quinta-feira, 25 de março de 2010

GANHANDO DE NINGUÉM, MAS GANHANDO


A última pesquisa (sic) de intenção de voto para as eleições deste ano deixou a pelegada, notamente o “cumpaheiro-mor”, em polvorosa. O clima de felicidade tomou conta do PT e arrabaldes com o crescimento da candidatura de Dilma Roussef (ex-geurrilheira, ex-terrorista, ex-assaltante de banco, pseudo-doutoranda e ainda ministra da Casa Civil, mas também praticamente ex). Estão até descartando seus tradicionais cúmplices como o PMDB e outros trastes. Vale dizer que quando a dita pesquisa foi divulgada o governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) não havia assumido oficialmente sua candidatura e, portanto, a “queridinha do presidente” estava ganhando por W.O. (Walk Over) para ficar nas metáforas futebolísticas do presidente, uma vez que as demais candidaturas estão postas pelos mais diversos interesses, mas isto não significa que os principais concorrentes não comunguem tais interesses. D. Dilma está ganhando de ninguém, pelo menos por enquanto. Mas, precisamos concordar que ganhar é sempre bom, seja em campo, no W.O. ou no tapetão. Nas eleições realizadas após 2003 o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, não obteve sucesso na empreitada de transferir votos para seus cupinchas, apaniguados, afilhados e outros parias, porém, isso não quer dizer que agora, no crepúsculo de seu “extraordinário” governo, não venha lograr sucesso. O adágio “política é igual à nuvem, muda toda hora, não dá para prever nada” atribuído a José Maria Alckmin (1901-1974) define perfeitamente a política brasileira. O fato da candidata da matilha da situação estar crescendo, menos pelas suas qualificações e mais pela persistência do presidente, não pode ser considerado algo fenomenal tendo em vista o respaldo que recebe da máquina pública federal, especialmente o financeiro e é deste que vou falar, pois, sabemos que de uma forma ou de outra estes recursos têm origem em nossos impostos, ou melhor, na extorsão promovida pelo Estado.



Ao tomar conhecimento da estrutura que está sendo montada para a campanha de tão “Dulce” figura e o numerário que será necessário para mantê-la não fiquei estupefato porque para o PT & Cia. (sem a exclusão das demais corporações partidárias ou, mais adequadamente, quadrilhas ou bandos de malfeitores)) tudo é válido para não largar o osso, isto é, o filé. Que razões podem existir para a imensa cobiça e a disputa acirrada para um cargo que não paga bem (oficialmente); exige disponibilidade de sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, 365 dias por ano; deixa o ocupante sem qualquer privacidade; lida com os mais sórdidos interesses, as pessoas mais nefastas que se pode conhecer; mente-se sobre tudo, todos e mais alguma coisa; é uma vitrine pública onde sempre se pode jogar pedra, entre tantas outras coisas? É simples: o apego pelo poder e pelo dinheiro, dos outros é claro. Caramba, e o mandato só dura quatro anos! É certo que uma vez empoleirados no poder sempre se encontra um jeito de prorrogar a jornada (FHC conseguiu comprar um segundo mandato, Lula tentou um terceiro). A parafernália petista para eleger Dilma, imposta ao partido por seu proprietário de fato, conhecida superficialmente pela maioria dos mortais pode ser classificada como espetacular e caso os detalhes pudessem nos chegar seria algo monumental tal é a diversidade dos itens oferecidos neste emporcalhado balcão de negócios (sem a exclusão dos demais). É uma afronta aos brasileiros tamanha benesses e regalias e uma demonstração cabal de que todos (sem qualquer exclusão) não passam de vigaristas, patifes e ladrões da pior espécie e isso é tão fácil de constatar como o sol que, mesmo sem brilhar encoberto pelas nuvens, sabemos que se encontra no mesmo lugar. Os que defendem, aprovam e aplaudem este governo ou são beneficiários da Bolsa-Família e congêneres, das “obras” do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento ou da Corrupção, tanto faz) e outras baboseiras político-eleitoreiras ou pertencem a alguma classe privilegiada banqueiros, empresários, políticos, a nata do Judiciário, funcionários públicos do andar de cima e afins. Bom, mas já que estamos num regime democrático (capenga, é verdade) limito-me a dizer que cada um tem o direito de defender, aprovar e aplaudir quem quiser seja os contumazes quadrilheiros petistas, peessedebistas, peemedebistas e similares, seja os eternos e perversos anjos de satanás.



Devo deixar bem claro muito antes das eleições que caso D.Dilma seja eleita isto não me assusta como, aliás, nenhum presidente jamais me assustou tivesse ou não quepe, bigode ou barba. E tenho vários motivos. Primeiro: não sou filho de pai assustado. Segundo: nunca pratiquei nenhum deslize em minha vida, quer pessoal, quer profissional (o que é uma obrigação de todos os seres humanos). Terceiro: renunciei enveredar-me na vida pública por absoluta discordância dos métodos e meios nela empregados que tornam o exercício da política uma atividade marginal, fétida e torpe. Quarto: em tempo algum e sob qualquer pretexto busquei vantagens (financeiras ou profissionais) junto a qualquer órgão governamental, partido político, entidades patronais, sindicatos, fundações, ongs, associações de moradores e o mais que se pense. Quinto: jamais assumi qualquer posição ou tomei qualquer atitude que pudesse me envergonhar perante meus familiares, meus amigos e meu país. Sexto: sobrevivi com dignidade a vinte e um anos de ditadura sem arredar um centímetro de minhas convicções, porém para provar isto certamente deveria estar desaparecido, mostrar cicatrizes ou ostentar uma ficha oriunda do aparelho repressor a exemplo de D. Dilma. Havia meios e meios para se opor a ditadura militar e pegar em armas sempre considerei uma atitude pouco inteligente, autoflageladora e suicida dada as circunstâncias da época. Sétimo: o pouco que sou e que tenho deve-se integralmente à minha capacidade de laboração vendida no mercado de trabalho, se por preço justo ou injusto isto é outra questão. Portanto, D. Dilma ou qualquer outro candidato não podem me assustar. Porém, todos eles me preocupam e deveriam preocupar a todos os brasileiros, pelo menos os decentes. Todos estão a serviço de seus interesses pessoais ou corporativos, estão empenhados em dilapidar o patrimônio publico dando prosseguimento e robustez a uma conduta de total subserviência aos caprichos de outras nações e as gigantescas corporações que abrigam, estão empenhados na expansão da fome, da miséria e do sofrimento da maioria da população como instrumento de dominação criando, mantendo e ampliando mecanismos cada vez mais eficazes para embrutecê-la e dizimá-la física e moralmente. Essas ações não são práticas exclusivas de nosso país é só examinarmos os países periféricos em todo o globo que constataremos a mesma orientação. A nova ordem mundial já chegou e está se estabelecendo com a conivência e adesão de diversos governantes que se encantam com suas promessas que, sabemos, visam somente o controle total de numerosos países minando-os e exaurindo seus recursos. Então urge que a sociedade desperte deste torpor e assuma um papel ativo na condução de seu destino. Caso opte, como tem feito até agora, em delegar poderes a sucessivos bandos de patifes para representá-la só resta dizer que sua sepultura já está cavada só restando nela se lançar. A persistir este desinteresse, essa apatia, essa ingenuidade ou, eis o pior, a cumplicidade a derrocada da nação brasileira continuará em célere progressão porque o Estado já está em frangalhos. Não será aquela maquininha de votar que mudará qualquer coisa neste país, aliás, desde que foi instituído o voto é um instrumento desmoralizado, incapaz, direcionado. Minha recomendação é que tomemos as praças, as avenidas, as ruas e façamos valer nosso desejo de viver num país que nos proporcione um mínimo indispensável de materialidade e moralidade expurgando esses notórios gatunos do poder ou estaremos fadados a confiar a chave do galinheiro às raposas? Quero crer que não.



Só para fechar tenho duas colocações para fazer. Primeira: nunca e em tempo algum acreditei em jornais e, devo dizer, bem antes do nascimento de muitos “doutores” que estão por ai ouvindo o galo cantar, mas não sabem onde e sequer o distinguem de uma maritaca. Segundo: a oposição, seja ela qual for não se faz sem um respaldo consistente, coerente, lúcido, embasada em argumentos claros, precisos e irrefutáveis. Caso contrário não é oposição é demagogia, exibicionismo, sabotagem, jogo de interesses, picaretagem, besteira e por ai a fora. Assim dito tenho a mais absoluta convicção que não me enquadro em nenhuma destas colocações porque tenho a independência necessária para expor meu pensamento sem ter que prestar obediência a nenhum patrão, chefe ou padrinho.



CELSO BOTELHO

25.03.2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

ERRATA





Na matéria "LULA DAS ARABIAS" onde se lê "...oito quilomêtros quadrados..." leia-se, por favor, "... oito milhões de quilomêtros quadrados..."

CELSO BOTELHO

sexta-feira, 19 de março de 2010

LULA DAS ARABIAS


Jamais senti saudades de presidente, governador, senador e outros trastes afins e em tempo algum me faltaram motivos para isso. Porém, não sabendo o que me reserva o futuro, inclino-me a dizer que as politicagens, trapalhadas, o vocabulário pobre e chulo, as metáforas pueris e idiotas, a arrogância caipiresca, a presunção desmedida, o ego maior que o Universo, a contradição conveniente, o jeito maroto entre outros atributos do presidente Lula, O Ignorante Desbocado, hão de deixar um vazio neste país como nunca antes em sua história, pelo menos até 2014. Talvez tenha aloprado de vez assumindo a figura de mensageiro da paz, da ordem e da prosperidade mundial de um modo geral e em particular o árbitro imparcial de todas as contendas entre os seres humanos sejam elas de que natureza for, pois, afinal, em seu delírio psicodélico trata-se de um semideus encarnado. De posse em desta imagem o ex-operário, ex-sindicalista, ex-deputado e dentro de alguns meses ex-presidente seguiu para o Oriente Médio para acabar de vez com aquela pendenga iniciada logo após o Big Bang e sem qualquer vislumbre de solução para os próximos cinco bilhões de anos, no caso do planeta resistir esse tempo todo, coisa tida e havida como improvável. O que, certamente, me deixa embasbacado é saber que estudiosos do mundo inteiro dedicaram suas vidas estudando a questão e jamais foram apresentados resultados conclusivos (aliás, na História nada é conclusivo) e nosso presidente, sem diploma acadêmico como faz questão de ressaltar, não precisou dar muitos tratos à bola para compreender e encontrar a solução para o eterno entrevero: negociação. Mas, poderiam dizer, isso é o que se tenta séculos a fora, qual é a novidade? Ora, a novidade é que, pela primeira vez, o mediador será um ungido, um semideus tupiniquim. Devo alertar o presidente que negociar com árabes e judeus em nada se parece com uma negociação entre PT e PMDB, ou seja, um lambendo o outro, porém nunca se sabe...



Posso considerar a intromissão do nosso presidente em assunto tão delicado, complexo e penoso como um ensaio para o cargo de embaixador do Brasil nas Nações Unidas, no caso de D.Dilma-Terrorista-Roussef-Guerrilheira vir a ser eleita como notório pau mandado do “cumpanheiro-mor” e, assim sendo, dar prosseguimento ao seu projeto de candidatar-se à presidência daquela entidade, isto porque ainda não foi criada a Organização dos Planetas Unidos ou a Organização das Galáxias Unidas. O homem encasquetou a idéia de que é um estadista e não há tratamento para este desarranjo mental. O diabo é que, caso eleito (na ONU) resolva implementar a Bolsa-Nação e, admitamos, neste negócio de bolsa possui larga experiência. Mas é preciso adverti-lo que jogo é jogo e treino é treino (para não sair de suas metáforas futebolísticas), portanto, a estratégia pensada no segundo pode revelar-se inadequada para o primeiro. E, de mais a mais, o adversário normalmente não almeja a derrota, a menos que esta o beneficie ou prejudique um rival. No caso do Oriente Médio a coisa funciona mais ou menos assim: o inimigo do meu inimigo é meu amigo e o amigo do meu inimigo é meu inimigo, dá para entender uma coisa dessa? Pois então. Uma outra exortação deve ser dirigida ao homem de Garanhuns (PE), São Bernardo do Campo (SP) e Brasília (DF): não existe uma fórmula conhecida de estabelecer-se à paz naquela região, ou melhor, caso exista está fora do alcance humano. Definitivamente não será comparando o histórico conflito com as miudezas do que chama de direita ou esquerda (se é que sabe o que vem a ser isso) que irá iluminar, mesmo que fracamente, o fim do túnel. Ai já não é mais presunção é pura alucinação, e das brabas.



Como o presidente acredita ser um insuperável, inigualável e insubstituível negociador para mediar conflitos, sugerir soluções e apaziguar os ânimos sugiro que sua atenção deva se voltar para outras partes do globo que também devem merecer seus préstimos. Há um arranca-rabo entre o País Basco, que ocupa a região desde o ano 2000 a.C, com a Espanha que remonta ao século XV e inicio do XVI com a sua unificação. Os curdos encontram-se espalhados pelo Irã (os sucessivos governos encarregam-se da manutenção de uma política anticurda), Iraque (durante a guerra Irã - Iraque foram perseguidos, assassinados, deportados) Síria (onde se recusam a registrar crianças com nomes curdos, proíbem o uso da língua curda, proíbem escolas privadas curdas, livros escritos neste idioma, negam qualquer direito social), Turquia (onde vivem quase que sua metade), Líbano, Armênia (aqui gozavam de alguns direitos até a derrocada da União Soviética quando foram despojados de seus privilégios, a maioria fugiu para a Rússia) e Azerbaijão (enfrentaram muita repressão sendo sistematicamente deportados). Desde o rompimento do Império Otomano esta etnia é perseguida, assassinada, mutilada, discriminada e expatriada. Há 50 anos a Índia e o Pasquitão estão se estranhando e, eis o que preocupa, ambos possuem armamento nuclear. Com uma sociedade estratificada em sistema de castas, uma população de maioria hinduísta muitas pessoas convertem-se ao islamismo para fugir da rigidez do sistema. Na África, notadamente na parte ocidental (Serra Leoa, Costa do Marfim, Libéria) os conflitos étnicos são mais duradouras e fazem milhares de vítimas todos os anos. É, trabalho não irá faltar. Só não recomendo entregar-se muito à missão para preservar a saúde, pois, comandar (?) oito quilômetros quadrados me parece bem mais fácil que imiscuir-se com encrencas monumentais dispersas por todos os continentes. O Lula das Arábias da início à sua cruzada para apaziguar o conflito sentenciando que o atrito entre os EUA e Israel (que o presidente Barak Obama negou) é providencial. A maioria dos países não desejaria um atrito com os EUA e, no caso, nem eles com Israel. De todas as trapalhadas, gafes, estabanações e etc. e tal desta viagem a pior coisa que aconteceu foi a própria. Certamente também ficou sabendo que tal viagem o tornaria o primeiro chefe de Estado brasileiro em visita oficial à Israel. Mas pergunto: e dai? D. Pedro II visitou a região em 1876, mas não fora viagem oficial e sim turismo às expensas do Estado, é claro.



CELSO BOTELHO

18.03.2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

OS DITADORES FAZEM FORTUNA


Seja qual for o sistema político e seu regime existe um fator que se coloca acima de qualquer filosofia moral, ética ou divina que o distorce, manipula e subverte: o ser humano, o mais perverso predador. Atribui-se a Mark Twain (Samuel Langhorne Clemens, 1835-1910), escritor norte-americano (“As Aventuras de Tom Sawyer”, “As Aventuras de Huckleberry Finn”) que ao se apresentar a qualquer pessoa não interessava o fato de que fosse negra, branca, amarela, rica, pobre, feia, bonita, capitalista, comunista, etc. o importante é que estava diante de um ser humano e pior não poderia ser. É mais do que conhecida a minha ojeriza a qualquer tipo de ditadura, autoritarismo e sucedâneos, como também jamais poderei aceitar, compactuar ou contribuir com as atrocidades que se comete sob a bandeira da democracia, e não são poucas. Não tive conhecimento até hoje da concepção de um sistema político que beneficiasse uma maioria. Todos eles têm como pilar a exclusão, o que se pode distinguir são seus níveis, maiores ou menores. Porém, de qualquer forma, seus objetivos são limitar, inibir e impedir incursões ao vasto terreno de interesses bem definidos de uma minoria. O enriquecimento ilícito, seja numa democracia ou ditadura, é prática corriqueira. A corrupção é atributo exclusivo dos seres humanos e, sendo assim, só poderá ter fim juntamente com a humanidade. Poderia desenvolver essa singular degenerescência humana por inúmeras páginas com raciocínios mais elaborados, porém, haverei de ficar neste parágrafo que servirá com introdução ao assunto que, deveras, propus-me a abordar e, afinal, cá não estou realizando nenhum trabalho acadêmico.


Não fosse o diabo da ambição, exibicionismo, vaidade e por ai a fora do ditador Teodoro Obiang a maciça maioria os brasileiros sequer teriam ouvido falar num pequeno país da África ocidental chamado Guiné Equatorial. Com território descontínuo (um no continente e dois insulares) perfazendo uma área de 28.051 km2 (equivalente ao Estado de Alagoas) com uma população pouca acima de 500.000 habitantes divididas em sete províncias administrativas. No final do século XX o petróleo tornou-se a principal fonte de renda para aquela pequena nação, no entanto, todo o “ouro negro” extraído não se constitui numa benção para a população visto que as companhias ou são internacionais ou são controladas pelo clã do ditador. A Guiné Equatorial obteve sua independência em 1968 assumindo o poder Francisco Macías nele mantendo-se durante dez anos num regime de terror sendo derrubado por um golpe de estado por Teodoro Obiang, seu sobrinho, em 3 de agosto de 1979 e lá se vão trinta anos de ditadura. A longevidade deste mandato deve empolgar nosso presidente, associados, parasitas, aloprados e toda a sorte de tralhas empoleiradas no poder, aliás, nosso presidente é notório admirador de ditadores e pseudo-socialistas e comunistas, mesmo sem saber a diferença entre eles. Outro fato que o faz babar de inveja é a Constituição daquele país que concede ao ditador amplos poderes e governar por decreto. É certo que a nossa Carta Magna permite a edição de Medidas Provisórias, mas não é a mesma coisa, dá muita mão-de-obra, é um exercício de interminável de barganha. Obiang possui um Boeing BBJ como camas de água e luzes de cabaré o que faz o Aerolula parecer um teco-teco (o Xá Reza Pahlevi,1919-1980, do Irã, possuía um com pias e maçanetas feitos de ouro puro, quadros de Degas e Picasso, tapetes persas feitos à mão). Mas tal excentricidade é possível graças à fortuna que acumulara massacrando seu povo. De acordo com a revista Forbes o dito cujo rebotalho humano é o oitavo governante mais rico do planeta (cerca de US$ 600 milhões) e único representante do continente africano. Devo dizer que a mesma publicação aferiu o sétimo lugar para o jurássico Fidel Castro (quase US$ 1 trilhão) o que não chega a surpreender, pois apossou-se da ilha há mais de cinqüenta anos e se acompanhasse a progressão de Obiang certamente uma importância bem maior lhe seria atribuída. Mas ditadores e seus clãs acumularem somas astronômicas é tão comum como andar para frente, para se dizer o mínmo. Augusto Pinochet (Chile, 1973-1990), Manoel Noriega (Panamá, 1983-1989), Ferdinando Marcos (Filipinas, 1965-1986), Papa Doc e Baby Doc (Haiti, 1957-1985), Idi Amin (Uganda, 1971-1979, suspeita-se que este praticava o canibalismo e alimentava seus crocodilos com humanos, certamente com os opositores), Sadan Hussein (Iraque, 1979-2003), o clã dos Vargas (Brasil, 1930-1945/1950-1954), cito apenas os que me ocorreram no momento, mas a lista é bem maior. Minha curiosidade seria saber quanto o Hugo Chávez já conseguiu amealhar para garantir uma boa vida as futuras gerações - da sua família - é claro. Afinal a Venezuela produz muito mais petróleo que a pequenina Guiné Equatorial. E, para não me chamarem de preconceituoso, governantes eleitos democraticamente não estão exclusos desta lista, Daniel Ortega (Nicarágua, 1985-1990/2006-), Alberto Fujimori (Peru, 1990-2000) e Hugo Chávez (Venezuela, 1998-). Os mecanismos e instrumentos disponíveis numa sociedade democrática consegue, de alguma forma e em algum momento, arrefecer a ganância por maiores que sejam suas deformações. Mas isso não os impedem de roubar descaradamente. No nosso país são desviados milhões de dólares para contas no exterior devidamente escamoteadas pela complacência, inoperância, incompetência e conivência dos órgão de controle, fiscalização e repressão e, além do mais, são diluídos de tal maneira que a mais minuciosa investigação certamente jamais chegaria ao verdadeiro dono da mufunfa. Caso queiram conferir basta acessar a declaração de Imposto de Renda de nossos políticos, são verdadeiras obras de ficção. Tem declaração de bens de candidato a presidência da República que nos fazem chorar de raiva ou rir da piada.


Mas o clã do ditador da Guiné Equatorial cismou por que cismou de adquirir um humilde apartamento na Avenida Vieira Souto em Ipanema onde o metro quadrado está, por certo, pela da morte, da vida e quiçá ressurreição. Mas isso não é problema algum para quem dispõe da bagatela de US$ 600 milhões um apartamento triplex de US$ 10 milhões é uma verdadeira pechincha e, afinal, desde 2003 os negócios entre o Brasil e aquele país só fizeram prosperar vertiginosamente (coincidentemente com o início da Era Lula ou, de acordo com a sua concepção, ano da fundação do Brasil. Será por quê?) e nada mais justo que providenciar uma morada digna na cidade maravilhosa para tão mimosa figura e sua encantadora família. Será que Obiang pretende se aposentar e tornar-se freqüentador assíduo da praia? Não. Ditadores não se aposentam. Algumas vezes morrem de morte morrida e outras de morte matada, são derrubados e vão para o exílio torrar os milhões que surrupiaram ou se tornam hóspedes de penitenciárias que em nada lembram seus dias de glória. Caso o imóvel estivesse localizado em São Paulo poderia especular sobre a possibilidade de algum familiar desejar graduar-se pela USP, talvez em sociologia.


Para finalizar, em minhas leituras para conhecer um pouco mais sobre este país deparei-me com um guia gastronômico muito diversificado. Fiquei sabendo que o pangolim (mamífero da família manidae, tem o corpo coberto com escamas duras que lembram um telhado, também conhecido como peixe da floresta), o veado, o porco-espinho e o tucano são pratos consumidos com certa regularidade. Quanto aos três primeiros animais não posso afiançar que venham atender o paladar do presidente Lula, O Ignorante Desbocado, porém quanto abocanhar tantos tucanos quantos estiverem disponíveis não tenho a menor dúvida do colossal apetite presidencial. Obiang, como os demais ditadores passados, presentes e futuros (extensivo aos seus colaboradores e simpatizantes) são como o câncer: Consomem lentamente o organismo, são fáceis de detectar, dolorosos para tratar e quando extirpados o paciente ou morre ou fica com seqüelas.


CELSO BOTELHO

10.03.2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

O PRÉ-SAL PARA OS APOSENTADOS


Durante a vida ouvimos muitas mentiras desde as mais inocentes às mais indecentes. E, entre estas últimas, está a possibilidade de quebra da Previdência Social. Não desconhecemos os problemas ou o subestimamos, porém, desejar transformar tal sentença em verdade absoluta indica ser uma preocupação constante do governo e associados, legais e informais. O rombo na Previdência Social foi a solução mágica para encobrir a incompetência, inércia, a apropriação indébita, as patifarias e as roubalheiras constantes. O projeto do deputado federal Marcio França (PSB-SP) que destina 5% do Fundo Social do Pré-Sal (5930/09) para a recomposição da diferença entre o que foi recolhido em salários mínimos e o que foi efetivamente pago pela Previdência Social aos seus segurados. A emenda recompõe as perdas das aposentadorias superiores a um salário mínimo. A proposta também prevê a recomposição das perdas previdenciárias. Existe informação de que se o velho e subserviente Senado Federal não alterar o texto de acordo com o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, estará destinado ao veto. Teoricamente um veto presidencial pode ser derrubado pelo Senado Federal (um Senado, não este covil de malfeitores), porém, jamais o são. Bom, a incoerência e a estupidez presidencial não me surpreendem, entre outras coisas. O que me deixou furioso foi o comentário de um paspalho retardado defendendo a posição do governo e acrescentando que “não poderíamos dar dinheiro para o passado” e que os recursos do pré-sal deveriam ser investidos no futuro da nação. Para começar devo dizer a este supimpa ignorante que só existe presente porque as pessoas do passado o proporcionaram e, no seu caso como, aliás, de milhões de brasileiros, somente têm a oportunidade expressarem-se porque toda uma geração (inclusive a minha) lutou, foi perseguida, presa, torturada e morta. Portanto, ao menos por gratidão, deveria referir-se às pessoas do passado com um mínimo de respeito, lembrando que este cidadão no futuro fará parte do passado. E, de mais a mais, toda e qualquer riqueza nacional só se justifica quando revertida em benefício de toda a sociedade seja ela do passado, presente ou futuro. O passado não é lixo, é História.



É bom que se esclareça que este Fundo Social somente gerará recursos daqui a 10 ou 15 anos quando muitos já terão entregado a alma ao Criador então precisamos de uma recomposição mais imediata, sem descartar esta, é claro. Então a primeira medida que deveria ser tomada é a extinção do famigerado fator previdenciário, já aprovado no Senado sabendo que permaneceria nas gavetas da Câmara Federal acumulando poeira. Os reajustes dos aposentados e pensionistas devem estar previstos no Orçamento da União e este é elaborado anualmente, portanto as recomposições devem ocorrer mais céleres. Quanto à conveniência da apresentação de um projeto desta natureza em ano eleitoral não creio ser uma impropriedade (os aposentados têm suas necessidades diminuídas ou zeradas em ano eleitoral?) ou uma farra do boi no dizer metafórico-chulo/pueril/idiota do presidente, afinal ele próprio é contumaz praticante de artifícios político-eleitoreiros que fazem a orgia de todo um rebanho, não de gado e sim de malfeitores.



Três emendas aprovadas me chamaram atenção e considero-as de suma importância. A primeira garante a participação de um representante dos municípios no conselho deliberativo do Fundo Social. Mas partindo do princípio que o pré-sal é uma riqueza nacional e, portanto, deve beneficiar todos os brasileiros como seria executar tal determinação com mais de 5.500 municípios? No caso de elegerem-se apenas aqueles próximos as jazidas então se estabelecem dois tipos de brasileiro: os de primeira e segunda categoria. A segunda emenda contempla com a prioridade a aplicação dos recursos para projetos que visem a redução das desigualdades regionais aos municípios com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Dado o caráter trambiqueiro das administrações públicas brasileiras quem elaboraria tais projetos, quem os fiscalizaria? Portanto, não basta colocar no papel (que aceita tudo) as formas e as cores do paraíso, pois, para alcançá-lo serão necessários esforços muito maiores. Querem um exemplo? O SUS (Sistema Único de Saúde) mesmo considerando suas imperfeições é muito eficiente na concepção e desgraçadamente inoperante na execução. A terceira certamente foi a que mais agradou a pelegada empoleirada no poder e empenhada em não sair via Dilma Roussef (ex-terrorista/guerrilheira, pseudo-doutanda e ministra) e trata da possibilidade do governo lançar mão imediatamente do Fundo Social, do principal e não só os rendimentos, desde que uma lei regulamentando a medida seja aprovada, que maravilha é viver! O Fundo Social já nasce como abastecedor dos mais temerários, irresponsáveis e imprevisíveis gestores públicos que possamos vir a ter.



A sociedade deverá estar atenta e, mesmo assim, com essas aves de rapina sempre será surrupiada, mas pelo menos poderá minimizar o estrago que planejam efetivar. A maior parte de nossas agruras se deve ao nosso descaso e tola convicção de que os homens públicos chamem para si a responsabilidade de agir em benefício de todos. Principalmente quando depositamos nossos votos nas urnas nos deixando iludir por discursos demagógicos recheados de promessas que jamais pretenderam cumprir ou pelo carisma que aquela pessoa possua e por tantos outros motivos que não conduzem às nossas aspirações. O voto, no Brasil, não passa de uma arapuca safada. Uma parte dos recursos do pré-sal revertidos para os aposentados não se constitui em favor algum, a menos que nossos dirigentes persistam em obedecer a orientação corrente no Império Romano que afirmava para não se alimentar escravos velhos incapazes de produzir a fim de evitar desperdício de comida.



CELSO BOTELHO

05.02.2010