Das duas uma: ou “o presidenta” Dilma Rousseff está no mundo da lua ou nos toma como idiotas. Após dois anos de um governo abaixo de medíocre com um PIB inferior a 1%, a inflação dando sinais de vida, a corrupção, desvio, desperdício e malversação dos recursos públicos andam a todo vapor tem a cara de pau de sair pelo país dizendo asneiras de todas as ordens. Bem, considerando que já se encontre em campanha para a reeleição é até natural, em se tratando de Brasil, dizer toda e qualquer besteira que possa conquistar o eleitor. Faz propaganda fora de época, mas como separar “a candidato” Dilma “da presidento” Dilma? Noves fora, o que interessa é que foi ao Nordeste, precisamente em João Pessoa, Paraíba, entregar – segundo consta – 576 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, Meu Empreiteiro e Minha Propina. “A presidento” asseverou-nos que o país não corre risco de ser contaminado por crises externas. Isso me faz lembrar o nada saudoso general-presidente de plantão Médici (1905-1985) quando disse que o Brasil era uma ilha de tranquilidade no planeta e com razão, posto que no seu plantão apenas o ato de respirar estivesse liberado e assim mesmo para os seus adeptos, simpatizantes e indiferentes. Como o ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado e Fujão, já usou a analogia idiota entre tsunami e marola sua pupila-criatura e invenção tentou ser criativa ao dizer que "Quando há um espirro no exterior, o Brasil não pega pneumonia". Tal afirmação nos obriga a dizer que nem no mundo da lua se encontra “o presidenta” e sim em outra galáxia habitada por nano bactérias. A economia tem uma expansão de 0,09% e, segundo “o governanta” as oportunidades de trabalho foram aumentadas e o desemprego reduzido. Isso é um milagre, considerando que isto está sendo alcançado sem investimentos. Mas para “uma presidento” que retira da extrema pobreza 9,1 milhões de pessoas com a bagatela de R$ 70,00 tudo é possível, até mesmo jumento voar. “O presidenta” também pretende consolidar o Brasil como país de classe média. Isso, porém, não se constitui em missão impossível caso consideremos que conta com o “auxilio luxuoso” de Marcelo Néri, presidente do IPEA. Caso desejem uma leitura de ficção abobalhada posso indicar o livro deste senhor intitulado “A Nova Classe Média – o lado brilhante da base da pirâmide” onde poderão encontrar bobagens como, por exemplo, “a classe C tem renda que fica acima da metade mais pobre da população e um pouco abaixo dos 10% mais ricos. Isso significa que a família de classe C é a que tem renda mensal entre R$ 1.200,00 e R$ 5.174,00.” Esse menino é um gênio! Ainda de acordo com este gênio entre 2003 e 2012 um exército de 42 milhões de brasileiros ascendeu à classe C e 11 milhões pularam para as classes A e B. Este “iluminado” descobriu que só no estado de Sergipe houve um crescimento econômico de 58%, percentual que humilha qualquer chinês. Esta “distinta” criatura quando perguntada quem era o pai da classe C procurou agradar gregos e troianos “Fernando Henrique é o avô, por causa da estabilidade. O Lula é o pai, porque percebeu a relevância da questão e a Dilma é a neta da classe C”. Que sujeito mais descarado!
Eis como se encontram as obras de transposição do rio São Francisco
Na oportunidade d. Dilma aproveitou para dizer que iria promover a mais farta distribuição de dinheiro que o Nordeste brasileiro já viu: cerca de R$ 30 bilhões, pelo menos na promessa. Os investimentos na região até 2014, segundo d. Dilma, serão superior a R$ 24 bilhões em barragens, canais, estações de tratamento e redes de abastecimento, além das obras de integração da Bacia do São Francisco. Acrescente-se a estes mais R$ 5 bilhões “previstos” para a construção de poços e cisterna no programa Água para Todos (irmão do programa Luz para Todos e do futuro programa Nariz de Palhaço para Todos). Quanto às obras de transposição do rio São Francisco que consume verbas vultosas e muitos trechos precisa ser refeitos “a presidento” afirma: “Não só assumo aqui o compromisso de que nós iremos, até 2014, entregar uma parte dessa interligação, como ela estará concluída até 2015. Assumo em meu nome e em nome do ministro Fernando Bezerra Coelho (ministro da Integração Nacional)”. Será que estarei enganado ao suspeitar que nem um nem outro cumprirão com a palavra? A palavra empenhada de ambos e dos petistas em geral vale tanto quanto um óculo sem lentes. As obras de transposição do rio São Francisco apresentam concreto rachado, estufado e inútil. No leito dos canais o mato floresce com pujança, alguns canteiros de obras estão abandonados e muitas máquinas paradas e enferrujando ao relento. D. Dilma não contente com o compromisso assumido chegou a “brilhante” conclusão de o problema da seca na região é “o desafio de uma geração”. Ledo engano. É um problema que vem se arrastando há séculos e em uma década de governo petista não avançou um só milímetro para começar a tentar solucioná-lo. E, ainda não satisfeita com a demagogia, concluiu que “ficamos 500 anos sem resolver o problema da água, mas a nossa geração vai resolver o problema aqui no Nordeste”. Não me parece que a geração que está no poder possa dar a menor prova que resolverá qualquer que seja o problema, tenha ele séculos decênios, alguns anos, horas ou minutos. A geração que está no poder não sabe fazer outra coisa senão corromper e deixar-se corromper. O imperador d. Pedro II (1825-1891) por ocasião da grande seca de 1877/79 no Ceará onde a metade da população de Fortaleza morreu proclamou que se vendesse até a última joia da Coroa, mas que nenhum cearense morresse de fome. O imperador perdeu a Coroa e os cearenses e nordestinos em geral continuaram a morrer de sede e de fome. Bem vemos como são os compromissos assumidos pelos governos brasileiros. A dinheirama que está prometendo para o Nordeste é factoide (royalties para Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro) e, com certeza, caso algum montante lhe seja destinado será implacavelmente surrupiado de alguma forma, em algum momento e lugar.
D. Dilma não se interessou em governar o país nestes últimos dois anos e agora que se encontra em campanha para a reeleição certamente não há de se interessar. Então podemos concluir que podemos aguardar, no mínimo, mais dois anos de mediocridade, mas com muita corrupção, desvio, desperdício e malversação dos dinheiros públicos como, aliás, é a praxe.
CELSO BOTELHO
08.03.2013