terça-feira, 2 de dezembro de 2014

SE VOCÊ NÃO CONHECE NEM O INIMIGO NEM A SI MESMO PERDERA TODAS AS BATALHAS





No decorrer dos séculos as grandes civilizações utilizaram diversas estratégias para dominar a sociedade, seja a sua própria ou outra qualquer. A força militar sempre teve papel de destaque entre os conquistadores. Até os dias atuais não é incomum que algumas sociedades canalizem vultosos recursos, humanos e materiais, destinados as suas forças militares. São exemplos emblemáticos os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França, o Reino Unidos, etc. Quanto maior for a brutalidade empregada mais breve se dará a conquista. A História ilustra abundantemente esta constatação desde os tempos mais remotos. São exemplos típicos o Império Babilônico; o Império Assírio; o Império Macedônico;  o Império Persa; o Império Egípcio, Império Romano, o Império Mongol, etc. São muitos os motivos que desencadeiam uma guerra, mas os fatores políticos e econômicos sempre estão presentes independentemente de qualquer outra justificava, época e espaço geográfico. A eclosão de uma guerra, qualquer uma, deriva de uma imensa rede de interesses que, se por um lado são destrutivos, cruéis, reprováveis e repugnantes por outro tendem a construir novos parâmetros; novos ordenamentos; reformular sistemas; criar mecanismos que possam inibir futuros confrontos, neste ponto é preciso registrar que tanto a Liga das Nações quanto a ONU são instrumentos completamente inúteis; possibilitar descobertas na medicina e avançar tecnologicamente. No entanto, até mesmo as consequências que se mostram positivas e, por vezes, até mesmo assim o são, embutem utilidades maléficas.   Não se trata, pois, de fazer apologia a guerra ou emprestar-lhe uma legitimidade que jamais possuiu. Trata-se, isto sim, de refletir sobre as guerras que são travadas sem canhões, metralhadoras ou drones que são tão nocivas e devastadoras quanto sua versão bélica. A guerra dissimulada. A guerra psicológica. Uma guerra que provoca tanto sofrimento, dor e miséria quanto as demais. Este tipo de guerra mascara o inimigo, esconde seus objetivos, subjuga a inteligência, corrompe os valores éticos e morais rompendo toda e qualquer resistência que lhe possa ameaçar.


                                                              
Para compreender o que vem acontecendo no Brasil nas últimas décadas e especialmente na administração petista é indispensável tomar ao pé da letra a recomendação do general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C): “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.” Lamentavelmente os brasileiros se encaixam nesta última categoria. Não a maioria dos brasileiros que não têm acesso a uma educação minimamente razoável, mas aqueles que se arrogam intelectuais, formadores de opinião e outros que representam a elite. Todos ignorantes, subservientes e incapazes de enxergarem além de seus interesses mesquinhos e imediatos. E esta combinação será suas ruínas.  Quando alguns se dispõem a conhecer o inimigo logo percebem que será muito trabalhoso combatê-lo e ademais pouco ou nenhum proveito pessoal lhes será auferido então se acomodam, ajustam-se as premissas do adversário. Gente covarde, submissa e mercenária. A elite sempre esteve voltada para os seus interesses econômicos e a manutenção e ampliação de seus privilégios e assim, através dos séculos, corriqueiramente se associa aos poderosos não lhe importando os matizes. No Brasil de hoje tudo está relativizado. O homicídio, o roubo, a corrupção, a fraude, etc. São mais de cinquenta mil homicídios por ano sem que seja necessária uma guerra civil. Apesar deste número de vítimas fatais um deputado do estado de Goiás tem a desfaçatez de apresentar o Projeto de Lei nº 787 que dispõe sobre o desarmamento dos policiais militares de Goiás (para a ideia chegar no Congresso Nacional é um pulo, literalmente), ressalte-se que o dito cujo atende pelo nome de Major Araújo do PRB. Bem, o Estatuto do Desarmamento já retirou a possibilidade do cidadão de bem portar arma e, aprovada esta aberração, o policial também ficará privado de portá-la. Sobraram os bandidos que permanecem de posse de suas armas. Na roubalheira do escândalo do Mensalão a cúpula petista não titubeou em apontar os vários de seus companheiros como traidores, ingratos, desleais quando, na verdade os envolvidos na roubalheira estavam apenas seguindo ordens do partido: arrecadar recursos para comprar aliados no Congresso Nacional. O próprio ex-presidente Lula em 2002, já eleito e não empossado, orientava seu futuro ministro da Casa Civil, o hoje condenado José Dirceu, que era mais fácil comprar partido pequeno do que negociar com partido grande. Era, portanto, uma ordem expressa para criar o Mensalão. Para a esquerda as pessoas não passam de meras peças substituíveis de uma grande engrenagem. Sacrificar José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e outros facínoras para preservar o restante da máquina é primordial, essencial e imprescindível. No corrente escândalo da Petrobrás os petistas negaram seu envolvimento, porém com o instituto da delação premiada ficou patente sua atuação. E mais uma vez inúmeros petistas apontam seus correligionários e aliados como ingratos, traidores e desleais quando, na verdade, estavam cumprindo ordens. Roubavam para o partido, porém isso não era feito sem que ganhassem uma comissão. Esta relativização é parte de uma estratégia de dominação que vem sendo posta em prática desde o final dos anos 1950. Mas descrever este processo é quase um crime contra a pátria. É feio. É reacionário. Bonito e progressista é assistir o país chafurdar na lama; os direitos serem violados todos os dias; a Constituição Federal e as leis serem desrespeitadas despudoramente; os recursos públicos aportarem em contas secretas em paraísos fiscais e seus titulares safarem-se impunemente e ter encastelado nos três poderes notórios maus-caracteres, ineptos, trapaceiros, gatunos, mentirosos, incompetentes e medíocres, isto para se dizer o mínimo.



Não se trata somente em apontar os responsáveis por esta situação que o Brasil vivência hoje. Trata-se, antes de tudo, de compreender um processo que vem se desenrolando a mais de cinquenta anos. Em primeiro lugar devem-se examinar os contextos históricos e os atores envolvidos. A hegemonia esquerdista foi proporcionada, voluntaria e involuntariamente, pelos agentes que chamaram para si a responsabilidade de combatê-la. Mas não se prepararam para tal empreitada. Sendo assim, não foi difícil se cometer os mais comezinhos erros de avaliação, adotar uma tática equivocada e travar batalhas inglórias.  A ignorância sobre o movimento revolucionário internacional incapacitou-os para remover as camadas superficiais do discurso revolucionário. A preguiça para estudar suas estratégias de ocupação de espaços tem cobrado um preço estratosférico à nação. A ingenuidade demonstrada em subestimar a capacidade de articulação e movimentação da esquerda quando isto já estava visível elegendo o inimigo que lhes fora oferecido em sacrifício pela própria esquerda para provocar-lhes a sensação de que triunfaram quando, na verdade, os derrotavam inexoravelmente. Desta maneira corroboraram para a ascensão da esquerda e seu completo domínio sobre o país.



Reporto à Declaração de Março de 1958 do PCB (Partido Comunista Brasileiro) como o marco de mudança de estratégia da esquerda para alcançar o poder no Brasil. Neste documento abandonava-se a ideia de revolução armada apontando para uma revolução pacífica e constitucional. Um documento tão sucinto não foi capaz de ativar os neurônios da intelectualidade brasileira para detectar que ali estava o embrião que iria desencadear a revolução cultural da esquerda ancorada completamente na estratégia gramsciana. Nem todos os integrantes do PCB concordaram em abandonar a linha de radicalização, da tomada do poder pela violência revolucionária. A divulgação do Relatório Secreto de Kruschev no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética em 1956 que denunciou os crimes de Stalin, inclusive o Grande Expurgo de 1934 a 1939 (dos 139 membros dirigentes do Partido Comunista 98 foram executados) foi devastador no mundo comunista. A historiografia aponta em inúmeros trabalhos três causas para a cisão no PCB em 1962: a divisão interna dos comunistas entre stalinistas e antistanilistas, os conflitos entre as linhas soviéticas e chinesas e o conflito entre os que defendiam a linha pacifica e a luta armada. Por certo estes fatores contribuíram significativamente para a ruptura, porém caso não se acrescente algumas peculiaridades brasileiras não se pode fechar o quadro (históricas, econômicas, políticas, sociais, culturais, geográficas, etc.). Conclui-se, portanto, que, bem antes do golpe civil-militar de 1964, ambas as correntes constituíram-se e atuavam dentro de suas estratégias. Após o evento de abril de 1964 os radicais prestaram-se ao inglório papel de bois de piranha enquanto os “pacifistas” iam ocupando espaços e disseminando sua revolução cultural baseada na estratégia de Antonio Gramsci. Simples assim.



Após o golpe civil-militar de 1964 os militares só foram capazes de dar combate aos inimigos que se punham à sua frente empunhando armas. Subestimaram a força que uma revolução cultural esquerdista oferecia.  Incapazes de compreender que a verdadeira guerra estava sendo ganha pela esquerda sem a necessidade de atirar em quem quer que seja seguiram perseguindo, prendendo, torturando e assassinando acreditando estar varrendo a ameaça comunista do Brasil para todo o sempre. Os militares foram tão simplórios ao ponto de rotular os guerrilheiros de terroristas. Não resta a menor dúvida de que o eram, porém, deviam ter patrocinado uma ampla campanha publicitaria para esclarecer a população o que significava o comunismo e apresentar todas as brutalidades que já havia cometido mundo a fora. Mao Tse Tung provocou a morte de 30 a 60 milhões de pessoas durante o "Grande Salto para a Frente" (1958-1959) e outro tanto na Revolução Cultural (1966-1976). Stalin aniquilou também imputando crimes que sequer haviam cometido. A revolução cubana já produziu desde 1959 mais de 115 mil mortos. Isso para ficarmos em apenas três exemplos. Destruir a esquerda armada foi tarefa relativamente fácil. Num país de dimensões continentais realizar uma revolução armada exigiria recursos humanos e materiais de grande envergadura, uma organização extremamente eficaz e fundamentalmente uma unicidade ideológica. A esquerda carecia disso tudo. As organizações clandestinas proliferaram-se divididas em várias correntes antagônicas entre si (o Foro de São Paulo surgiu exatamente para aparar as arestas dentro da esquerda e, dentro de certos limites e particularidades, estabelecerem metais gerais); seus contingentes eram limitados, inexperientes e encharcados do discurso revolucionário; seus armamentos inadequados, antigos e parcos. Era comum recorrerem a assaltos à banco e a casas comerciais para proverem as necessidades mínimas que lhes permitisse funcionar. A esquerda “pacifista” estimulava e apoiava às ações armadas como meio de retirar de si o foco revolucionário. Não bastasse isso os militares cassaram e perseguiram toda a direita que havia no país desde políticos à professores. Quando o regime militar esgotou-se e os generais concordaram em sair de cena, não antes de inventarem uma auto anistia que garantiria a impunidade para seus crimes, havia sobrado somente a esquerda. Aqueles que se arvoravam de direita não passavam de antigos fantoches e lacaios do regime militar. Ainda hoje, três décadas após o fim do regime militar, a direita não conseguiu reorganizar-se e existir de fato. Não nos faltam pessoas reconhecidamente de direita, conservadoras e cristãs. Ao contrário, de um modo bastante abrangente pode-se dizer que a maioria da sociedade brasileira, apesar de impregnada do discurso esquerdista, se mantém fies aos princípios éticos, morais e legais. Estas pessoas, contudo, estão encurraladas, mal formadas e informadas, carentes de líderes que as possam conduzir encontram-se dispersas, sem os meios efetivos para combater o processo de hegemonização da esquerda que está levando o país à ruína. Mesmo assim o brasileiro demonstrou inequivocamente nas urnas seu repúdio pelo PT. Semana passada em entrevista num canal de noticias por assinatura Aécio Neves declarou que havia perdido a eleição para uma organização criminosa. Está correto. No entanto, esta declaração chegou muito tarde. Deveria ter dito durante os debates na televisão quando esteve frente à frente com Dilma Rousseff que sua candidatura e seu partido são ilegais. Partido político associado e que se submeta a qualquer instituição estrangeira deve ter seu registro cassado como manda a legislação.



Gramsci defendia uma “lenta, gradual e segura” (royalties para Ernesto Geisel) revolução psicológica. Conquistar a mente da sociedade impondo-lhe de modo dissimulado o pensamento hegemônico favorável aos objetivos últimos da esquerda. Para obter esta hegemonia deve-se transformar o senso comum das pessoas (hábitos, gestos, modos de falar, atitudes mentais conscientes ou inconscientes, etc.). Gramsci dividiu os intelectuais em dois grupos. Os inorgânicos e os orgânicos. Aqueles sem ideologia de classe e mesmo uma classe definida e estes incumbidos da tarefa de organizar a sociedade e estão plenamente conscientes de sua posição de classe. Ambos têm por finalidade reorganizar o senso comum com a criação de novos símbolos, imagens, palavras, hábitos e ideias em substituição aos antigos valores e princípios.  Gramsci propõe ainda que os intelectuais orgânicos substituam os antigos princípios e valores da humanidade por outros baseados no conceito de “historicismo absoluto” isto é, a eliminação do critério tradicional de verdade e falsidade na busca do conhecimento objetivo substituído pela mera “adequação” das ideias a um determinado estado de luta social. De acordo com Leandro Konder, notório marxista, “... passar da rebeldia à revolução, da contestação à construção de alternativas, a perspectiva com que os socialistas enfrentam os combates que travam pelo fortalecimento da ‘sociedade civil’ necessita de instrumentos teóricos e de uma competência argumentativa que só poderão ser desenvolvidos no campo de batalha da cultura.” Primeiro derrama-se oceanos de ideologia esquerdista sobre a população e quando mais tarde chegam ao poder qualquer atitude, por mais bizarra, arbitrária e maluca que seja não encontrará resistência acirrada. O senso comum já foi invertido, distorcido, alterado. Aldous Huxley em seu livro "Admirável Mundo Novo" sintetiza o conceito de Gramsci a cerca da hegemonia “O estado totalitário realmente eficiente seria aquele onde o todo-poderoso executivo dos chefes políticos e o seu exército de gestores controlariam uma população de escravos que não precisariam ser coagidos porque eles amariam a sua servidão”. Muitos perguntarão: como seria possível substituir valores arraigados na sociedade por séculos? Gramsci aponta para a revolução cultural, isto é, a ocupação de espaços capazes de permitir controlar o pensamento e a imaginação da sociedade (igrejas, sistema educacional, jornais, revistas, movimento editorial, música, artes visuais, etc.). A revolução cultural pensada pelo ideólogo italiano tem por objetivo provocar o desprestigio da classe ora dominante, da Igreja, do exército, dos intelectuais, dos professores, etc. Ao mesmo tempo encampar as bandeiras da democracia para penetrar na sociedade civil e corroê-las desde dentro. A inversão de valores e princípios se faz presente em todas as camadas da sociedade independentemente de faixa etária, posição social, escolaridade, gênero, religião, etc. São exemplos inequívocos as invasões do MST em terras produtivas, destruição do patrimônio alheio e apropriações indébitas vistas como legítimas, a sociedade é induzida a aceitar o caráter social de movimentos comprovadamente guerrilheiros como as FARC, MST, MLST, MIR, ETA, etc. Em 2005, numa reunião do Foro de São Paulo o ex-presidente Lula disse, textualmente: “Vejam que os companheiros do Movimento Sem Terra fizeram uma grande passeata em Brasília. (...) A passeata do Movimento Sem Terra terminou em festa, porque nós fizemos um acordo entre o governo e o Movimento Sem Terra"; traficantes tidos e havidos como vítimas do “sistema” tornam-se justificativas para a adoção de uma legislação mais coercitiva sobre o cidadão de bem, posto que os criminosos não obedeçam qualquer legislação e o Estado não está interessado em combatê-los; o patrulhamento ideológico nos meios de comunicação com informações distorcidas, mensagens sublinhares e ferozes ataques a quem se oponha a hegemonia esquerdista; religiosos ou não que se posicionam contra o aborto, a eutanásia e a união estável entre pessoas do mesmo sexo são perseguidos, achincalhados, amaldiçoados; o desarmamento da população tem por finalidade esvaziar qualquer tentativa futura de sublevação, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (sic) afirmou que “não [se] entra na casa das pessoas para ver se tem dengue? Tem que ter uma maneira de entrar na casa das pessoas para desarmar a população”, quanto a desarmar os bandidos nada disse; etc. E ainda há quem afirme que não existe uma ditadura petista rotulando quem diga o contrário de cômico.



O Foro de São Paulo, fundado em 1990, por Lula e Fidel Castro, reúne toda a esquerda latina americana e organizações criminosas. Basta ler suas Atas. O governo petista vem exaurindo os recursos do país para investir no projeto de dominação da esquerda em toda América Latina (Porto de Mariel, Cuba; Hidroelétrica Manduriacu, Equador; Hidroelétrica de Chaglla, Peru; Aqueduto de Chaco, Argentina; segunda ponte sobre o rio Orinoco, Venezuela; Barragem de Moamba Major, BRT da capital Maputo e Aeroporto de Nacala, Moçambique; Hidroelétrica de Tumarín, Nicarágua; etc.). E eis o mais grave, está obtendo sucesso na diabólica empreitada. Já existe no Brasil um movimento popular (sic) denominado “Pátria Grande”. Pátria grande significa a supressão da soberania nacional. Logo após a reeleição de Dilma a presidente Cristina Kirchner enviou-lhe esta mensagem: “Querida companheira e amiga Dilma, felicidades pelo triunfo. Grande vitória da inclusão social e da integração regional, um passo a mais para a consolidação da pátria grande.” A Comissão de Assuntos e Relações Internacionais do Foro de São Paulo elaborou documento que reproduzo o seguinte trecho: "A tendência à esquerda dos novos Governos latino-americanos é destacada por todos os analistas políticos a nível mundial, como uma nova situação que cria condições excepcionais para avançar e concretizar sonhos tão caros ao nosso povo e aos nossos partidos políticos, como a construção da ‘Pátria Grande Latino-Americana’”. Na última reunião do FSP em La Paz, Bolívia, o tema central foi a “Agenda Pátria Grande”, isto é, os grandes temas latinos americanos agora são os da “Pátria Grande”. Diante desses fatos e por mais que me esforce não vejo nenhuma comicidade quando afirmo que vivenciamos uma ditadura petista-bolivariana. A estratégia pensada por Gramsci triunfou. O processo ainda não se completou por inteiro devido algumas peculiaridades brasileiras. Mesmo considerando todas as mazelas, quando o PT assumiu o governo central encontrou um país organizado, uma Constituição consagrando direitos, deveres, valores éticos e morais, instituições democráticas funcionando, eleições regulares, etc. ao contrário de outros países do continente e isto tem dificultado uma ação mais agressiva. O PT vem se equilibrando entre cumprir a legislação vigente dentro da qual pode alcançar o governo e, ao mesmo tempo, atender as premissas da esquerda revolucionária. No entanto, tal situação não poderá perdurar por muito mais tempo. Chegará um momento que, inexoravelmente, terá que promover uma ruptura institucional. As manifestações de junho de 2013 foram balões de ensaio que escaparam do controle de seus articuladores, coordenadores, financiadores e executores, porém serviu-lhes de aviso que ainda não reuniam uma militância capaz de dar respaldo a uma ruptura. Recolheram-se e optaram por flagelar o Estado com maior intensidade do que antes para criar uma situação de desespero, caos econômico, político, social e administrativo e muita confusão na população que, alienada e indefesa, já assiste a “cubanização” de seu país.



CELSO BOTELHO

30.11.2014