servir um chá com torradas, atuar como laranja ou fantasma e por ai a fora. Um fantasma de R$ 12.000,00 mensais é, com certeza, de primeira linha!

Outro caso que se deu no covil da patifaria (leia-se Senado Federal) que reputo como campanha difamatória contra a senadora Serys Shessarenko (PT-MT) (grafei direito?). Imaginem que acusam a nobre senadora de manter uma funcionária (com o nosso dinheiro) que mora em Bethesda, cidadezinha próxima a Washington. Pense na vida agitada desta servidora: voar todos os dias da terra do Tio Sam para a Ilha da Fantasia para cumprir o expediente no Senado Federal. Muito desgastante, sem falar nos riscos que envolvem viajar de avião. Ou será que esta servidora responde às suas atribuições virtualmente, porque para a Internet não importa se você está na Mongólia, Nova Iorque ou Nova Iguaçu? Deve ser isso. Uma funcionária virtual com salário, horas extras e todos os benefícios sabidos e conhecidos. Um emprego destes faria inveja ao próprio Karl Marx (1818-1883) que largaria mão daquele negócio de socialismo e coisa e tal.


Quanto mais se revolve mais excremento aflora. É impressionante mesmo para o conhecedor mais calejado dos meandros políticos brasileiros a condição putrefata daquela Casa Legislativa (o que não exime as demais ou os outros poderes). A situação na qual se encontra é gravíssima. No final deste túnel não existe luz e sim uma reforçada parede de concreto e, para derrubá-la, será necessário mais do acanhadas marretas. A cada momento descobrem-se novos vícios, novas falcatruas, negócios espúrios, condutas claramente fisiológicas e corporativas. Enfim, lambança após lambança. Alguns (certamente retardados ou beneficiários da sistemática corrupção) ainda defendem que respeitemos o Senado Federal. Ora, quem quer respeito deve fazer-se respeitar. Até mesmo senadores que ainda mantinham alguma razoável reputação deixaram-se encantar pelo canto das sereias maquiavélicas.


CELSO BOTELHO 22.06.2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

CARTA AO ONOFRE ( II )


Prezado e caríssimo Onofre satisfeito fico em saber que goza de boa saúde, excelente humor e recursos razoáveis para ir tocando sua vida ai no sítio. Não me há de faltar oportunidade de tudo largar e arribar até este encantador pedacinho de chão. Porquanto, querido amigo, hás de contentar-se com as missivas. Pois muito bem, caso vos dissesse que haveria alguma coisa surpreendente acontecendo certamente seria invencionice minha e, bem me conheces, minhas narrativas são a cerca do que ocorre, sem um mais ou um menos. Não é novidade para ti que a República brasileira está em pandarecos há tantos anos que já nos esquecemos quando exatamente poderia ter começado a ruir ou, eis o pior, talvez tenha sido erguida sobre escombros. Sabes tu perfeitamente que entra legislatura sai legislatura e a qualidade moral dos integrantes do velho Senado Federal anda de mal a pior. Seus membros tornam-se mais conhecidos pelas páginas policiais dos noticiários do que naquelas dedicadas à atividade política, pois, uma fundiu-se à outra proporcionando assim vantajosa economia de papel para os editores de jornal, de telejornais e radiofônicos, estes últimos no que concerne ao tempo.


Quando eu e tu, por exemplo, pensamos já havíamos visto (mesmo sem entendermos) boa parte das coisas na política sempre uma novidade nos arrebata deixando-nos, pois, com cara de babacas. É, deveras, humilhante encontrarmos-nos nessa condição dileto amigo após termos atravessado o causticante rio do autoritarismo durante duas décadas. Não que naquela época não existissem canalhas. Pelo contrário, contávamos como uma quantidade apreciável deles e, sabemos, alguns continuam circulando por ai serelepes realizando “negócios” muito mais arrojados que outrora. Porém, contávamos também com a censura que os protegia e nos tolhia, cerceava e perseguia. Os milicos só não faziam chover porque os índios se recusaram a ensinar-lhes a dança da chuva. Mas, por ora, deixemos tais lembranças de lado.


Onofre, eterno companheiro de outras lidas, não é que desta feita descobriu-se que o Senado Federal vinha praticando edição (sem publicá-los, naturalmente) de “Atos Secretos” para nomear, exonerar, aumentar salários, criar cargos e tal. É isto mesmo. Imagino-o pasmo e, se me permite dizer, embasbacado. O diabo que ninguém sabia de nada, o que caracteriza um caso sobrenatural meu petrificado amigo. Ghost. Eis a palavra mais moderninha, posto que em nossa época disséssemos simplesmente que fora trabalho de assombrações. Daquelas perversas que vagueiam pelo espaço e na primeira oportunidade pimba! Nos sacaneiam em grande estilo. O presidente da Casa, nosso conhecido de outros tempos, o senador José Sarney (PMDB-AP), segundo parece, está mais envolvido que o planeta Saturno em seus anéis. Mas o homem, plagiando o presidente Lula, O Ignorante, jura de pés junto que de nada sabia, mesmo tendo-se em conta que exerce a presidência da Instituição pela terceira vez (não digo que conta de três foi o diabo que fez!) e é senador desde o período jurássico ou mesmo o anterior. Invoca até o nosso maltrapilho Estado Democrático de Direito para a proteção dos supostos delinquentes. A anarquia desfila imponente nos três poderes da República: uns viram, mas não sabem; outros sabem, mas não viram.


Sabes tu do meu apreço pela Instituição Senado Federal. Lembras bem do pacote de abril em 1977 quando o então general-presidente de plantão Ernesto Geisel o fechou? Ficamos calados? Aprovamos a truculência? Obviamente que não. Desconfio que o militar deixou grande quantidade de papel por lá e que até hoje nos empacotam com ele. Tenho lido e ouvido, há bastante tempo, este ou aquele, defendendo seu fechamento. Não entendo que seja solução adequada a despeito de toda indignação que nos causa as práticas criminosas de seus membros. Substituir as peças corroídas de uma máquina seria a atitude elementar, racional. Porém, em se tratando do Senado Federal não é tão simples, pois, estamos diante de um impasse: a substituição de seus integrantes via voto não garante em nada que será transformado para melhor tal a ineficácia do sistema representativo (substituir por suplentes nem é bom pensar). Enxotar todo mundo de lá e mantê-lo aberto é impossível. Tenho cá minhas sugestões, algumas das quais tens conhecimento profundo. Umas se apresentam perfeitamente exequíveis, outras necessitam de mais apurada elaboração. Contudo, são perfeitamente discutíveis ao levarem em conta os valores democráticos, a aplicabilidade, a funcionalidade e por ai a fora. Certamente na hora mais apropriada as farei públicas, caso não me atrase ou que “eles” não se adiantem. É um risco que se corre.


Onofre, uma vez mais, agradeço a atenção que me dispensa e reitero minha admiração e respeito. Sabes que não me comunico contigo mais amiúde devido à escassez de tempo (lá se foi o tempo que, jovens, tínhamos todo o tempo do mundo). Cá do meu sótão encontro-me entretido em leituras, estudos e redigindo este ou aquele artigo, além de outros afazeres, de forma que quando dou conta estou exausto e, como todo bom mortal, o corpo reclama descanso. Isto, por certo, hás de compreender mais do que qualquer outra coisa (dormir numa época de nossas vidas assemelhava-se a luxo que não devíamos desfrutar com muita frequência). Em breve estarei ai no sítio deliciando-me com as benesses e os encantos da mãe Natureza e de sua inestimável companhia com nossos longos e prazerosos debates.


Forte Abraço,


CELSO BOTELHO

19.06.2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A MAROLINHA QUE VIROU ONDA


Uma quadrilha, bando, gang ou facção especializada neste ou naquele outro ilícito enquanto estiver articulada e seus integrantes comungarem dos mesmos interesses sua unidade está mantida. Caso venha a ocorrer alguma ruptura ai o bicho vai pegar para todos, pelo menos para os mais fracos ou mais otários. Na política não é diferente. As safadezas veem à tona pelo corriqueiro fato de alguém denunciar. Alguém que não fora admitido no grupo malfeitor ou que tenha seus interesses prejudicados por este mesmo grupo. O próprio presidente Lula, O Ignorante, por ocasião do “mensalão” foi supimpa ao definir como se sabia da corrupção (logo ele que não sabe de nada). Segundo ele só haviam três maneiras: participando da corrupção, alguém participando e contando e através das denúncias da imprensa. Posso acrescentar que tem o caso do sujeito não participar, porém ter conhecimento (mesmo jurando de pés junto que não sabia) e se omitir e isso pode acontecer por diversos motivos, alguns confessáveis outros não.


O presidente, mesmo alhures (no pitoresco Cazaquistão) saiu em defesa do ex-adversário e atual aliado senador José Sarney (PMDB-AP) condenando o que chamou de uma “onda de denuncismo”. Levando-se em conta que seja uma onda e não uma “marolinha” a corrupção já come solta na administração petista impunemente, fico aterrorizado só de pensar caso não houvesse denúncias. Bom, se o presidente está tão incomodado com as denúncias devo lembrar que os incomodados estão livres para partir instalando-se em qualquer nação totalitária. Ou será que se esqueceu que o Partido dos Trabalhadores passou décadas denunciando até unha encravada dos seus adversários? O presidente Lula, O Ignorante, disse que o senador não poderia ser tratado como “gente comum” evocando sua extensa biografia. Vamos por partes. O que será que é, na sua concepção, “gente comum”? Um camarada que sofreu (e sofre) preconceitos mesmo tendo alçado o cargo máximo na República jamais poderia dizer tal bobagem. Essa “gente comum” a que se refere é a sua origem, ou já não se lembra disso? Este termo esta eivado de preconceitos. Será que a lei, a denúncia, a exposição pública, a investigação, o indiciamento, o julgamento, a condenação e as prisões só valem para “gente comum”? Que privilégio é esse? Segundo me parece a Constituição Federal não faz esse tipo de distinção. Pouco importa quem seja ou que cargo ocupe desde o momento que infringiu a lei, as regras, a ética e decoro deverá ser enquadrado sem chorumelas. Justificar esse privilégio evocando a biografia do senador foi, simplesmente, estapafúrdio, para se dizer o mínimo. Não se constitui em nenhum segredo que a vida pública do presidente do Senado Federal tenha sido de uma castidade à toda prova. Ou será que dirá que também “não sabia”? Creio não ser necessário recapitular fatos e embates passados bastando, pois, relembrar que seu partido negou-se a participar do Colégio Eleitoral que elegeu o Dr. Tancredo Neves (1910-1985) e José Sarney para presidência e vice-presidência da República. Num momento o presidente atribui a crise internacional aos “ricos de olhos azuis” deixando implícito que somos o oposto, ou seja, pobres de olhos castanhos (ou pretos) noutro momento diz, nas entrelinhas, que esses mesmos pobres de olhos castanhos (ou pretos) estão divididos em castas (“gente comum” e “gente incomum”).


É o que sempre digo: quando o presidente não diz bobagens está a fazer besteiras. O calibre moral dos integrantes do Senado Federal nos permite dizer que ali sim é comum a prática do ilícito e, sendo assim, é lugar de gente comum. O incomum é a sociedade tolerar a sistemática corrupção e a endêmica impunidade que assola o país durante décadas. Presidente, para que não haja “uma onda de denúncias” será necessário não haver um tsunami de bandalheiras.


PS: O traje típico do Cazaquistão caiu-lhe como uma luva, perfeita. Show de bola!


CELSO BOTELHO

18.06.2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

SANTUÁRIO DA HIPOCRISIA


Além de covil da patifaria o Senado Federal também é o santuário dos hipócritas, isso para parecer generoso na adjetivação. O pronunciamento de Sua Excelência o nobre senador pelo Estado do Amapá na tribuna causou-me arrepios quase me levando às lágrimas de ver um homem público tão injustiçado quanto José Sarney, tadinho! Tantos e quantos préstimos este servidor público tem listado em sua longa carreira! E põem longa nisso! Sinceramente, não me imagino sem ter conhecido sua brilhante passagem pela presidência da República! Como não hei de sentir saudades do arrojado Plano Cruzado e suas malfadadas emendas? Afinal, não é comum um governante pegar todos com as calças na mão e esculhambar toda a economia nacional. Qual o safado que não gostaria de ter uma máquina do tempo e voltar aqueles índices inflacionários que lhe permitia ganhar muito dinheiro sem fazer absolutamente nada? O atual presidente do distinto Senado Federal foi o pioneiro na idéia de rato de esticar mandato. Foi eleito para seis anos, o Dr. Tancredo Neves (1910-1985) prometera reduzir para quatro e, negócio vai negócio vem, acabou com cinco. Como éramos felizes em encontrar as prateleiras dos supermercados vazias e todo mundo cobrando ágio a torto e a direito! Os repetidos saques faziam parte da paisagem brasileira naquela época de ouro da hiperinflação. A fome e a miséria tinham lugar cativo na vida da maioria dos cidadãos desta pátria mãe gentil! Negar fatos como estes é revelar-se um profundo ignorante quanto à importância deste imaculado servidor. Nestas breves linhas não há sequer como proporcionar-lhes uma noção das (más) contribuições do governo Sarney (1985-1990).


Seus parceiros acharam seu discurso tímido, mas – caramba – o que o homem poderia dizer além de repetir, feito papagaio, que “não sabia”. Ô gente perversa! O prezado senador deixou explícito que iria em frente doa a quem doer. Muito bem. Resta saber em quem? Ah, sempre se arranja um bode expiatório, alguém perfeitamente qualificado para pagar o pato. Pela experiência que possui deveria ter compreendido que não se trata de um erro a ser corrigido, são inúmeros delitos praticados de caso pensado e, portanto, só a punição justifica, seja senador ou não. Quanto a mim o nobre senador não precisa se apoquentar, pois respeito e muito a instituição Senado Federal, mas não posso dizer o mesmo com relação aos seus atuais ocupantes, seu sono está garantido no que concerne a este comentarista. Tem um detalhe, aliás, muitos e sobre muitas coisas, que minha limitada inteligência não consegue alcançar: sendo senador desde período jurássico e pela terceira vez ocupando a presidência da Casa como pode ser tão ignorante a cerca de seu funcionamento, das manhas e artimanhas de seus cândidos pares sempre ciosos da máxima de São Francisco, cujo propósito não é nada parecido com o desta raça ruim? Mas, segundo ele, a crise é do Senado Federal. Não entendi. Será que devo atribuir todas as patifarias ali praticadas à Instituição e não ao homens que ali estão? Se for assim posso estender o conceito para o Executivo e Judiciário responsabilizando o Palácio do Planalto pelos estragos do governo e o Supremo Tribunal Federal pelas decisões equivocadas (assim dito para ser elegante) que toma excluindo os homens. O discurso do senador evidenciou a necessidade de submetê-lo ao pronto atendimento por parte dos médicos da Casa, pois são fortes sintomas de amnésia que o octogenário senador deixou transparecer.


O ilustre filho do belo Estado do Maranhão que representa o não menos belo Estado do Amapá conseguiu dizer tudo sem dizer absolutamente nada de nada vezes nada elevada a quinta potência, ou seja, nada. E o Senado Federal, que não sabe nadar, vai afundando num mar de imundícies.


CELSO BOTELHO

16.06.2009

COVIL DA PATIFARIA


Covil da patifaria. Está definido o Senado Federal. O sujeito tem que ser muito estúpido ao imaginar que possa pinçar alguns membros desta “seleta” Casa como sendo as exceções, visto que a prática do ilícito é a regra, mesmo porque devemos considerar a omissão como delito, e grave. Todos estão levando dinheiro (muito e público) para casa com a maior desfaçatez. Jamais poderíamos supor que aquele lugar fosse um paraíso com muitos anjinhos fofos, mas também não desejamos, em momento algum, que não fosse um inferno repleto de capetas, o que poderia se dar seria um meio-termo ora pendendo para um lado ora para outro sendo sempre possível um equilíbrio, mínimo que fosse para o inferno não ganhar do paraíso. Porém, este meio-termo não existe e, nesta batalha, o inferno ganhou em primeiro turno e com louvor. As criaturas hediondas tomaram assento nos três poderes da República enganando, roubando e matando a três por quatro, quatro por cinco, cinco por seis e assim sucessivamente. Não vejo, no momento, uma analogia melhor para falar do Senado Federal. Aquilo é o inferno sem retoques!

O senador José Sarney (PMDB-AP), segundo tem-se noticiado amplamente, tem seu nome envolvido nas mais diversas modalidades de pura e simples patifaria. Esse cidadão foi um desastre para esta nação, quer na sempre golpista UDN (União Democrática Nacional), quer na vaquinha de presépio chamada ARENA (Aliança Renovadora Nacional), quer no velhaco PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), quer (e principalmente) na presidência da República ou agora no Senado Federal. Têm alguns idiotas que pedem sua renúncia. Besteira. Você pode substituir a velha manilha de barro por tubos de PVC, mas o que corre no esgoto será sempre a mesma coisa. Caso dissesse que ali todos são farinha do mesmo saco certamente estaria depreciando a boa e velha farinha, portanto, é mais apropriado dizer que são ratos do mesmo esgoto. É neto, é sobrinha, é filho, é filha, é amigo, conhecido, gato e papagaio sugando os cofres públicos. O senador Sarney me remete à figura do velho e atrevido coronel do sertão que decidia sobre a vida e morte nos joelhos, posto investir-se também da autoridade de delegado, promotor, advogado de defesa e juiz. Com métodos mais sofisticados, é claro.

No caso do Senado Federal precisamos discordar do dito popular que diz que o diabo não é tão feio como se pinta, é várias vezes mais aterrorizante. Tem jeito? Tem. Depende de nós. Enquanto acreditarmos que o simples fato de votar neste ou naquele trará solução para o que quer que seja neste sistema eleitoral pervertido continuaremos a delegar poderes aos mesmos bandidos de sempre, a menos que apreciemos sermos roubados descaradamente. A nação não está restrita a oitenta e um parlamentares que se julgam acima do bem e do mal, é bem maior que isso. A nação somos nós. Cidadãos e contribuintes (eis as palavras-chave) e não podemos permitir essa sangria sob pena de uma total desintegração moral e material. Precisamos fazer valer nosso poder exigindo mudanças que não sejam meros slogans publicitários e demagógicos. Não defendemos, de modo algum, a desordem, isso é ilegal e de resultados duvidosos. Devemos exercer a máxima pressão possível para que se comece a reverter esse estado deprimente ao qual chegou o Brasil. Porque, não se iludam, eles comem o churrasco e nós engordamos o boi. Dizer que o Senado Federal é lambão é reduzir-se um tsunami à garoa.

CELSO BOTELHO 16.06.2009

sábado, 13 de junho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

SENADO FEDERAL: "ATOS SECRETOS", ORA VEJAM!


Qualquer casa de tolerância aparenta conduta muito mais decente do que o Senado Federal. Pratica-se nesta instituição todos os ilícitos previstos e não previstos no sexagenário Código Penal com a mesma desenvoltura com que se pede um cafezinho no bar da esquina. Tem de um tudo: corruptos, corruptores, integrantes e chefes de quadrilhas especializadas em toda sorte de delitos. Nos idos de 1963 teve até troca de tiros naquela Casa entre os senadores Armon de Melo (1911-1983), pai do senador Fernando Collor, que disparou contra seu desafeto senador Silvestre Péricles (1896-1972) mais de uma vez acertando e matando o senador pelo Estado do Acre José Kairala (1924-1963) que não tinha nada a ver com a pendenga. Este fato só confirma o profundo desprezo que devotam à Instituição e a sociedade.


Todas essas (más) ações primam por um só objetivo: dilapidar o patrimônio público, subjugar, enganar, tripudiar, lesar e extorquir a sociedade até sua exaustão. Devo advertir aos “nobres” senadores que não há bem que sempre dure nem mal que jamais se acabe. A safadeza mais recente são os “atos secretos” que garantem a orgia nomeando,exonerando, aumentando salários, etc. e eu tolamente pensando que somente algumas votações fossem secretas! Durante o regime militar (1964-1985) havia os “decretos-secretos”, mas isso não era nada fora do comum em se tratando de um regime de exceção, pois, os milicos arvoravam-se no direito (e no dever) de fazer o que quisessem, excetuando-se as forças da Natureza onde não poderiam exercer seu poder baseado na truculência. Os militares foram embora, porém deixaram uma montanha de entulhos autoritários que, se não foram aproveitados receberam uma nova roupagem, como por exemplo, o decreto-lei que virou medida provisória.


O neto do senador José Sarney (PMDB-AP) foi exonerado do gabinete do senador Epitáfio Cafeteira (PTB-MA) também via secreta para não expor o avô dinossauro à execração pública de ter um parente não concursado mamando nas tetas do Senado Federal após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) de que a Casa deveria cumprir a súmula antinepotismo, mas nesta altura do campeonato o netinho havia permanecido de 2007 a 2008 recebendo qualquer merreca em torno de R$ 7.000,00. São mais de trezentos casos, este chama bem mais nossa atenção por envolver um ex-presidente da República que, diga-se de passagem, foi desastroso. Descobriu-se que este senador recebia “auxílio moradia” residindo em Brasília e num primeiro momento negou e num segundo desculpou-se dizendo que “não sabia” como também “não sabia” desses “atos secretos” argumentando que cuida mais da parte política que administrativa (Lula fez escola). Ora, ora, ora senador não me engana que eu não gosto. E se eu fosse começar a enumerar os “deslizes” de Sua Excelência qualquer revistinha pornográfica aparentaria mais inocência. Muito se fala que se fechássemos o Senado Federal ninguém iria perceber, no entanto não penso que deva ser assim, isto dá uma conotação ditatorial (sou alérgico a ditaduras e ditadores). Como Instituição tem um objetivo preciso e de importância fundamental no regime democrático o que se torna imprescindível é realizarmos uma faxina completa desinfetando-a exemplarmente a fim de expulsarmos os insetos que dela se apoderaram., mas não contem o o senador Sarney para isto.A manobra foi utilizada por Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), este já no andar de cima (ou de baixo), todos três de triste memória. No mês passado a FGV (Fundação Getúlio Vargas) detectou mais de 600 funções comissionadas e cargos com gratificação. Caso procuremos com maior afinco provavelmente encontraremos diretores ou chefes de vasos sanitários. Neste mês “atos secretos” foram descobertos e no próximo? Qual será a velhacaria? Não poderá ser nossa sina entregarmos o país constantemente a elementos pífios, é necessário que nos conscientizemos e nos unamos para banir essa gente de uma vez por todas, pois, caso contrário, a bancarrota será inevitável e nos atingirá dos pés à cabeça. Estamos caminhando a passos largos para o fundo do poço. Atos secretos num regime democrático é algo grave, inconcebível, amoral e próprio de canalhas.


CELSO BOTELHO

11.06.2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

LULA, O IGNORANTE, MAGNÂNIMO


Não tem jeito não. A cada vez que o presidente Lula, O Ignorante, abre a boca fico mais esperto que o de costume procurando decifrá-lo, seja quando diz algo sério (é raro, mas acontece), seja quando recorre a metáforas idiotas e pueris ou quando toma decisões. Desta feita não é diferente. Ao dar entrevista a agência Reuters afirmou que se a Dona Dilma Roussef (ex-pseudo-guerrilheira) fosse eleita não iria meter-se em nenhuma aventura (como aquela do roubo a casa da amante do ex-governador Adhemar de Barros em Santa Tereza, RJ, de onde levaram US$ 250 mil juntamente com o cofre no qual se encontravam e até hoje o caso não está explicado ou seria só aventura econômica?) e fora por ele escolhida mais por semelhanças que por diferenças e, se assim for, vai ser o diabo mais quatro anos! Arrematou atribuindo a possível eleição da mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ao sucesso deste governo. Mas que cara-de-pau! Sucesso deste governo, ora vejam! Se fosse verdade a assertiva eu diria que o presidente havia colocado a modéstia à parte, porém, sendo uma deslavada mentira só posso concluir duas coisas: ou o presidente aterrissou e governa o planeta Marte ou seus acessores, correligionários, apaniguados, bajuladores, capangas, a imprensa e, principalmente, a realidade nacional estão descaradamente o enganando desde 2003. Não quero nem pensar no que seria um fracasso na administração petista.


Ao dizer, textualmente, “espero que seja diferente (Dilma Roussef), porque se for para ser igual, fico eu”. E ai podemos fazer uma leitura clara e precisa de suas (más) intenções. Posso imaginar (e isso não é proibido) que a candidatura da ministra possa parecer com aquela estratégia do gatuno ao desejar assaltar uma residência que possua cães de guarda lançando-lhes suculentos bifes devidamente temperados com sonífero e, dopados, os proprietários seriam facilmente dominados e a subtração de seus pertences levada a cabo sem contratempos. É muito grave esta fala presidencial por vários motivos. O presidente foi eleito, democraticamente, para um período de quatro anos com a possibilidade de mais quatro da qual foi merecedor de acordo com o eleitorado e fim de papo. As diversas articulações que são promovidas dentro e fora do Congresso Nacional (sic) para brindá-lo com um terceiro mandato não são segredos, ao contrário, são expostas com a maior clareza e são, inequivocamente, uma ameaça a ordem institucional. Os adeptos de uma ruptura institucional parecem haver esquecido o que isso significou ao longo da história republicana deste país e o sofrimento que impingiu a sociedade (pelo menos a parte decente dela) ou, caso não tenham esquecido, colocam interesses pecuniários e corporativos acima de suas próprias genitoras. Repito mais uma: no que me seja possível combaterei veementemente esta tentativa de golpe que estão maquinando há vários anos e com o aval do Palácio do Planalto.


Finalizando o Magnânimo saiu-se com sua resposta predileta que “não sabia” que a burocracia era desta forma porque, caso contrário, teria feito um projeto para “facilitar” as coisas no primeiro ano de mandato. Cacete, mais facilitado que isto para a pratica “ampla, geral e irrestrita” da corrupção só mesmo dando um cheque assinado e em branco para empreiteiros, banqueiros, empresários, ongs, etc. Interessante notar que quando estava na oposição sabia destas mazelas todas, porém, uma vez eleito e empossado foi acometido da mais absoluta amnésia. Contam que um sertanejo dizia para nos cercarmos de cuidados com três santos: o São Soubesse, o São Quisesse e o São Pudesse e exatamente deles que o presidente está se socorrendo em final de mandato para justificar os estragos.


CELSO BOTELHO

10.06.2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

PRESIDENTE: CADÊ A CANETA?


Às vezes fico um tanto constrangido de comentar sobre as declarações e posturas do presidente Lula, O Ignorante, com tanta freqüência, porém, Sua Excelência não deixa alternativa ao fornecer material tão vasto que demonstra limpidamente quem de fato é: mais um astuto politiqueiro. Ao menos poderia esmerar-se em parecer um politiqueiro coerente. No entanto, seu arsenal de lógica é extremamente débil. Desta vez fiquei, deveras, confuso quanto o alcance de sua autoridade como chefe de governo e de Estado, afinal cadê a caneta? Caso não reconhecesse motivação eleitoral na forma como os políticos tratam as invasões (e tudo mais) eu poderia dizer que havia perdido o juízo, pois, é notório o envolvimento do PT e do próprio presidente desde os tempos dos dinossauros com movimentos sociais (sic) e ações que primam por subverter a ordem. Tai o MST (Movimento dos Sem-Terra) para confirmar o que digo. Segundo o presidente os políticos quando estão na oposição têm mania de incentivar invasões e quando são governo atacam quem as provocou e não retiram o invasor. E não foi de outra forma que o PT sempre atuou na primeira parte desta constatação presidencial porque na segunda parte seria completamente absurdo o PT reclamar de si próprio e tentar retirá-los.


A declaração presidencial que mesmo com suspeita de superfaturamento as obras deveriam prosseguir sob pena de que uma paralisação viesse a somar prejuízo maior ao Erário é de estarrecer qualquer cristão, ateu ou muçulmano. Posso chamar isso de conivência, complacência, permissividade, omissão. Esta tara tupiniquim chamada superfaturamento é de seu pleno e total conhecimento antes mesmo de sequer imaginar-se pelego sindical quanto mais presidente da República, portanto, ao ser empossado deveria ter empreendido um combate vigoroso a esta prática, mas não o fez e por quê? Simples resposta: porque, como é a praxe, havia acordos que não fariam bem à saúde serem rompidos. Ao detectar-se superfaturamento e outras sacanagens que envolvem as licitações poderia haver tomado várias decisões que certamente não as eliminariam, contudo poderiam minimizá-las sensivelmente, pois, deu-se o oposto: a safadeza prosperou muito na era Lula sempre contando com o auxílio luxuoso do indecente e cada vez mais forte Instituto da Impunidade. Não me parece, portanto, que o primeiro mandatário desta nação esteja de fato preocupado em deter as investidas dos gatunos aos cofres públicos.


Uma vez mais o presidente Lula, O Ignorante, lança na conta dos governos anteriores todas as mazelas existentes e por existir nesse imenso Brasil varonil. Imagino que, vez por outra, seja acometido de algum lapso de memória e a percepção do cargo que ocupa se apague. Não há necessidade de nos lembrar que os problemas são seculares e que não exista a mínima condição de resolvê-los, posto que disso estejamos carecas de saber. Os problemas estão postos e responsabilizar este ou aquele não trará sequer conforto para a sociedade que espera, isto sim, uma postura consistente frente a eles numa busca sincera para encontrar-se as soluções mais adequadas. Essa lengalenga é, sem dúvida, muito idiota. Finalmente transfere para as administrações futuras o encargo de resolverem o problema das enchentes (e de tudo o mais) numa demonstração inequívoca de encontrar-se em final de festa, ou melhor, mandato e pouco se lhe importa o que, como e quando acontecerá, posto que com quem todos nós já o saibamos. Revelou o presidente que já sente saudades do governo e, imediatamente, um integrante da ANABOL (Associação Nacional dos Baba-Ovo do Lula) gritou entusiasticamente: “terceiro mandato” fazendo os olhos do presidente faiscarem de desejo. O presidente pode sentir falta do governo, o governo pode sentir falta do presidente e eu não sentirei a falta de ambos.


CELSO BOTELHO

09.06.2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A OPOSIÇÃO NÃO TEM DISCURSO E A SITUAÇÃO TEM FALÁCIA


Nosso grande “estadista” saído do peleguismo sindical o presidente Lula, O Ignorante, nos brinda com mais uma de suas homéricas bobagens e insuspeitáveis incoerências ao dizer “que quando a oposição não tem discurso, não consegue fazer debate econômico ou sobre infraestrutura, acaba fazendo isso” (referindo-se a CPI da Petrobrás). O Partido dos Trabalhadores durante seus longos anos de oposição só tinha um discurso: ser contra tudo e contra todos que com ele não comungasse. Atiravam para todos os lados à esmo, repudiavam as agruras do inferno e questionavam os deleites do paraíso reduzindo tudo a uma coisa só. Não consigo me lembrar de um único momento no qual tenha, de fato, querido sentar-se à mesa para propor e/ou discutir um projeto de Estado capaz de tirar este país de seu eterno atoleiro. Ao contrário inventava, estimulava e fomentava movimentos e ações do calibre do MST e correlatos que, além de uma praga, tornou-se uma ameaça concreta à sobrevivência do Estado brasileiro, ou o que resta dele. Neste ponto, contudo, devemos admitir que desde 1889 jamais se cogitou sequer em forjar em toda sua plenitude um Estado brasileiro ou, caso contrário, a idéia foi eficientemente abortada antes que tomasse corpo. Sua preocupação maior era alcançar o poder fosse do jeito que fosse. O discurso do PT era (e continua sendo) como sua ética: uma quimera tóxica, pois, admitamos, tem o poder de tornar os mais incautos ou os diversos tipos de desesperados inveterados dependentes. O discurso do PT consistia na tomada do poder agora transformado na permanência no poder. Portanto, se há uma pessoa completamente desqualificada para dizer que a oposição não tem discurso (e não tem mesmo) é o “glorioso” filho do município de Garanhuns no Estado de Pernambuco.


Até que me provem o contrário estarei crendo que jamais vi um projeto econômico ou de infraestrutura do PT oposição ou coisa que o valha. No PT situação podemos encontrar o que chamam de projeto com outros adjetivos tais como projetos eleitoreiros, populistas, corporativos, entreguistas, lambões, etc. Excetuando-se sua real vocação para a baderna o resto sempre foi pura demagogia. E, admitindo que a maltrapilha oposição não tenha discurso, o responsável por isso é o PT que, descaradamente, o roubou em todos os planos (político, social e econômico). Apropriou-se do discurso que satanizava e expandiu-os com generosa largueza em benefício dos mesmos interesses que apontavam como detratores da nação, espoliadores da sociedade, empecilhos a justiça social e a distribuição de renda. Ora, quem nunca teve discurso e surrupia o alheio, pode ser classificado como incompetente, larápio e incoerente.


A CPI da Petrobrás não incomoda nem um pouco o presidente. Esta “caixa preta” jamais e em tempo algum será aberta com essa dinastia de politiqueiros que dispomos. Servirá, a exemplo de suas predecessoras, de palanque eletrônico fora do tempo previsto pela legislação para por em evidência seus membros na mídia, para desperdiçar o dinheiro do contribuinte montando uma estrutura paquidérmica, para a realização de negócios paralelos, para a celebração de acordos espúrios e por ai vai. Não servirá, entretanto, para apurar coisa alguma que possa abalar as estruturas estabelecidas. Somente para ilustrar posso dizer que vi – ninguém me contou – e está lá para quem quiser conferir várias aberturas de crédito suplementar para a Petrobrás aprovadas pelo “distinto” Senado Federal envolvendo cifras astronômicas e, uma delas, mencionava qualquer coisa como a compra, transporte e instalação de equipamentos sem especificar qual seriam os equipamentos, quem os forneceria, quanto custava, quem o transportaria, a quanto e por que meio e muito menos quem o instalaria e a que preço são, pois, informações primárias e não técnicas que foram omitidas e o imblógrio foi aprovado com louvor e todos os “nobres” senadores foram para casa e dormiram o sono dos justos. Então fica patente a posição confortável do “pau-mandado” da vez com relação a mais esta traquinagem da oposição (e da base aliada/subordinada também) podendo, então, concentrar-se naquilo que mais o interessa: um terceiro mandato novinho em folha. Uns não têm discurso, outros só têm falácia e rigorosamente todos só têm interesses pessoais e inconfessáveis.


CELSO BOTELHO

06.06.2009

quinta-feira, 4 de junho de 2009

SEGURA A PICANHA MINISTRO!


Sujeito cri-cri é esse tal de Minc “Mouse” agora acusa a Confederação Nacional da Agricultura (também flor de aroma não muito agradável) de querer tirar a “picanha do Carlinhos” e, a propósito, fico a me perguntar se tal parte bovina é oriunda daqueles bois-piratas que apreendeu ano passado com estardalhaço circense. A picanha é, nada mais nada menos, as mordomias e outras “coisitas” mais das quais desfrutam os vassalos do Palácio do Planalto às expensas dos contribuintes. “Querem o meu pescocinho”, choramingou o destemperado, desastrado e assustado ministro temeroso de perder a “boquinha” na administração petista. Interessante é sua afirmativa de que “a gente vai avançar com o presidente Lula” o que demonstra claramente o total desconhecimento do pseudo-ecologista do que venha a ser avançar e recuar ou vice-versa. Contudo, segundo ele, é obediente ao Chefe e isto pode ser traduzido, no popular, como capacho do Chefe ou baba-ovo, tanto faz. Sendo assim, deve pedir sempre em suas orações (se é que faz alguma) que o presidente Lula, O Ignorante, não venha a pedir-lhe coisas estrambóticas, algumas das quais aqui impublicáveis a fim de averiguar sua submissão.


O desmatamento está caindo nas avaliações governamentais como, aliás, tudo que é ruim para eles cai. Ou cai ou o responsável por alguma divulgação que se aproxime com a realidade está frito em óleo bem quente. Mas isso, devo admitir, não é invenção ou privilégio do governo petista, é a praxe em todos os governos republicanos. Tentem, se não for muita tortura, ouvir o besteirol irradiado pela “A Voz do Brasil” e vejam que maravilha de país nos apresentam todos os dias há décadas, é um faz-de-conta do cacete! Todo mundo sabe que todo mundo sabe que o que se desmata neste país é de uma grandiosidade paralisante, um crime hediondo praticado às barbas das autoridades e, inúmeras vezes, com sua conivência, sua inconteste incompetência, inoperância e omissão, mas esse governo populista (ou populesco) teima em dizer o contrário tal e qual mula empacada (e manca).


Essa conversa de combater a impunidade, não só para os crimes ambientais, é falácia, jargão político e história para boi dormir, seja ele pirata ou não. Os governos, sejam eles de que partideco forem, sempre estarão comprometidos com o poder econômico e este faz-se representar diligentemente em todas as esferas e instâncias do poder garantindo-lhes absoluto controle sobre o Estado que apequena-se e locupleta-se com estes interesses desprezando e espoliando os cidadãos entregando à nação a ganância dos grupos que lhe dão sustentação. Não tem sido de outra maneira em toda história republicana. O entreguismo é o livro de cabeceira da classe politiqueira brasileira. Punir? Só se for aquele cabloco que ao raspar a casca de uma árvore para fazer um chá encalacrou-se todo como se tivesse derrubado toda a floresta e depois ateado fogo. Demitir ou não o ministro do meio-ambiente certamente não fará diferença alguma porque todos, sem exceção, são apenas pedras no grande tabuleiro que se movimentam de acordo com as orientações impostas ao “pau-mandado” da vez, isto é, o...


CELSO BOTELHO

04.06.2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

MINC "MOUSE": OLHE PARA SEU UMBIGO


A falta de preparo e educação é notória na administração petista. Ainda ontem escrevi sobre os arroubos do ministro Carlos Minc “Mouse” comparando-o com as abelhas que faz voam, fazem mel, enxame e cera o que foi extremamente indelicado para com as abelhas tão úteis. O camarada pode até ser incompetente ou inadequado para ocupar o ministério, porém, precisa ter uma postura minimamente aceitável. Chamar os ruralistas ou quem quer que seja de “vigaristas” denuncia cabalmente sua falta de preparo. O fato de “pedir desculpas” não ameniza ou apaga o estrago. Alegou o pseudo-ecologista que se excedeu por encontrar-se num carro de som da Contag (Confederação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) e isto é a desculpa mais esfarrapada e estúpida que poderia dar. Aliás, seu Chefe, é um “palanqueiro” de marca maior e contumaz em exceder-se nas bobagens que ali diz. Segundo o Dicionário Aurélio “vigarista” significa “pessoa dada a golpes, embustes ou trapaças” e, sendo assim, a atuação do ministério pelo qual responde em várias ocasiões procedeu de igual forma. Então, posso concluir, que estamos diante do corriqueiro fato do roto a falar do esfarrapado. Só para refrescar a memória deveria o destemperado ministro saber que um homem público deve primar pelo conhecimento, equilíbrio, avaliação e ponderação, entre outras coisas.



Quanto sua queixa de que combinam uma coisa com ele e depois vão ao Congresso Nacional (ou o que resta dele) com uma “machadinha” para desfigurar as leis (sic) em defesa do meio-ambiente não se constitui em novidade alguma. A desarticulação do governo petista é espetacular. Na Esplanada dos Ministérios está estabelecida, há muitos anos, uma safada Torre de Babel que só faz recrudescer as diferenças lingüísticas, no entanto, os interesses pessoais permanecem iguais. Reclama que os ruralistas, eis um mal necessário, querem sua “cabeça”, mas, diabos, o que iriam fazer com ela? Não se usa mais espantalhos em plantações, ou usa-se?



Também interessante neste imbróglio todo é o fato do presidente Lula, O Ignorante, ao chamar o ministro às falas reiterou que não gosta de brigas entre os ministros pela imprensa deixando evidente que longe dela podem comer-se uns aos outros que não tem a menor importância, etâ presidente “pai d’égua”, sô! Nem dá “esporro” direito sabe. A questão toda se resume no seguinte em se tratando deste governo: uns não sabem falar outros não querem ouvir e todos não desejam fazer porcaria nenhuma, exceto aquelas que os favoreçam. Ontem pedi que o ministro fosse até a esquina para ver se eu estava lá. Hoje recomendo que deva ir um pouco mais longe e esqueça de retornar. Não precisamos examinar muito amiúde para encontrarmos muitas e variadas vigarices entre os “defensores” do meio-ambiente.



CELSO BOTELHO

03.06.2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

BNDES: O IMUTÁVEL


Que o dinheiro público, no Brasil, flui com bastante desenvoltura pelos imensos ralos da administração pública qualquer imbecil sabe. As novidades ficam por conta dos métodos sempre renovados para a pratica das mesmas patifarias e alguns procedimentos sequer primam pela originalidade, os pífios de plantão apenas os reelaboram com mais sofisticação. Não é de hoje que venho dizendo que o BNDES é um dos principais covis de velhacarias de todas as ordens. Uma das coisas que o tal banco de fomento faz com exemplar competência é promover uma verdadeira orgia com os recursos públicos numa ação entre amigos (ou pulhas) descarada. Desta feita quem aponta “irregularidades” é a ONG Greenpeace a qual, aliás, tenho muitas restrições e de muitas naturezas. Contudo, denúncia é denúncia seja ela quem for o autor é preciso ser investigada. Segundo a entidade o BNDES, O Benevolente (e assim é com o nosso dinheiro), financia e lucra com o desmatamento da Amazônia coisa, por sinal, mais antiga que andar para frente. O banco estatal é o feliz e pimpão sócio de frigoríficos que têm como fornecedores fazendas que cultivam o péssimo hábito de derrubar florestas, mas crimes desta natureza não impediram que entre 2007 e 2009 o banco aportasse nas cinco maiores empresas do setor a bagatela de R$ 2,6 bilhões em troca de ações. E, já que falamos de carne, eis o nome de alguns “bois” nos quais a instituição possui uma fatia: Bertin (27%), Marfrig (14%) e JBS Friboi (14%).


O ministro do Meio-Ambiente Carlos Minc “Mouse” saiu em campo para bravatear que cortará benefícios para estas empresas e que o banco não financiaria frigoríficos que estivessem desmatando e o diabo a dois, três e quatro. Ora Ministro, dá um pulinho na esquina e veja se estou lá. A partir do momento que os pecuaristas se recusaram a assinar um acordo com o ministério deveriam ter sido colocados sob sua mira e o mais rigorosamente fiscalizados para evitar o desmatamento ou sancionar-lhes pesadas multas que, de fato, fossem pagas e não estas que costuma aplicar “para inglês ver”, pois, sabemos, ninguém pagará nem neste e muito menos nos próximos milênios. Quem faz enxame é abelha e também, como Sua Excelência, também voa e faz cera. Caso todas as empresas que possuem irregularidades ou praticam ilegalidades fossem alijadas do BNDES a instituição não precisaria existir e, assim, seus enormes ralos que drenam os recursos públicos seriam fechados. Ir para a mídia tentar transparecer que sua pasta é operante, competente, rigorosa no trato das questões a que se destina é, no mínimo, pretender subestimar a sociedade brasileira. A atuação do ministério do Meio-Ambiente mostra-se um completo desastre o que, por sinal, não é seu privilégio, pois, está acompanhada de toda administração federal petista. O comportamento do ministro é um tanto esdrúxulo. Afinal, mudou o Greenpeace ou mudou o Minc? Mas o BNDES, com certeza, não mudou. Continua lépido e fagueiro realizando negócios e negociatas.


CELSO BOTELHO

02.06.2009