sábado, 31 de janeiro de 2009

O TERRENO NÃO É TÃO BALDIO


Minha desconfiança sobre os critérios da Universidade de Harvard que se utiliza para compor seu corpo docente e discente se confirmaram: não são lá muito exigentes. Prova disso é o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos do Brasil “Manguabeira” Unger, denominação pomposa para um “aspone”. Desta feita foi apanhando recebendo o triplo de seu salário em diárias no Ano do Nosso Senhor de 2008. Quem delatou foi a Controladoria Geral da União (CGT), portanto, qualquer reclamação deve reportar-se ao seu ministro-chefe Jorge Hage. Talvez não deva o responsabilizar de todo porque, afinal, foi o presidente Lula, O Ignorante, quem inventou seu ministério para dar-lhe emprego, assim como tantos outros. O nosso presidente irá para História, entre outras coisas, como um grande empregador com o dinheiro dos outros, é claro. Posso me lembrar que o ex-presidente-general Ernesto Geisel (1974-1979) assumiu inventando vinte ministérios e foi um escândalo nacional, apesar de que os generais-presidentes podiam quase tudo. Quase, porque não faziam chover nem parar de ventar. Quais as missões que lhe foram delegadas que justifiquem tantas viagens? Quais os resultados práticos delas? Essa “Secretaria”, como alguns ministérios tantas outras “repartições” públicas, em especial as paridas neste governo, tem por objetivo apenas favorecer esta e aquela e aquela outra pessoa ou interesse. “Manguabeira” é o resultado de um subterrâneo político que, certamente, somente ele e o presidente conhecem. Mesmo oriundos de mundos diferentes (um de Harvard e o outro do Grupo Escolar Marcílio Dias) ambos conseguem ser ignorantes, cada qual a seu modo e guardando-se as devidas proporções. Já vi muitos capadócios ocupando cargos importantes e desimportantes na República, porém, a crescente sofisticação, cara de pau e desfaçatez deles me deixa embasbacado.


Essa “dinheirama” que o governo federal está queimando inchando a máquina, doando a empresários, mantendo programas populistas ou elitistas, desperdiçando a dar com o pau sem atender as necessidades de uma sociedade sistematicamente extorquida alimentará as chamas de uma fogueira onde a palavra caos não expressará com exatidão as cinzas que hão de restar. O governo petista demonstra, cabalmente, sua completa inaptidão para administrar o país. Quando não está envolvido em trapalhadas é parte ativa de escândalos ou então entregue a prazerosa, perigosa, nefasta e inaceitável atividade perdulária. E isso, meus caros, só poderá desembocar na miséria, no sofrimento e na falência do Estado processo, aliás, em franca aceleração. Não será a arrogância e a presunção de que estamos imunes a crise internacional deflagrada em 2007 atingindo seu ápice em 2008 e em franca ascensão. A imagem de país credor que o presidente alardeia é tão inverídica quanto à afirmação de que existem oceanos no sol. A bagatela que o ex-metalúrgico chama de reservas viram fumaça antes que se risque o fósforo. Porque será que o presidente Lula, O Ignorante, nunca fala da nossa dívida interna? Porque será que as taxas de juros que se praticam no Brasil não passam de uma escandalosa rapinagem? Esta balbúrdia global deveria servir para o governo, já na reta final, promover ajustes consideráveis no seu quintal que prima pelo descalabro. Num momento desses qualquer nação rica, emergente ou pobre deve abraçar a bandeira da austeridade sem quaisquer relutâncias. E até o presente instante o governo que ai está auto avalia-se acima do bem e do mal numa postura irresponsável e nociva com a pátria. A inércia tem sido o cartão de visitas do governo brasileiro para a crise que assola o planeta.


Naturalmente se indagado o presidente dirá que “não sabia” (é sua resposta pronta para qualquer assunto que possa incomodar-lhe. Poderia até mudar o slogan “Brasil. O País do Não Sabia) na esperança de que sejamos idiotas o suficiente para acreditar. Contudo posso até admitir que não saiba de determinados fatos, mas isso não o exime da responsabilidade, notadamente se tratando de um assessor por ele inventado que, no passado recente, afirmou categoricamente que esse era o governo mais corrupto da História do país. Triplicar o próprio salário pode não ser classificado como corrupção, mas posso perfeitamente tipificá-lo. Afinal o terreno não é tão baldio...


CELSO BOTELHO

01.02.2009

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O ALFA E O ÔMEGA


Para muitos posso parecer um camarada intransigente, inflexível, ranheta. Não me vejo desta forma. Ao contrário, diante de argumentos sólidos e convincentes posso rever minha posição, porém, jamais em detrimento de minhas convicções. Entretanto, existem posições das quais não arredo pé um milímetro sequer e, nestes casos, nenhum argumento irá flexibilizar-me. A observância da lei e da ordem, o respeito por meus semelhantes e outros valores positivos que me foram transmitidos sempre os cultivei cioso de que me tornaria uma pessoa melhor. Melhor e não em busca da perfeição, visto ser tal objetivo inalcançável a qualquer membro da raça humana. A lei e a ordem são imprescindíveis nas sociedades e, repito, caso não sejam boas e adequadas devemos substituí-las, suprimi-las ou adequá-las de forma que venham atender seus interesses e necessidades. A lei não deveria ser manipulada para atender este ou aquele segmento social ou econômico, mas infelizmente não acontece de outra maneira. No nosso país cultua-se a interpretação da lei que possa favorecer o interessado em vê-la aplicada. Isto explica a detestável máxima da “lei que pega ou não pega”. Lei, toda ela, é para “pegar”, até que seja substituída, suprimida ou revisada. Inúmeras vezes uma interpretação favorável não satisfaz e, assim, alteram-se as leis sem quaisquer escrúpulos. Poderia citar vários exemplos de leis redigidas e promulgadas para beneficiar e prejudicar pessoas e entidades nas várias etapas da História brasileira, mas isso alongaria em demasia este post e não desejo cansá-los.

A Constituição Federal, como disse David Nasser (1917-1980) nos anos 60, pode ser alterada, pois, não foi Moisés quem a escreveu. As Cartas Magnas que tivemos ao longo de nossa História, outorgadas ou não, primaram em não ter orientação alguma a cerca de qualquer coisa. Um mafuá político, ideológico que, na maioria das vezes, não conduz a lugar nenhum. Alterar a Constituição pode ser necessário, porém, moldá-la de acordo com interesses que tem endereço sabido e conhecido é outra história. E aqui estou justamente repudiando estas arbitrariedades, esses casuísmos, esses golpes. A lei máxima, por si só, já é um balaio de gatos angorá sem ajustes. Em vinte anos de vigência já foi “agraciada” com mais cinqüenta e cinco emendas e ainda existe uma bordoada de artigos que dependem de lei complementar que sequer se pensou em confeccionar. Com a classe política da qual sempre dispomos não se poderia esperar uma Constituição minimamente moderna, para dela se dizer o mínimo. E devemos até nos considerarmos sortudos pela rejeição de várias proposições apresentadas durante a Assembléia Nacional Constituinte, caso contrário o caos seria bem maior.

Todos os presidentes da República, sem exceção, desde 1889 atropelaram a Constituição Federal sem qualquer constrangimento. O único que sofreu punição foi o ex-presidente Collor (1990-1992) que foi apeado do poder e condenado a oito anos de suspensão de seus direitos políticos onde o cumprimento da lei não prevaleceu, mas sim os interesses políticos e econômicos. Mas isso é outra história. A partir de 1985 os ocupantes do Palácio do Planalto especializaram em moldar a Constituição à sua imagem e semelhança utilizando-se de todas as moedas de troca possíveis com um Legislativo cada vez mais mercenário. O Dr. Ulysses Guimarães (1916-1992) disse certa vez que o que mais o fascinava na política era o poder e não o dinheiro que poderia proporcionar, poderia até ser se tratando do Dr. Ulysses, pois, em toda a República foi o homem que mais poder teve simultaneamente (presidência da República, presidência da Assembléia Nacional Constituinte, presidência da Câmara Federal e presidência do PMDB). Porém, não é nada incomum aliar-se uma coisa à outra. O ex-presidente José Sarney (1985-1990) assumiu com seis anos de mandato, Tancredo Neves havia prometido reduzir para quatro anos, conseguiu cinco. O Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) foi eleito para cumprir quatro anos, fez emendar a Constituição e ficou oito anos. O presidente Lula, O Ignorante, foi eleito para um mandato de quatro anos com a possibilidade de mais quatro e articula ficar doze, dezesseis ou vinte, não se pode dizer ao certo. Insisto: se o presidente tem tanto apego por cargos vitalícios que faça restaurar o Império coroando-se, tendo em vista que se encontra com idade muito avançada para abraçar a carreira eclesiástica e vir a se tornar papa. É inaceitável um terceiro mandato em qualquer circunstância e sob quaisquer argumentos. No dia primeiro de janeiro de 2011 o cargo tem que ser transmitido para outro presidente, seja ele quem for democraticamente eleito. Fora isso é golpe. Se o presidente desejar dispute o cargo em 2014, 2018, 2022 ou até o final dos tempos, no caso de haver descoberto a fórmula da imortalidade. O Brasil não começou com o presidente Lula, O Ignorante, e não irá acabar sem ele. Ao contrário do que possa pensar o presidente Lula, O Ignorante, não é o Alfa nem o Ômega.

CELSO BOTELHO
27.01.2009

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

TERRENO BALDIO


Começo a desconfiar dos critérios adotados pela Universidade de Harvard na seleção do seu corpo docente e discente. Isto se deve única e exclusivamente ao ministro “Manguabeira”. Creio que se estabeleceu uma grande confusão mental lá com seus neurônios. O homem especializou-se em bater de frente com o governo do qual participa e, penso, tal comportamento só pode justificar-se pela absoluta inutilidade da pasta que ocupa fabricada sob medida para o ex-anti-lula (declarou, textualmente, que este era o governo mais corrupto da História do país e, aproveito para lembrar, se assim o é quem com porcos se misturam farelo come). Desconheço, e acho que a maioria, os motivos que o presidente Lula, O Ignorante, tenha tido para criar o ninho e acomodar esta figura no seu atrapalhado governo.


Não é novidade alguma que tenho inúmeras restrições ao programa Bolsa-Família. Da maneira como está não passa de uma bolsa-esmola, um populismo barato, um instrumento eleitoreiro e uma afronta ao cidadão que recebe. Um canal a mais para o escoamento do dinheiro público, sem esquecer a corrupção onde até um gato chamado “Billy” no Mato Grosso do Sul recebeu, durante sete meses, R$ 20,00 ou as duas filhas de um prefeito no Maranhão recebiam R$ 45,00 sendo que uma delas era casada com o secretário municipal de fazenda. São apenas dois exemplos do que acontece com o “maior programa de distribuição de renda do mundo”, segundo o governo petista. Que se socorram os menos afortunados é justo, humano e responsabilidade de todos. No entanto, utilizar-se da miséria para a promoção pessoal é ignóbil e, pior, manter-se omisso, inoperante e inerte diante dela é cruel. O letrado ministro afirmou que o Bolsa-Família não deve beneficiar as camadas mais pobres, senão aquelas “que já são quase classes médias...” privilegiando quem já está empregado, especialmente no aperfeiçoamento de mão-de-obra. E mais uma vez o egocêntrico professor perdeu valiosa oportunidade de manter-se calado. Sequer mencionou que destino poderia dar aos onze milhões de beneficiários do programa. Talvez um campo de concentração para extermínio sumário.


Caso o ministro houvesse defendido a manutenção da Bolsa-Família para as pessoas carentes e sugerido a criação de outro programa similar que atendesse a classe média poderia até compreender visto que os empresários sempre possuíram seu próprio programa de ajuda via BNDES, Banco Central, Tesouro Nacional, Congresso Nacional, etc. Se é para distribuir dinheiro público que todos sejam beneficiados. Não se pode, simplesmente, acabar com este programa, mas é imprescindível que seja repensado, reestruturado, dotado de mecanismos que criem oportunidades de emprego e geração de renda. Do jeito que está o Estado transforma o cidadão num pedinte. Analisando as posturas do ministro “Manguabeira” me lembro de um terreno baldio, não sei por quê.


CELSO BOTELHO

26.01.2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

VENI, VIDI, VICI.


De trapalhada em trapalhada o governo petista vai arruinando o país. Os valores democráticos parecem só serem válidos quando estavam na oposição. No governo desconversam, ignoram e tripudiam sobre eles com a maior desenvoltura, cara de pau mesmo. O ministro Tarso, O Genro, perito em lambanças, concedeu status de refugiado político ao terrorista e homicida Cesare Battisti como, aliás, já havia feito ao ex- padre Oliverio Medina das Farcs em 2007, o que me faz crer que nutre especial simpatia por delinqüentes de todos os matizes, devemos considerar também os bandidos nacionais que caíram em suas graças. O governo brasileiro está numa saia justa: não extraditando o pífio arranha as relações com a Itália e o fazendo desmoraliza-se por conta de suas próprias trapalhadas. Ainda assim penso que deva extraditar mesmo porque uma desmoralização a mais ou a menos pouca diferença fará neste governo.


Ao responder a carta do presidente italiano e omitir seu conteúdo ao povo brasileiro, o presidente Lula, O Ignorante, afronta uma vez mais a democracia. Todos os seus atos são de interesse nacional porque, para começar, é o funcionário público número um e não foi eleito para decidir nada às escondidas. Que negócio é esse? Nosso sistema é o presidencialismo e não o absolutismo. Quero sim saber o que o presidente do meu país respondeu ao presidente italiano. Temos esse direito. O Presidente deve prestar contas de seus atos, a menos que isso só valha para quando o Partido dos Trabalhadores está na oposição como, por sinal, é praxe. Algumas atitudes do presidente Lula, O Ignorante, revelam sua faceta autoritária, o que, aliás, é uma incoerência com sua biografia. Não me surpreenderia se ressuscitasse alguns instrumentos que tão bem serviram as ditaduras Vargas (1930-1945) e militar (1964-1985) para suplantar as oposições.


Intriga-me a diminuta figuração do ministro Celso Amorim nesta chanchada. Até onde sei nosso ministro das Relações Exteriores além de ser competente poderia incumbir-se de minimizar os estragos feitos, apagando um incêndio que mesmo não sendo intencional somente ocorreu e prosperou devido a inabilidade e negligência do governo petista. Para quem está foragido há tanto tempo Battisti pode, por enquanto, plagiar o imperador Julio César: Vim, Vi, Venci.


CELSO BOTELHO

24.01.2009

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

DAI O CESARE!


Um crime sempre será um crime, tipificado ou não na legislação, não importando sua motivação e, portanto, sujeito a punição. Não tenho notícias sobre perseguições políticas na Itália e mesmo que houvesse Cesare Battisti fora condenado, a revelia, por quatro homicídios por mais que jure de pés juntos que não os cometera. De qualquer maneira é obrigação do acusado ou condenado negar autoria ou participação em qualquer delito. A questão é clara como água: extradite-se o meliante para cumprir a pena a que fora sentenciado e ponto final. Para usufruir de impunidade já bastam os canalhas que temos de sobra neste país. De mais a mais quem refresca rabo de pato é lagoa, mesmo que o carcamano não o seja. O ministro Tarso, O Genro, é uma figura sui generis e tem por hábito brerinbolar as idéias dentro de sua caixa craniana. Sua justificativa para beneficiar o criminoso não se sustenta.


Há quem defenda (e não são poucos) aqueles que praticaram os mais sórdidos atos durante o nefasto regime militar (1964/1985) que, certamente, fariam inveja ao próprio diabo tal a crueldade. Disse e repito: naquele período ambos os lados exacerbaram e, portanto, não há um único isento de culpa. Os inocentes foram “fabricados” pela Anistia de 1979. Chego a imaginar que o comportamento do governo parece uma “vendeta”. Não entregaram o Cacciola nós não entregamos o Battisti. Os governos que se sucederam após 1985 jamais quiseram de fato apurar as atrocidades praticadas ao longo de duas décadas por vários motivos, a saber: covardia, canalhice, conveniência, conivência, sobrevivência, incompetência e a lista não para aqui. Seria de bom alvitre o governo olhar para o nosso próprio umbigo e corrigir (ou pelo menos esforçar-se para isso) as brutais injustiças que foram e são sistematicamente praticadas com a sua complacência. No entanto, duvido e faço pouco que isso possa sequer começar a acontecer com a administração petista. Se o governo italiano está interessado em fazer com que a justiça prevaleça daí o Cesare e pronto.


O STF (Supremo Tribunal Federal) há muito vem cultivando o péssimo hábito de proteger bandidos, notadamente os de colarinho branco e políticos, respaldado por uma legislação benevolente, incoerente, inconsistente e rococó, mas se for favorável a permanência de Cesare Battisti no Brasil estará dando um salvo-conduto para um terrorista, um homicida. Penso que seria melhor esclarecer ao presidente Lula, O Ignorante, que o referido cidadão era membro do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) e não do seu PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).


CELSO BOTELHO

23.01.2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

TER(CEIRO) OU NÃO TER(CEIRO)?


Contam que pelos idos de 1983 um jornalista aproximou-se do ex-governador Leonel Brizola (1922-2004) e indagou-lhe que, segundo já havia manifestado, seria ou não candidato à presidência da República caso fosse realizada eleição no próximo ano. Brizola deu um sorriso maroto e alfinetou: “vocês acabam me colocando lá, mesmo contra a minha vontade.” Sempre foi fato sabido e conhecido que Brizola tornara-se candidato ao cargo desde que ingressara na vida pública. Recordei deste episódio após assistir a fala do presidente Lula, O Ignorante, ao pé do arremedo de ditador, megalomaníaco e bobalhão empedernido Hugo Chávez na Venezuela. Brizola possuía diversos motivos para dar aquela resposta entre eles recém anistiado, recém eleito, o regime militar carcomido, porém ainda no poder e também seu particular dom de debochar. Nosso presidente, no Brasil, diz que não quer um terceiro mandato, mas nada me convence que nos bastidores estimule e articule para ganhá-lo. Na Venezuela desdiz com aquela baboseira de cultura, instituições fortes, desejo popular e outras bobagens. Defendendo, a céu aberto, sucessivos mandatos para seu colega. Ora, presidente, Sua Excelência não é lavadeira e eu não sou trouxa (com todo o respeito que a classe merece). Meu tempo de acreditar em histórias da carochinha se foi há muitos e muitos anos. O presidente transmitiu sua intenção perfeitamente: continuar no governo da República brasileira, se possível indefinidamente. Essa conversa dele de alternância no poder, no mínimo, só se aplica aos outros.


Cá desta trincheira estou atento e radicalmente contra qualquer alteração nas regras do jogo, ao menos para esta partida. Uma cochilada e a reforma política, nome pomposo para um amontoado de casuísmos e golpes, traz em seu bojo a safadeza que permite uma re-reeleição. Brizola, sejam quais forem os motivos, empenhou-se ferrenhamente na defesa da constitucionalidade para assegurar a posse de Jango. Lula é dissimulado. Deseja aparentar um desprendimento do poder que não se encontra em parte alguma de sua personalidade. Há que se considerar também a atuação renhida dos integrantes da ANABOL (Associação Nacional dos Baba-Ovos do Lula) para permanecerem no poder mamando nas tetas do governo. Exceto o presidente Lula, O Ignorante, não existe um único nome no Partido dos Trabalhadores & Associados que empolgue o eleitorado. Dilma Roussef pode mudar o visual o quanto quiser porque não será mais que um poste sem luz, mesmo que se chame o competente publicitário Duda Mendonça. Talvez seja exatamente isso que alimente o sonho do terceiro mandato do presidente que, deveria saber, não inventou o Brasil e jamais será insubstituível.


Essa tal de reforma política que anda pelo Congresso Nacional não passa de um esbulho, trapaça, velhacaria o que, aliás, não é surpresa alguma.


CELSO BOTELHO

22.01.2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

CABO, TENENTE OU CORONEL?


A primeira vez que pisei em solo cabofriense foi a convite, nada auspicioso, do meu cardiologista a fim de submeter-me a um cateterismo. Durante o trajeto, devidamente acomodado numa bela viatura da Secretaria Municipal de Saúde, pude apreciar o litoral um tanto apreensivo com relação ao procedimento médico. É a velha história: todos anseiam pelo paraíso, porém, ainda não encontrei alguém que queira morrer, pelo menos em sã consciência. Chegando ao hospital e já a caminho da sala para realizar o tal cateterismo puxei conversa com o enfermeiro que me acompanhava tentando aliviar a tensão. Indaguei-lhe sobre a possibilidade de partir desta para melhor durante a intervenção e, prontamente, me informou que a realizavam umas quinze vezes por dia e ninguém jamais viera a falecer ressaltando que eu poderia vir a ser o primeiro. Não achei graça alguma. Tudo transcorreu muito bem e somente a injeção de iodo me incomodou.


A segunda visita deu-se agora e foi bem mais agradável, exceto nos dois primeiros dias que pareciam anunciar outro dilúvio tal a insistência da chuva. Cabo Frio é uma cidade bem cuidada, organizada, população simpática e um belo litoral com praias maravilhosas. O que é difícil compreender é porque ainda ocupa a patente de cabo quando já deveria ter sido promovida a tenente, capitão ou mesmo coronel. Injustiça. O bairro onde ficamos não sei qual o nome certo já que uns dizem Dunas outros falam Braga. De qualquer maneira é um lugar muito bonito com ruas simétricas e construções modernas e de bom-gosto. O que, deveras, chamou minha atenção foi uma reserva ecológica municipal naquela parte do litoral. Observei atentamente os espécimes que ali poderiam existir para justificar a preservação. Além de caramujos aqui e acolá, capim e dunas nada mais havia. Certamente os ecologistas me dariam inúmeros motivos para a existência do parque, no entanto, duvido muito que alguma poderia fazer-me mudar de idéia quanto sua inutilidade. Não que não tenha consciência ecológica, não é isso. Porém, realmente, não alcancei a necessidade daquele parque que, aliás, é caminho obrigatório para chegar à praia sem antes enfrentar várias poças d’água o que muito faz lembrar um brejo. Mas não considerei isso um infortúnio. Foi divertido e, afinal, após as dunas a praia compensaria grandemente tão insignificante obstáculo.


Espero que haja outras oportunidades de visitar Cabo Frio e desfrutar de sua beleza e hospitalidade e atrevo-me a recomendar àqueles que não conhecem a fazê-lo tão logo possam. Cabo, tenente ou coronel será frio só no nome.


CELSO BOTELHO

16.01.2009