Benção ou maldição o fato é que a camada do pré-sal está ai toda folgazã a embalar os sonhos mais pitorescos, grotescos e nocivos do governo. Pitorescos porque é o mote para a solução de todas as mazelas nacionais, grotescos porque isto são, simplesmente, ridículos e nocivos porque, até que me provem o contrário, tal tesouro já começou a ser dilapidado antes mesmo de emergir das águas profundas, coisa que não acontecerá na próxima semana, pois, como já disse em agosto do ano passado: retirar aquele petróleo não se assemelha em nada em destilar cachaça no alambique. O projeto encaminhado ao Congresso Nacional (sic) não deixa dúvida alguma sobre as (más) intenções do governo sobre o controle do recurso: o Estado assume e a sociedade que se arrume. O projeto prevê a criação da PETRO-SAL - um elefante preto ou branco? – e do Fundo Social o que, trocando em miúdos, quer dizer dinheiro supostamente destinado para beneficiar a sociedade e que, fatalmente, pelo menos boa parte do quinhão, desembocará na conta bancária das inúmeras aves de rapina ou assentadas na administração pública ou a ela associadas. O ministro Edison Lobão (cujo domínio em minas e energia não vai além de ligar e desligar interruptores) apelidou o tal de “fundo financeiro”, que será parido pelo Fundo Social com o objetivo de aumentar a participação do Estado na exploração das jazidas, de “fundo do fundo” e os dividendos obtidos aplicados na área social. Sabemos que, no Brasil, esse tipo de mecanismo funciona como um “fundo perdido”, e para todo o sempre.
É simples como somar dois mais dois: a Petrobras será a única operadora do pré-sal, receberá um aporte da ordem de R$ 100 bilhões para que o governo amplie seu controle acionário que, aliás, detém. A reestatização da companhia (e essa questão de estatização, privatização e reestatização não pode e não deve estar restrita a discusão da participação do Estado na economia) também trouxe a novidade do sistema de partilha no qual o governo abocanha a parte do leão, do tigre, da onça e do gato e abre um leque de oportunidades para a nefasta e corriqueira prática da corrupção. O presidente Lula, O Ignorante, está “convencido” que o país tirou o “bilhete premiado” e nós estamos carecas de saber de inúmeros bilhetes premiados que foram parar nas mãos de pessoas que deles fizeram mal uso. A urgência em se aprovar o projeto está mais por conta do desejo de eliminar-se o debate, confundir os parlamentares (o que não é difícil, mas se o for sempre se pode adquiri-los) e evitar emendas que possam ser inconvenientes ao governo. Toda esta pressa está direcionada à campanha presidencial do próximo ano quando, faça chuva ou sol, o presidente quer porque quer eleger seu sucessor, neste caso a D.Dilma Roussef, ex-guerrilheira, atual ministra e pseudo mestranda e doutoranda. Podemos avaliar, porém, mesmo contando com as promessas do pré-sal, o Dom Lulote de
Celso Botelho
03.09.2009