De ínicio, e com muita boa vontade, atribuía a ausência de experiência executiva do presidente em lidar com a complexa máquina administrativa federal e torcia para que encontrar as pessoas capacitadas para bem orientá-lo e aperfeiçoá-la. Afinal, além de brasileiro moro aqui. A seguir aventei a possibilidade de o presidente ser permissivo e, finalmente, as mais terríveis dúvidas me assomaram diante da possibilidade de todo o governo estar irremediavelmente comprometido com a prática sistemática do ilícito. A mobilidade da sociedade foi atingida profundamente com ascensão do Partido dos Trabalhadores que detém o monopólio de articular, manipular e insuflar. A oposição no Brasil hoje não passa de choramingas inaudíveis. A apatia das entidades representativas da sociedade civil (OAB, ABI, etc.) diante de mandos e desmandos que nem o regime militar ousou praticar, e eles tudo podiam. Onde estão? Onde estão as mesmas pessoas que amputaram um mandato presidencial atropelando prazos, ritos e direito a ampla defesa garantidos na Constituição Federal? Não sou advogado ou procurador do atual senador Fernando Collor, porém, a pena imposta foi bem maior que o suposto delito, visto haver sido absolvido em todos os processos posteriormente. Na minha avaliação, como cidadão, existem indícios contundentes para impetrarmos um pedido de impeachment para o atual presidente da República proporcionando-lhe o direito de ampla defesa. Por ocasião do escândalo do mensalão houve um consenso da débil oposição (PSDB e PFL, atual DEM) de apenas sangrar o presidente, o que não deu certo, porque não seria bom para o país outro impeachment em tão breve intervalo. Penso que, se for necessário, que se utilize tal mecanismo até de ano
Esta blindagem em torno do presidente Lula é inaceitável, covarde e demonstra pleno atendimento a interesses pessoais e setoriais. Ele é um funcionário público eleito para um período pré-determinado para gerenciar o país e deve corresponder, minimamente, as expectativas porque, caso contrário, tem que pegar o boné.
Celso Botelho
06.02.2008
* Ignorante: que ou quem ignora.