quinta-feira, 26 de maio de 2011

A VOLTA DAQUELE QUE NÃO FOI...EMBORA




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A transmissão do cargo de presidente da República ocorrida em primeiro de janeiro deste ano (cerimônia que custou ao contribuinte cerca de R$ 2 milhões) não passou de simples pantomima, posto que o presidente que saia inventou, elegeu e pôs cabresto na presidenta que supostamente entrava. O golpe do terceiro mandato não vingou, como sonhava o ex-pseudo-metalúrgico/sindicalista. Todos sabiam disso ou, pelo menos, a maioria. Dilma DuCheff, com apenas cinco meses de empossada, assiste o ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado, se abalar de São Bernardo para Brasília onde, escancaradamente, assume o governo de fato, posto que de direito pertence a Dilma que, por sinal, não significa nada, vezes nada e nada ao quadrado. O sapo barbudo (royalties para Leonel Brizola, 1922-2004) reuniu-se na residência do ministro das Comunicações (sic) Paulo Bernardo onde houve um rega-bofe com mais de três horas de duração (e olha que não estavam comendo peixe!) com a finalidade de desencadear uma campanha pró-Palocci, isso significa que a articulação política do governo está sob seu comando.

Consta que o ex-presidente exibindo sua primorosa sapiência sentenciou: “estão testando o governo da Dilma. Quiseram me intrigar com ela e não conseguiram. Agora, se o governo entregar a cabeça do Palocci, vai cometer um grande erro. Não dá para pôr o Pelé no banco", pelo menos poderia fazer referência a um jogador de futebol mais moço, posto que o Pelé já conte com setenta anos e nem para o banco seria convocado. Não me parece que o fato do ministro da Casa Civil aumentar seu patrimônio em vinte vezes nos últimos quatro anos seja um teste e quanto a tentarem intrigá-lo com a criatura não seria possível, posto que ela não suportaria as conseqüências de um arroubo de independência e, mesmo que quisesse, seria impraticável ou suicídio político. Lula escutou as queixas pela demora para o preenchimento das vagas no segundo escalão e prometeu resolver. Também informou que iria agilizar a reforma política que, diga-se a bem da verdade, não vai reformar coisa alguma. O ex-presidente também aconselhará a sua invenção, pupila e marionete a deixar o gabinete e se expor mais, pois, segundo ele - ainda Ignorante e Desbocado - e atual palestrador ou falastrão (palestrante é outro nível), “o papel de um presidente é dialogar, animar e induzir a sociedade”. E ele fez isso a vida toda. Quando sindicalista dialogou com os empresários como todo pelego que se preza. Na presidência transformou o país num imenso auditório animando-o com suas fantasias, metáforas futebolísticas, alucinações psicodélicas (este termo veio do fundo do baú, não o do Silvio Santos) que induzia a grande massa a enxergá-lo como a oitava maravilha do planeta, do Sistema Solar e quiçá do Universo. Deve ter prometido aos correligionários, cúmplices, capangas, puxa-sacos e outras tralhas que iria permitir que o sol brilhasse, que o céu permanecesse azul e que a água dos oceanos seja sempre salgada. A dimensão dos malefícios provocados pelo governo petista é colossal, sem que isso venha a minimizar os estragos das administrações anteriores. Os mandos e desmandos são uma constante. Lula fez a proeza de, sem violência (pelo menos física) e sem implantar uma ditadura (pelo menos aquela repressora como a de 1964 ou semelhante a do Hugo Chávez, o arremedo de ditador, megalomaníaco e bobalhão empedernido), destruir toda e qualquer oposição ao seu governo e ao de Dilma que, devido à limitação constitucional para impedi-lo, é seu também. Todos foram aliciados, cooptados, apadrinhados e beneficiados como, aliás, é da natureza destes politiqueiros que andam por ai há décadas. Será que preciso rememorar toda a roubalheira, impunidade, casuísmo, escândalos, patifarias, safadezas, etc. dos últimos oito, dezesseis, vinte, trinta ou quinhentos anos? Certamente preencheriam páginas e mais páginas.

Lula assumiu o governo sem qualquer constrangimento. Isso não é nenhuma surpresa. Como não será surpresa nenhuma o ricaço do Palocci permanecer no cargo ou dele ser afastado sem responder por coisa alguma. Para comprovar o que digo basta constatar que os quarenta acusados no escândalo do Mensalão ainda não foram julgados pelo misericordioso STF e alguns crimes já estão prescrevendo, enquanto isso o José Dirceu anda por ai saltitante e conspirando (apontado como o chefe da quadrilha pelo procurador-geral da República). Há muito tempo que em nosso país se elege verdadeiras quadrilhas de bandidos para o Executivo e o Legislativo que indicam e aprovam outros questionáveis cidadãos para o Judiciário. Interessante foi o senador Paulo Paim (PT-RS) evocar o principio de que cabe ao acusador o ônus da prova. Sim, é verdade. Porém, o Palocci não é marinheiro de primeira viagem. Atracou no governo Lula como ministro da Fazenda acusadissimo de irregularidades em Ribeirão Preto quando prefeito. Durante sua estada no ministério violou o sigilo bancário do caseiro Francenildo (A Caixa Econômica Federal está reconhecendo que a ordem partiu do gabinete do ministro), podemos concluir que tal sujeito nem deveria ser cogitado para o mais humilde cargo público quanto mais ministro da Casa Civil. O líder do PT no Senado Federal Humberto Costa (PT-PE) acha desnecessária a convocação do ministro para esclarecimentos em público porque não há nada para questionar quanto a lisura do dito cujo, não estaria tão convicto disso. Se for assim que venha o “ilibado” ministro esclarecer tudo, pois, a omissão é confissão de culpa. Só para refrigerar a memória este senador foi acusado de participar do escândalo envolvendo a contratação de hemoderivados pelo ministério da Saúde entre 1990 e 2004 por três das onze pessoas nomeadas em sua gestão (Operação Vampiro). As fraudes nas licitações resultaram num rombo de R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos. O processo foi encerrado apenas em março de 2010 quando o Tribunal Regional Federal da 5ª Região inocentou Humberto Costa. Segundo foi amplamente noticiado na época o homem de confiança do ministro Humberto Costa tinha em seu apartamento um singelo e inofensivo saco cheio de dinheiro. Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e do Mensalão, estava acusado neste processo de ter comandado um esquema que desviou cerca de R$ 15 milhões do ministério da Saúde através de licitações fraudulentas. Quantos punidos? É, senador, diz-me com quem andas... O ministro da Ciência e Tecnologia, o ex-senador e baba-ovo desprezado, Aluizio Mercadante, diz que a intervenção do ex-presidente não é sinal de fraqueza de Dilma. Não. Não é. Fraqueza é uma coisa e subserviência outra.

Antonio Palocci bate o pé, faz beicinho e outras malcriações, mas não revela a quem prestou consultoria alegando cláusula de confidencialidade, mas admite ter sido muito bem pago e não ter nenhum problema ético ou moral. Ora, e quando é que teve? O ”doutor” deve ser um gênio em consultoria: faturou R$ 20 milhões em ano eleitoral, R$ 10 milhões quando era coordenador operacional e financeiro da candidata Dilma e outros R$ 10 milhões quando a candidata foi eleita e sua indicação para o cargo era fato consumado. Pergunta tola: onde o expert em consultoria arranjou tempo para ganhar tanto dinheiro? Dilma o mantém; Lula & Corriola o apóia; a pseudo oposição late, mas não morde e a sociedade assiste passivamente protegerem o suspeitíssimo Palocci.

CELSO BOTELHO

26.05.2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PALOCCI E O MILAGRE DAS MULTIPLICAÇÕES

Não se constitui em novidade alguma que os homens públicos brasileiros não primam pela honestidade, probidade e lisura no trato da coisa pública, salvo raríssimas exceções. A evolução patrimonial do ministro Palocci em tempo recorde (em quatro anos cresceu 20 vezes) não é um caso único e a proteção que recebe do Palácio do Planalto também não. Acobertar atos ilícitos parece ser uma de suas funções, pois, não fosse assim, o “distinto” ministro já teria sido afastado de suas funções para responder as acusações. Lembramos aqui o escândalo que ficou conhecido como “Os Anões do Orçamento” (1993), esquema que envolvia governadores, ministros e parlamentares. Eles recebiam comissões gordas para favorecer empreiteiras e desviavam recursos para entidades de assistência social fantasmas. O ministro da Casa Civil Henrique Heargreaves foi citado como integrante do esquema e o presidente Itamar Franco (1992-1994) imediatamente o afastou do cargo. Terminado os trabalhos da CPI o ministro foi inocentado e reconduzido ao cargo onde permaneceu até o fim do governo. Esta seria a atitude correta de qualquer presidente da República e não declarar a imprensa que a “saúde” do ministro está bem como o fez “o presidenta” Dilma DuCheff . Caso possa provar a origem de seu enriquecimento porque optou pelo silencio? Mostre os contratos de consultoria prestados, abra a contabilidade de sua empresa Projeto Consultoria Financeira Ltda. rebatizada de Projeto Administração Imobiliária. O Palácio do Planalto blindou o ministro ricaço com uma manobra para impedir sua convocação na Câmara dos Deputados, o procurador-geral da República Roberto Gurgel que, por sinal, tenho em boa conta, disse que prestar consultoria não é ilícito, porém, podem ocorrer problemas éticos e que a evolução patrimonial do ministro merece “uma olhar mais cuidadoso”. Mas ética é, em se tratando de política, luxo que estes politiqueiros não podem ter. Negar-se a revelar quem são os seus clientes somente reforça nossa crença de que há dolo. A exigência de provas é requisito para condenação e não para mero indiciamento, notadamente se tratando de uma pessoa pública que ostenta uma folha corrida nada invejável. Vejamos.

Quando prefeito de Ribeirão Preto (SP) Palocci foi acusado de fraudar licitação para a compra de cestas básicas, que deveria incluir a compra de uma lata de molho de tomate peneirado com ervilha - especificidade que gerou suspeita de fraude e favorecimento. O caso foi posteriormente arquivado pelo sempre amigo STF.

Em 2005, o ministro da Fazenda Antonio Palocci se viu envolvido no escândalo do Mensalão, após ser acusado por Rogério Buratti, seu ex-secretário na primeira gestão como prefeito em Ribeirão Preto, de receber entre 2001 e 2004 R$ 50 mil mensais de propina da empresa Leão & Leão, que seria favorecida em licitações da prefeitura. O dinheiro seria usado para abastecer um caixa dois de candidatos do PT. Palocci negou ter recebido dinheiro de empreiteiras e criticou a divulgação das informações pelo Ministério Público. Em junho de 2007, Buratti retirou as acusações contra Palocci. Voltaram às boas. Que coisa, heim!

Francenildo Santos Costa, caseiro, afirmou à imprensa e à CPI dos Bingos que tinha visto Palocci frequentando a mansão em Brasília (chamada República de Ribeirão Preto) para reuniões de lobistas acusados de interferir em negócios de seu interesse no governo Lula, para partilhar dinheiro além de abrigar festas animadas por garotas de programa. O ministro da Fazenda no governo Lula Antonio Palocci foi acusado de ter solicitado a quebra de sigilo bancário de Francenildo Santos Costa em 2006 ao então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, que teria atendido ao pedido do ministro e verificou-se alguns depósitos em dinheiro acima da normalidade na conta do caseiro, o ex-assessor de imprensa do Ministério da Fazenda Marcelo Netto teria então vazado as informações à imprensa, segundo relatório da Polícia Federal enviado ao Ministério Público Federal, na tentativa de desmoralizá-lo. Sem pestanejar o COAF abriu um processo contra Francenildo por lavagem de dinheiro, mesmo sem descobrir se os depósitos eram legais ou não. Seu depoimento na CPI foi cancelado por uma liminar expedida pelo STF, a pedido do senador Tião Viana (PT/AC). O Estado não poderia ter agido desta forma, é crime. O processo foi para o STF que decidiu arquivá-lo por cinco votos a quatro, numa plena demonstração de subserviência ao presidente da República Lula, O Ignorante Desbocado.

Em maio de 2010, Palocci sofreu seis ações populares que atestam propaganda irregular em 2001 em sua segunda gestão na cidade de Ribeirão Preto. Após duas ações movidas pelo deputado federal Fernando Chiarelli, o juiz André Carlos de Oliveira, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, julgou o caso, que reuniu todas as sentenças, e condenou Palocci a devolver R$ 413,2 mil aos cofres públicos, além de outros R$ 500 mil de suplementação de verba gastos com empreiteiras.

Em 2006 o endinheirado ministro declarou a Justiça eleitoral que possuía uma casa no valor de R$ 56.000,00 em Ribeirão Preto, um terreno e três carros no valor de R$ 375 mil. Em 2010 adquiri um imóvel no valor de R$ 6,6 milhões e um escritório, salas ou coisa que o valha por R$ 882 mil. Em cinco anos foi, deveras, um grande passo que o “doutor” Palocci deu.

O sujeito que possui um histórico desse não poderia sequer pensar em se candidatar a vereador no mais longínquo município brasileiro, porém, o que mais se vê na vida pública em nosso país são bandidos, calhordas, salafrários, patifes e velhacos de todos os matizes. No Partido dos Trabalhadores, por exemplo, mesmo fazendo um levantamento superficial, verificaremos uma quantidade respeitável de figuras que enriqueceram à velocidade da luz. São vários “cumpanheiros” que “enricaram” do dia para a noite (Lulinha, Delúbio Soares e outros trastes). Mas isso não quer dizer que não existam em outras agremiações, o fenômeno atinge todas elas. O preceito constitucional é de que todos são inocentes até que se prove o contrário, mas se o acusado silencia, omite ou impede o acesso às informações que, segundo ele, o inocenta então podemos tomá-lo como suspeito e provavelmente como culpado, porque quem não deve não se esconde atrás de contratos confidenciais e outras artimanhas. Porque o Palácio do Planalto está blindando o ministro? Será que “a presidento” Dilma DuCheff herdou, além da presidência, as duas palavras mágicas do Chefe quando a coisa apertava: “eu não sabia”? Caso este caso não seja apurado, e creio que não será ou que apurado não punirá ninguém (exceto os peixes pequenos), meu desprezo e asco por essa gente ficará mais visceral.

CELSO BOTELHO

20.05.2011