No decorrer dos séculos as
grandes civilizações utilizaram diversas estratégias para dominar a sociedade,
seja a sua própria ou outra qualquer. A força militar sempre teve papel de
destaque entre os conquistadores. Até os dias atuais não é incomum que algumas
sociedades canalizem vultosos recursos, humanos e materiais, destinados as suas
forças militares. São exemplos emblemáticos os Estados Unidos, a Rússia, a
China, a França, o Reino Unidos, etc. Quanto maior for a brutalidade empregada
mais breve se dará a conquista. A História ilustra abundantemente esta
constatação desde os tempos mais remotos. São exemplos típicos o Império
Babilônico; o Império Assírio; o Império Macedônico; o Império Persa; o Império Egípcio, Império
Romano, o Império Mongol, etc. São muitos os motivos que desencadeiam uma
guerra, mas os fatores políticos e econômicos sempre estão presentes
independentemente de qualquer outra justificava, época e espaço geográfico. A
eclosão de uma guerra, qualquer uma, deriva de uma imensa rede de interesses
que, se por um lado são destrutivos, cruéis, reprováveis e repugnantes por
outro tendem a construir novos parâmetros; novos ordenamentos; reformular
sistemas; criar mecanismos que possam inibir futuros confrontos, neste ponto é
preciso registrar que tanto a Liga das Nações quanto a ONU são instrumentos
completamente inúteis; possibilitar descobertas na medicina e avançar
tecnologicamente. No entanto, até mesmo as consequências que se mostram
positivas e, por vezes, até mesmo assim o são, embutem utilidades maléficas. Não se
trata, pois, de fazer apologia a guerra ou emprestar-lhe uma legitimidade que
jamais possuiu. Trata-se, isto sim, de refletir sobre as guerras que são
travadas sem canhões, metralhadoras ou drones que são tão nocivas e
devastadoras quanto sua versão bélica. A guerra dissimulada. A guerra
psicológica. Uma guerra que provoca tanto sofrimento, dor e miséria quanto as demais.
Este tipo de guerra mascara o inimigo, esconde seus objetivos, subjuga a
inteligência, corrompe os valores éticos e morais rompendo toda e qualquer
resistência que lhe possa ameaçar.
Para compreender o que vem
acontecendo no Brasil nas últimas décadas e especialmente na administração
petista é indispensável tomar ao pé da letra a recomendação do general,
estrategista e filósofo chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C): “Se você conhece o
inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se
você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá
também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá
todas as batalhas.” Lamentavelmente os brasileiros se encaixam nesta última
categoria. Não a maioria dos brasileiros que não têm acesso a uma educação
minimamente razoável, mas aqueles que se arrogam intelectuais, formadores de
opinião e outros que representam a elite. Todos ignorantes, subservientes e
incapazes de enxergarem além de seus interesses mesquinhos e imediatos. E esta combinação
será suas ruínas. Quando alguns se
dispõem a conhecer o inimigo logo percebem que será muito trabalhoso combatê-lo
e ademais pouco ou nenhum proveito pessoal lhes será auferido então se
acomodam, ajustam-se as premissas do adversário. Gente covarde, submissa e
mercenária. A elite sempre esteve voltada para os seus interesses econômicos e
a manutenção e ampliação de seus privilégios e assim, através dos séculos, corriqueiramente
se associa aos poderosos não lhe importando os matizes. No Brasil de hoje tudo
está relativizado. O homicídio, o roubo, a corrupção, a fraude, etc. São mais
de cinquenta mil homicídios por ano sem que seja necessária uma guerra civil.
Apesar deste número de vítimas fatais um deputado do estado de Goiás tem a
desfaçatez de apresentar o Projeto de Lei nº 787 que dispõe sobre o
desarmamento dos policiais militares de Goiás (para a ideia chegar no Congresso
Nacional é um pulo, literalmente), ressalte-se que o dito cujo atende pelo nome
de Major Araújo do PRB. Bem, o Estatuto do Desarmamento já retirou a
possibilidade do cidadão de bem portar arma e, aprovada esta aberração, o
policial também ficará privado de portá-la. Sobraram os bandidos que permanecem
de posse de suas armas. Na roubalheira do escândalo do Mensalão a cúpula
petista não titubeou em apontar os vários de seus companheiros como traidores,
ingratos, desleais quando, na verdade os envolvidos na roubalheira estavam
apenas seguindo ordens do partido: arrecadar recursos para comprar aliados no
Congresso Nacional. O próprio ex-presidente Lula em 2002, já eleito e não
empossado, orientava seu futuro ministro da Casa Civil, o hoje condenado José
Dirceu, que era mais fácil comprar partido pequeno do que negociar com partido
grande. Era, portanto, uma ordem expressa para criar o Mensalão. Para a
esquerda as pessoas não passam de meras peças substituíveis de uma grande
engrenagem. Sacrificar José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e outros facínoras
para preservar o restante da máquina é primordial, essencial e imprescindível. No
corrente escândalo da Petrobrás os petistas negaram seu envolvimento, porém com
o instituto da delação premiada ficou patente sua atuação. E mais uma vez inúmeros
petistas apontam seus correligionários e aliados como ingratos, traidores e
desleais quando, na verdade, estavam cumprindo ordens. Roubavam para o partido,
porém isso não era feito sem que ganhassem uma comissão. Esta relativização é
parte de uma estratégia de dominação que vem sendo posta em prática desde o
final dos anos 1950. Mas descrever este processo é quase um crime contra a
pátria. É feio. É reacionário. Bonito e progressista é assistir o país chafurdar
na lama; os direitos serem violados todos os dias; a Constituição Federal e as
leis serem desrespeitadas despudoramente; os recursos públicos aportarem em
contas secretas em paraísos fiscais e seus titulares safarem-se impunemente e
ter encastelado nos três poderes notórios maus-caracteres, ineptos,
trapaceiros, gatunos, mentirosos, incompetentes e medíocres, isto para se dizer
o mínimo.
Não se trata somente em
apontar os responsáveis por esta situação que o Brasil vivência hoje. Trata-se,
antes de tudo, de compreender um processo que vem se desenrolando a mais de
cinquenta anos. Em primeiro lugar devem-se examinar os contextos históricos e
os atores envolvidos. A hegemonia esquerdista foi proporcionada, voluntaria e
involuntariamente, pelos agentes que chamaram para si a responsabilidade de
combatê-la. Mas não se prepararam para tal empreitada. Sendo assim, não foi
difícil se cometer os mais comezinhos erros de avaliação, adotar uma tática
equivocada e travar batalhas inglórias. A ignorância sobre o movimento revolucionário
internacional incapacitou-os para remover as camadas superficiais do discurso
revolucionário. A preguiça para estudar suas estratégias de ocupação de espaços
tem cobrado um preço estratosférico à nação. A ingenuidade demonstrada em
subestimar a capacidade de articulação e movimentação da esquerda quando isto
já estava visível elegendo o inimigo que lhes fora oferecido em sacrifício pela
própria esquerda para provocar-lhes a sensação de que triunfaram quando, na
verdade, os derrotavam inexoravelmente. Desta maneira corroboraram para a
ascensão da esquerda e seu completo domínio sobre o país.
Reporto à Declaração de
Março de 1958 do PCB (Partido Comunista Brasileiro) como o marco de mudança de
estratégia da esquerda para alcançar o poder no Brasil. Neste documento
abandonava-se a ideia de revolução armada apontando para uma revolução pacífica
e constitucional. Um documento tão sucinto não foi capaz de ativar os neurônios
da intelectualidade brasileira para detectar que ali estava o embrião que iria desencadear
a revolução cultural da esquerda ancorada completamente na estratégia
gramsciana. Nem todos os integrantes do PCB concordaram em abandonar a linha de
radicalização, da tomada do poder pela violência revolucionária. A divulgação do
Relatório Secreto de Kruschev no XX Congresso do Partido Comunista da União
Soviética em 1956 que denunciou os crimes de Stalin, inclusive o Grande Expurgo
de 1934 a 1939 (dos 139 membros dirigentes do Partido Comunista 98 foram
executados) foi devastador no mundo comunista. A historiografia aponta em
inúmeros trabalhos três causas para a cisão no PCB em 1962: a divisão interna
dos comunistas entre stalinistas e antistanilistas, os conflitos entre as linhas
soviéticas e chinesas e o conflito entre os que defendiam a linha pacifica e a
luta armada. Por certo estes fatores contribuíram significativamente para a
ruptura, porém caso não se acrescente algumas peculiaridades brasileiras não se
pode fechar o quadro (históricas, econômicas, políticas, sociais, culturais,
geográficas, etc.). Conclui-se, portanto, que, bem antes do golpe civil-militar
de 1964, ambas as correntes constituíram-se e atuavam dentro de suas
estratégias. Após o evento de abril de 1964 os radicais prestaram-se ao
inglório papel de bois de piranha enquanto os “pacifistas” iam ocupando espaços
e disseminando sua revolução cultural baseada na estratégia de Antonio Gramsci.
Simples assim.
Após o golpe civil-militar
de 1964 os militares só foram capazes de dar combate aos inimigos que se punham
à sua frente empunhando armas. Subestimaram a força que uma revolução cultural
esquerdista oferecia. Incapazes de
compreender que a verdadeira guerra estava sendo ganha pela esquerda sem a
necessidade de atirar em quem quer que seja seguiram perseguindo, prendendo,
torturando e assassinando acreditando estar varrendo a ameaça comunista do
Brasil para todo o sempre. Os militares foram tão simplórios ao ponto de
rotular os guerrilheiros de terroristas. Não resta a menor dúvida de que o eram,
porém, deviam ter patrocinado uma ampla campanha publicitaria para esclarecer a
população o que significava o comunismo e apresentar todas as brutalidades que
já havia cometido mundo a fora. Mao Tse Tung provocou a morte de 30 a 60
milhões de pessoas durante o "Grande Salto para a Frente" (1958-1959)
e outro tanto na Revolução Cultural (1966-1976). Stalin aniquilou também
imputando crimes que sequer haviam cometido. A revolução cubana já produziu
desde 1959 mais de 115 mil mortos. Isso para ficarmos em apenas três exemplos.
Destruir a esquerda armada foi tarefa relativamente fácil. Num país de
dimensões continentais realizar uma revolução armada exigiria recursos humanos
e materiais de grande envergadura, uma organização extremamente eficaz e
fundamentalmente uma unicidade ideológica. A esquerda carecia disso tudo. As
organizações clandestinas proliferaram-se divididas em várias correntes
antagônicas entre si (o Foro de São Paulo surgiu exatamente para aparar as arestas
dentro da esquerda e, dentro de certos limites e particularidades, estabelecerem
metais gerais); seus contingentes eram limitados, inexperientes e encharcados
do discurso revolucionário; seus armamentos inadequados, antigos e parcos. Era
comum recorrerem a assaltos à banco e a casas comerciais para proverem as
necessidades mínimas que lhes permitisse funcionar. A esquerda “pacifista”
estimulava e apoiava às ações armadas como meio de retirar de si o foco
revolucionário. Não bastasse isso os militares cassaram e perseguiram toda a
direita que havia no país desde políticos à professores. Quando o regime
militar esgotou-se e os generais concordaram em sair de cena, não antes de
inventarem uma auto anistia que garantiria a impunidade para seus crimes, havia
sobrado somente a esquerda. Aqueles que se arvoravam de direita não passavam de
antigos fantoches e lacaios do regime militar. Ainda hoje, três décadas após o
fim do regime militar, a direita não conseguiu reorganizar-se e existir de
fato. Não nos faltam pessoas reconhecidamente de direita, conservadoras e
cristãs. Ao contrário, de um modo bastante abrangente pode-se dizer que a
maioria da sociedade brasileira, apesar de impregnada do discurso esquerdista,
se mantém fies aos princípios éticos, morais e legais. Estas pessoas, contudo,
estão encurraladas, mal formadas e informadas, carentes de líderes que as
possam conduzir encontram-se dispersas, sem os meios efetivos para combater o
processo de hegemonização da esquerda que está levando o país à ruína. Mesmo
assim o brasileiro demonstrou inequivocamente nas urnas seu repúdio pelo PT. Semana
passada em entrevista num canal de noticias por assinatura Aécio Neves declarou
que havia perdido a eleição para uma organização criminosa. Está correto. No
entanto, esta declaração chegou muito tarde. Deveria ter dito durante os
debates na televisão quando esteve frente à frente com Dilma Rousseff que sua
candidatura e seu partido são ilegais. Partido político associado e que se
submeta a qualquer instituição estrangeira deve ter seu registro cassado como
manda a legislação.
Gramsci defendia uma “lenta,
gradual e segura” (royalties para Ernesto Geisel) revolução psicológica.
Conquistar a mente da sociedade impondo-lhe de modo dissimulado o pensamento
hegemônico favorável aos objetivos últimos da esquerda. Para obter esta
hegemonia deve-se transformar o senso comum das pessoas (hábitos, gestos, modos
de falar, atitudes mentais conscientes ou inconscientes, etc.). Gramsci dividiu
os intelectuais em dois grupos. Os inorgânicos e os orgânicos. Aqueles sem
ideologia de classe e mesmo uma classe definida e estes incumbidos da tarefa de
organizar a sociedade e estão plenamente conscientes de sua posição de classe. Ambos
têm por finalidade reorganizar o senso comum com a criação de novos símbolos,
imagens, palavras, hábitos e ideias em substituição aos antigos valores e
princípios. Gramsci propõe ainda que os
intelectuais orgânicos substituam os antigos princípios e valores da humanidade
por outros baseados no conceito de “historicismo absoluto” isto é, a eliminação
do critério tradicional de verdade e falsidade na busca do conhecimento
objetivo substituído pela mera “adequação” das ideias a um determinado estado
de luta social. De acordo com Leandro Konder, notório marxista, “... passar da
rebeldia à revolução, da contestação à construção de alternativas, a
perspectiva com que os socialistas enfrentam os combates que travam pelo
fortalecimento da ‘sociedade civil’ necessita de instrumentos teóricos e de uma
competência argumentativa que só poderão ser desenvolvidos no campo de batalha
da cultura.” Primeiro derrama-se oceanos de ideologia esquerdista sobre a
população e quando mais tarde chegam ao poder qualquer atitude, por mais
bizarra, arbitrária e maluca que seja não encontrará resistência acirrada. O
senso comum já foi invertido, distorcido, alterado. Aldous Huxley em seu livro
"Admirável Mundo Novo" sintetiza o conceito de Gramsci a cerca da
hegemonia “O estado totalitário realmente eficiente seria aquele onde o
todo-poderoso executivo dos chefes políticos e o seu exército de gestores
controlariam uma população de escravos que não precisariam ser coagidos porque
eles amariam a sua servidão”. Muitos perguntarão: como seria possível
substituir valores arraigados na sociedade por séculos? Gramsci aponta para a
revolução cultural, isto é, a ocupação de espaços capazes de permitir controlar
o pensamento e a imaginação da sociedade (igrejas, sistema educacional,
jornais, revistas, movimento editorial, música, artes visuais, etc.). A
revolução cultural pensada pelo ideólogo italiano tem por objetivo provocar o
desprestigio da classe ora dominante, da Igreja, do exército, dos intelectuais,
dos professores, etc. Ao mesmo tempo encampar as bandeiras da democracia para
penetrar na sociedade civil e corroê-las desde dentro. A inversão de valores e
princípios se faz presente em todas as camadas da sociedade independentemente
de faixa etária, posição social, escolaridade, gênero, religião, etc. São
exemplos inequívocos as invasões do MST em terras produtivas, destruição do
patrimônio alheio e apropriações indébitas vistas como legítimas, a sociedade é
induzida a aceitar o caráter social de movimentos comprovadamente guerrilheiros
como as FARC, MST, MLST, MIR, ETA, etc. Em 2005, numa reunião do Foro de São
Paulo o ex-presidente Lula disse, textualmente: “Vejam que os
companheiros do Movimento Sem Terra fizeram uma grande passeata em Brasília.
(...) A passeata do Movimento Sem Terra terminou em festa, porque nós fizemos
um acordo entre o governo e o Movimento Sem Terra"; traficantes tidos e
havidos como vítimas do “sistema” tornam-se justificativas para a adoção de uma
legislação mais coercitiva sobre o cidadão de bem, posto que os criminosos não
obedeçam qualquer legislação e o Estado não está interessado em combatê-los; o
patrulhamento ideológico nos meios de comunicação com informações distorcidas,
mensagens sublinhares e ferozes ataques a quem se oponha a hegemonia
esquerdista; religiosos ou não que se posicionam contra o aborto, a eutanásia e
a união estável entre pessoas do mesmo sexo são perseguidos, achincalhados,
amaldiçoados; o desarmamento da população tem por finalidade esvaziar qualquer
tentativa futura de sublevação, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo
(sic) afirmou que “não [se] entra na casa das pessoas para ver se tem dengue?
Tem que ter uma maneira de entrar na casa das pessoas para desarmar a população”,
quanto a desarmar os bandidos nada disse; etc. E ainda há quem afirme que não
existe uma ditadura petista rotulando quem diga o contrário de cômico.
O Foro de São Paulo, fundado
em 1990, por Lula e Fidel Castro, reúne toda a esquerda latina americana e
organizações criminosas. Basta ler suas Atas. O governo petista vem exaurindo
os recursos do país para investir no projeto de dominação da esquerda em toda
América Latina (Porto de Mariel, Cuba; Hidroelétrica Manduriacu, Equador; Hidroelétrica
de Chaglla, Peru; Aqueduto de Chaco, Argentina; segunda ponte sobre o rio
Orinoco, Venezuela; Barragem de Moamba Major, BRT da capital Maputo e Aeroporto
de Nacala, Moçambique; Hidroelétrica de Tumarín, Nicarágua; etc.). E eis o mais
grave, está obtendo sucesso na diabólica empreitada. Já existe no Brasil um
movimento popular (sic) denominado “Pátria Grande”. Pátria grande significa a
supressão da soberania nacional. Logo após a reeleição de Dilma a presidente
Cristina Kirchner enviou-lhe esta mensagem: “Querida companheira e amiga Dilma,
felicidades pelo triunfo. Grande vitória da inclusão social e da integração
regional, um passo a mais para a consolidação da pátria grande.” A Comissão
de Assuntos e Relações Internacionais do Foro de São Paulo elaborou documento
que reproduzo o seguinte trecho: "A tendência à esquerda dos novos
Governos latino-americanos é destacada por todos os analistas políticos a nível
mundial, como uma nova situação que cria condições excepcionais para avançar e
concretizar sonhos tão caros ao nosso povo e aos nossos partidos políticos,
como a construção da ‘Pátria Grande Latino-Americana’”. Na última reunião do
FSP em La Paz, Bolívia, o tema central foi a “Agenda Pátria Grande”, isto é, os
grandes temas latinos americanos agora são os da “Pátria Grande”. Diante desses
fatos e por mais que me esforce não vejo nenhuma comicidade quando afirmo que
vivenciamos uma ditadura petista-bolivariana. A estratégia pensada por Gramsci
triunfou. O processo ainda não se completou por inteiro devido algumas
peculiaridades brasileiras. Mesmo considerando todas as mazelas, quando o PT
assumiu o governo central encontrou um país organizado, uma Constituição
consagrando direitos, deveres, valores éticos e morais, instituições
democráticas funcionando, eleições regulares, etc. ao contrário de outros
países do continente e isto tem dificultado uma ação mais agressiva. O PT vem
se equilibrando entre cumprir a legislação vigente dentro da qual pode alcançar
o governo e, ao mesmo tempo, atender as premissas da esquerda revolucionária.
No entanto, tal situação não poderá perdurar por muito mais tempo. Chegará um
momento que, inexoravelmente, terá que promover uma ruptura institucional. As
manifestações de junho de 2013 foram balões de ensaio que escaparam do controle
de seus articuladores, coordenadores, financiadores e executores, porém
serviu-lhes de aviso que ainda não reuniam uma militância capaz de dar respaldo
a uma ruptura. Recolheram-se e optaram por flagelar o Estado com maior
intensidade do que antes para criar uma situação de desespero, caos econômico,
político, social e administrativo e muita confusão na população que, alienada e
indefesa, já assiste a “cubanização” de seu país.
CELSO BOTELHO
30.11.2014