quarta-feira, 27 de março de 2013

SUCESSÃO PRESIDENCIAL BRASILEIRA: LATRINA OU VASO SANITÁRIO O CONTEÚDO É O MESMO




Uma sucessão presidencial num país supostamente democrático deveria ser um momento empolgante, acenar novas perspectivas, suscitar esperanças e entusiasmar os mais pessimistas. Porém, no Brasil, isto não acontece e não alimentem ilusões de que possa acontecer. Pelo menos se continuarmos consentido que esta corja que ai está estuprem o país diuturnamente e com diabólica crueldade. As eleições brasileiras, algumas vezes, alternam-se entre insossas, desinteressantes, desavergonhadas, desqualificadas, demagógicas, demoníacas e demenciais ou, eis o mais correto, tudo isto junto. Incapazes de despertar esperanças e empolgação ao mais simplório dos brasileiros. Mesmo porque não se pode elencar nosso país, e a maioria deles, como sendo uma democracia e sim um arremedo muito ruim de qualquer coisa que com ela possa assemelhar-se. Volto a dizer: com este sistema político, eleitoral, judiciário, previdenciário, econômico e social o voto é tão útil quanto um relógio sem ponteiros. Portanto, como não participo de nenhum concurso de popularidade, chame a sucessão presidencial de latrina ou vaso sanitário o conteúdo sempre será o mesmo.


Cédula eleitoral para presidente da República em 1989


O primeiro governo após o regime militar (1964-1985) foi eleito pelo desprezível mecanismo do Colégio Eleitoral. Tancredo Neves (1910-1985) foi aclamado pelo povo ainda contaminado pela campanha das “Diretas Já”, aceito entre as lideranças políticas e empresariais, abençoado pelas Forças Armadas e ungido pelo Congresso Nacional que já não representava coisa alguma, exceto os interesses de seus membros e associados. Dr. Tancredo obteve 480 votos contra 180 do execrável deputado Paulo Maluf. Uma fatalidade o levou ao hospital às vésperas da posse e em pouco mais de um mês à sepultura. No mesmo dia em que foi hospitalizado levantaram-se políticos, juristas, empresários, generais e desocupados de todas as ordens para discutir quem tomaria posse. Uns asseveravam que cabia ao vice-presidente eleito José Sarney, outros enfileravam-se ao lado do Dr. Ulisses Guimarães (1916-1992) e, certamente, alguns generais, coronéis e tenentes-coronéis nutriam esperanças de reverterem a situação a favor do ilegal e imoral regime militar dando o dito pelo não dito e continuar tudo como antes no quartel de Abrantes. Segundo depoimento do ex-ministro do Exército na época general Leônidas Pires Gonçalves foi ele quem decidiu que o lugar era de Sarney. Como ninguém reclamou a autoria do malfeito fica, pois, creditado ao general a ascensão à presidência da República de José Sarney, ex-presidente da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e do PDS (Partido Democrático Social), partidos do faz de conta da ditadura. Bem, de qualquer maneira em 1985 a República ainda era provisória tal como o marechal Deodoro da Fonseca proclamara. Só viria a ser permanente com o plebiscito de 1993. O governo Sarney foi pródigo em planos econômicos malfadados (Cruzado I, Cruzado II, Plano Verão, Plano Bresser), arruinando a economia nacional, provocando hiperinflação, desabastecimento, ágio, desemprego, miséria, sofrimento e dor. Sarney inaugurou a era de acabar com a inflação por decreto. Pensem o que possa ser um desgoverno amplo, total e irrestrito e vocês terão o retrato instantâneo do governo Sarney. Mas, teimoso como a maioria dos brasileiros, sobrevivi.



As eleições presidenciais voltaram a ser diretas com a promulgação da “Constituição Cidadã”, alcunha conferida pelo então presidente da Constituinte, da Câmara Federal, do PMDB e eventual presidente da República na ausência do presidente que era o vice do titular que não tomara posse. Nenhum político em toda a História da República brasileira acumulou tanto poder simultaneamente como o Dr. Ulisses Guimarães. A Carta de 1988 é hibrida, longa, repleta de utopias, contraditória. Poderia ser mais enxuta, mas isso é outra questão. Os políticos, expressivos, inexpressivos, desconhecidos, descarados e desonestos estavam em polvorosa. Todos eram presidenciáveis. Havia vinte e dois candidatos, desde o apresentador de televisão Silvio Santos que entrou no lugar de Armando Correa (PMB) sendo considerado inelegível até um Zé arruela chamado Manuel Horta (PDC do B) que amargou um último lugar histórico. E mais os tradicionais Paulo Maluf, Ulisses Guimarães, Leonel Brizola (1922-2004), Lula, Aureliano Chaves (1929-2003), etc. Mas o furacão fabricado pela elite (banqueiros, empresários, grande mídia e outros entes asquerosos) foi o governador do pequeno estado de Alagoas com um marketing impecável que apelava para a figura de um jovem político destemido que se punha a enfrentar as oligarquias, os cartéis, os monopólios, a corrupção e a bruxa malvada. Incorporou o papel de caçador de marajás no serviço público, propôs-se a reduzir os gastos governamentais, matar a inflação com um único e certeiro tiro e dar cabo de nossa secular companheira: a dona corrupção. Isso era música aos ouvidos de um povo brutalizado, espezinhado, humilhado por vinte e um anos de ditadura e mais cinco de total caos administrativo e assombrosa corrupção, desvio, desperdício e malversação dos dinheiros públicos, fatos que não se constituem em exceções desde os tempos dos governadores-gerais. A bravata deu resultado e Fernando Collor de Mello foi eleito o primeiro presidente pelo voto direto após vinte e nove anos de abstinência do eleitorado. Tão logo assumiu junto com algumas dezenas de notáveis estúpidos ou ilustrados vigaristas meteu a mão pelos pés e desarranjou ainda mais o país com planos econômicos também mirabolantes, corrupção, desvio, etc. Aderiu as premissas do Consenso de Washington e começou a desmantelar o Estado sendo copiado por seus sucessores, especialmente pelo sociólogo. Pode-se elencar uma infinidade de motivos que puseram fim ao governo Collor: golpe parlamentar, ganância, conspiração de banqueiros, empresários, grande mídia, classe média, estratégia petista que se arvorava como partido da ética e da moralidade, etc. No entanto, é difícil aceitar que tenha sido derrubado por causa da corrupção, desvio, desperdício e malversação dos recursos públicos, posto que todos os governos brasileiros, desde o período colonial, primaram por cometerem tais crimes e até aquele momento nenhum fora derrubado.





Collor sofreu um impeachment eivado de irregularidades. Não se garantiu o direito constitucional de ampla defesa e muito menos se respeitou ritos e prazos processuais. Não o estou defendendo (não tenho procuração para isso e caso me fosse oferecida recusaria prontamente), apenas aponto falhas gritantes na condução do processo. Seu vice-presidente Itamar Franco montou o time reserva e foi para campo com o objetivo de reverter o placar ou, pelo menos, cavar um empate. Uma das primeiras declarações do presidente Itamar Franco caiu como uma bomba atômica entre os larápios e, certamente, não agradou a gregos, troianos, romanos ou egípcios: “neste governo não haverá corrupção”. Governo sem corrupção é a mesma coisa que automóvel sem rodas: não anda. Nomeou alguns ministros digamos, por cortesia, emblemáticos como Celso Amorim, O Lambão, para a pasta das Relações Exteriores; Eliseu Resende (1929-2011) que havia sido ministro dos Transportes no governo Figueiredo (1918-1999); Hugo Napoleão que havia sido eleito governador do Piauí em 1982 pelo PDS (partido que a ditadura dava sustentação, hoje é o inverso); José Eduardo de Andrade Vieira feliz proprietário do Banco Bamerindus que conseguiu encontrar um otário para comprar um terreno, pago em dólar, dentro de uma reserva indígena; Rubens Ricupero que renunciou ao ministério da Fazenda depois que sua conversa com um jornalista da Rede Globo ter sido captada por antenas parabólicas por milhares de pessoas sintonizadas no canal 23 que estava aberto apontando falhas no Plano Real. Ricupero disse, textualmente: "Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". Foi substituído pelo bocó do Ciro Gomes.



A vedete de um elenco tão eclético, promíscuo e depravado foi o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (um produto com a inconfundível marca da USP “Latricínideos” & Derivados, penicos, comadres, papagaios, bolsas coletoras para pacientes ostomizados, etc.) que reuniu a “nata”, os papas (defuntos) da economia (Pérsio Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, Clóvis Carvalho, Winston Fritsch e outros) e decidiram acabar com a inflação, com as empresas estatais, com as reservas de riquezas naturais, com as telecomunicações e tudo que se opusesse ao neoliberalismo. FHC foi o maior entreguista de todos os tempos. A estabilidade econômica nos custou os olhos que essa terra há de comer e mais os ouvidos, o nariz e todo o resto. O Plano Real, entre outras coisas, foi concebido dentro de uma estratégia que privilegiasse sua flexibilidade mantendo abertos espaços para ajustes e correções que se fizessem necessários ou contemplassem interesses. Um plano mais palatável por assim dizer. Tanto foi assim que na Crise de 1994 (México) quando houve uma reversão dos fluxos de capitais do Brasil o Banco Central, O Carimbador Maluco, promoveu uma alteração na política cambial definindo, com intervalos, uma banda larga para a taxa de câmbio e dentro desta banda seriam efetuadas intervenções diárias caracterizando uma mini-banda com pequenas e sucessivas desvalorizações em dias e percentuais previamente conhecidos. Desta maneira o Banco Central proporcionava uma desvalorização gradual do Real frente ao Dólar. Pensaram os luminares da economia que a valorização do câmbio conteria a inflação, mas deram com os burros n’água porque isto fez deslanchar um déficit nas contas de transações correntes tornando a balança comercial deficitária. Fernando Henrique Cardoso, já presidente, na Crise de 1997 (Crise Monetária do Sudeste Asiático, Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas e Coréia do Sul) elevou as taxas de juros e adotou um pacote com medidas fiscais. Na Crise de 1998 (Rússia) o Banco Central elevou as taxas de juros de 19% para 29,75% e o governo negociou um empréstimo de US$ 18 bilhões com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e mais US$ 41,5 bilhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), BIRD (Banco Mundial) e BIS Banco de Compensações Internacionais. Em 1999 aconteceu a Crise de Desvalorização do Real quando o BC abandona o câmbio fixo e adota o câmbio flutuante. A sobrevalorização do Real ao longo dos anos teve como consequência um aumento nos déficits comerciais e enfraquecimento na indústria brasileira. A estabilização do câmbio foi creditada ao presidente do BC Armínio Fraga (durante seis anos foi diretor-gerente da Soros Fund Management LLC em Nova Iorque, do megaespeculador George Soros, especialista em taxas de câmbio que cultiva o hábito de ganhar bilhões de dólares e é membro da elite globalista), mas quem pagou caro foi o país.



Uma das primeiras providências de FHC foi extinguir por decreto em 1995, a Comissão Especial de Investigação criada por Itamar Franco para combater a corrupção. Entrave removido, o governo tucano ficou mais confortável. Ainda no ano de 1995 Fernando Henrique Cardoso criava o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) para salvar bancos falidos e banqueiros amigos injetando 1% do PIB no sistema financeiro. De acordo com economistas da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) a caridade aos banqueiros consumiu 12,3% do PIB ou cerca de R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e o socorro aos bancos estaduais. A privatização do sistema Telebrás, Vale do Rio Doce, CSN, Embraer, etc. foram operações lesa pátria patrocinada pelo governo. A raça que compôs a Comissão de Desestatização só não ficou mais milionária por falta de tempo. A aprovação do instituto da reeleição em 1997, rejeitado durante toda a República (talvez com exceção de Getúlio Vargas que assumiu em 1930 mesmo perdendo a eleição e durante quinze anos não a permitiu, mas neste caso tratava-se de uma ditadura). Juscelino Kubitscheck (1902-1976) rejeitou proposta desta natureza e até mesmo o presidente-general-de-plantão João Figueiredo recusou a ideia de ficar mais dois anos no poder. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre (hoje DEM e amanhã só Deus sabe), ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto, foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos, mas a grana... A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. Neste caso o juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, foi preso e o senador Luiz Estevão foi cassado, o único senador da República cassado até os dias atuais, mas a grana... Em 1999, durante a desvalorização do Real o Banco Marka/FonteCidam foram socorridos pelo generoso Banco Central com R$ 1,6 bilhão com o pretexto de que caso quebrasse seria um “risco sistêmico” para a economia. Salvatore Cacciola, dono do Banco, chegou a ser preso, porém o ministro Marco Aurélio Mello do STF concedeu-lhe habeas-corpus e o gatuno evadiu-se para a Itália, mas a grana... Há muito mais canalhices e roubalheiras, porém as mencionadas por ora bastam para avivar a memória e reforçar o título deste artigo.



Chegara a vez do ex-retirante, ex-metalúrgico, ex-sindicalista, ex-deputado e excomungado Luis Inácio Lula da Silva, O Exu de Garanhuns. Urubus, abutres e todo o tipo de ave de rapina estavam em festa. Tudo que as Forças Armadas temiam, repudiavam e rejeitavam em 1964 e foram extremamente incompetentes em dar combate concretizou-se: a esquerda no poder. Prender, torturar, desaparecer e matar terroristas pés de chinelo e permitir que seus verdadeiros líderes, teóricos, articuladores e estrategistas ocupassem todos os espaços acadêmicos, editoriais, sindicais, mediáticos, etc. demonstra inequivocamente que os militares não tinham a menor ideia do que diziam combater e muito menos qualquer noção sobre os meios efetivos para combater. Ganharam da guerrilha e perderam feio para a ideologia da esquerda revolucionária que, aliás, em várias ocasiões contou até com a colaboração do próprio governo militar, por omissão e na maioria das vezes por sua profunda ignorância. Quando a esquerda assume o poder, em qualquer lugar do planeta, não sai mais. De uma maneira ou de outra continuam. Ainda encontramos imbecis que asseguram que o comunismo acabou com o esfacelamento da União Soviética, a queda do Muro de Berlim e o colapso dos países da Cortina de Ferro. Ao contrário, está mais fortalecido e mais atuante do que jamais esteve. A KGB (hoje FSB) é muito mais poderosa e operante do que nos tempos da URSS e notem que naqueles idos estavam infiltrados até nos sanitários da Casa Branca e inúmeras decisões ali tomadas tinham as digitais da KGB. Mas isso é outra história.



O governo Lula esteve envolvido em mais de cem escândalos de todos os tipos, modelos e designer. Desde assassinatos como o de Celso Daniel em 2002 até doação de terninhos da primeira dama e, entre eles, a Máfia dos Sanguessugas, dólares na cueca, quebra de sigilo bancário de caseiro, favorecimento ao BMG com o crédito consignado, etc. Porém, o carro chefe é, sem dúvida alguma, o escândalo do Mensalão. A compra de parlamentares, seja pelo poder Executivo, empresas, bancos, latifundiários, multinacionais, bordéis, etc. jamais se constituíram em novidade no Brasil, porém planejada, ordenada e executada obedecendo a uma estratégia traçada ao longo dos anos para consolidar a ocupação hegemônica da esquerda no Estado é algo inusitado. Ao abandonar a conquista do poder através das armas provocando uma cisão no Partido Comunista Brasileiro nos anos 1960 Luis Carlos Prestes entendeu com toda clareza que jamais a esquerda teria alguma chance pegando em armas. Estava correto. Os que dele discordaram quebraram a cara. A estratégia acertada estava em aderir ao sistema e miná-lo desde dentro. A esquerda apropria-se dos direitos, dos discursos e dos argumentos burgueses e os utiliza contra eles e, uma vez no poder, os destroem implacavelmente. Foi exatamente assim que o Partido dos Trabalhadores chegaram ao governo. Apresentaram-se com um partido da ética e moralidade, denunciaram escândalos, exigiam CPIs, cobravam probidade dos administradores da coisa pública, denunciavam irregularidades, etc. Nesta fase o embrião que iria parir o Mensalão estava se desenvolvendo. Alçados ao poder não esqueceram o passado, apenas abandonaram aquela estratégia para, de fato, mostrar a que vieram: dilapidar o país; destruir toda e qualquer possibilidade de oposição verdadeira e legitima; consolidar sua hegemonia política com um partido único e onipresente, mesmo existindo três dezenas de partidos políticos o PT tem amplo domínio sobre eles; provocar, estimular e reforçar uma confusão generalizada fazendo com que as pessoas baixem seus padrões de julgamento, estabelecer o caos para “restaurar a ordem” segundo suas conveniências e necessidades. Quem não percebeu isso antes ou agora das duas uma: ou é petista e, portanto, parte interessada ou é um perfeito idiota.



Contudo, o ser humano tem uma vocação nata para bocó e parece apreciar quando é feito de tolo, é fenômeno mundial. Descoberta a aquisição de “Suas Excelências”, os crimes perpetrados pela organização criminosa que atende pelo vulgo de Partido dos Trabalhadores e penduricalhos armou-se aquele circo da CPI no Congresso Nacional, convidou-se e intimaram-se inúmeras pessoas (envolvidos, não envolvidos, secretárias e ex-secretárias, esposas e ex-esposas, contínuos, motoristas, gatos, cachorros e papagaios), foram gastos milhões de reais, deputados e senadores ganharam um palanque eletrônico fora de época e de graça e no final da bodega o então procurador-geral da Republica Antonio Fernando de Souza em 2007 apresentou denuncia no STF contra quarenta mensaleiros para o alivio de mais de uma centena de beneficiários do esquema, principalmente de seu principal responsável o presidente Lula, o Ali Babá da história. Finalmente no ano passado teve inicio o julgamento que acabou por condenar 25 mensaleiros e ainda não terminou, posto que sequer foi publicado o acórdão. A sociedade levantou-se extasiada e exultante acreditando que o Brasil estava mudando porque finalmente condenou duas dúzias de corruptos. Como diz Roberto Carlos numa de suas canções “quanta insensatez, quanta estupidez”! A memória histórica do brasileiro é impressionante: rotineiramente não vai além dos últimos quinze dias. Volta e meia a promessa do fim da corrupção empolga a sociedade transformando-a em marco histórico. A campanha contra a corrupção no governo do presidente Getúlio Vargas (1882-1954) terminou no suicídio do presidente, numa crise institucional e não acabou com o mar de lama. Depuseram o presidente João Goulart (1919-1976) por um golpe civil-militar alegando, entre outras coisas, a corrupção no governo. E durante a ditadura não havia corrupção? Foi banida por algum dos indecentes decretos-lei ou decreto-secreto? É óbvio que não. Tai o escândalo da Proconsult que por pouco não impede Brizola de ser eleito governador e o da Mandioca patrocinado pelo Banco do Brasil na cidade de Floresta (PE) para ilustrar. O impeachment de Collor (1990-1992) também serviria de exemplo para os renitentes corruptos. Logo no ano seguinte veio à tona o escândalo dos Sete Anões do Orçamento. Com o governo de FHC e Lula a corrupção ficou mais robusta do que nunca. A sociedade, devidamente enquadrada dentro da estratégia da esquerda para a hegemonia no poder como descrevi acima, esteve e está atenta apenas para o aspecto jurídico-criminal do escândalo sem atentar e muito menos examinar sua causa primeira. Nenhum dos condenados cometeu os crimes pelos quais foram julgados por iniciativa própria, a seu bel-prazer, por que não tinham nada para fazer. Certamente que embolsaram resultados financeiros e políticos, pois, afinal ninguém “trabalha” de graça. Cumpriam rigorosamente o plano traçado pela organização criminosa a qual eram filiados (formal ou informalmente) e o objetivo central foi o de beneficiá-la. Em outras palavras, estavam a serviço do Partido dos Trabalhadores e, como consequência, do governo Lula. Em 2005, quando veio à tona o escândalo, o então ministro da Casa Civil José Dirceu, afirmou que nada fazia sem o conhecimento do presidente da República, o que derruba a alegação de ignorância do ex-presidente sobre a patifaria. José Dirceu foi apontado como chefe da quadrilha quando, na verdade, está mais para mentor, autor intelectual e capataz, posto que o chefe de fato e de direito sempre foi o ex-presidente Lula que sempre controlou e controla o Partido dos Trabalhadores com mão de ferro e absolutamente nenhuma decisão pode ser tomada sem a sua aprovação e benção. Dilma que se cuide e fique atenta porque corre o sério risco de ser feita de trouxa na sua ambição de se reeleger. Lula não é uma pessoa em que se possa sonhar em confiar. Para fins didáticos basta examinar o que fez com Aloísio Mercadante durante seus dois mandatos: o alijou do condomínio petista, o humilhou publicamente, o enganou politicamente e obrigou Dilma a consolá-lo com o ministério da Ciência e Tecnologia, com o detalhe que é um profundo ignorante sobre uma coisa e outra, mas, de qualquer maneira, ministro de Estado não precisa saber de coisa alguma. Mais tarde foi remanejado para a Educação que, de igual modo e como seu antecessor Fernando Haddad, revela-se uma vistosa toupeira. Outro exemplo de como o ex-presidente atua deu-se com Ciro Gomes, O Bocó, que transferiu seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo por recomendação de Lula com a promessa de que seria candidato a governador e na hora “H” seu tapete foi puxado ficando a ver navios. Mas deixemos o Mercadante e seu ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio) onde um candidato foi aprovado inserindo na redação uma receita de como preparar Miojo e outro completou as linhas faltantes com o hino do Palmeiras e Ciro Gomes de lado e voltemos ao Mensalão. Tão logo o julgamento começou e o relator do processo ministro Joaquim Barbosa foi aos píncaros da glória. Virou super-herói e até presidenciável. O jornalista Claudio Humberto (ex-porta-voz do presidente Collor e adido cultural na embaixada do Brasil em Lisboa, uma das sinecuras desta maltrapilha República) divulgou que o ex-presidente Lula queria um “negrão” no STF e que frei Betto o havia localizado, mas esta não é a questão, considerando que para obter uma indicação do presidente da República para tribunal existe uma negociação intensa, repleta de acordos, conchavos e cambalachos. Com todo respeito, o ministro só fez aquilo que sua função exige: diante de provas irrefutáveis da prática dos mais diversos delitos não poderia, de jeito algum, absolvê-los. A atuação do ministro, por mais superdimensionada que seja, não significa que está apto a exercer a presidência da República. Mas, como no Brasil qualquer arataca se julga qualificado ao cargo e até o conquista ou toma de assalto não se constitui em surpresa que elevem o ministro à categoria dos presidenciáveis e que até a ela venha a se incorporar. Basta dar uma olhada na galeria dos presidentes da República e apontem quantos estavam aptos para o exercício do cargo. Ao cabo e ao fim a instituição criminosa Partido dos Trabalhadores e seu capo foram preservados e, portanto, em condições de praticarem crimes idênticos e até piores daqueles que seus membros foram condenados. A condenação dos mensaleiros é semelhante aquela do camarada que chega a casa e vê sua esposa com o amante no sofá da sala e no dia seguinte vende o sofá. E, a julgar pelo histórico de gente graúda envolvida com os mais diversos crimes, não se pode afirmar que os mensaleiros serão recolhidos às penitenciárias ou que lá permaneçam por muito tempo.


Para finalizar, em 2010 o conteúdo da latrina não se alterou. Enterrada a possibilidade de um terceiro mandato (o deputado Devanir Ribeiro, PT-SP, bem que tentou emplacá-lo) e com o “candidato natural” à sua sucessão José Dirceu afastado o ex-presidente Lula não se apoquentou: inventou Dilma Rousseff, um poste sem luz e a elegeu sem maiores dissabores. Passou a presidir o país uma senhora que, segundo consta, assaltou a casa da amante do ex-governador Adhemar de Barros (1900-1969) juntamente com Carlos Lamarca (1937-1971) levando um cofre contendo US$ 2,5 milhões, o equivalente hoje a mais de US$ 20 milhões, sequestrou, assaltou banco, casa de armas e sabe-se mais o que, mas como a direita apagou os crimes dos terroristas e dos militares com a Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) “a presidento” exibia uma ficha limpa e imaculada. A organização clandestina da qual era militante, a VAR-Palmares, possuía uma orientação leninista (Joseph Lênin, 1870-1924), mas Dilma Rousseff afirma e reafirma que lutava pela democracia. É muita desfaçatez. A intenção daquela gente era substituir a ditadura militar pela ditadura soviética, maoista ou cubana. O atual governo é tão fétido, corrupto, perdulário e pervertido como os anteriores. Os objetivos atendem os interesses e necessidades de tudo que foi planejado, quer seja, a hegemonia e supremacia da esquerda. A Petrobrás enfrenta sua pior crise desde a fundação e os “privateiros” se movimentam para aprofundar e difundir que sua quebra será inevitável criando um clima propício entre a população sobre a urgência em privatizá-la. As verbas para a realização da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016 são astronômicas e estão fazendo a alegria de políticos, empreiteiros, cartolas e outros parasitas. Mas a educação, a saúde, as rodovias, os portos, os aeroportos, a segurança pública, etc. têm seus orçamentos cada vez mais minguados e contingenciados. As obras de transposição do rio São Francisco estão abandonadas e deteriorando-se e já consumiram bilhões de reais sem que por ela passe um litro sequer de água e o próprio rio está seriamente comprometido. Existem trechos que nem mesmo uma canoa pode navegar. A transnordestina é uma piada (de mau gosto). Um trem descarrilou por falta de dormentes. O programa Minha Casa, Minha Vida está eivado de irregularidades e, o mais grave, inúmeras dessas construções estão comprometidas devido ao material de baixa qualidade utilizado, contratação de pessoas não qualificadas, solo inadequado, infraestrutura capenga ou inexistente, soluções urbanísticas simplesmente ignoradas, etc. D. Dilma teve a cara de pau de ir inaugurar a suposta milionésima casa do programa e basta consultarmos os números oficiais para concluirmos que para chegar neste número de unidades somente seu governo deveria ter construído nada mais, nada menos, do que 1.395 casas por dia o que, deveras, só seria possível com magia negra ou bruxaria. E, por falar em magia negra e bruxaria, segundo d. Dilma e a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome Tereza Campello, juram de pés juntos que ao assumirem o governo, 36 milhões de pessoas beneficiárias do programa Bolsa-Família deixaram a situação de extrema pobreza, o Brasil Sem Miséria outros 22 milhões de aquinhoados, o Brasil Carinhoso cerca de 9,1 milhões de abençoados e agora estão à procura de 700 mil famílias em situação de extrema pobreza que teimam em esconder-se do governo. Trata-se de gente renitente, pobres soberbos talvez e, como diz a canção de Ataulfo Alves (1909-1969) e Mário Lago (1911-2002) “Ai Que Saudades da Amélia” (1941) por certo acham bonito não ter o que comer. Por falar em Bolsa-Família observem que o pensamento marxista ensina que a caridade estatal é extremamente nociva, pois tende a aplacar a consciência política do proletariado. No Brasil a esquerda percebeu que caso não praticassem a caridade estariam queimados diante da população, ficariam como malvados, insensíveis, comunistas comedores de crianças e o diabo a quatro. Então decidiram entrar na jogada apelidando-a de “transferência de renda”. A caridade estatal é um instrumento poderoso e mesmo imprescindível para a manutenção do status quo e engana-se que só em terras tupiniqueiras e latinas a estratégia é aplicada. Nos EUA Barack Obama a utiliza também em larga escala, pois, afinal também se empenha com vigor na fabricação de mais pobres. E, para não sairmos do campo do ocultismo, magia negra e bruxaria ”o presidenta” deveria recorrer a estes expedientes para conter a inflação, uma vez que não dispõe de profissionais qualificados para elaborar e executar uma política econômica minimamente razoável. Tanto na questão da redução das tarifas de energia elétrica quanto na redução dos impostos federais sobre itens que compõem a cesta básica ficou demonstrado cabalmente um governo sem autoridade, sem prestígio e sem-vergonha. Mas recuar, retrair-se, desdizer-se e não fazer coisa alguma é atitude corriqueira dos governantes brasileiros em todas as esferas e em todos os períodos da História. O presidente-índio-cocaleiro Evo Morales ocupou a refinaria da Petrobrás na Bolívia e o ex-presidente Lula e o ministro Celso Amorim, O Lambão, o que fizeram? Saíram cantando alegremente a marchinha carnavalesca “Bota a Camisinha” (João Roberto Kelly/Chacrinha/Leleco) do inesquecível Chacrinha (José Abelardo Barbosa de Medeiros, 1917-1988). Mas, apesar do governo medíocre e infestado das práticas seculares de corrupção, desvio, desperdício e malversação dos recursos públicos d. Dilma, segundo os “institutos” de pesquisa nos quais devemos crer como o fazemos em relação ao Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Mula Sem Cabeça e Saci Pererê, é mais popular do que seu o próprio criador, só restando então a criatura contra ele se rebelar, tal como Lúcifer o fez de acordo com os relatos bíblicos.




Mesmo tendo sido um texto extenso apenas pude pincelar toscamente os governos instalados no país após 1985 para embasar e reforçar seu título. Debalde foi minha tentativa de encontrar um motivo mais elegante para comparar as sucessões presidenciais, se é que tenha mesmo tentado. No entanto, essa gente não merece e não entende sutilezas, considerações ou qualquer tratamento civilizado. Precisamos e devemos ser o mais rude e desagradável que pudermos. O mal que esta gente vem fazendo à população e ao país é tão extenso, intenso e cruel que não podemos mensurar. É a linguagem que seus cérebros diminutos, atrofiados, catinguentos e satânicos compreendem.



CELSO BOTELHO

25.03.2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

A ESMOLA ESTATAL VIROU "TECNOLOGIA SOCIAL"




Definitivamente o Partido dos Trabalhadores deveriam assumir o controle da economia mundial para dar cabo de uma vez por todas da miséria que assola cerca de um bilhão e quinhentos milhões de seres humanos. De cada cinco pessoas deste mundo de Deus uma delas não têm o que comer ou onde morar. O governo petista diz ter criado, desenvolvido e até exportado “tecnologias sociais” capazes de extinguir a extrema pobreza eficientemente. O que apelidaram de “tecnologia social” não passa de programas políticos-eleitoreiros bem ao gosto de governos populistas, ou seja, “Bolsa-Família”, “Brasil Carinhoso”, “Fome Zero”, “Brasil Sem Miséria” e similares. Mas, convenhamos, o que se pode esperar de um governo corrupto, medíocre, permissivo, incompetente, inoperante, omisso, complacente e conivente com os malfeitos e os malfeitores? Um artifício descarado para encobrir suas mazelas combinado, é claro, com outras atitudes e comportamentos que visem obscurecer, alienar, falsear, tutelar, distorcer, perverter e silenciar os cidadãos como, por exemplo, o desmantelamento e empobrecimento da educação, da saúde, da segurança pública, dos transportes, dos direitos trabalhistas e sociais, de instituições que já prestaram grandes serviços ao país e à sociedade como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que não passa de mais um departamento do governo petista. No ano passado o presidente Wadih Damous da seccional Rio de Janeiro participou do programa eleitoral do candidato a vereador Siron do PT e a ABI (associação Brasileira de Imprensa) está em sérias dificuldades financeiras estando até com alguns andares penhorados. Mas não é novidade alguma a estratégia da esquerda em todo o mundo de apropriar-se dos discursos, direitos e argumentos burgueses para, uma vez no poder, os destruir de cabo a rabo. A esquerda só reconhece a si mesma e seu monopólio e controle absoluto sobre o Estado.


Ministra Tereza Campello: "(Bolsa-Família)
 é um programa barato".

A menina dos olhos míopes do governo petista e seu mais exuberante carro alegórico é, sem quaisquer dúvidas, o programa Bolsa-Família e congêneres. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello afirmou com o peito estufado de orgulho que cerca de 50 milhões de brasileiros estão sendo beneficiados com o embuste que, em sua “categórica” opinião "é um programa barato, do ponto de vista fiscal, que traz grandes benefícios sociais e econômicos". Bem se vê que a “ilustre” ministra tem pleno desconhecimento do que venha a ser política fiscal e muito menos bons resultados sociais e econômicos. Segundo d. Tereza o orçamento para este Ano da Graça do Senhor de 2013 monta a bagatela de R$ 24 bilhões para “atender” um universo de 13,8 milhões de famílias. É ou não é um imenso eleitorado cativo para os petistas e arrabaldes? A ministra foi mais além e não se fez de rogada ao testemunhar o milagre da multiplicação efetuado e efetivado “pelo presidenta” Dilma Rousseff que ao assumir o mandato haviam 36 milhões que eram “beneficiárias” do Bolsa-Familia e atualmente não mais se encontram na situação de extrema pobreza que, segundo ela, "não há ninguém dentro do Bolsa Família que é extremamente pobre" como também não há nenhum beneficiário extremamente bilionário com o Bolsa BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A média de R$ 240,00 mensais para as famílias que participam da “caridade” garantiu ao governo a aferição pelo aparelhado IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de que reduziu a extrema pobreza no Brasil varonil. Bem com um sujeito como o Marcelo Neri tudo é possível, inclusive a existência de uma classe média com rendimento de R$ 1.200,00. Não satisfeita a ministra disse sorridente: "Não temos problemas de verbas contingenciadas. Ao contrário, o ministério da Fazenda nos deixa à disposição caso precisemos de recursos para atender essa prioridade do governo da presidenta Dilma Rousseff". Não tem coisa mais lógica. Verbas são contingenciadas quando se trata da educação, saúde, transportes, segurança pública, Forças Armadas, etc. para os eleitores cativos não se pode fazer isto, o contrário seria suicídio coletivo da cambada petista. Arrematando asseverou-nos que até o final do governo Dilma Rousseff (não sei se este ou de um provável segundo mandato) irão localizar mais de 700 mil famílias que vivem (vivem?) em condição de extrema pobreza, isto é, cerca de 2,5 milhões de pessoas, e trazê-las para o “filantrópico” programa. Só não consigo entender como tanta gente na extrema pobreza consegue se esconder do governo, posto se encontrar à vista de todos em todos os recantos do país. O mais estranho é que a ministra encontra maior dificuldade em localizá-los nas grandes cidades.




A 36ª edição do “Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos”, realizado pela Controladoria-Geral da União (CGU), apontou ao menos 2,8 mil irregularidades no Programa Bolsa Família. O principal problema apontando são pessoas com renda superior ao estabelecido no programa. Na cidade de Santana (PE), cidade com 101,2 mil habitantes e PIB per capita de R$ 9,9 mil, das 319 famílias que recebem o benefício e possuem renda per capita superior à estabelecida no programa, foram encontrados 99 casos de favorecidos empregados na esfera municipal. Destes, 62 estão relacionados à própria prefeitura. No município de Sobral (CE), que conta com 188 mil habitantes e PIB per capita de R$ 9,4 mil, 43 alunos beneficiários do programa que constavam nos registros como estudantes com presença integral, não se encontram mais nas escolas relatadas nos dados do Bolsa Família. Em Pontal do Paraná (PR), com 20,9 mil habitantes e PIB per capita de R$ 10,5 mil foram efetuados 242 pagamentos a famílias com dados cadastrais desatualizados por mais de dois anos. O caso mais emblemático do programa talvez seja o do gato que recebeu por sete meses o benefício. O gato Billy foi cadastrado no Bolsa-Família como Billy da Silva Rosa recebendo, á época, R$ 20,00 mensais. A malandragem foi descoberta por um agente de saúde que foi até a casa do “beneficiário” para convocá-lo para pesagem no posto de saúde e foi informado que Billy era o gato que pertencia a Eurico Siqueira da Rosa, coordenador do programa no município de Antônio João (MS). O espertalhão recebia o benefício do gato e de mais dois filhos inexistentes. Os filhos fantasmas faziam jus a R$ 62,00 cada, desde o início de 2008, quando Eurico assumiu o cargo. Este episódio dá a dimensão da orgia com o dinheiro público que o governo petista vem promovendo desde 2003 que pandegamente chama de “transferência de renda”.




O Bolsa-Familia transferirá renda para 50 milhões de brasileiros, o Brasil Sem Miséria já retirou 22 milhões, o Brasil Carinhoso 9,1 milhões, o Mensalão algumas dezenas, o governo petista e tucano alguns milhares. Desse jeito vai sobrar renda e faltar pessoas para que sejam transferidas.





CELSO BOTELHO

18.03.2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

BAFO DE BOCA NÃO FERVE LEITE






Quanto mais conheço os políticos brasileiros mais admiro e respeito os jumentos, os jegues, os jericos e as mulas (com ou sem cabeça), posto que aqueles exibam uma capacidade intelectual imensamente inferior a estes. Mas elogios à parte, o desgoverno “do presidenta” Dilma Rousseff vem exibindo alvissareiros resultados, inclusive nenhum. Depois de um vergonhoso PIB em 2012, uma expansão estrondosa, estridente e estrambótica de 0,09% “a mandatário” da nação tupiniqueira comunicou em seu programa de rádio “Café com a presidenta” (programa criado para a promoção pessoal do [a] presidente com recursos públicos, tipo palanque para massagear o ego e despejar demagogia) que os impostos federais na cesta básica seriam reduzidos em até 9,25% para carne, café, manteiga e óleo e de 12,5% em cremes dentais e sabonetes. Como diria nosso saudoso Mané Garricha (1933-1983) em resposta ao técnico Vicente Feola (1909-1975) sobre a tática a ser utilizada no jogo contra a então URSS: “já combinou com os russos?” D. Dilma parece não ter combinado nada com os empresários. Nos últimos doze meses a boa e velha farinha de mandioca acumula um aumento de 141,33% e o tomate de nossa salada de cada dia registrou uma alta de 89,4% no mesmo período.




Em setembro do ano passado “o presidenta” ocupou rede nacional de televisão, rádio, tambores e sinais de fumaça para anunciar redução nas tarifas de energia elétrica na ordem de 20%, porém se esqueceu de combinar com as empresas concessionárias e, sendo assim, de pronto a Cemig, Cesp e Copel se recusaram e optaram por não prorrogar os contratos de suas hidrelétricas nos moldes propostos pela União através da MP 579 transformada na Lei 12.783/2013 publicada em janeiro deste ano (com vetos “do presidenta” que, ao contrário dos royalties do petróleo, não foram derrubados) que permite prorrogar por 30 anos as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia hidrelétrica e por 20 anos as concessões de geração de energia termoelétrica das concessionárias que aceitaram reduzir as tarifas. A não adesão destas concessionárias melou a bravata presidencial. Estas empresas são responsáveis por 25% da energia elétrica consumida no país. “A presidento” partiu para a demagogia afirmando que mesmo diante daquela recusa a redução chegaria aos 20% via recursos do Tesouro Nacional. Ora, quem abastece o Tesouro Nacional é o contribuinte, posto que dinheiro não nasça em árvores. Para honrar a palavra presidencial que, aliás, não é merecedora de nenhum crédito, o Tesouro Nacional deverá elevar os aportes no setor elétrico acima dos R$ 3,3 bilhões previstos inicialmente. Em outras palavras, qualquer redução no final das contas somos nós que iremos pagar. Em dezembro do ano passado o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, encontrou uma solução. Sugeriu que aqueles estados renitentes deveriam reduzir a alíquota do ICMS que incide sobre as tarifas de energia denominando tal tributo estadual como “impostozinho” e que aplaudiria tal atitude (nós também aplaudiríamos caso o governo federal deixasse de nos extorquir sistematicamente). Que as alíquotas de ICMS são exorbitantes, indecentes e abusivas todos nós concordamos, mas o governo federal desejar fazer limonada com o limão alheio é muita sacanagem.

Harry Houdini

Mas voltemos à cesta básica. O governo petista aproveitou a ocasião para informar que alterou a composição desta com o objetivo de “aproximar” mais daquilo que o brasileiro consome. Vejamos a nova constituição da cesta básica: carne bovina, suína, aves e peixes, arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes. Mesmo um ilusionista com a habilidade Harry Houdini (1874-1926) não alcançaria a façanha de fazer com que a mixaria de R$ 678,00 compre tudo isto e ainda pague as contas de aluguel, luz, água, gás, transporte, remédios, etc. e etc. D. Dilma não parece uma comediante? Muito sem graça por sinal.

A mudança do ex-presidente Lula precisou de onze caminhões, inclusive um deles refrigerado

Na sequência do “reality show” radiofônico “a presidento” também asseverou que reforçará os Procons, certamente com uma robusta nomeação de mais companheiros à espera de uma “boquinha”. E aumentará a fiscalização. Quá-quá-quá-quá e quá. Ora, tradicionalmente os governos brasileiros têm aversão a todo e qualquer tipo de controle e não é o governo do PT que irá quebrar esta tradição, vocação e devoção. Mesmo porque já está no poder a dez anos primando por burlar qualquer tipo de controle e fiscalização. Um exemplo disso é o ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado e Fujão (recordar é viver: desde dia 23.11.2012 foge da imprensa mais do que o diabo foge da cruz, tudo por conta da Operação Porto Seguro da Polícia Federal haver desbaratado a quadrilha de venda de pareceres na qual resplandecia a figura de Rosemary Nóvoa Noronha, chefe do gabinete da presidência da República em São Paulo e companheira de viagens do ex-presidente no caso de d. Marisa Letícia não estar presente, denunciada pelos crimes de falsidade ideológica por duas vezes, tráfico de Influência, corrupção passiva e formação de quadrilha, empregou seu ex e atual marido, sua filha, os irmãos Paulo Vieira, ex-diretor de hidrologia da ANA, Agência Nacional de Águas; Rubens Vieira, diretor de infraestrutura da ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil; José Weber Holanda Alvez, o número 2 na AGU, Advocacia-Geral da União, mas o número 1 também está enrolado o tal do Luís Inácio Adams), mas como estava dizendo, o Exu de Garanhuns deixou o Palácio do Planalto carregando em onze caminhões (um deles refrigerado) “seus objetos pessoais” tais como tapetes caríssimos, joias, obras de arte, vinhos, um crucifixo entalhado em uma única peça de madeira, etc. O saque deixou os funcionários do Palácio do Planalto constrangidos, embasbacados e impotentes. Outro exemplo de como o cidadão brasileiro é protegido por seu governo são as agências reguladoras criadas por FHC (1995-2002) e mantidas pelo governo da “moral e da ética” do Partido dos Trabalhadores que funcionam como sindicatos patronais e seus dirigentes invariavelmente recebem muitos mimos das empresas por eles “fiscalizadas”. No mesmo programa “o presidenta-candidato à reeleição” sacou sua vara de condão e anunciou que instalará em cada estado da federação (se o Brasil é uma federação eu sou o Coelhinho da Páscoa) "um moderno centro de atendimento integral à mulher com serviços de prevenção à violência doméstica e ferramentas de estímulo aos negócios.” É ou não é para “nóis” rir até se mijar todo? No site do Yahoo foi noticiado que um professor em 2010 confessou, espontaneamente, à Justiça e os peritos, que matara sua esposa usando um fio para enforcá-la e ainda tentara simular que houvera sido um suicídio. Não havendo o delito flagrante, sendo réu primário, não tendo antecedentes e, portanto, na interpretação da Justiça, não oferecendo riscos à sociedade não foi preso. Mas isto não é tudo. O assassino desde então vem recebendo a pensão da esposa e mais o seu salário de professor da rede estadual de R$ 2.509,00, mesmo encontrando-se afastado das salas de aula. D. Dilma acorda! Será preciso bem mais que um prédio bonito, um nome pomposo e uma cambada de parasitas no seu interior para tratar da violência doméstica contra a mulher e inseri-la no mercado de trabalho.


“O presidenta” afirmou (cada um afirma o que se bem lhe aprouver, é de graça) "A redução dos impostos da cesta básica é muito boa porque diminui a inflação e melhora a renda dos assalariados e de qualquer brasileiro, porque permite que ele compre o mesmo produto por um preço menor". Então recorremos à indagação do mestre Garrincha: “já combinou com os empresários?” O ministro da Fazenda (sic) Guido Mantega (está mais para margarina) recebeu um grupo de empresários do ramo de supermercados e da indústria de alimentos e “pediu” para que reduzam seus preços repassando a redução dos impostos para a população, também conhecida como burro de carga do paquidérmico Estado brasileiro. Bem, pedir qualquer cristão, judeu, islâmico, budista, hinduísta ou ateu pode pedir, o diabo é ser atendido. D. Dilma trata esta desoneração como se fosse uma renuncia fiscal (o governo deixará de arrecadar tanto e mais tanto e o correto seria o governo deixará de surrupiar do maltratado cidadão-contribuinte tanto e mais tanto). Ora, só pode haver renuncia fiscal quando há fisco e, no Brasil, o que há é confisco, extorsão e roubo. Num país que salário é tido e havido como renda; salário-mínimo é considerado o máximo em grandeza aritmética, poder de compra e justiça social; copa do mundo é prioridade nacional; o ex-presidente Lula é doutor honoris causa e o Congresso Nacional uma instituição que representa a população tudo é possível, inclusive jumento voar graciosamente por entre as nuvens. E, por falar em nuvens, há muito mais coisas entre o céu e a terra do que sonha “a presidento”. Decisões como esta, no máximo e com muito esforço, são meros paliativos e que não surtirão os efeitos pretendidos pelas “cabeças pensantes” de um governo inoperante e medíocre como o petista. Mas o que esperar de governos que não têm qualquer projeto para o país? Respondo: mais corrupção, desperdício, desvio, malversação dos recursos públicos, dilapidação do patrimônio público, mais concentração de renda, maior desigualdade social, mais miséria, sofrimento e dor. Enquanto persistir o modelo econômico neoliberal que premia a especulação e pune o trabalho, não se pode ter qualquer esperança. Mais do que qualquer conjuntura nacional ou internacional que possa se apresentar nossos problemas residem na estrutura e, neste caso, não cabe reformas, remendos ou reorganização e sim de uma nova concepção estrutural e tal empreitada não se faz por Medida Provisória ou Projeto de Emenda à Constituição. Demanda tempo, capacidade e honestidade intelectual, diálogo amplo com a sociedade, coragem, determinação, espírito público, probidade, responsabilidade, etc. atributos que, com certeza, não estão presentes nos políticos brasileiros, resguardando-se as raríssimas exceções, vozes solitárias e sem eco num deserto de quaisquer virtudes. Tanto o governo dos tucanos quanto o governo dos companheiros, associados a banqueiros, empresários e demais tralhas, não fizeram outra coisa senão arruinar o país e, desgraçadamente, a numerosa parte da sociedade desprotegida, humilhada, espinafrada e ao relento desde 1500. No golpe de 1964 os militares não possuíam qualquer projeto para o país ou programa de governo, mesmo por que o objetivo do movimento foi apear João Goulart (1919-1976) do governo e reprimir os comunistas. O primeiro objetivo foi cumprido integralmente, mas o segundo não foi atingido nem ideologicamente nem fisicamente, tai d. Dilma, Fernando Gabeira, Franklin Martins, José Dirceu, José Genoíno e muitos outros que não me deixam mentir. Porém, deve-se reconhecer que deixaram legados importantes em obras de infraestrutura, o preço foi excessivo para o país e a população, mas isto é outra história. Após vinte e oito anos de governos civis não podemos apontar nenhuma obra de infraestrutura de porte, apenas demagogia e roubalheira como a ferrovia Transnordestina (um trem descarrilou por falta de dormentes), a transposição do rio São Francisco (o concreto está rachado e o mato floresce no canal), o programa Minha Casa Minha Vida (imóveis construídos com materiais sem qualquer controle de qualidade comprometendo suas estruturas) ou o tal do Trem-Bala que, sem sair do papel, já está orçado em mais de R$ 30 bilhões que certamente duplicará ou triplicará assim que se abrir o primeiro canteiro de obras. Um desperdício de recursos que acabará como o Trem de Prata que fazia a ligação Rio-São Paulo desativado em novembro de 1998 devido a má conservação da via férrea que o obrigava a trafegar em baixa velocidade provocando atrasos e a concorrência da ponte aérea.

Bafo de boca...

...não ferve leite.

Portanto, “Sua Excelência” “a presidento” deveria saber que bafo de boca não ferve leite. Com mais da metade do mandato cumprido não é necessário esforço algum em concluir que está em campanha para reeleger-se e comandar mais quatro anos de mediocridades, dilapidação do patrimônio público (como a Petrobrás, por exemplo, que atravessa sua pior crise por conta de seu aparelhamento político), mentiras, demagogias, inoperância, inércia, incompetência, permissividade, fisiologismos, casuísmos, complacência e conivência com o ilegal ou imoral. Isto não significa que seus possíveis adversários (pelos menos os que já estão se apresentando) reúnam condições minimamente melhores que possam despertar qualquer esperança para este país e sua população (por população, neste caso, entenda-se que falo da maioria excluída, aviltada, vilipendiada, injustiçada e, sobretudo, tratada como seres humanos e cidadãos de segunda classe ou coisa pior).



CELSO BOTELHO

14.03.2013

sexta-feira, 8 de março de 2013

D.DILMA PROMETE QUE O SERTÃO VAI VIRAR MAR







Das duas uma: ou “o presidenta” Dilma Rousseff está no mundo da lua ou nos toma como idiotas. Após dois anos de um governo abaixo de medíocre com um PIB inferior a 1%, a inflação dando sinais de vida, a corrupção, desvio, desperdício e malversação dos recursos públicos andam a todo vapor tem a cara de pau de sair pelo país dizendo asneiras de todas as ordens. Bem, considerando que já se encontre em campanha para a reeleição é até natural, em se tratando de Brasil, dizer toda e qualquer besteira que possa conquistar o eleitor. Faz propaganda fora de época, mas como separar “a candidato” Dilma “da presidento” Dilma? Noves fora, o que interessa é que foi ao Nordeste, precisamente em João Pessoa, Paraíba, entregar – segundo consta – 576 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, Meu Empreiteiro e Minha Propina. “A presidento” asseverou-nos que o país não corre risco de ser contaminado por crises externas. Isso me faz lembrar o nada saudoso general-presidente de plantão Médici (1905-1985) quando disse que o Brasil era uma ilha de tranquilidade no planeta e com razão, posto que no seu plantão apenas o ato de respirar estivesse liberado e assim mesmo para os seus adeptos, simpatizantes e indiferentes. Como o ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado e Fujão, já usou a analogia idiota entre tsunami e marola sua pupila-criatura e invenção tentou ser criativa ao dizer que "Quando há um espirro no exterior, o Brasil não pega pneumonia". Tal afirmação nos obriga a dizer que nem no mundo da lua se encontra “o presidenta” e sim em outra galáxia habitada por nano bactérias. A economia tem uma expansão de 0,09% e, segundo “o governanta” as oportunidades de trabalho foram aumentadas e o desemprego reduzido. Isso é um milagre, considerando que isto está sendo alcançado sem investimentos. Mas para “uma presidento” que retira da extrema pobreza 9,1 milhões de pessoas com a bagatela de R$ 70,00 tudo é possível, até mesmo jumento voar. “O presidenta” também pretende consolidar o Brasil como país de classe média. Isso, porém, não se constitui em missão impossível caso consideremos que conta com o “auxilio luxuoso” de Marcelo Néri, presidente do IPEA. Caso desejem uma leitura de ficção abobalhada posso indicar o livro deste senhor intitulado “A Nova Classe Média – o lado brilhante da base da pirâmide” onde poderão encontrar bobagens como, por exemplo, “a classe C tem renda que fica acima da metade mais pobre da população e um pouco abaixo dos 10% mais ricos. Isso significa que a família de classe C é a que tem renda mensal entre R$ 1.200,00 e R$ 5.174,00.” Esse menino é um gênio! Ainda de acordo com este gênio entre 2003 e 2012 um exército de 42 milhões de brasileiros ascendeu à classe C e 11 milhões pularam para as classes A e B. Este “iluminado” descobriu que só no estado de Sergipe houve um crescimento econômico de 58%, percentual que humilha qualquer chinês. Esta “distinta” criatura quando perguntada quem era o pai da classe C procurou agradar gregos e troianos “Fernando Henrique é o avô, por causa da estabilidade. O Lula é o pai, porque percebeu a relevância da questão e a Dilma é a neta da classe C”. Que sujeito mais descarado!


Eis como se encontram as obras de transposição do rio São Francisco


Na oportunidade d. Dilma aproveitou para dizer que iria promover a mais farta distribuição de dinheiro que o Nordeste brasileiro já viu: cerca de R$ 30 bilhões, pelo menos na promessa. Os investimentos na região até 2014, segundo d. Dilma, serão superior a R$ 24 bilhões em barragens, canais, estações de tratamento e redes de abastecimento, além das obras de integração da Bacia do São Francisco. Acrescente-se a estes mais R$ 5 bilhões “previstos” para a construção de poços e cisterna no programa Água para Todos (irmão do programa Luz para Todos e do futuro programa Nariz de Palhaço para Todos). Quanto às obras de transposição do rio São Francisco que consume verbas vultosas e muitos trechos precisa ser refeitos “a presidento” afirma: “Não só assumo aqui o compromisso de que nós iremos, até 2014, entregar uma parte dessa interligação, como ela estará concluída até 2015. Assumo em meu nome e em nome do ministro Fernando Bezerra Coelho (ministro da Integração Nacional)”. Será que estarei enganado ao suspeitar que nem um nem outro cumprirão com a palavra? A palavra empenhada de ambos e dos petistas em geral vale tanto quanto um óculo sem lentes. As obras de transposição do rio São Francisco apresentam concreto rachado, estufado e inútil. No leito dos canais o mato floresce com pujança, alguns canteiros de obras estão abandonados e muitas máquinas paradas e enferrujando ao relento. D. Dilma não contente com o compromisso assumido chegou a “brilhante” conclusão de o problema da seca na região é “o desafio de uma geração”. Ledo engano. É um problema que vem se arrastando há séculos e em uma década de governo petista não avançou um só milímetro para começar a tentar solucioná-lo. E, ainda não satisfeita com a demagogia, concluiu que “ficamos 500 anos sem resolver o problema da água, mas a nossa geração vai resolver o problema aqui no Nordeste”. Não me parece que a geração que está no poder possa dar a menor prova que resolverá qualquer que seja o problema, tenha ele séculos decênios, alguns anos, horas ou minutos. A geração que está no poder não sabe fazer outra coisa senão corromper e deixar-se corromper. O imperador d. Pedro II (1825-1891) por ocasião da grande seca de 1877/79 no Ceará onde a metade da população de Fortaleza morreu proclamou que se vendesse até a última joia da Coroa, mas que nenhum cearense morresse de fome. O imperador perdeu a Coroa e os cearenses e nordestinos em geral continuaram a morrer de sede e de fome. Bem vemos como são os compromissos assumidos pelos governos brasileiros. A dinheirama que está prometendo para o Nordeste é factoide (royalties para Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro) e, com certeza, caso algum montante lhe seja destinado será implacavelmente surrupiado de alguma forma, em algum momento e lugar.




D. Dilma não se interessou em governar o país nestes últimos dois anos e agora que se encontra em campanha para a reeleição certamente não há de se interessar. Então podemos concluir que podemos aguardar, no mínimo, mais dois anos de mediocridade, mas com muita corrupção, desvio, desperdício e malversação dos dinheiros públicos como, aliás, é a praxe.



CELSO BOTELHO

08.03.2013

sexta-feira, 1 de março de 2013

LULA, O FUJÃO, DELIRA AO COMPARAR-SE COM LINCOLN




No evento que comemorou os trinta aninhos da CUT (Central Única dos Trabalhadores) presentes no local o rádio e a televisão e o ex-presidente fujão Luiz Inácio Lula Satanás da Silva, uma festa de “arromba”. Desde a deflagração da Operação Porto Seguro que revelou a participação de “sua amiga” Rosemary Nóvoa, ex-chefe do gabinete da presidência da República em São Paulo, na quadrilha especializada em fornecer pareceres favoráveis a quem por eles pagasse; empregar a filha, o ex-marido, o compreensivo atual marido, os amigos, ambos estão sumidos. Ele está correndo dos repórteres como se fossem o próprio diabo a cobrar-lhe a alma e ela superprotegida pelo PT, Instituto Lula e pela 5ª Vara Criminal de São Paulo. Como é de se esperar daquela boca só sai bobagens, bocejos e arrotos, estes últimos tanto no sentido fisiológico como no figurado. O ex-presidente, do alto de sua profunda ignorância, aparelhado com um ego que transcende todos os limites que possa haver no Universo, dono de uma personalidade psicopata e sociopata crônica e contumaz mentiroso e farsante comparou-se ao presidente norte-americano Abraham Lincoln (1809-1865) afiançando que estava lendo sua biografia e que, como ele, sofreu muita perseguição da imprensa. Para começo de conversa tal comparação insulta à memória do grande estadista norte-americano. É mais fácil acreditar em mula sem cabeça, velho do saco, saci pererê, coelhinho da Páscoa e Papai Noel a apenas supor que o ex-presidente esteja lendo qualquer livro, mesmo porque existem dúvidas quanto a sua capacidade cognitiva e, sendo assim, até histórias em quadrinhos da Turma da Mônica lhe exigiriam grande esforço mental. No máximo Lula deve ter visto o filme Lincoln (EUA, Índia; 2012; 153 min.; produção de Steven Spielberg e Kathleen Kennedy baseado na obra de Doris Kearns Goodwin) e ficou convencido de semelhanças que jamais existiram entre um e outro. A ignorância sobre Lincoln é tão gritante que o ex-presidente chegou a dizer no seu “discurso”: “Eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ia para o telex ficar esperando”. A imprensa brasileira, em tempo algum e com nenhum presidente da República, foi tão branda, tão polida e tão empenhada em blindá-lo. E seria impossível que Lincoln ficasse ao pé de um “telex” porque àquela época ainda não havia sido inventado. A primeira rede de telex foi implementada na Alemanha em 1930 envolvendo os engenheiros David E. Hughes, Edward Kleinschmidt, Charles Krum, Emile Baudot e Frederick G. Creed. Mas é notória a obsessão de Lula em comparar-se com personalidades históricas. Já se comparou a Getúlio Vargas (1882-1954) por não ter conhecimento do mar de lama que corria sob seus pés ou suas barbas; a Juscelino Kubitschek (1902-1976) por que também era perseguido pela imprensa em 1950, o detalhe é que neste ano JK foi eleito governador de Minas Gerais, sua presidência foi de 1956-1961; a João Goulart (1919-1976) pelas Reformas de Base, Franklin Roosevelt (1882-1945) pelo “New Deal” que recuperou e alavancou a economia e até ao próprio Jesus Cristo que nos mostrou o caminho da salvação. Caso inconfundível de personalidade histriônica. Em entrevista na revista Playboy o ex-presidente Lula declarou que Mao Tsé-Tung “lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa” e sobre Adolf Hitler (1889-1945) disse com todas as letras “eu admiro a disposição, a força e a determinação”. Faltou Vladimir Lênin (1870-1924), Joseph Stalin (1879-1953) e Benito Mussolini (1883-1945) que, certamente, também devem merecer a admiração e o respeito do ex-presidente Lula pelo conjunto da obra que realizaram. Sobre Fidel Castro (1926-) e Hugo Chávez (o morto-vivo) são ídolos por ele reverenciados como deuses, tamanha a inveja que nutre por ambos. O primeiro está há 54 anos no poder e o segundo está no poder desde 1999. É ou não é para deixar o Exu de Garanhuns com água na boca?




O ex-presidente também se saiu com esta pérola no evento da “pelegada”: “Nos anos 80, qualquer imbecil se achava formador de opinião pública”, inclusive ele próprio e a cambada que o acompanha e para isso usaram e abusaram da mesma imprensa que desejam silenciar. A proposta de reformulação do Código Penal que está no Senado Federal traz algumas pérolas que se encaixam perfeitamente no espírito esquerdista de reconhecer somente o direito de existência do partido único e onipresente. A proposta é de elevar a pena por difamação e calúnia através dos meios de comunicação de três meses para dois anos, isto é quase dez vezes mais do previsto na Lei de Imprensa da ditadura militar (1964-1985). Certamente há excessos na imprensa e estes devem ser apurados e, se for o caso, punidos. Porém a punição deve ser proporcional ao delito e, neste caso, a intenção extrapola o principio da proporcionalidade passando a orientar-se pelo cerceamento e a intimidação para impor o silêncio. O Partido dos Trabalhadores serviu-se durante décadas escancaradamente da imprensa para crescer e alcançar o poder e, uma vez nele instalado, cometer uma imensa variedade de crimes. Hoje, qualquer meio de comunicação que divulgue uma simples notinha de rodapé que não esteja de acordo com seus interesses, principalmente quando denunciam suas lambanças, são rotulados de direita retrógrada e golpista, conservadores e que conspiram contra eles. A cara de pau do ex-presidente não tem limites. Não é que o Exu de Garanhuns disse que a “bronca” que tinham (e têm) dele é devido ao seu sucesso e o “da presidento” Dilma Rousseff. Esta afirmação tem duas interpretações. 1) caso consideremos o sucesso pessoal de ambos certamente que haverá muitos invejosos por ai, posto que muitos fizeram cem vezes para coroar suas carreiras com a presidência da República e jamais conseguiram como, por exemplo, Leonel Brizola (1922-2004), Carlos Lacerda (1914-1977) e Adhemar de Barros (1901-1969). Lula e Dilma reúnem todas as condições para ocupar o mais alto cargo do país, inclusive nenhuma. 2) porém no caso do ex-presidente estar falando sobre suas administrações ai a coisa muda de figura, posto que, tanto uma quanta a outra, revelarem-se desastrosas, nocivas e nefastas para o país. Ambos são arrogantes, prepotentes, permissivos, omissos, inaptos, complacentes e coniventes com toda a sorte de patifarias. O governo Lula contabiliza mais de cem escândalos, dilapidação do Erário e até a compra do poder legislativo em suaves prestações mensais. O governo Dilma está mais inerte do que um poste, com ou sem luz, com um PIB que só pode ser visto com uma lupa bem possante, a inflação dando o ar de sua graça e as práticas de corrupção, desvio, desperdício e malversação dos recursos públicos vão muito bem, obrigado.


Enquanto isso em São Bernardo do Campo...

Mesmo que imaginássemos um Lincoln tupiniquim pintando um retrato roto, inacabado, distorcido e medíocre o ex-presidente ainda assim estaria a anos-luz de com ele assemelhar-se, quanto mais com o original. Por mais boa vontade que possamos ter não encontraremos nada na biografia de Abraham Lincoln que sugira a mais insignificante das semelhanças com o ex-presidente. Este tal de Lula é mesmo um fanfarrão!


O Poderoso Fujão


CELSO BOTELHO

01.03.2013