Dilma ou Aécio? Aécio ou
Dilma? Com essas opções não se pode ter qualquer esperança de mudança. Aliás,
mudar para esta gente significa que tudo continuará do jeito que está ou pior.
Bem disse o ex-presidente FHC, O Entreguista, que o embate entre o PSDB e o PT
era para decidir quem comandaria o atraso. E é verdade. Em apenas quatro anos
Dilma Rousseff conseguiu sair da catástrofe dos governos que a antecederam para
entrar no apocalipse. Dizer que a política econômica e fiscal praticada no
atual governo é equivocada seria um eufemismo. É completamente nefasta ao país
e, pior, criminosa. O PIB apresenta resultados ridículos, o déficit comercial
assusta, a inflação cresce despudoradamente e é maquiada indecentemente, os
juros são elevados, o que atende magnificamente aos banqueiros e outros
abutres. A dívida interna consome mais de 200 bilhões de reais de juros
anualmente e dona Dilma já lançou mão dos recursos do “Fundo Soberano” para
fechar as contas de seu desgoverno medíocre, incompetente, mentiroso,
perdulário e extremamente corrupto. A roubalheira na Petrobrás vem de longa data, porém no governo petista atingiu seu ápice. Dona Dilma Rousseff não deveria ser candidata a coisa alguma e sim presa com os demais ladrões, inclusive Lula. Para concluir a descrição de um governo
calamitoso desses basta olhar à volta para constatar o completo abandono de
tudo (educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, etc.). Não confiaria
a dona Dilma nem uma carrocinha de cachorro-quente no interior do Acre (com
todo respeito aos vendedores de cachorros-quentes e aos acreanos). No primeiro
turno das eleições o PT fez o que sabe fazer de melhor: caluniar, difamar,
mentir, dissimular, falsificar, obstruir e, naturalmente e acima de tudo,
corromper e se deixar corromper de todas as maneiras possíveis com orgulho. O
Partido dos Trabalhadores não é e nunca foi uma agremiação partidária, mas sim
uma organização criminosa. Dona Marina ao reagir palidamente aos termos da
adversária aceitou participar de uma batalha assimétrica que esvaziou sua
candidatura. A fragilidade de suas posições contribuíram em muito para afastar
os eleitores. Porém, não foi apenas essas situações que a fizeram naufragar.
Ao acolher FHC em sua
campanha Aécio Neves aprovou sem ressalvas sua catastrófica gestão. FHC doou
diversas empresas estatais numa ação entre amigos. Amigos do poder, diga-se.
Cia. Vale do Rio Doce, Telebrás, Cia. Siderúrgica Nacional para citar apenas
algumas. Em 1995, primeiro ano do governo tucano, a taxa de juros atingiu
“modestos” 85,4%, a maior do Universo para o regalo dos banqueiros e demais
aves de rapina. Comprou a reeleição em
dinheiro vivo para si próprio. É natural que o eleitor desconfie de sua
sinceridade ao defender mudanças ou permanências (como acabar com a reeleição,
ampliar o Bolsa-Família e o programa Minha Casa, Minha Vida). Diga-me com quem
andas e eu te direi quem é, diz o velho dito popular. Em se tratando dos políticos
brasileiros nem é preciso dizer com quem andam. São todos da mesma laia e tanto
faz quem anda com quem. Aos 25 anos (1985) Aécio foi contemplado pelo
presidente Sarney com o “empreguinho” de vice-presidente da Caixa Econômica Federal
e a única credencial que possuía era ser neto do recém falecido presidente eleito
Tancredo Neves. O Ministério Público de Minas Gerais abriu inquérito para
apurar os critérios que levaram o governo de Aécio Neves construir um aeroporto
a seis quilômetros de sua fazenda e nas terras de seu tio-avô desapropriadas
num processo rumoroso na cidade de Claudio. Não satisfeito construiu outro
aeroporto na cidade de Montezuma onde, coincidentemente, possui uma fazenda.
Construiu e reformou aeroportos particulares com recursos públicos. Ano passado
Aécio Neves foi confirmado como réu numa ação civil pública por improbidade
administrativa pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde e pelo não
cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde
no período de 2003 a 2008 (Agravo de Instrumento nº 1.0024.10.244832-1/001 nega
a extinção do processo e Acórdão proferido nos Embargos de Declaração-Cv Nº
1.0024.10.244832-1/002). Aécio também é acusado de repassar R$ 5 milhões para um
aeroporto inexistente na cidade de Itabira. Em 2011 Aécio recusou-se a realizar
o teste do bafômetro numa blitz policial na Zona Sul do Rio de Janeiro e
apresentou uma carteira de habilitação vencida. O Senado Federal ignorou as “traquinagens” do senador. Mas, convenhamos, o Senado Federal e uma roda
quadrada têm a mesma serventia.
Quase trinta milhões de
eleitores se abstiveram, votaram brancos e nulos. É um percentual elevadíssimo
para um país onde o voto é obrigatório. Isso demonstra o desinteresse e repudio
dos cidadãos por eleições e candidatos. Um número tão grande como este é um
sinal para os políticos de que, cada vez mais, o contingente de cidadãos
descrentes no processo eleitoral recorra a outros instrumentos para efetivar as
mudanças que tanto o país como seus cidadãos carecem. Não é mais possível
enganar o eleitorado com uma boa retórica, desfraldar bandeiras reformistas ou entupir
nossos ouvidos com discursos chulos e populescos onde a língua portuguesa é
sistematicamente maltratada, a demagogia impera, a mentira é flagrante. As
manifestações de junho de 2013 fossem de fato espontâneas e sem lideranças
(fatos incomuns em qualquer manifestação, tem que ser muito imbecil para
acreditar que todo o movimento foi combinado pela Internet ou por telepatia) e
talvez o resultado do pleito deste ano tivesse sido diferente. Alguns
“analistas” teimam na bobagem de que “a direita” cresceu. Que direita? Caso
exista alguma no Brasil eu quero ser informado. Não duvido que no PSDB e DEM
abriguem almas sinceras que se vejam direitistas, conservadores, liberais e
cristãos. Estes poucos sequer são vozes solitárias clamando no deserto. Estão
clamando no fundo do oceano onde rigorosamente ninguém poderá ouvi-los. Por
enquanto a única “conquista” que as manifestações do ano passado é o
arquivamento da PEC 37 que, diga-se, já estava condenada desde o momento que
foi redigida. Porém, não comemorem, tão logo seja possível o governo petista ou
tucano a ressuscitará num novo corpo. O PSDB faz parte do esquema de poder do
PT. Em doze anos de governo petista o PSDB e seu apêndice DEM jamais se
opuseram com convicção e firmeza aos descalabros do governo. Algumas vezes até
latiram, mas nunca desejaram morder (com todo respeito aos cachorros). Até mesmo
por ocasião da eclosão do escândalo do Mensalão em 2005 o senador do PSDB Artur
Virgílio propôs que ferissem o presidente da República e não o matassem. Nem
feri-lo com alguma competência conseguiram, posto ter sido reeleito no ano
seguinte. Este mesmo senador declarou que “ficava feio” para o Brasil num
espaço de treze anos afastar outro presidente por impeachment. Feio, humilhante,
deprimente, odioso e catastrófico foi este presidente permanecer no cargo, ser
reeleito, fazer sua sucessora e não ser acusado e julgado no escândalo do
Mensalão quando é sabido em todas as galáxias que sempre fora o chefe da
quadrilha. Com a corja de políticos que temos jamais haverá qualquer mudança
para melhor. As eleições no Brasil não passam de uma farsa, um arranjo, uma conspiração.
Portanto, conclui-se, não será com esta
legislação eleitoral que haveremos de ter representantes nos legislativos. Porém,
não serão os atuais e futuros legisladores eleitos com a regra vigente que
mudarão a legislação que tanto os enriquecem e protegem.
Mais uma vez realiza-se a
disputa por cargos, posto que ideologia, projetos e propostas inexistem em
todas as candidaturas. Nenhum dos pretendentes à presidência da República
apresentou um projeto para o país. Limitam-se a mesma falácia de eleições
anteriores recheada de demagogia e mentiras. O PT acusa o PSDB de haver
governador para as elites, no entanto examinando os fatos pode-se concluir que
os governos petistas (Lula e Dilma) não foram diferentes assim como os anteriores desde 1889 ou, se preferirem, 1534. É o clássico exemplo do sujo falando do
imundo ou vice-versa, dá no mesmo. Portanto, seja quem for o eleito nada aponta
na direção de qualquer mudança. O comando do Brasil sempre foi disputado por
duas categorias de partidos políticos e parlamentares, entre outros. A primeira
constituída pelos que estão roubando e a segunda por aqueles que estão ansiosos
por roubar. Atualmente disputam os que vêm roubando há doze anos e os que querem
voltar a roubar, pelo menos por mais quatro.
CELSO BOTELHO
13.10.2014