domingo, 14 de dezembro de 2014

DESTRUIR E NÃO DESCONSTRUIR




Nos jornais impressos e no território livre da Internet abundam matérias que ora me provocam risos e ora muita irritação tal são as sandices e hipocrisias com as quais me deparo. Em ambos os casos seus autores, por mais dissimulados que possam ser, não conseguem esconder sua origem, suas intenções e seus patrões. Uns são militantes pagos em espécie ou favores, outros militantes histéricos e uma parte considerável meros imbecis. De qualquer maneira o alvoroço na “ratópolis” petista é grande. Os ratos correm em todas as direções desorientados e aflitos abraçando a máxima do “salve-se quem puder e se puder” diante do escândalo na principal empresa estatal do país. Por certo que a Petrobrás é sistematicamente roubada desde sua criação. Mas não é só a roubalheira na Petrobrás que preocupam petistas e comparsas. É o conjunto da obra de seus (des) governos.




Após as eleições de outubro próximo passado e a contestação do resultado por vários segmentos da sociedade a esquerda tem se empenhado em desqualificar, apequenar e satanizar todos aqueles que nela estão engajados que, cá entre nós, possuem justificáveis motivos para duvidar da lisura na apuração do pleito. Um desses motivos chama-se Dias Toffoli que teve sua carreira alavancada por inestimáveis serviços prestados ao PT como advogado da legenda e do ex-presidente Lula em três campanhas presidenciais e como assessor jurídico do ex-ministro da Casa Civil e hoje mensaleiro condenado e encarcerado José Dirceu. Com tais credenciais nada nos impede de suspeitar que este magistrado tenha vendido sua alma para o diabo, uma vez que o corpo há muito lhe pertença. Por certo que há muitos exageros, propostas estapafúrdias e saudosismos masoquistas nas manifestações. No entanto, todas são legítimas e cabem dentro de um Estado Democrático de Direito, ou melhor, num hipotético Estado Democrático de Direito como é o caso do Brasil com a esquerda empoleirada no poder. Mas isso não significa que algumas propostas devam ser atendidas como, por exemplo, uma intervenção militar e com ela o retorno da ditadura. Contudo revelam a quanto anda a temperatura da sociedade. O desespero por mais quatro anos de (des) governo petista de um modo geral e em particular da (des) administração da senhora Rousseff tira o sono de qualquer cristão, judeu, islâmico, hinduísta, budista ou ateu. Ouvir, prestar atenção e discutir as reivindicações da sociedade são atitudes que se espera de um governo democrático o que, aliás, não é o caso do governo petista. Percebe-se claramente nestes meios de comunicação uma ação coordenada para estabelecer no Brasil uma “extrema direita” hiperorganizada, com milhares de militantes e recursos financeiros excepcionais. Nosso país não dispõe sequer de uma direita a meio século quanto mais de uma “extrema direita”. O Partido dos Trabalhadores há décadas detém o monopólio da militância organizada (movimentos sociais, sindicatos, universidades, pastorais, partidos políticos, federações, confederações, blogueiros, botequins, casas de tolerância, etc.). Para sustentar toda essa militância por certo que a cobrança de 1% de todos os filiados do PT sobre o salário bruto de todos os ocupantes de cargos em confiança e 20% dos detentores de cargos eletivos (vereadores, deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidente da República) não são suficientes. Diante disso, desde que chegou ao poder, esmeram-se em surrupiar os cofres públicos com uma sofreguidão cavalar utilizando os mais diversos expedientes “como nunca antes neste país”, como apreciava dizer o mentecapto de Garanhuns. Qualquer palavra ou ação que escape da estratégia esquerdista de hegemonização é tida e havida como “extrema direita”, reacionária, golpista, elitista, saudosista. Basta uma voz dissonante que todo o aparato esquerdista se lance furiosamente sobre o falante demonizando-o com todos os meios possíveis. Caso existisse de fato uma direita razoavelmente organizada e atuante o PT jamais teria chegado à presidência da República. Desde 1995 está perfeitamente enquadrado na Lei dos Partidos Políticos em seu Art. 28, alínea II que afirma taxativamente que será cassado o registro de qualquer partido político que se comprove subordinado a uma organização estrangeira. O Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro em 1990, reúne toda a esquerda da América Latina, incluídas as FARC e o MIR chileno, e o PT se submete as suas decisões. Falar da existência de uma “extrema direita” no Brasil é como afirmar a existência de oceanos no Sol ou florestas tropicais na Antártica. 



Os serviçais da esquerda de um modo geral são apenas repetidores de chavões esquerdistas, toscos conhecimentos sobre marxismo e sucedâneos e convicções implantadas em seus atrofiados cérebros. Inúmeros deles não conseguem sequer distinguir contingências políticas locais de doutrinas ideológicas. Misturam tudo. Uma orgia mental dos diabos. Mas o supra sumo da imbecilidade é a afirmação de que existe no Brasil uma “extrema direita”. É preciso ser um jegue retardado para tomar uma oposição tímida, incompetente e ineficiente como “extrema direita”. Isto é uma prova inconteste que não sabem do que estão falando ou falando sobre o que não sabem. “Extrema direita”, “ultra direita” ou “direita radical” possui algumas características fundamentais tais como a hierarquização social da sociedade, a supremacia de alguns indivíduos ou grupos sobre os demais, nacionalismo ao extremo, xenofobia, racismo, fundamentalistas religiosos, reacionarismo, opressão e até genocídio. Este último justificado por sua visão de supremacia. Não pode se negar existência de grupos isolados onde uma ou mais destas características estão presentes, no entanto, dentro de um contexto mais amplo, são inexpressivas e facilmente detectadas e, portanto, é possível combatê-los com sucesso. O movimento neonazista no país, por exemplo. Querem coisa mais estúpida do que a pregação da superioridade racial das pessoas brancas num país que possui a maior população negra do planeta fora da África? Porém, isto não significa que devemos subestimá-los ou ignorá-los, posto que são extremamente nocivos, persistentes e possuem uma capacidade de persuasão capaz de recrutar bastante seguidores. A Internet está repleta de sites e blogs associados ou simpatizantes deste grupo onde pregam o ultranacionalismo, o racismo, a xenofobia, a homofobia, o antissemitismo. Hoje no Brasil existe somente um partido político que se identifica com a direita no sentido estrito do conceito. Trata-se da NOVA ARENA (Aliança Renovadora Nacional), mesma denominação do partido político do regime militar. Ressalto que se encontra regularizado, porém ainda não atingiu a quantidade mínima de assinaturas para tornar-se elegível. Informo aos capadócios da esquerda que não existe nenhum partido político de direita em atividade no país, no entanto existem vários políticos que se dizem de direita. Alguns são de fato, outros por oportunismo e muitos sequer conseguiriam definir o conceito.



Proliferam textos nas diversas formas de comunicação acusando uma fictícia “extrema direita” empenhada numa operação para provocar o desgaste e sabotar o governo petista. Não há razão alguma para se elaborar qualquer operação para desgastar ou sabotar o governo petista. Ele próprio já se encarregou disso. Com tanta corrupção, desperdício, malversação e desvio dos recursos públicos; incompetência; conivência com o ilícito; descaso; omissão; permissividade; PIB crescendo feito rabo de cavalo; aparelhamento do Estado; entreguismo e etc. são suficientes para corroer e sabotar. Acusam a tal “extrema direita” de tentar deslegitimar a presidente. Ora, tanto ela quanto o partido a que é filiada são ilegítimos, ilegais e, portanto, inaptos para participar de qualquer eleição. Um desses textos aponta para uma falha que deve ser corrigida por todos os brasileiros de bem. Diz que “tentam desconstruir o PT e o ex-presidente Lula.” Em primeiro lugar não devemos tentar e sim agir no sentido de destruir o PT e o ex-presidente Lula e não desconstruí-los. Esquerdistas não podem ser desconstruídos ou vencidos. É preciso destruí-los definitivamente. Os lacaios da esquerda atribuem a presumida “extrema direita” a estratégia de Antonio Gramsci de ocupação de espaços que é utilizada a pelo menos cinquenta anos por eles próprios. Tem petista propondo abertamente a ruptura institucional imediata como único instrumento para deter o “avanço” de uma “extrema direita” golpista que só existe em seus cérebros carcomidos. Insistem em afirmar que o PT tem se mostrado tolerante e que apenas lamenta as investidas golpistas e tais atitudes não são capazes de evitar golpes de Estado. Propõem ao governo que, sob o pretexto de abortar um golpe de Estado da “extrema direita”, antecipe-se. Tipo um golpe de Estado “preventivo”.  A esquerda ascendeu ao poder legitimamente de acordo com a estratégia já desenhada na Declaração de Março de 1958 e por Gramsci, porém isto jamais significou manter-se no poder de igual modo. A ruptura institucional sempre esteve no topo das prioridades da esquerda. Não aconteceu ainda por conta de alguns obstáculos que têm resistido as suas investidas (parte considerável da sociedade brasileira é conservadora, as Forças Armadas, uma militância que se mostre numerosa o suficiente para respaldar um golpe, etc.), no entanto, não são irremovíveis e existem outros meios legais para viabilizar uma ruptura. O malfadado Decreto-Lei 8.243/2014 é um exemplo emblemático de ruptura. ”Conselhos Populares” constituídos por integrantes de movimentos sociais submissos ao governo petista passariam a interferir nas políticas públicas solapando as prerrogativas do poder Legislativo que, diga-se, é deprimente. A articulação de centenas de movimentos sociais engajados em disseminar e angariar simpatia para a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva presumivelmente para elaborar uma reforma política é uma forma de legitimar o golpe de Estado da esquerda. Como seria na prática? O Congresso Nacional eleito este ano acumularia as funções de constituinte e, ao mesmo tempo, da legislação ordinária? Ou os eleitores elegeriam um Congresso Nacional especialmente para tratar da Constituinte? Em ambos os casos estaria estabelecido o conflito de interesses. Os constituintes-legisladores votariam leis que contrariassem seus interesses?  Convocado um plebiscito e este se mostrasse favorável a convocação de uma Assembleia Constituinte a sociedade estaria legitimando uma reforma constitucional à imagem e semelhança do PT.  Outro ponto muito defendido pelos petistas é a aprovação da Lei da Mordaça para controlar conteúdos nos meios de comunicação, mesmo considerando que a grande imprensa há muito tempo é subserviente e totalmente comprometida com toda essa gente de esquerda.



O desespero da “petezada” é compreensível. Os crimes cometidos pelo PT, antes mesmo de tornar-se governo, vão se tornando públicos, cada vez mais ousados e com volumes de dinheiro cada vez maiores. A população está cada vez mais irritada, indignada e consciente da necessidade de enxotar esta cambada de ladrões do governo. A votação obtida por Aécio Neves revela nitidamente o grau de antipetismo da sociedade brasileira. O neto do Dr. Tancredo Neves não é a oitava maravilha do planeta. Sua votação deveu-se a insatisfação e repulsa da sociedade com o governo petista. A maioria dos eleitores de Aécio Neves sequer cogitaram em conceder-lhe o benefício da dúvida. Foi puro antipetismo. O cerco contra esses vigaristas, larápios e vagabundos está apertando como jamais aconteceu. Criar e apontar uma “extrema direita” em plena movimentação para tentar ocultar as roubalheiras, a incompetência, o descaso, a omissão, a conivência com os “malfeitos” (eufemismo para todo tipo de crime praticado pelos integrantes do PT & Associados, de acordo com a senhora Rousseff) é uma pratica antiga dentro do movimento esquerdista revolucionário.



A “Extrema direita” no Brasil é tão real quanto encontrarmos um Tiranossauro Rex em algum jardim zoológico.

CELSO BOTELHO

13.12.2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

SE VOCÊ NÃO CONHECE NEM O INIMIGO NEM A SI MESMO PERDERA TODAS AS BATALHAS





No decorrer dos séculos as grandes civilizações utilizaram diversas estratégias para dominar a sociedade, seja a sua própria ou outra qualquer. A força militar sempre teve papel de destaque entre os conquistadores. Até os dias atuais não é incomum que algumas sociedades canalizem vultosos recursos, humanos e materiais, destinados as suas forças militares. São exemplos emblemáticos os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França, o Reino Unidos, etc. Quanto maior for a brutalidade empregada mais breve se dará a conquista. A História ilustra abundantemente esta constatação desde os tempos mais remotos. São exemplos típicos o Império Babilônico; o Império Assírio; o Império Macedônico;  o Império Persa; o Império Egípcio, Império Romano, o Império Mongol, etc. São muitos os motivos que desencadeiam uma guerra, mas os fatores políticos e econômicos sempre estão presentes independentemente de qualquer outra justificava, época e espaço geográfico. A eclosão de uma guerra, qualquer uma, deriva de uma imensa rede de interesses que, se por um lado são destrutivos, cruéis, reprováveis e repugnantes por outro tendem a construir novos parâmetros; novos ordenamentos; reformular sistemas; criar mecanismos que possam inibir futuros confrontos, neste ponto é preciso registrar que tanto a Liga das Nações quanto a ONU são instrumentos completamente inúteis; possibilitar descobertas na medicina e avançar tecnologicamente. No entanto, até mesmo as consequências que se mostram positivas e, por vezes, até mesmo assim o são, embutem utilidades maléficas.   Não se trata, pois, de fazer apologia a guerra ou emprestar-lhe uma legitimidade que jamais possuiu. Trata-se, isto sim, de refletir sobre as guerras que são travadas sem canhões, metralhadoras ou drones que são tão nocivas e devastadoras quanto sua versão bélica. A guerra dissimulada. A guerra psicológica. Uma guerra que provoca tanto sofrimento, dor e miséria quanto as demais. Este tipo de guerra mascara o inimigo, esconde seus objetivos, subjuga a inteligência, corrompe os valores éticos e morais rompendo toda e qualquer resistência que lhe possa ameaçar.


                                                              
Para compreender o que vem acontecendo no Brasil nas últimas décadas e especialmente na administração petista é indispensável tomar ao pé da letra a recomendação do general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C): “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.” Lamentavelmente os brasileiros se encaixam nesta última categoria. Não a maioria dos brasileiros que não têm acesso a uma educação minimamente razoável, mas aqueles que se arrogam intelectuais, formadores de opinião e outros que representam a elite. Todos ignorantes, subservientes e incapazes de enxergarem além de seus interesses mesquinhos e imediatos. E esta combinação será suas ruínas.  Quando alguns se dispõem a conhecer o inimigo logo percebem que será muito trabalhoso combatê-lo e ademais pouco ou nenhum proveito pessoal lhes será auferido então se acomodam, ajustam-se as premissas do adversário. Gente covarde, submissa e mercenária. A elite sempre esteve voltada para os seus interesses econômicos e a manutenção e ampliação de seus privilégios e assim, através dos séculos, corriqueiramente se associa aos poderosos não lhe importando os matizes. No Brasil de hoje tudo está relativizado. O homicídio, o roubo, a corrupção, a fraude, etc. São mais de cinquenta mil homicídios por ano sem que seja necessária uma guerra civil. Apesar deste número de vítimas fatais um deputado do estado de Goiás tem a desfaçatez de apresentar o Projeto de Lei nº 787 que dispõe sobre o desarmamento dos policiais militares de Goiás (para a ideia chegar no Congresso Nacional é um pulo, literalmente), ressalte-se que o dito cujo atende pelo nome de Major Araújo do PRB. Bem, o Estatuto do Desarmamento já retirou a possibilidade do cidadão de bem portar arma e, aprovada esta aberração, o policial também ficará privado de portá-la. Sobraram os bandidos que permanecem de posse de suas armas. Na roubalheira do escândalo do Mensalão a cúpula petista não titubeou em apontar os vários de seus companheiros como traidores, ingratos, desleais quando, na verdade os envolvidos na roubalheira estavam apenas seguindo ordens do partido: arrecadar recursos para comprar aliados no Congresso Nacional. O próprio ex-presidente Lula em 2002, já eleito e não empossado, orientava seu futuro ministro da Casa Civil, o hoje condenado José Dirceu, que era mais fácil comprar partido pequeno do que negociar com partido grande. Era, portanto, uma ordem expressa para criar o Mensalão. Para a esquerda as pessoas não passam de meras peças substituíveis de uma grande engrenagem. Sacrificar José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e outros facínoras para preservar o restante da máquina é primordial, essencial e imprescindível. No corrente escândalo da Petrobrás os petistas negaram seu envolvimento, porém com o instituto da delação premiada ficou patente sua atuação. E mais uma vez inúmeros petistas apontam seus correligionários e aliados como ingratos, traidores e desleais quando, na verdade, estavam cumprindo ordens. Roubavam para o partido, porém isso não era feito sem que ganhassem uma comissão. Esta relativização é parte de uma estratégia de dominação que vem sendo posta em prática desde o final dos anos 1950. Mas descrever este processo é quase um crime contra a pátria. É feio. É reacionário. Bonito e progressista é assistir o país chafurdar na lama; os direitos serem violados todos os dias; a Constituição Federal e as leis serem desrespeitadas despudoramente; os recursos públicos aportarem em contas secretas em paraísos fiscais e seus titulares safarem-se impunemente e ter encastelado nos três poderes notórios maus-caracteres, ineptos, trapaceiros, gatunos, mentirosos, incompetentes e medíocres, isto para se dizer o mínimo.



Não se trata somente em apontar os responsáveis por esta situação que o Brasil vivência hoje. Trata-se, antes de tudo, de compreender um processo que vem se desenrolando a mais de cinquenta anos. Em primeiro lugar devem-se examinar os contextos históricos e os atores envolvidos. A hegemonia esquerdista foi proporcionada, voluntaria e involuntariamente, pelos agentes que chamaram para si a responsabilidade de combatê-la. Mas não se prepararam para tal empreitada. Sendo assim, não foi difícil se cometer os mais comezinhos erros de avaliação, adotar uma tática equivocada e travar batalhas inglórias.  A ignorância sobre o movimento revolucionário internacional incapacitou-os para remover as camadas superficiais do discurso revolucionário. A preguiça para estudar suas estratégias de ocupação de espaços tem cobrado um preço estratosférico à nação. A ingenuidade demonstrada em subestimar a capacidade de articulação e movimentação da esquerda quando isto já estava visível elegendo o inimigo que lhes fora oferecido em sacrifício pela própria esquerda para provocar-lhes a sensação de que triunfaram quando, na verdade, os derrotavam inexoravelmente. Desta maneira corroboraram para a ascensão da esquerda e seu completo domínio sobre o país.



Reporto à Declaração de Março de 1958 do PCB (Partido Comunista Brasileiro) como o marco de mudança de estratégia da esquerda para alcançar o poder no Brasil. Neste documento abandonava-se a ideia de revolução armada apontando para uma revolução pacífica e constitucional. Um documento tão sucinto não foi capaz de ativar os neurônios da intelectualidade brasileira para detectar que ali estava o embrião que iria desencadear a revolução cultural da esquerda ancorada completamente na estratégia gramsciana. Nem todos os integrantes do PCB concordaram em abandonar a linha de radicalização, da tomada do poder pela violência revolucionária. A divulgação do Relatório Secreto de Kruschev no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética em 1956 que denunciou os crimes de Stalin, inclusive o Grande Expurgo de 1934 a 1939 (dos 139 membros dirigentes do Partido Comunista 98 foram executados) foi devastador no mundo comunista. A historiografia aponta em inúmeros trabalhos três causas para a cisão no PCB em 1962: a divisão interna dos comunistas entre stalinistas e antistanilistas, os conflitos entre as linhas soviéticas e chinesas e o conflito entre os que defendiam a linha pacifica e a luta armada. Por certo estes fatores contribuíram significativamente para a ruptura, porém caso não se acrescente algumas peculiaridades brasileiras não se pode fechar o quadro (históricas, econômicas, políticas, sociais, culturais, geográficas, etc.). Conclui-se, portanto, que, bem antes do golpe civil-militar de 1964, ambas as correntes constituíram-se e atuavam dentro de suas estratégias. Após o evento de abril de 1964 os radicais prestaram-se ao inglório papel de bois de piranha enquanto os “pacifistas” iam ocupando espaços e disseminando sua revolução cultural baseada na estratégia de Antonio Gramsci. Simples assim.



Após o golpe civil-militar de 1964 os militares só foram capazes de dar combate aos inimigos que se punham à sua frente empunhando armas. Subestimaram a força que uma revolução cultural esquerdista oferecia.  Incapazes de compreender que a verdadeira guerra estava sendo ganha pela esquerda sem a necessidade de atirar em quem quer que seja seguiram perseguindo, prendendo, torturando e assassinando acreditando estar varrendo a ameaça comunista do Brasil para todo o sempre. Os militares foram tão simplórios ao ponto de rotular os guerrilheiros de terroristas. Não resta a menor dúvida de que o eram, porém, deviam ter patrocinado uma ampla campanha publicitaria para esclarecer a população o que significava o comunismo e apresentar todas as brutalidades que já havia cometido mundo a fora. Mao Tse Tung provocou a morte de 30 a 60 milhões de pessoas durante o "Grande Salto para a Frente" (1958-1959) e outro tanto na Revolução Cultural (1966-1976). Stalin aniquilou também imputando crimes que sequer haviam cometido. A revolução cubana já produziu desde 1959 mais de 115 mil mortos. Isso para ficarmos em apenas três exemplos. Destruir a esquerda armada foi tarefa relativamente fácil. Num país de dimensões continentais realizar uma revolução armada exigiria recursos humanos e materiais de grande envergadura, uma organização extremamente eficaz e fundamentalmente uma unicidade ideológica. A esquerda carecia disso tudo. As organizações clandestinas proliferaram-se divididas em várias correntes antagônicas entre si (o Foro de São Paulo surgiu exatamente para aparar as arestas dentro da esquerda e, dentro de certos limites e particularidades, estabelecerem metais gerais); seus contingentes eram limitados, inexperientes e encharcados do discurso revolucionário; seus armamentos inadequados, antigos e parcos. Era comum recorrerem a assaltos à banco e a casas comerciais para proverem as necessidades mínimas que lhes permitisse funcionar. A esquerda “pacifista” estimulava e apoiava às ações armadas como meio de retirar de si o foco revolucionário. Não bastasse isso os militares cassaram e perseguiram toda a direita que havia no país desde políticos à professores. Quando o regime militar esgotou-se e os generais concordaram em sair de cena, não antes de inventarem uma auto anistia que garantiria a impunidade para seus crimes, havia sobrado somente a esquerda. Aqueles que se arvoravam de direita não passavam de antigos fantoches e lacaios do regime militar. Ainda hoje, três décadas após o fim do regime militar, a direita não conseguiu reorganizar-se e existir de fato. Não nos faltam pessoas reconhecidamente de direita, conservadoras e cristãs. Ao contrário, de um modo bastante abrangente pode-se dizer que a maioria da sociedade brasileira, apesar de impregnada do discurso esquerdista, se mantém fies aos princípios éticos, morais e legais. Estas pessoas, contudo, estão encurraladas, mal formadas e informadas, carentes de líderes que as possam conduzir encontram-se dispersas, sem os meios efetivos para combater o processo de hegemonização da esquerda que está levando o país à ruína. Mesmo assim o brasileiro demonstrou inequivocamente nas urnas seu repúdio pelo PT. Semana passada em entrevista num canal de noticias por assinatura Aécio Neves declarou que havia perdido a eleição para uma organização criminosa. Está correto. No entanto, esta declaração chegou muito tarde. Deveria ter dito durante os debates na televisão quando esteve frente à frente com Dilma Rousseff que sua candidatura e seu partido são ilegais. Partido político associado e que se submeta a qualquer instituição estrangeira deve ter seu registro cassado como manda a legislação.



Gramsci defendia uma “lenta, gradual e segura” (royalties para Ernesto Geisel) revolução psicológica. Conquistar a mente da sociedade impondo-lhe de modo dissimulado o pensamento hegemônico favorável aos objetivos últimos da esquerda. Para obter esta hegemonia deve-se transformar o senso comum das pessoas (hábitos, gestos, modos de falar, atitudes mentais conscientes ou inconscientes, etc.). Gramsci dividiu os intelectuais em dois grupos. Os inorgânicos e os orgânicos. Aqueles sem ideologia de classe e mesmo uma classe definida e estes incumbidos da tarefa de organizar a sociedade e estão plenamente conscientes de sua posição de classe. Ambos têm por finalidade reorganizar o senso comum com a criação de novos símbolos, imagens, palavras, hábitos e ideias em substituição aos antigos valores e princípios.  Gramsci propõe ainda que os intelectuais orgânicos substituam os antigos princípios e valores da humanidade por outros baseados no conceito de “historicismo absoluto” isto é, a eliminação do critério tradicional de verdade e falsidade na busca do conhecimento objetivo substituído pela mera “adequação” das ideias a um determinado estado de luta social. De acordo com Leandro Konder, notório marxista, “... passar da rebeldia à revolução, da contestação à construção de alternativas, a perspectiva com que os socialistas enfrentam os combates que travam pelo fortalecimento da ‘sociedade civil’ necessita de instrumentos teóricos e de uma competência argumentativa que só poderão ser desenvolvidos no campo de batalha da cultura.” Primeiro derrama-se oceanos de ideologia esquerdista sobre a população e quando mais tarde chegam ao poder qualquer atitude, por mais bizarra, arbitrária e maluca que seja não encontrará resistência acirrada. O senso comum já foi invertido, distorcido, alterado. Aldous Huxley em seu livro "Admirável Mundo Novo" sintetiza o conceito de Gramsci a cerca da hegemonia “O estado totalitário realmente eficiente seria aquele onde o todo-poderoso executivo dos chefes políticos e o seu exército de gestores controlariam uma população de escravos que não precisariam ser coagidos porque eles amariam a sua servidão”. Muitos perguntarão: como seria possível substituir valores arraigados na sociedade por séculos? Gramsci aponta para a revolução cultural, isto é, a ocupação de espaços capazes de permitir controlar o pensamento e a imaginação da sociedade (igrejas, sistema educacional, jornais, revistas, movimento editorial, música, artes visuais, etc.). A revolução cultural pensada pelo ideólogo italiano tem por objetivo provocar o desprestigio da classe ora dominante, da Igreja, do exército, dos intelectuais, dos professores, etc. Ao mesmo tempo encampar as bandeiras da democracia para penetrar na sociedade civil e corroê-las desde dentro. A inversão de valores e princípios se faz presente em todas as camadas da sociedade independentemente de faixa etária, posição social, escolaridade, gênero, religião, etc. São exemplos inequívocos as invasões do MST em terras produtivas, destruição do patrimônio alheio e apropriações indébitas vistas como legítimas, a sociedade é induzida a aceitar o caráter social de movimentos comprovadamente guerrilheiros como as FARC, MST, MLST, MIR, ETA, etc. Em 2005, numa reunião do Foro de São Paulo o ex-presidente Lula disse, textualmente: “Vejam que os companheiros do Movimento Sem Terra fizeram uma grande passeata em Brasília. (...) A passeata do Movimento Sem Terra terminou em festa, porque nós fizemos um acordo entre o governo e o Movimento Sem Terra"; traficantes tidos e havidos como vítimas do “sistema” tornam-se justificativas para a adoção de uma legislação mais coercitiva sobre o cidadão de bem, posto que os criminosos não obedeçam qualquer legislação e o Estado não está interessado em combatê-los; o patrulhamento ideológico nos meios de comunicação com informações distorcidas, mensagens sublinhares e ferozes ataques a quem se oponha a hegemonia esquerdista; religiosos ou não que se posicionam contra o aborto, a eutanásia e a união estável entre pessoas do mesmo sexo são perseguidos, achincalhados, amaldiçoados; o desarmamento da população tem por finalidade esvaziar qualquer tentativa futura de sublevação, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (sic) afirmou que “não [se] entra na casa das pessoas para ver se tem dengue? Tem que ter uma maneira de entrar na casa das pessoas para desarmar a população”, quanto a desarmar os bandidos nada disse; etc. E ainda há quem afirme que não existe uma ditadura petista rotulando quem diga o contrário de cômico.



O Foro de São Paulo, fundado em 1990, por Lula e Fidel Castro, reúne toda a esquerda latina americana e organizações criminosas. Basta ler suas Atas. O governo petista vem exaurindo os recursos do país para investir no projeto de dominação da esquerda em toda América Latina (Porto de Mariel, Cuba; Hidroelétrica Manduriacu, Equador; Hidroelétrica de Chaglla, Peru; Aqueduto de Chaco, Argentina; segunda ponte sobre o rio Orinoco, Venezuela; Barragem de Moamba Major, BRT da capital Maputo e Aeroporto de Nacala, Moçambique; Hidroelétrica de Tumarín, Nicarágua; etc.). E eis o mais grave, está obtendo sucesso na diabólica empreitada. Já existe no Brasil um movimento popular (sic) denominado “Pátria Grande”. Pátria grande significa a supressão da soberania nacional. Logo após a reeleição de Dilma a presidente Cristina Kirchner enviou-lhe esta mensagem: “Querida companheira e amiga Dilma, felicidades pelo triunfo. Grande vitória da inclusão social e da integração regional, um passo a mais para a consolidação da pátria grande.” A Comissão de Assuntos e Relações Internacionais do Foro de São Paulo elaborou documento que reproduzo o seguinte trecho: "A tendência à esquerda dos novos Governos latino-americanos é destacada por todos os analistas políticos a nível mundial, como uma nova situação que cria condições excepcionais para avançar e concretizar sonhos tão caros ao nosso povo e aos nossos partidos políticos, como a construção da ‘Pátria Grande Latino-Americana’”. Na última reunião do FSP em La Paz, Bolívia, o tema central foi a “Agenda Pátria Grande”, isto é, os grandes temas latinos americanos agora são os da “Pátria Grande”. Diante desses fatos e por mais que me esforce não vejo nenhuma comicidade quando afirmo que vivenciamos uma ditadura petista-bolivariana. A estratégia pensada por Gramsci triunfou. O processo ainda não se completou por inteiro devido algumas peculiaridades brasileiras. Mesmo considerando todas as mazelas, quando o PT assumiu o governo central encontrou um país organizado, uma Constituição consagrando direitos, deveres, valores éticos e morais, instituições democráticas funcionando, eleições regulares, etc. ao contrário de outros países do continente e isto tem dificultado uma ação mais agressiva. O PT vem se equilibrando entre cumprir a legislação vigente dentro da qual pode alcançar o governo e, ao mesmo tempo, atender as premissas da esquerda revolucionária. No entanto, tal situação não poderá perdurar por muito mais tempo. Chegará um momento que, inexoravelmente, terá que promover uma ruptura institucional. As manifestações de junho de 2013 foram balões de ensaio que escaparam do controle de seus articuladores, coordenadores, financiadores e executores, porém serviu-lhes de aviso que ainda não reuniam uma militância capaz de dar respaldo a uma ruptura. Recolheram-se e optaram por flagelar o Estado com maior intensidade do que antes para criar uma situação de desespero, caos econômico, político, social e administrativo e muita confusão na população que, alienada e indefesa, já assiste a “cubanização” de seu país.



CELSO BOTELHO

30.11.2014  

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

PRIMEIRA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL, A DECLARAÇÃO DE MARÇO DE 1958 E A ESTRATÉGIA DE ANTONIO GRAMSCI, O FORO DE SÃO PAULO, A URNA ELETRÔNICA, QUEM É O MINISTRO TOFFOLI, A DITADURA PETISTA E O O DECRETO-LEI 8.243/2014

A PRIMEIRA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL NO BRASIL



Examinando as eleições desde 1891 não é difícil concluir que minha afirmação de que todas as eleições no Brasil, de uma forma ou de outra, são fraudadas está primorosamente embasada. Embora a Constituição Federal de 1891 determinasse que o presidente da República fosse eleito diretamente pelo povo em suas disposições transitórias previam que o primeiro presidente da República fosse eleito pelo Congresso Nacional Constituinte. Deodoro da Fonseca, chefe do governo provisório, até ali havia realizado um governo desastroso. Instabilidade política e econômica. Rui Barbosa, ministro da fazenda, levou a termo uma reforma monetária e bancária catastrófica. Autoriza os bancos a emitir papel-moeda sem lastro em ouro ou prata e criava facilidades para a constituição de empresas visando acelerar a industrialização do país. Tal reforma provocou um surto inflacionário e a especulação financeira que levou a bolsa de valores à crise com a ruína de inúmeros investidores. A primeira crise econômica da República ficou conhecida como "encilhamento". Num contexto desse o Congresso Nacional não estava inclinado em confirmá-lo na presidência da República. No entanto, os militares ameaçaram os parlamentares e os obrigou a eleger o velho e doente marechal. Floriano Peixoto foi eleito vice-presidente. Acontece que Deodoro e Floriano vinham brigados desde a guerra do Paraguai e naquele momento a presidência e vice-presidência da República seriam ocupadas por um representante da situação e outro da oposição, respectivamente. Oito meses depois Deodoro foi levado a renunciar e Floriano Peixoto assumiu (e permaneceu) na presidência desconsiderando o Art. 42 de Constituição Federal (“Se no caso de vaga, por qualquer causa, da Presidência ou Vice-Presidência, não houverem ainda decorrido dois anos do período presidencial, proceder-se-á a nova eleição.”). A República brasileira nasceu de um golpe militar, a primeira eleição para presidente da República foi uma imposição dos militares e a primeira substituição violou descaradamente a Constituição. Este período (1889-1894) ficou conhecido como “A República da Espada”.

A DECLARAÇÃO DE MARÇO DE 1958 E A ESTRATÉGIA DE ANTONIO GRAMSCI



A revolução cultural da esquerda foi posta em prática em fins da década de 1950. A Declaração de Março de 1958 do PCB deixa explícito o “modus operandi” a partir daquele momento. Dado as dimensões e características do Brasil tomar o poder pelas armas exigiria recursos humanos e materiais imensos e ainda assim não haveria garantias de sucesso. Todas as tentativas anteriores redundaram em fracasso. O Relatório Kruschev de 1956 por ocasião do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética que denunciava o que ficou conhecido como o Grande Expurgo de 1934 a 1939 patrocinado por Stalin abalou o mundo comunista. Era necessária uma guinada na estratégia para a tomada do poder. O documento afirma que “o caminho pacífico da revolução brasileira é possível em virtude de fatores como a democratização crescente da vida política, o ascenso do movimento operário e o desenvolvimento da frente única nacionalista e democrática em nosso país.” Para o comunista a palavra democrática tem um sentido inverso, só a utilizam como camuflagem. O que a República Democrática Popular da Coréia tem de democrática? É uma ditadura hereditária. Ou a República Democrática Popular do Laos? O Laos é uma república socialista de partido único. Logo a seguir outro trecho reitera “o caminho pacífico significa a atuação de todas as correntes anti-imperialistas dentro da legalidade democrática e constitucional, com a utilização de formas legais de luta e de organização de massas. É necessário, pois, defender esta legalidade e estendê-la, em benefício das massas. O aperfeiçoamento da legalidade, através de reformas democráticas da Constituição, deve e pode ser alcançado pacificamente, combinando a ação parlamentar e a extraparlamentar.” Este documento sugere três maneiras para conquistar o poder, a saber: “1) Pela pressão pacífica das massas populares e de todas as correntes nacionalistas, dentro e fora do Parlamento, no sentido de fortalecer e ampliar o setor nacionalista do atual governo, com o afastamento do poder de todos os entreguistas e sua substituição por elementos nacionalistas. 2) Através da vitória da frente única nacionalista e democrática nos pleitos eleitorais e 3) Pela resistência das massas populares, unidas aos setores nacionalistas do Parlamento, das forças armadas (grafado no documento sem as letras maiúsculas) e do governo, para impor ou restabelecer a legalidade democrática, no caso de tentativas de golpe por parte dos entreguistas e reacionários, que se proponham implantar no país uma  ditadura  a  serviço  dos monopólios  norte-americanos.” Quer dizer: a ditadura da esquerda pode, mas a da direita não pode. Ambas são intoleráveis, repugnantes. Qualquer ditadura é uma excrescência, seja de direita ou de esquerda, militar ou civil. Para sermos mais exato uma ditadura civil não pode existir sem a participação e o respaldo das Forças Armadas. Os oficiais que apoiaram Getúlio Vargas no golpe de 1930 são praticamente os mesmos que o depuseram em 1945 (Cordeiro de Farias, Eduardo Gomes, Juarez Távora, Juracy Magalhães, Góis Monteiro, etc.). Para finalizar atentem para este parágrafo no mesmo documento. “Quanto aos comunistas, tudo farão para alcançar os objetivos vitais do proletariado e do povo um caminho que, sendo de luta árdua, de contradições e de choques, pode evitar o derramamento de sangue na insurreição armada ou na guerra civil. Os comunistas confiam em que, nas circunstâncias favoráveis da situação internacional, as forças anti-imperialistas e democráticas terão condições para garantir o curso pacífico da revolução brasileira.” E foi exatamente o que fizeram. Enquanto os militares conspiravam nos quartéis com o apoio da Igreja, dos banqueiros, dos empresários e dos políticos os comunistas colocavam em prática o que o ativista italiano Antonio Gramsci desenvolveu como estratégia para ocupar o poder. Segundo ele um país que apresentasse uma democracia e uma economia razoavelmente sólidas a instauração do regime comunista não poderia se dar através da força. Teriam que infiltrar gradualmente a ideia revolucionária nunca admitindo que isto estivesse sendo feito. Utilizariam a via pacífica, legal, constitucional entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma mensagem subliminar, imperceptível aos desavisados que constituem a maioria da população. A hegemonia e a ocupação de espaços eram fundamentais para que a empreitada fosse bem sucedida (jornais, revistas, editoras, emissoras de rádio e televisão, universidades, entidades representativas, sindicatos, etcc.). A hegemonia, independentemente de qualquer fator (faixa etária, renda, escolaridade, etc.) deve induzir a população a pensar uniformemente sobre qualquer coisa anulando seu senso crítico.  Atingida a superação do senso comum a sociedade está pronta para repetir e aceitar qualquer coisa que os comunistas quiserem, posto que neste estágio já não existam ideias a eles adversas. Valores reconhecidos na sociedade são substituídos. É a homogeneização do pensamento. Sem perceber a sociedade vai assimilando a cultura esquerdista e por ela sendo imbecializada. Pensar diferente do PT tornou-se um crime, um pecado, uma heresia. Logo após as eleições o PT divulgou uma resolução que reafirma a estratégia gramsciana: “para transformar o Brasil, é preciso combinar ação institucional, mobilização social e revolução cultural. O Partido dos Trabalhadores, como principal partido da esquerda brasileira, está convocado a encabeçar este processo de mobilização cultural, social e política.”

Naquela época (1958) havia vários jornais com posições ideológicas distintas aliando-se ou não ao governo. Havia emissoras de rádio independentes e até canais de televisão que davam os primeiros passos posicionavam-se. Hoje se abre qualquer grande jornal (O Globo, Estadão ou Folha de São Paulo) ou sintoniza as emissoras de rádio e televisão e nos deparamos como uma padronização descarada. Toda a grande imprensa (escrita, falada e televisada) foi ocupada pelos esquerdistas e a censura é exercida pelos donos das grandes empresas de comunicação e seus funcionários nos postos-chave. O único espaço que sobrou para denunciar e combater a esquerda foi a Internet, mas mesmo ali se encontram milhares de blogs e sites financiados pela esquerda exercendo um patrulhamento ideológico ininterrupto. As bondades governamentais para esta subserviência é reconhecida com gordas verbas publicitárias, desaparecimento de processos, postergação de cobrança de encargos e tributos devidos até o dia do Juízo Final, empréstimos em bancos oficiais, manutenção e ampliação de privilégios imorais e ilegais, etc. Quando circula algum texto na mídia alternativa denunciando os crimes da esquerda surge um exército de militantes histéricos para desqualificar, rotular como conspiração, dizer que se trata de reacionários, retrógrados, etc. Rapidamente, e por todos os meios, atribuem as denúncias à direita organizada que só existe na imaginação esquerdista, pois caso realmente existisse uma direita, conservadora e cristão organizada estes criminosos não chegariam ao poder. A informação está uniformizada, mas não o bastante para esquerda porque se assim fosse não estariam se empenhando em aprovar a Lei da Mídia Democrática ou, como é conhecida, a Lei da Mordaça.

O FORO DE SÃO PAULO



Para não saírem a dizer que estou exumando defunto apresento uma fonte recente de uma entidade que está em pleno funcionamento. Trata-se do Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro em 1990. Esta entidade reúne toda a esquerda da América Latina, inclusive as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) especializada em narcotráfico, sequestro, assassinatos e o que mais for preciso e o MIR chileno (Movimiento de Izquierda Revolucionaria). Em 2002 as FARC fez uma “doação” à campanha presidencial de Lula de US$ 5 milhões como consta no relatório 0097/3100 da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Em seu I Congresso realizado em São Paulo (1990) diz um trecho da Ata do Foro de São Paulo “reafirmamos nossa solidariedade com a revolução socialista de Cuba, que defende firmemente sua soberania e suas conquistas; com a revolução popular sandinista, que resiste aos intentos de desmontar suas conquistas e reagrupa suas forças; com as forças democráticas, populares e revolucionárias salvadorenhas, que impulsionam a desmilitarização e a solução política à guerra; com o povo panamenho – invadido e ocupado pelo imperialismo norte-americano, cuja imediata retirada exigimos – e com os povos andinos que enfrentam a pressão militarista do imperialismo”. Esta entidade está solidária com todos esses regimes criminosos e quem se associa ou compactua com o crime está assumindo moralmente sua participação e é tão responsável quanto aquele que praticou e nada impede que adote o mesmo comportamento, se é que já não adotou porque as mortes de Celso Daniel e Toninho do PT ainda não foram devidamente esclarecidas. No III Congresso (1992) diz a Ata “O fim imediato do ilegal e imoral bloqueio contra Cuba e a assistência econômica internacional massiva para impedir que se sigam aprofundando as nefastas consequências de mais de trinta anos de bloqueio. Além disso, a restituição do território de Guantánamo a Cuba.” No Brasil integram o Foro de São Paulo o Partido Democrático Trabalhista, Partido Comunista do Brasil, Partido Comunista Brasileiro, Partido Pátria Libre, Partido Popular Socialista, Partido Socialista Brasileiro e Partido dos Trabalhadores. Esta entidade definitivamente não se dedica em ministrar aulas de corte e costura, artesanato ou boas maneiras.  Em 2005, por ocasião dos quinze anos de existência do Foro de São Paulo, Lula confessou publicamente que submeteu o país que governava (Brasil) a decisões tomadas por estrangeiros que se reuniam em assembleias cujas ações o povo brasileiro não devia conhecer e muito menos entender. Reproduzo trechos do discurso de Lula naquela ocasião. “(...) graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um estado com outro estado, ou de um presidente com outro presidente.” E completou: “Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política.” Admite o apedeuta que humilhou a soberania nacional. Em 2012 o ex-presidente Lula (está disponível em vídeo) em mensagem de apoio a Hugo Chávez declarou, textualmente: “Em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de nós imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos aonde chegamos. Naquela época, a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos um grande número de países e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm uma influência crescente na vida política e social. Os governos progressistas estão mudando a face da América Latina. (…) Em tudo que fizemos até agora, que foi muito, o Foro e os partidos do Foro tiveram um grande papel que poderá ser ainda mais importante se soubermos manter a nossa principal característica: a unidade na diversidade. (…) Sob a liderança de Chávez, o povo venezuelano teve conquistas extraordinárias, as classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade. (…) Tua vitória será a nossa vitória.” É inequívoco o descumprimento da Lei dos Partidos Políticos de 1995 em seu Art. 28, alínea II que afirma taxativamente que será cassado o registro de qualquer partido político que se comprove subordinado a uma organização estrangeira. É só ler as Atas do Foro de São Paulo para se comprovar isso. Em 2013 o próprio Lula explicou como a esquerda chegou ao poder na América latina “(…) como não aceitam o Lula e a Dilma no Brasil… E nós chegamos e eu quero, companheiro da direção do Foro de São Paulo, debitar parte da chegada da esquerda ao poder da América Latina pela existência dessa cosita chamada Foro de São Paulo. Foi aqui e devemos muito aos companheiros cubanos (...) sempre, sempre nos ensinaram que o exercício da tolerância entre nós, a convivência pacífica na adversidade entre nós, a convivência entre os vários setores de esquerda era a única possibilidade que permitia que nós tivéssemos avanço aqui nesse continente.” O Foro de São Paulo praticou, entre outros, o crime de dar proteção e abrigo a organizações terroristas e quadrilhas de narcotraficantes; associação de entidades criminosas a partidos legais visando vantagens comuns; violou a Constituição de todos os países que dele fazem parte; ocultou sua existência e natureza durante dezesseis anos e gastou e gasta montanhas de dinheiro sem nunca ter revelado a fonte. Lula é um criminoso e o PT é uma organização criminosa.


A URNA ELETRÔNICA




Desde a eleição presidencial de 1989 é a primeira vez que reporto publicamente dúvidas com respeito a lisura do resultado, embora todas as anteriores também apresentassem indícios de manipulação, especialmente depois da adoção das urnas eletrônicas. Estranha-me o fato de que a auditoria em eleições seja um pleito absurdo do partido ou do candidato. Mais estranho é que tal reinvindicação provoque “mal estar” em advogados do próprio PSDB. Interessante é que não tomamos conhecimento de nenhum “mal-estar” dos advogados quando um juiz vende sentenças e é punido com a aposentadoria e com vencimentos integrais; quando um ministro do STF não se declare impedido para votar quando há conflito de interesses como ocorreu com o ministro Dias Toffoli na Ação Penal 470 (Mensalão); quando a senhora Angelina Teodoro foi mantida presa por 128 dias na Comarca de São Paulo por haver furtado um pote de manteiga num supermercado que custava R$ 3,20, para esta cidadã o principio da insignificância, consagrado no Direito Penal moderno não valeu. Não me lembro de ter sido noticiado qualquer “mal-estar” entre os advogados quando o ministro Gilmar Mendes, O Coronel, concedeu dois habeas corpus num prazo de 48 horas para o banqueiro e trapaceiro juramentado Daniel Dantas que, aliás, continua leve, livre e solto. Bem se vê que a sensibilidade dos advogados é muito seletiva. O Judiciário brasileiro é uma instituição “exemplar”. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro confirmou, por unanimidade, a decisão do desembargador José Carlos Paes que condenou a agente Luciana Silva Tamburini a pagar indenização por danos morais de R$ 5 mil ao juiz João Carlos de Souza Correa. O magistrado foi parado por ela numa blitz da Lei Seca em 2011. O magistrado dirigia um veículo sem placas e estava sem a Carteira Nacional de Habilitação. O presidente do STF Ricardo Lewandowski (que não é lá essas coisas) manifestou-se dizendo “juiz é um homem comum, um cidadão como outro qualquer, que tem a importante missão de fazer cumprir as leis e a Constituição em particular”. O velho e execrável hábito de autoridades suporem-se acima da lei, do bem e do mal com o bordão “sabe com quem está falando?” foi, uma vez mais, reconhecido como um direito natural do magistrado arrogante. Este juiz é reincidente em utilizar sua função para intimidar agentes públicos que o abordam e constatam irregularidades. Mas o TJRJ entendeu que ele é, de fato, um deus.


Voltando ao pedido de auditoria. Bem, o raciocínio é: sem ato ou fato não se justifica a auditoria. A desconfiança quanto às urnas e a própria eleição não estava somente nas redes sociais ou nos milhares de blogs que inundam a Internet. Pessoas qualificadas e idôneas manifestaram abertamente a dúvida quanto a lisura das apurações numa eleição onde o PT jamais poderia ter participado devido a violação da lei anteriormente citada. A fraude eleitoral é como a propina: ninguém deve testemunhar.  Que garantias o cidadão pode ter que o resultado não foi manipulado? Afinal, o PT nestes doze anos aparelharam o Estado brasileiro com seus membros, militantes, aliados, apadrinhados e outras tralhas. Não existe um único metro quadrado do Estado brasileiro que não tenha a presença onipotente e onipresente do Partido dos Trabalhadores. Há mais de vinte anos acompanhei a apuração de uma eleição. Naquela ocasião o voto era manual. Ninguém me contou. Assisti ao vivo e a cores. Votos em branco foram transformados em votos válidos, mapas eleitorais preenchidos a lápis (que era proibido), fiscais de um partido associando-se a fraude em favor de um candidato de outro partido e até apurador enfiando mapa eleitoral no bolso para preencher em casa. Tudo isso no Rio de Janeiro. Dá para imaginar o que acontecia em Pimenteiras do Oeste no estado de Rondônia.      


O professor PhD em Ciência da Computação Diego Aranha da Universidade de Brasília conseguiu derrotar, em 2012, o sistema de embaralhamento dos votos de urna eletrônica brasileira. Para o professor não só o sigilo do voto como também a impossibilidade do eleitor ter a comprovação em quem votou é preocupante. Segundo o professor, a urna eletrônica brasileira é "a mais defasada do mundo" por resistir ao movimento de outros países em direção à impressão do voto. Ainda de acordo com o professor “não é possível realizar votação puramente eletrônica com verificação independente dos resultados. Por esse motivo, a maioria das alternativas para se permitir essa verificação envolvem materializar o voto em algum veículo que permita apuração posterior sem permitir simultaneamente que o eleitor possa comprovar sua escolha para uma terceira parte interessada. Um exemplo recente é a urna argentina, que produz como cédula um acoplamento das versões digital e impressa do voto. A versão digital é utilizada para apuração rápida, e a versão impressa, para se verificar a integridade dos votos computados eletronicamente". Sem a materialização do voto, a apuração das eleições ficaria refém do programa que computa as escolhas dos eleitores em ambiente digital. "Como a integridade dos resultados depende unicamente da integridade desse software, fica montado um cenário perfeito para fraudes que não deixam vestígios".  E somente o partido que está no governo tem os meios efetivos para manipular o solfware.  E quem está no governo? Ganhou um doce quem respondeu Partido dos Trabalhadores. Numa audiência na CCJ da Câmara, o engenheiro Amílcar Brunazo Filho chamou o sistema em vigor de "curral eleitoral" em que "nenhum brasileiro pode ver o que foi gravado como registro do seu voto". Portanto, não vejo razão alguma para festejar tal tecnologia. De maneira que o pleito do candidato ou do partido em solicitar uma auditoria não é descabido. Porque a recusar a solicitação mesmo com as limitações impostas pelo sistema eletrônico? Quem não deve não teme. O que, deveras, não se aplica ao Partido dos Trabalhadores.


QUEM É O MINISTRO DIAS TOFFOLI




Para que não seja acusado de leviandade relembremos alguns momentos na vida do ministro do STF e presidente do TSE José Antonio Dias Toffoli. Este ministro obteve R$ 1,4 milhão em operações de crédito no Banco Mercantil do Brasil, a serem quitadas em até 17 anos. O banco deu um desconto nos juros dos dois empréstimos proporcionando ao ministro uma economia de R$ 636.000,00. Por mera coincidência Toffoli tornou-se o relator no STF das ações do Banco Mercantil tão logo assumiu a cadeira em 2009 e - bingo! – dois anos depois obteve na instituição os empréstimos. O primeiro no modesto valor de R$ 931 mil concedido em setembro de 2011 em 180 parcelas fixas de R$ 13,8 mil a serem pagas até 2026. Três meses depois obteve o segundo crédito de R$ 463,1 mil com o pagamento acordado em 204 prestações fixas de R$ 6,7 mil, com vencimento até 2028. Os juros nesta transação foram fixados em 1,35%. Em abril de 2013 após decisões do ministro em processos do Mercantil, as duas partes repactuaram os empréstimos, por meio de aditivos às cédulas de crédito originais e transcritas em cartório. O banco baixou a taxa para 1% ao mês. Com a alteração, a soma das prestações caiu para R$ 16,7 mil mensais que representava um comprometimento de 92% dos ganhos do ministro no Supremo à época. Mas o ministro alega que possui “outras fontes de renda”.


Por ocasião do julgamento do Mensalão Dias Toffoli teve a cara de pau de não se declarar impedido de votar. Sua carreira profissional foi construída dentro do PT. Advogado do partido e de três campanhas à presidência da República de Lula.  Em 2003 ocupou a subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, então comandada pelo condenado José Dirceu, elevado à posição de chefe da quadrilha do Mensalão pelo ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel. Em 2007, já no segundo mandato do pelego e preguiçoso foi alçado a Advocacia Geral da União e, por mero acaso, Lula o nomeou em 2009 para o STF, mesmo já tendo sido reprovado em dois concursos para juiz.  Eta, menino de sorte! E bem relacionado!




A advogada Christiane Araújo de Oliveira em oito horas de gravações revelou que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República. Ela participava de festas de embalo, viajava em aviões oficiais, aproveitava-se dos amigos e amantes influentes para obter favores em benefício da quadrilha chefiada por Durval Barbosa em Brasília (delegado aposentado e corrupto contumaz delatou o esquema de corrupção que derrubou o então governador José Roberto Arruda, em 2009 no chamado Mensalão do Distrito Federal. Arruda entrou para a história como sendo o primeiro governador preso no exercício do mandato. Foi direto do Palácio para uma cela na Papuda). O bando desviou mais de R$ 1 bilhão de reais dos cofres públicos. Esta menina “sapeca” contou também que o governo federal usou de sua proximidade com essa máfia para conseguir material que incriminaria adversários políticos. A advogada relatou que manteve um relacionamento com o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli, quando ele ocupava cargo de advogado-geral da União no governo Lula. Os encontros, segundo ela, ocorriam em um apartamento onde Durval armazenava caixas de dinheiro usado para comprar políticos e onde ele eventualmente registrava imagens dessas (e de outras) transações. Christiane afirma que em um dos encontros entregou a Toffoli gravações do acervo de Durval Barbosa (para que este demonstrasse seu poder de fogo).  A causídica informou também ter voado a bordo de um jato oficial do governo, por cortesia do atual ministro do STF e as expensas do contribuinte. A advogada também afirmou que mantinha uma “amizade íntima” com o então chefe de gabinete de Lula e atual secretário-geral da presidência da República Gilberto Carvalho, O Espião Que Veio do Nada. Christiane pediu ao espião do Lula que intercedesse para que Leonardo Bandarra fosse nomeado chefe do Ministério Público do Distrito Federal. O pedido foi atendido. Mais tarde comprovou-se que este cidadão fazia parte da máfia do DF. Foi exonerado e colecionou cinco processos. A “amiga dos amigos” trabalhou no comitê central da campanha de Dilma Rousseff em 2010 como encarregada da relação com as igrejas evangélicas. Nada mais coerente, posto tratar-se da filha de Elói Freire de Oliveira, fundador da igreja Tabernáculo do Deus Vivo, muito popular em Brasília. Elói é conhecido como “profeta” e goza de prestígio junto a políticos e outros parasitas. Antes da realização do segundo turno nas eleições deste ano Toffoli se superou quando, como presidente do TSE, disse “... isto é um jogo. Não é pedagógico, civilizado e educativo para o povo brasileiro. Tem que acabar com esse negócio de aparecer gente estranha, de aparecer jornal e acabar de aparecer revista nos programas eleitorais.” Pela primeira vez em todo o Universo um membro de tribunal ou qualquer outro órgão do Judiciário arrogou-se do poder de determinar o que os candidatos podem e não podem dizer, seja mentira ou verdade, crítica política ou acusações pessoais. É neste sujeito que posso confiar as apurações das eleições? Ora, poupe-me!


A DITADURA PETISTA




O maior serviço que se pode prestar aos comunistas é o mesmo que se pode prestar ao diabo: negar sua existência. A ditadura petista está sendo construída há décadas e foi intensificada a partir da Fundação do Foro de São Paulo e da ascenção do partido ao governo federal, há doze anos eles possuem os meios efetivos para implantar qualquer porcaria no Brasil. Seja uma ditadura castrista, um socialismo espírita, um comunismo evangélico ou um nazismo cristão. Para o brasileiro, de um modo geral, o regime comunista só existe no dia que acordar e a propriedade privada desaparecer, os meios de produção controlados pelo Estado, o lucro abolido, o Congresso Nacional extinto, a Constituição Federal revogada, a pena de morte reintroduzida e a liberdade de expressão suprimida (a Emenda n° 1 de 17.10.1969 da Constituição Federal estabelecia no Art. 153, Paragrafo 11: “Não haverá pena de morte, de prisão perpétua, de banimento, ou confisco, salvo nos casos de guerra externa, psicológica adversa, ou revolucionária ou subversiva...” oficialmente nenhum revolucionário ou subversivo foi executado, mas a Carta Magna autorizava os trogloditas a utilizá-la). Como estas coisas não acontecem do dia para a noite, é um processo lento, gradual e ininterrupto e, portanto, a maioria dos brasileiros conclui que não existe comunismo e ditadura. Ledo engano. Como já expliquei anteriormente. Deixa-me dizer uma coisa: o regime político não depende da economia. É óbvio que quando se tem o pleno controle do poder político o controle sobre a economia vem junto. No entanto, o controle sobre a economia jamais significou destruir o capitalismo simplesmente porque seria um suicídio. Em nenhum momento um quis suprimir o outro. A China, por exemplo, tem uma economia de mercado, mas seu regime político é comunista de partido único. Em todos os países que já experimentaram ou experimentam o regime socialista existe uma economia de mercado subterrânea para prover-lhes. Ou alguém imagina que os bilionários que surgiram logo após a desintegração da União Soviética vieram de Marte? Ludwing Von Mises, economista alemão, provou que uma economia planificada jamais poderá ser implantada devido a impossibilidade do cálculo econômico no socialismo. Só quem pode fazer isso é o mercado. A velha e boa lei da procura e da oferta. Os comunistas sabem disso. O capitalismo produz riqueza e inúmeras mazelas, porém não iremos adentrar neste aspecto. O capitalismo ganha dinheiro até mesmo quando denigre o próprio capitalismo. Quantas editoras não faturam alto com livros que acusam o capitalismo de selvagem, excludente, perverso? Da mesma forma quando publicam livros de autores comunistas. O capitalismo fatura bastante até com os símbolos e ícones do comunismo como, por exemplo, quando fabricam camisetas, broches, flâmulas, etc. com a figura de Che Guevara. A estratégia da esquerda não é a de promover uma ruptura institucional através de um golpe de Estado fulminante. No entanto, caso se faça necessária, a luta armada será considerada.  Há décadas estão seguindo seus planos sempre camaleônicos, pois mudam de cor conforme a contexto. Disputam eleições, ocupam espaços e vão corroendo o Estado Democrático desde dentro, eliminando isso, alterando aquilo, aprovando aquilo acolá e por ai visando uma hegemonização do pensamento. Quando este mesmo povo que faz troça, ridiculariza aqueles que alertam e aponta o que essa gente está fazendo quando se derem conta todos os mecanismos de defesa do regime democrático estarão corrompidos, contaminados e apodrecidos. Atualmente no Brasil não existe um único cidadão que não esteja enquadrado em alguma lei, portaria ou estatuto. A esquerda no Brasil sabe que não pode contar ainda com uma militância que respalde uma ruptura. As manifestações de junho de 2013 foi um balão de ensaio que soltaram e que saiu do controle de seus mentores, organizadores, financiadores e executores. A confusão mental provocada pela revolução cultural esquerdista destruiu inteligências, subverteu a ordem, inverteu valores, baixou a escala de padrões éticos e morais conquistando uma hegemonia sem precedentes na História do Brasil. Possuímos uma elite empresarial gananciosa e burra, pois se recusam a perceber que a esquerda não será tão generosa no momento que detiver uma massa hegemônica sólida que lhes possibilitará o controle total do Estado, e este processo está bastante acelerado. Banqueiros e empresários de um modo geral serão transformados em seus empregados. A elite intelectual do país em sua maior parte já foi adestrada, cooptada e subvencionada pela esquerda e se mantém servil. O que se observa nas universidades brasileiras a algumas décadas é a repetição do discurso esquerdista algumas vezes até com certa dose de sutileza, porém, na maioria das vezes, de maneira clara, escancarada.  Nas universidades brasileiras ensina-se a não pensar. A mente humana funciona por contradição e contraste, mas até mesmo esta função que nos é nata o discurso esquerdista consegue anular. Recusar-se a estudar o adversário e conhecê-lo para descobrir como poderá combatê-lo são os princípios básicos para derrotá-lo. Mas o brasileiro não gosta de estudar, dá muito trabalho. É mais fácil aceitar o que se lhe impõem e fechar-se no seu círculo de convivência olhando apenas para o seu próprio umbigo. Na Grécia antiga uma pessoa se comportasse assim era chamado de "idiótes". Hoje este termo é utilizado para designar uma pessoa tola, imbecil, desprovida de inteligência e bom-senso, o que dá no mesmo. A partir do momento que a pessoa começa a agir desta maneira está abrindo mão de uma série de prerrogativas e direitos. 


O DECRETO-LEI 8.243/14




Um cidadão, notoriamente petista, cujo nome não será declinado, fez a defesa do Decreto-Lei 8.243/14 amparado no que determina a Constituição Federal de 1988 em Artigo 1º, parágrafo único (“Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente''). Lá pelas tantas em seu texto deixou cair a máscara, textualmente: “Podemos chegar a um momento em que a representação política convencional se esvazie de sentido. Não é agora, nem com esse decreto. Mas, quem sabe, com uma sociedade mais consciente.” Quem e quando irá determinar que a representação convencional não faz mais sentido? Quem decidirá quando a sociedade estará consciente o suficiente para abolir a representação convencional?  Naturalmente será o Foro de São Paulo, o Partido dos Trabalhadores & Comparsas. Como não reconhecer nesta frase as intenções do Partido dos Trabalhadores? De acordo com a proposta pode-se inferir que a democracia representativa cederá lugar aos “Conselhos Populares”. Para arrematar o cínico diz “participar do rumo das coisas a cada quatro anos não será mais suficiente. Pois, em verdade, nunca foi. Iremos participar em tempo real.” O que lhes parece isso? Como isso soa? Uma promessa de nos conduzir à terra do leite e do mel ou nos impor uma ditadura? As formas veladas para fazer conhecer o objetivo de instaurar uma ditadura está abandonada. Ora, quem controla os movimentos sociais e um caminhão de ONGs e OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) fajutas é o PT & Agregados e será gente sua que participará desses “Conselhos Populares”. Como não sou jurista recorro ao texto  do Dr. Paulo Roberto de Gouveia Medina (jurista e professor emérito da Faculdade de Direito da UFJF) datado de 21 de julho deste ano e publicado no site da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) onde analisa o “Decreto dos Conselhos Populares” que reproduzo alguns trechos na íntegra. “O Decreto nº. 8.243/2014, que institui a Política e o Sistema Nacionais de Participação Social, atinge, claramente, o sistema representativo.  A pretexto de consolidar a participação social como método de governo, por meio de conselhos e comissões de políticas públicas, o que o referido ato legislativo pretende é criar um instrumento de pressão sobre deputados e senadores, de tal forma que estes se sintam na contingência de acolher deliberações prévias, supostamente reveladoras da vontade popular.” Como ignorar que o Foro de São Paulo e o PT desde sempre estão empenhados em implantar uma ditadura no país? O que a Constituição Federal prevê não é o que tais conselhos serão na prática. Diz mais o advogado e professor. “Tais deliberações emanariam de um complexo sistema de participação social, composto pelos referidos conselhos e comissões, além de outras instâncias e mecanismos.  Todo esse sistema ficará sob a coordenação da Mesa de Monitoramento das Demandas Sociais, à qual competirá coordenar e encaminhar as pautas dos movimentos sociais, bem como monitorar-lhes as respostas, segundo dispõe o Decreto (cf. art. 19).  Terá a referida Mesa papel singular na estrutura do Poder Executivo, porquanto passará a atuar como instância colegiada interministerial, coordenando o trabalho dos órgãos de participação popular vinculados a cada um dos Ministérios.  A supervisão do sistema é atribuída à Secretaria-geral da presidência da República.” Atualmente quem ocupa esta função é Gilberto Carvalho, O Espião Que Veios do Nada. A seguir diz o texto: “A composição dos conselhos e comissões de políticas públicas far-se-á mediante um vago processo de eleição ou indicação pela sociedade civil, nesta incluídos os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, segundo estabelece o Decreto (art. 10, I).  É fácil perceber que, no fundo, os integrantes desses órgãos serão cooptados pela Secretaria-geral da Presidência da República, cujo chefe terá em mãos os cordões destinados a manobrá-los.” Nada disso é desconhecido dos próceres esquerdistas, mas sempre irão afirmar o contrário e rotulará todos os que não professam em sua seita maldita de teóricos da conspiração, cômicos, reacionários e viúvas do regime militar.


O debate sempre me atraiu e empolgou. Refutar e endossar ideias, perspectivas e argumentos ilustram, faz avançar, acrescenta, nos induz à reflexão e enriquece. Mas um bom debate. Com esquerdista não se pode debater coisa alguma porque fora de sua ideologia não existe vida. São incapazes de conviver com aqueles que não se enquadrem no seu esquema. O rei está nu, mas a sociedade se nega a reconhecer este fato.


CELSO BOTELHO

17.11.2014