Dado os dez candidatos à presidência da República a decisão mais sábia, oportuna e inteligente é, incontestavelmente, a de anular nossos votos uma vez que somos obrigados a comparecer nas seções eleitorais sob pena castrarem alguns de nossos direitos e prerrogativas (que democracia!). O primeiro debate na televisão entre os quatro candidatos melhores posicionados nas pesquisas eleitorais (sic) só não foi pior porque não durou mais tempo. A rigor todos não disseram nada sobre coisa alguma. Dilma mostrou-se desinformada e arauto do governo Lula. Serra cauteloso, esquivou-se de bater de frente com sua principal adversária. Marina mais parecia a mediadora que uma das debatedoras tal sua passividade e relutância, ainda me pergunto por que trocou uma reeleição certa para o Senado Federal por uma candidatura à presidente sem qualquer possibilidade de vitória. Plínio Arruda chegou à campanha presidencial pelo menos com 50 anos de atraso. Porém, entre todos, pelo menos procurou dizer a que veio certo ou errado. Como todos previam esta eleição será um plebiscito para se saber quem foi o mais desastrado, corrupto, ordinário e perdulário, o governo FHC ou o governo Lula. Temo dizer que jamais poderemos saber visto que ambos esmeraram-se ao máximo nestes quesitos para superarem a si próprios
O TSE estabeleceu a novidade de todos os candidatos apresentarem o programa de governo e, como já esmiucei anteriormente, são ambíguos, atrapalhados, demagogos e em muitos pontos inexequíveis, sem falar que nenhum deles detalha a maneira de como serão executados e muito menos de onde virão os recursos. Portanto, esta exigência do TSE caiu no vazio.
É inconcebível que um político se proponha a governar uma nação sem sequer possuir um programa de governo que possa atender as aspirações e necessidades da sociedade, estabelecer metas, apontar direções para solucionar graves e crônicos problemas do país. Temas como segurança pública, divída externa e interna, reforma agrária, habitação, transporte, educação, saúde, política tributária, previdenciária, reforma política, etc. recebem um tratamento superficial de todos os candidatos (quando recebem) não apontando para lugar algum porque, é fato, nestes e em outros temas possuem uma ignorância cavalar. O candidato não está obrigado a ser um conhecedor profundo destes temas e por isso manda o bom-senso formar uma equipe para elaborar um programa de governo minimamente plausível que possa ser apresentado a população provocando sua adesão ou rejeição. O eleitor não pode aderir nem rejeitar aquilo que não existe e quando afirmam que existe não provoca qualquer reação ao mais idiota dos seres humanos.
O que devemos assistir doravante é muita baixaria, muita ofensa, muito disse-me-disse, muita fofoca e muita bravata. Não importa quem ganhe a eleição o país continuará entregue aos caprichos e ganância dos setores que sempre comandaram esta nação, ou seja, banqueiros, empresários, latifundiários, multinacionais e outros tantos trastes que conhecemos.
Dilma Rousseff e José Serra estão disputando quem comandará o retrocesso, a incompetência, inoperância, inércia, complacência e conivência com o ilícito, o desperdício, a malversação do dinheiro público, a corrupção, a pobreza, a miséria, o desemprego e tantas outras mazelas que atingem a maioria dos brasileiros.
CELSO BOTELHO
06.08.2010