Minha desconfiança sobre os critérios da Universidade de Harvard que se utiliza para compor seu corpo docente e discente se confirmaram: não são lá muito exigentes. Prova disso é o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos do Brasil “Manguabeira” Unger, denominação pomposa para um “aspone”. Desta feita foi apanhando recebendo o triplo de seu salário em diárias no Ano do Nosso Senhor de 2008. Quem delatou foi a Controladoria Geral da União (CGT), portanto, qualquer reclamação deve reportar-se ao seu ministro-chefe Jorge Hage. Talvez não deva o responsabilizar de todo porque, afinal, foi o presidente Lula, O Ignorante, quem inventou seu ministério para dar-lhe emprego, assim como tantos outros. O nosso presidente irá para História, entre outras coisas, como um grande empregador com o dinheiro dos outros, é claro. Posso me lembrar que o ex-presidente-general Ernesto Geisel (1974-1979) assumiu inventando vinte ministérios e foi um escândalo nacional, apesar de que os generais-presidentes podiam quase tudo. Quase, porque não faziam chover nem parar de ventar. Quais as missões que lhe foram delegadas que justifiquem tantas viagens? Quais os resultados práticos delas? Essa “Secretaria”, como alguns ministérios tantas outras “repartições” públicas, em especial as paridas neste governo, tem por objetivo apenas favorecer esta e aquela e aquela outra pessoa ou interesse. “Manguabeira” é o resultado de um subterrâneo político que, certamente, somente ele e o presidente conhecem. Mesmo oriundos de mundos diferentes (um de Harvard e o outro do Grupo Escolar Marcílio Dias) ambos conseguem ser ignorantes, cada qual a seu modo e guardando-se as devidas proporções. Já vi muitos capadócios ocupando cargos importantes e desimportantes na República, porém, a crescente sofisticação, cara de pau e desfaçatez deles me deixa embasbacado.
Essa “dinheirama” que o governo federal está queimando inchando a máquina, doando a empresários, mantendo programas populistas ou elitistas, desperdiçando a dar com o pau sem atender as necessidades de uma sociedade sistematicamente extorquida alimentará as chamas de uma fogueira onde a palavra caos não expressará com exatidão as cinzas que hão de restar. O governo petista demonstra, cabalmente, sua completa inaptidão para administrar o país. Quando não está envolvido em trapalhadas é parte ativa de escândalos ou então entregue a prazerosa, perigosa, nefasta e inaceitável atividade perdulária. E isso, meus caros, só poderá desembocar na miséria, no sofrimento e na falência do Estado processo, aliás, em franca aceleração. Não será a arrogância e a presunção de que estamos imunes a crise internacional deflagrada em 2007 atingindo seu ápice em 2008 e em franca ascensão. A imagem de país credor que o presidente alardeia é tão inverídica quanto à afirmação de que existem oceanos no sol. A bagatela que o ex-metalúrgico chama de reservas viram fumaça antes que se risque o fósforo. Porque será que o presidente Lula, O Ignorante, nunca fala da nossa dívida interna? Porque será que as taxas de juros que se praticam no Brasil não passam de uma escandalosa rapinagem? Esta balbúrdia global deveria servir para o governo, já na reta final, promover ajustes consideráveis no seu quintal que prima pelo descalabro. Num momento desses qualquer nação rica, emergente ou pobre deve abraçar a bandeira da austeridade sem quaisquer relutâncias. E até o presente instante o governo que ai está auto avalia-se acima do bem e do mal numa postura irresponsável e nociva com a pátria. A inércia tem sido o cartão de visitas do governo brasileiro para a crise que assola o planeta.
Naturalmente se indagado o presidente dirá que “não sabia” (é sua resposta pronta para qualquer assunto que possa incomodar-lhe. Poderia até mudar o slogan “Brasil. O País do Não Sabia) na esperança de que sejamos idiotas o suficiente para acreditar. Contudo posso até admitir que não saiba de determinados fatos, mas isso não o exime da responsabilidade, notadamente se tratando de um assessor por ele inventado que, no passado recente, afirmou categoricamente que esse era o governo mais corrupto da História do país. Triplicar o próprio salário pode não ser classificado como corrupção, mas posso perfeitamente tipificá-lo. Afinal o terreno não é tão baldio...
CELSO BOTELHO
01.02.2009