domingo, 14 de dezembro de 2014

DESTRUIR E NÃO DESCONSTRUIR




Nos jornais impressos e no território livre da Internet abundam matérias que ora me provocam risos e ora muita irritação tal são as sandices e hipocrisias com as quais me deparo. Em ambos os casos seus autores, por mais dissimulados que possam ser, não conseguem esconder sua origem, suas intenções e seus patrões. Uns são militantes pagos em espécie ou favores, outros militantes histéricos e uma parte considerável meros imbecis. De qualquer maneira o alvoroço na “ratópolis” petista é grande. Os ratos correm em todas as direções desorientados e aflitos abraçando a máxima do “salve-se quem puder e se puder” diante do escândalo na principal empresa estatal do país. Por certo que a Petrobrás é sistematicamente roubada desde sua criação. Mas não é só a roubalheira na Petrobrás que preocupam petistas e comparsas. É o conjunto da obra de seus (des) governos.




Após as eleições de outubro próximo passado e a contestação do resultado por vários segmentos da sociedade a esquerda tem se empenhado em desqualificar, apequenar e satanizar todos aqueles que nela estão engajados que, cá entre nós, possuem justificáveis motivos para duvidar da lisura na apuração do pleito. Um desses motivos chama-se Dias Toffoli que teve sua carreira alavancada por inestimáveis serviços prestados ao PT como advogado da legenda e do ex-presidente Lula em três campanhas presidenciais e como assessor jurídico do ex-ministro da Casa Civil e hoje mensaleiro condenado e encarcerado José Dirceu. Com tais credenciais nada nos impede de suspeitar que este magistrado tenha vendido sua alma para o diabo, uma vez que o corpo há muito lhe pertença. Por certo que há muitos exageros, propostas estapafúrdias e saudosismos masoquistas nas manifestações. No entanto, todas são legítimas e cabem dentro de um Estado Democrático de Direito, ou melhor, num hipotético Estado Democrático de Direito como é o caso do Brasil com a esquerda empoleirada no poder. Mas isso não significa que algumas propostas devam ser atendidas como, por exemplo, uma intervenção militar e com ela o retorno da ditadura. Contudo revelam a quanto anda a temperatura da sociedade. O desespero por mais quatro anos de (des) governo petista de um modo geral e em particular da (des) administração da senhora Rousseff tira o sono de qualquer cristão, judeu, islâmico, hinduísta, budista ou ateu. Ouvir, prestar atenção e discutir as reivindicações da sociedade são atitudes que se espera de um governo democrático o que, aliás, não é o caso do governo petista. Percebe-se claramente nestes meios de comunicação uma ação coordenada para estabelecer no Brasil uma “extrema direita” hiperorganizada, com milhares de militantes e recursos financeiros excepcionais. Nosso país não dispõe sequer de uma direita a meio século quanto mais de uma “extrema direita”. O Partido dos Trabalhadores há décadas detém o monopólio da militância organizada (movimentos sociais, sindicatos, universidades, pastorais, partidos políticos, federações, confederações, blogueiros, botequins, casas de tolerância, etc.). Para sustentar toda essa militância por certo que a cobrança de 1% de todos os filiados do PT sobre o salário bruto de todos os ocupantes de cargos em confiança e 20% dos detentores de cargos eletivos (vereadores, deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidente da República) não são suficientes. Diante disso, desde que chegou ao poder, esmeram-se em surrupiar os cofres públicos com uma sofreguidão cavalar utilizando os mais diversos expedientes “como nunca antes neste país”, como apreciava dizer o mentecapto de Garanhuns. Qualquer palavra ou ação que escape da estratégia esquerdista de hegemonização é tida e havida como “extrema direita”, reacionária, golpista, elitista, saudosista. Basta uma voz dissonante que todo o aparato esquerdista se lance furiosamente sobre o falante demonizando-o com todos os meios possíveis. Caso existisse de fato uma direita razoavelmente organizada e atuante o PT jamais teria chegado à presidência da República. Desde 1995 está perfeitamente enquadrado na Lei dos Partidos Políticos em seu Art. 28, alínea II que afirma taxativamente que será cassado o registro de qualquer partido político que se comprove subordinado a uma organização estrangeira. O Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro em 1990, reúne toda a esquerda da América Latina, incluídas as FARC e o MIR chileno, e o PT se submete as suas decisões. Falar da existência de uma “extrema direita” no Brasil é como afirmar a existência de oceanos no Sol ou florestas tropicais na Antártica. 



Os serviçais da esquerda de um modo geral são apenas repetidores de chavões esquerdistas, toscos conhecimentos sobre marxismo e sucedâneos e convicções implantadas em seus atrofiados cérebros. Inúmeros deles não conseguem sequer distinguir contingências políticas locais de doutrinas ideológicas. Misturam tudo. Uma orgia mental dos diabos. Mas o supra sumo da imbecilidade é a afirmação de que existe no Brasil uma “extrema direita”. É preciso ser um jegue retardado para tomar uma oposição tímida, incompetente e ineficiente como “extrema direita”. Isto é uma prova inconteste que não sabem do que estão falando ou falando sobre o que não sabem. “Extrema direita”, “ultra direita” ou “direita radical” possui algumas características fundamentais tais como a hierarquização social da sociedade, a supremacia de alguns indivíduos ou grupos sobre os demais, nacionalismo ao extremo, xenofobia, racismo, fundamentalistas religiosos, reacionarismo, opressão e até genocídio. Este último justificado por sua visão de supremacia. Não pode se negar existência de grupos isolados onde uma ou mais destas características estão presentes, no entanto, dentro de um contexto mais amplo, são inexpressivas e facilmente detectadas e, portanto, é possível combatê-los com sucesso. O movimento neonazista no país, por exemplo. Querem coisa mais estúpida do que a pregação da superioridade racial das pessoas brancas num país que possui a maior população negra do planeta fora da África? Porém, isto não significa que devemos subestimá-los ou ignorá-los, posto que são extremamente nocivos, persistentes e possuem uma capacidade de persuasão capaz de recrutar bastante seguidores. A Internet está repleta de sites e blogs associados ou simpatizantes deste grupo onde pregam o ultranacionalismo, o racismo, a xenofobia, a homofobia, o antissemitismo. Hoje no Brasil existe somente um partido político que se identifica com a direita no sentido estrito do conceito. Trata-se da NOVA ARENA (Aliança Renovadora Nacional), mesma denominação do partido político do regime militar. Ressalto que se encontra regularizado, porém ainda não atingiu a quantidade mínima de assinaturas para tornar-se elegível. Informo aos capadócios da esquerda que não existe nenhum partido político de direita em atividade no país, no entanto existem vários políticos que se dizem de direita. Alguns são de fato, outros por oportunismo e muitos sequer conseguiriam definir o conceito.



Proliferam textos nas diversas formas de comunicação acusando uma fictícia “extrema direita” empenhada numa operação para provocar o desgaste e sabotar o governo petista. Não há razão alguma para se elaborar qualquer operação para desgastar ou sabotar o governo petista. Ele próprio já se encarregou disso. Com tanta corrupção, desperdício, malversação e desvio dos recursos públicos; incompetência; conivência com o ilícito; descaso; omissão; permissividade; PIB crescendo feito rabo de cavalo; aparelhamento do Estado; entreguismo e etc. são suficientes para corroer e sabotar. Acusam a tal “extrema direita” de tentar deslegitimar a presidente. Ora, tanto ela quanto o partido a que é filiada são ilegítimos, ilegais e, portanto, inaptos para participar de qualquer eleição. Um desses textos aponta para uma falha que deve ser corrigida por todos os brasileiros de bem. Diz que “tentam desconstruir o PT e o ex-presidente Lula.” Em primeiro lugar não devemos tentar e sim agir no sentido de destruir o PT e o ex-presidente Lula e não desconstruí-los. Esquerdistas não podem ser desconstruídos ou vencidos. É preciso destruí-los definitivamente. Os lacaios da esquerda atribuem a presumida “extrema direita” a estratégia de Antonio Gramsci de ocupação de espaços que é utilizada a pelo menos cinquenta anos por eles próprios. Tem petista propondo abertamente a ruptura institucional imediata como único instrumento para deter o “avanço” de uma “extrema direita” golpista que só existe em seus cérebros carcomidos. Insistem em afirmar que o PT tem se mostrado tolerante e que apenas lamenta as investidas golpistas e tais atitudes não são capazes de evitar golpes de Estado. Propõem ao governo que, sob o pretexto de abortar um golpe de Estado da “extrema direita”, antecipe-se. Tipo um golpe de Estado “preventivo”.  A esquerda ascendeu ao poder legitimamente de acordo com a estratégia já desenhada na Declaração de Março de 1958 e por Gramsci, porém isto jamais significou manter-se no poder de igual modo. A ruptura institucional sempre esteve no topo das prioridades da esquerda. Não aconteceu ainda por conta de alguns obstáculos que têm resistido as suas investidas (parte considerável da sociedade brasileira é conservadora, as Forças Armadas, uma militância que se mostre numerosa o suficiente para respaldar um golpe, etc.), no entanto, não são irremovíveis e existem outros meios legais para viabilizar uma ruptura. O malfadado Decreto-Lei 8.243/2014 é um exemplo emblemático de ruptura. ”Conselhos Populares” constituídos por integrantes de movimentos sociais submissos ao governo petista passariam a interferir nas políticas públicas solapando as prerrogativas do poder Legislativo que, diga-se, é deprimente. A articulação de centenas de movimentos sociais engajados em disseminar e angariar simpatia para a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva presumivelmente para elaborar uma reforma política é uma forma de legitimar o golpe de Estado da esquerda. Como seria na prática? O Congresso Nacional eleito este ano acumularia as funções de constituinte e, ao mesmo tempo, da legislação ordinária? Ou os eleitores elegeriam um Congresso Nacional especialmente para tratar da Constituinte? Em ambos os casos estaria estabelecido o conflito de interesses. Os constituintes-legisladores votariam leis que contrariassem seus interesses?  Convocado um plebiscito e este se mostrasse favorável a convocação de uma Assembleia Constituinte a sociedade estaria legitimando uma reforma constitucional à imagem e semelhança do PT.  Outro ponto muito defendido pelos petistas é a aprovação da Lei da Mordaça para controlar conteúdos nos meios de comunicação, mesmo considerando que a grande imprensa há muito tempo é subserviente e totalmente comprometida com toda essa gente de esquerda.



O desespero da “petezada” é compreensível. Os crimes cometidos pelo PT, antes mesmo de tornar-se governo, vão se tornando públicos, cada vez mais ousados e com volumes de dinheiro cada vez maiores. A população está cada vez mais irritada, indignada e consciente da necessidade de enxotar esta cambada de ladrões do governo. A votação obtida por Aécio Neves revela nitidamente o grau de antipetismo da sociedade brasileira. O neto do Dr. Tancredo Neves não é a oitava maravilha do planeta. Sua votação deveu-se a insatisfação e repulsa da sociedade com o governo petista. A maioria dos eleitores de Aécio Neves sequer cogitaram em conceder-lhe o benefício da dúvida. Foi puro antipetismo. O cerco contra esses vigaristas, larápios e vagabundos está apertando como jamais aconteceu. Criar e apontar uma “extrema direita” em plena movimentação para tentar ocultar as roubalheiras, a incompetência, o descaso, a omissão, a conivência com os “malfeitos” (eufemismo para todo tipo de crime praticado pelos integrantes do PT & Associados, de acordo com a senhora Rousseff) é uma pratica antiga dentro do movimento esquerdista revolucionário.



A “Extrema direita” no Brasil é tão real quanto encontrarmos um Tiranossauro Rex em algum jardim zoológico.

CELSO BOTELHO

13.12.2014