quinta-feira, 22 de julho de 2010

OS BENS DOS CANDIDATOS E SUAS BRAVATAS


A situação financeira e a evolução patrimonial de candidatos a cargos públicos deveriam ser amplamente difundidas para a sociedade, porém existe a conveniência (e também a conivência) da grande imprensa (dos legisladores nem se fala) em ignorar ou – no máximo – publicá-las sem destaque e muito menos com um levantamento preciso da trajetória ocupacional dos candidatos e seus patrimônios. Vejam bem, falo em ocupação porque cargo eletivo não é profissão ou não deveria ser. Olhando os números fornecidos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) só mesmo se fosse um completo asno os tomaria por certos, verdadeiros e indiscutíveis. Existem inúmeras maneiras para esconder a riqueza e outras coisas. Possuímos exemplos notáveis de políticos que enriqueceram no exercício de cargos públicos, aqueles que omitem o patrimônio utilizando os mais variados artifícios, aqueles que desfrutam um padrão de vida muito aquém daquilo que poderiam pagar e até mesmo aqueles que são pegos com a boca na botija e negam firmemente ter surrupiado os cofres públicos como é o caso, por exemplo, do deputado federal Paulo Maluf (PPS-SP) que se recusa a admitir ser o humilde titular de contas onde aportaram mais de US$ 400 milhões. Tapear a Receita Federal não se constitui em nenhuma obra de engenharia matemática, é muito mais difícil enganar um cego quanto ao valor de uma cédula. O TSE ao receber a documentação dos candidatos presume serem as informações verdadeiras e não é de sua competência questioná-las, investigá-las e rejeitá-las. Portando, uma vez tapeada a Receita Federal, o TSE é como tirar pirulito de criança distraída ou coisa mais lamentável. Sei de um político (não é o único), ativo militante da esquerda durante o regime militar (1964-1985), que em várias ocasiões sequer dispunha do dinheiro da passagem para embarcar num ônibus, trem ou barca. Hoje possui quatro possantes e caríssimos automóveis em sua garagem, mora num condomínio de luxo, tem participações societárias e outros investimentos, viaja regularmente para o exterior, etc. plenamente convertido ao capitalismo, a democracia e aos direitos humanos, conceitos e práticas antes satanizadas agora sacralizadas. E não levou muito tempo para deixar de ser seguidor da cartilha marxista-leninista, mas isso é outra história. Mesmo o melhor e mais apurado levantamento sobre a evolução patrimonial de qualquer político brasileiro não conseguirá reproduzi-la sem que imensas lacunas se abram e se mostrem perenemente sem solução. Os números apresentados ao TSE e divulgados são tragicômicos, pura peça de ficção e de quinta categoria.



Desejo esclarecer que elaborei a seguinte ordem para os candidatos, ou seja, nenhuma ordem. Todos, sem exceção, merecem um tratamento equânime de minha parte: irritação, desprezo e indiferença. Não tenho preferência por nenhum destes postulantes. Já declarei que votarei nulo pelo simples fato que, de qualquer maneira, serei estuprado e, sendo assim, tal violência não se dará com o meu consentimento.



Rui Costa Pimenta (PCO) declarou ao TSE ser proprietário de um terço de um imóvel no valor de R$ 80.000,00. Este candidato informou que os gastos em sua campanha deverão ser de R$ 100.000,00. Ora, convenhamos “seu” Rui essa importância sequer dá para realizar uma campanha para vereador em cidades pequenas. Este cidadão (isto para eu ser minimamente elegante) declara que as idéias de Leon Trotski (1879-1940) são a forma mais atual do marxismo e o socialismo é a solução para os problemas do Brasil e do mundo e, acrescento, talvez do próprio Universo segundo sua perspectiva. E só dizer aonde esta bodega de socialismo teve sucesso. É o maltrapilho falando do esfarrapado. Oriundo do PT agora o classifica como “socialista burguês” (o que é verdade). Será que esses comunistas no poder permitiriam que os democratas participassem da vida política do país? Claro que não.



Já o candidato do PRTB Levy Fidelix mostrou-se mais mão aberta ao informar que até outubro os gastos de campanha serão da ordem de R$ 10 milhões, valor ainda muito pequeno considerando-se as dimensões continentais do país. Diz possuir um patrimônio de R$ 150.000,00. O título do plano de governo é, no mínimo, curioso “Decálogo do Brasil Pra Frente” (lembra o general-presidente Médici, O Carrasco, 1905-1985). De acordo com o plano o país terá um “novo modelo de desenvolvimento nacional” e uma “mini-reforma constitucional” focando principalmente o setor bancário e financeiro com o objetivo de reduzir a carga tributária, porém não especifica coisa alguma. Desde que surgiu o Bolsa-Escola no governo FHC todos resolveram pegar uma carona. O presidente Lula, O Ignorante Desbocado, astuto, sacou de imediato ser o tal programa a “galinha dos ovos (ou votos) de ouro” reunindo todas as esmolas estatais e batizando de Bolsa-Família. Este candidato ousou mais prometendo para os beneficiários do programa o “salário-família”, hoje R$ 510,00 para cada família, ai sim a vagabundagem será institucionalizada. Confesso que não entendi porcaria nenhuma. O candidato não informa rigorosamente como há de ser as mudanças, mas não importa, pois não será mesmo eleito. Naturalmente voltará às telinhas com seu filme do aerotrem e aquele jingle sem-vergonha.



José Maria de Almeida (PSTU) abusou da modéstia ao declarar só possuir R$ 16.000,00 em patrimônio (um automóvel VW Gol 2006) e mesmo assim asseverou que os gastos serão de R$ 300.000,00, isso sim é ousadia. Sua companheira na chapa Claudia Alves Durans foi além declarando não possuir bem algum, pelo menos no seu nome e por enquanto. O candidato afirma que o “Brasil precisa de uma segunda independência”, mas quando foi que aconteceu a primeira? Quer tributar as grandes fortunas e combater a sonegação fiscal, certamente não nos explica qual é a fórmula que torna tais propostas exeqüíveis. O Zé Maria também ameaça reprisar o velho filme de terror de reajustes salariais mensais e congelamento de preços e tarifas. Mas não é só. Defende a estatização do sistema financeiro e a expropriação de grandes empresas e a reestatização das empresas privatizadas, isso não é programa de governo e sim pura falta do que fazer, dizer e pensar.



José Serra (PSDB) juntou todas as suas bugigangas e concluiu só possuir R$ 1,4 milhões, nada mal para um ex-marxista-leninista fundador e membro da Ação Popular (AP) nos idos 1960, mas... bem, deixa para lá. Os gastos na campanha presidencial tucana & Associados (DEM e PPS) deverão alcançar os R$ 180 milhões e o candidato justifica tal montante ser necessário para “se contrapor a mobilização da máquina governamental” e isso não faz sentido algum, pois, em 2002 o presidente da República era do seu partido e só não lhe foi plenamente disponibilizada por completa má vontade do sociólogo. Com uma grana dessas não desejaria nem a secretaria geral da ONU (Organização das Nações Unidas) quanto mais me aventurar numa disputa antecipadamente perdida. De qualquer maneira o candidato, não tendo programa de governo definitivo, juntou dois discursos (um feito em Brasília e outro em Salvador) e apresentou como tal ao TSE. Pois bem, o documento diz que a primeira série do ensino fundamental contará com dois professores na sala de aula e eu pergunto: para quê e por quê? Criação de um milhão de vagas em escolas técnicas não deixa de ser um alento, porém, é mero discurso. Serra propõe também criar 150 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) para realizar 27 milhões de consultas e 63 milhões de exames por ano. Interessante é o fato de que ocupou de 1998-2002 o ministério da Saúde e não notou que já aquela época havia esta carência. Certamente seguia a sua máxima, isto é, “finge que funciona”.



Segundo a candidata verde Marina Silva (PV) seu patrimônio está resumido em uma casa na capital do Estado, Rio Branco, no valor de R$ 60.000,00; alguns lotes avaliados em R$ 42.000,00 e R$ 46.000,00 depositados numa conta bancária. Posso imaginar três alternativas para a ex-ministra e senadora não ter avançado um pouco mais numa melhor formação de patrimônio: é perdulária, faz caridade a torto e a direito ou não sabe administrar seu dinheiro. Marina Silva informou que a pretensão de gastos será de R$ 90 milhões, sairia bem mais em conta se disputasse a reeleição (assegurada) para o Senado Federal. Gostaria de saber como a candidata pretende neutralizar as emissões de carbono na atmosfera? Qual será a fórmula mágica? Ou será feitiçaria? Aliás, é bom que se registre que nenhum dos programas de governo (se é que assim podemos chamar) é consistente. Todos são abstratos e não há nenhum projeto concreto.



De acordo com a declaração o mais rico é José Maria Eymael (PSDC) com R$ 3,1 milhões. Uma das propostas deste candidato é a implantar o Ministério da Segurança Pública que, segundo ele, terá como foco a segurança e será ocupado por quem entenda de segurança. Seria de estranhar que tal órgão viesse a cuidar da agricultura e seus integrantes fossem Phd’s em engenharia mecânica. Qualquer cristão, ateu ou muçulmano sabe que criar um ministério desses não resolverá coissíssima alguma. O programa diz que garantirá o SUS (Sistema Único de Saúde) e, ao que me parece ele é garantido, somente não funciona ou funciona muito mal e parcamente. E a ladainha se estende na Carta 27 Brasil – Diretrizes Gerais de Governo com promessas que sabemos, de antemão, que jamais seriam cumpridas se por obra e graça do destino alcançassem o poder.



O segundo lugar em patrimônio vai para Plínio de Arruda Sampaio do PSOL com R$ 2,1 milhões. De acordo com o candidato “a reforma agrária não irá melhorar a produção agrícola, mas sim a vida do povo pobre.” Isso é desconcertante. Então para que reforma agrária? E, sem ela, qual é a mágica para melhorar a vida dos pobres? O candidato também afirma que a redução da jornada de trabalho não é apenas para gerar mais emprego e sim para que o trabalhador tenha mais tempo para o lazer e para pensar. Ora, desde quando os socialistas defendem o direito ao lazer e ao pensar? Falam no fim da criminalização da pobreza e do movimento de desindustrialização pelo qual o Brasil vem passando (na sua ótica em breve estaremos de volta aos engenhos e fazendas), reforma na saúde, educação, etc. Gostaria que me apontassem um único país que foi ou é socialista que obtiveram sucesso. Essa lengalenga pode até ser bonita, porém, sabemos, é demagogia. Este cidadão já esteve associado a FHC & Corriola que, por sinal, lhe passou uma rasteira.



Este pessoal (socialistas, comunistas, progressistas, direitista, esquerdistas, centristas e o diabo a quatro) é uma turma de reacionários, baderneiros, velhacos e gatunos de primeira ordem. Não prestam nem para alimentar fogueira.



Dilma Rousseff do PT declarou um patrimônio de R$ 1,066 milhões e, confesso, por pouco não explodi de tanto rir e de tanta ira. A terrorista/guerrilheira assaltante de banco e residência, pseudodoutoranda, ex-ministra das Minas e Energia e da Casa Civil e capacho do presidente Lula, O Ignorante Desbocado, deve imaginar que somos imbecis para crer na informação. Só para termos uma noção o assalto à casa da amante do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros (1901-1969) em 1969 rendeu cerca de US$ 2,5 milhões o equivalente hoje a mais de US$ 20 milhões e, segundo consta, a organização guerrilheira da qual fazia parte reverteria o dinheiro em benefício do povo. Resta saber qual seria o “povo” beneficiado. Dona Dilma, conta outra. Qualquer vereador de meia-pataca consegue amealhar um milhão de reais sem muito esforço e numa cidade pequena como, aliás, conheço alguns. Naturalmente caso seja perguntada mais uma vez sobre este ou outros episódios certamente alegará, como sempre, que não se lembra. Caso eleita, o Palácio do Planalto trocará o “não sabia” pelo “não se lembra”, ora D.Dilma vá ver se estou em alguma esquina no Tibete. Certamente deve se lembrar do congresso do VAR-Palmares em Teresópolis (RJ) quando a organização se dividiu entre os que defendiam a luta armada (militaristas) e os “basistas”, isto é, os que advogavam a favor de um trabalho junto às massas (que nome) e entre estes últimos estava Dilma Rousseff (ou Estela, ou Wanda, ou Maria Lúcia, ou Vânia ou qualquer outro codinome que tivesse) e a disputa pela divisão do dinheiro do assalto e das armas foi acirrada. O grupo de Lamarca ficou no Rio de Janeiro e o de D.Dilma foi para Porto Alegre (RS). Mas o que me chamou a atenção na declaração de D.Dilma foi um automóvel Fiat Tipo 1996 valendo mais R$ 30.000,00. Definitivamente a candidata está inflacionando o mercado de carros usados por mais conservado e por mais acessórios que o veículo possa ter (talvez esta carroça possa até voar ou plantar bananeira, tudo é possível em se tratando desta gente). Quem o avaliou ou é muito ignorante ou um puxa-saco muito safado. A campanha de D. Dilma deverá custar R$ 187 milhões, isso faria até Karl Marx (1818-1883) virar capitalista juramentado. O PT & Associados (PTN, PDT, PSB, PR, PC do B, PRB, PSC e PTC) entram na peleja com R$ 157 milhões e os espertalhões profissionais do PMDB com apenas R$ 30 milhões. E pensar que chamado para fundar um partido político não topei, prevendo no que poderia se transformar e, mesmo apreciando os jacarés, jamais permitiria meu nome na lama fétida que é a política partidária brasileira. Dilma Rousseff não sei em qual dos programas que apresentou ao TSE propõe “expandir o Orçamento da educação e erradicar o analfabetismo”, porém, é segredo de como fará. Criará o Fundo Constitucional de Segurança Pública (mais uma garfada no contribuinte). Resumo: seu programa é o video-tape do governo Lula só que muito piorado. E, caso não esteja muito ocupada, fará chover ouro em pó sobre ricos e pobres, claro que em maior nível pluviométrico para os primeiros.



Ivan Pinheiro (PCB) declarou possuir um patrimônio de R$ 355.000,00. Os estragos colossais que os comunistas fizeram e fazem quando assumem o controle de qualquer país não é segredo nenhum. No entanto, os dirigentes e apaniguados vivem como “burgueses” enquanto a população vai sendo escravizada. Defendem a estatização dos principais meios de produção para substituir a iniciativa privada controladas pelo Poder Popular que, trocando em miúdos, é a elite vermelha. O programa do PCB é tão consistente quanto gelatina. Só mesmo um imbecil pode crer que sua vida será um mar-de-rosas com estes “camaradas” no poder.



Por causa da verticalização imposta pelo TSE (os candidatos a presidente só podem participar de programas eleitorais quando a coligação regional reproduzir à nacional) o PHS desistiu da candidatura de Oscar Silva recomendando a sua regional do Distrito Federal que o incluísse como candidato a deputado federal e o PSL de Américo de Souza. O PT do B também desistiu de lançar a candidatura de Mario de Oliveira, representante dos órfãos e viúvas da ditadura militar, menos mal.



Contudo, juntando o patrimônio e a previsão de gastos de campanha de todos os candidatos sequer chegam perto do valor que PC Farias (1945-1996) amealhou para a campanha de Fernando Collor (1990-1992) que nem mesmo ele soube precisar. Entre os candidatos a vice-presidente destacamos apenas dois. Primeiríssimo lugar para o deputado Michel Temer, da dupla Dilma-Temer, com vistosos, mas nada espetaculares R$ 6 milhões em patrimônio e Índio da Costa, da dupla Serra-Costa, com R$ 1,4 milhões. De qualquer maneira é uma soma considerável e nela estão inclusos uma aeronave, uma embarcação e um terreno localizado num condomínio e isto é prova inconteste que se foi o tempo que índio queria apito.



E você, ilustre leitor, ainda considera a possibilidade de votar em qualquer destas figuras? Definitivamente a política brasileira está paupérrima de alguma coisa que possamos considerar, e isto vale para todos os cargos. Os postulantes à presidência da República revelam-se completamente inaptos. Todos os programas de governo são ambíguos, com discursos e debates que não mais se justificam e penduricalhos que não têm a menor importância. Não há um único e humilde projeto para a saúde, educação, segurança, transporte, habitação, criação de empregos, etc. Limitam-se ao “eu vou fazer, vou acontecer”, ou seja, mera bravata, numa cara de pau que irrita o mais crédulo dos mortais.



CELSO BOTELHO

22.07.2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010


ESTE BLOG DEFENDE O VOTO NULO

terça-feira, 13 de julho de 2010

MAIS UM ELEFANTE BRANCO, OU NEGRO?


Para a alegria dos aloprados, “cumpanheiros”, cupinchas, cúmplices & associados do presidente Lula, O Ignorante Desbocado, foi criada com a robustez de um magnífico elefante (branco ou negro?) a superestatal de sua Era: a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. Agora sim poderão lançar-se à farra do boi alucinado com muito mais empenho para dilapidar o Erário. Segundo o Projeto de Lei (PLC 309/09) a Petrosal contará com um Conselho de Administração (um conselheiro indicado pelo ministério das Minas e Energia que o presidirá; um pelo ministério da Fazenda; um pelo ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; um indicado pela Casa Civil da presidência da República e por seu diretor-presidente, mandatos de quatro anos com direito a uma reeleição, uma beleza) e uma Diretoria Executiva (serão nomeados pelo presidente da República por indicação do ministério das Minas e Energia e deverão ter reputação ilibada e experiência compatível com o cargo, exigências perfeitamente dispensáveis em se tratando de lotear a administração pública). Além disso, há um Conselho Fiscal composto de dois titulares e dois suplentes indicados pelo ministério das Minas e Energia e um titular com seu suplente indicado pelo ministério da Fazenda. Ah! Que maravilha é viver! Volto a dizer que a camada do pré-sal é uma benção da mãe Natureza que, antes mesmo de ser explorada, foi transformada em maldição por conta dos homens que administram este país e por aqueles que venham administrá-lo, pois, é notório, que com este contingente de figuras, figurinhas e figuraças que infestam a política brasileira o que muda é o balde uma vez que a... Pois então?


Extrair esta riqueza não é nada parecido que cavar um poço d’água, mas a Petrobrás detém tecnologia para a perfuração em águas profundas e deve aperfeiçoá-la para atingir dos cinco a sete mil metros abaixo do nível do mar onde se encontram; possui uma infra-estrutura sólida; experiência; pessoal qualificado e capacitado; etc. Então para que se inventar uma estatal? Para satisfazer interesses escusos, vis e corporativos. Já ouvi alguns defensores da nova estatal alegar que concentrar toda esta riqueza nas mãos da Petrobrás correríamos o risco de vê-la sobrepor-se ao Estado e isto traria conseqüências muito imprevisíveis. Uma empresa somente poderá ser maior que o Estado no caso deste não possuir os instrumentos legais para barrar-lhe os passos ou os possuindo seus gestores os fragilizem de tal forma criando as condições necessárias para que tal ocorra. Portanto, este argumento não se sustenta logo de inicio, pois, assim fosse inúmeras empresas mundo a fora deteriam o domínio sobre os Estados aos quais estão submetidas, mas isso não minimiza o poder que exercem sobre eles nas mais variadas ocasiões. Desde Era Vargas que os governos têm uma tara toda especial para criarem estatais e autarquias por motivos políticos e econômicos, algumas das quais completamente inúteis como a fábrica de preservativos masculinos em Xapuri (NATEX no Estado do Acre com capacidade de produzir 100 milhões de preservativos por ano). A Petrobrás, de 1953 quando foi criada até hoje, constitui-se num grupo com várias subsidiarias (Petrobrás Transporte S.A. – TRANSPETRO; Petrobrás Distribuidora S.A. – BR; Petrobrás Química S.A. – PETROQUISA; Petrobrás Gás S.A. – GASPETRO; Petrobrás Biocombustíveis criada em 2008 para a produção e gestão de álcool e biodiesel; Petrobras Energia Participaciones S.A.; Downs Tream Participações e Petrobrás International Finance Company – PIFCO) e mais de 50 participações societárias entre elas uma como a sugestiva razão social Cayman Cabiúnas Investiment Co. com 100%. Esta nova empresa está fadada a parir, participar ou controlar outras tantas para o gáudio dos gestores da coisa pública.


De acordo com a estatal a camada do pré-sal (petróleo e gás natural) localiza-se na faixa litorânea que vai do Estado de Santa Catarina ao Estado do Espírito Santo numa área de, aproximadamente, 800 km com cerca de 2 km de espessura e de cinco a sete mil metros de profundidade abaixo do nível do mar e foram formadas há mais de 100 milhões de anos quando os continentes se separaram. Segundo a empresa somente o campo de Tupi (SP) estima-se de cinco a oito bilhões de barris. Para termos uma noção mais exata deste volume basta recordarmos que em 2007 as reservas de petróleo e gás no Brasil foram de 13.920 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) com o campo de Tupi este volume duplica. A camada do pré-sal pode estar abrigando algo próximo a 100 bilhões de “boe” (barris de óleo equivalente) e isso alçaria nosso país ao seleto clube dos dez maiores produtores de petróleo do mundo, atualmente ocupando o 24º lugar. Mas e o impacto ambiental que esta exploração exercerá?


A Petrobrás informa que usará a tecnologia Captura e Armazenagem em Carbono (CCS) para impedir a emissão de milhões de toneladas de carbono existentes nos poços do pré-sal. Entretanto especialistas do Greepeace dizem que esta tecnologia é experimental e não seria viável antes de 2030, além de muito onerosa. O custo para capturar-se de 12 a 18 bilhões de toneladas de carbono ao longo dos anos de exploração consumira centenas e mais centenas de bilhões de reais. E caso esta tecnologia não seja eficiente como prometida nosso país emitirá, ao longo dos próximos 40 anos, aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas de CO2 por ano somente com o refino, abastecimento e queima de petróleo. Mas o tilintar do vil metal é o único som que o governo escuta. Fazer ouvidos moucos para a questão ambiental não é, deveras, um privilégio deste governo ou de nosso país. O sistema capitalista acabará inviabilizando as sociedades humanas e arruinará o planeta caso não se encontre outros meios de organização (política, social e econômica) e transformação dos recursos naturais em elementos que dêem suporte a vida impactando o mínimo possível o meio ambiente e a primeira providência neste sentido será desconsiderar todos aqueles já pensados, tentados ou praticados. A Natureza sempre é capaz de recomporem-se por maiores e mais terríveis que possam ser as catástrofes. Prova disso foi a última extinção em massa ocorrida a sessenta e cinco milhões de anos quando desapareceram os dinossauros. O planeta, devastado, renovou-se. Caso desaparecêssemos da face da terra em algumas centenas de anos o equilíbrio ambiental estaria restaurado. Portanto, a Natureza é auto suficiente e o ser humano não e, assim, ao preservá-la estará garantindo a longevidade da espécie. Sendo assim urge não prosseguir com a agressão, pois o revide está acontecendo todos os dias e de maneiras cada vez mais contundentes e devastadoras. Esta fúria descontrolada por ganho e acumulo de capital, no futuro e no mundo desolado que estamos construindo, o ouro, o diamante e o papel-moeda não valerão um pé de alface ou um damasco. Não bastando os aterros sanitários o ser humano vai transformando os oceanos e o espaço sideral em enormes lixeiras e os detritos neles depositados somente desaparecerão mediante a sua completa extinção ou uma mudança de postura radical. O apocalipse acontecerá devido à ganância.


Esta nova empresa traz no seu âmago os mesmo vícios de sua matriz e todas as outras estatais: o aparelhamento para os objetivos mais sórdidos que se possa imaginar. Não há uma única estatal brasileira que esteja isenta da prática de imoralidades e ilegalidades de todas as ordens e para os mais variados (maus) gostos. Está aberto mais um largo canal para escoar-se o dinheiro público através dos meios que já conhecemos e daqueles que ainda serão imaginados. Definitivamente não há como crer nas promessas que são feitas quanto à aplicação das montanhas de dinheiro que a camada do pré-sal produzirá em benefício dos brasileiros e exemplos não nos falta. O máximo serão migalhas acompanhadas de forte apelo publicitário tentar nos enganar enquanto algumas dúzias de velhacos embolsam toneladas de dinheiro. Não é pessimismo e sim a simples constatação dos fatos que me fazem antever tal cenário.


CELSO BOTELHO

12.07.2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

LULA, CARIDOSO COM O DINHEIRO DOS OUTROS


Que o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, entre outras coisas, é um inveterado demagogo não se constitui em novidade alguma. Porém, faz demagogia com o dinheiro público como se este fosse de sua conta bancária e tal prática é inaceitável. A cara de pau não poderia ser mais lustrosa, o que dispensa o uso de óleo de peroba. Desde que assumiu incorporou o espírito do bom samaritano para vários países que contraíram dívidas com o Brasil reduzindo-as ou pura e simplesmente as perdoando como se o numerário lhe pertencesse amparado pela Lei nº. 9.665 de19 de junho de 1998 promulgada pelo sociólogo. Quando ocorreu a primeira crise do petróleo em 1973 e a nossa dívida externa passou a estratosfera não apareceu nenhuma alma caridosa para nos aliviar, pelo contrário. O FMI (Fundo Monetário Internacional) do qual somos sócio-fundadores (o Brasil possui 1,7%, são 181 países) desempenhava com esmero o macabro papel de nosso coveiro maior ao ditar cartilhas absurdas onde só podiam-se ler apertos fiscais, monetários, cambiais, quer seja, cortes colossais nos investimentos, na saúde, na educação, transporte, habitação, etc.etc. e mais etc. Os presidentes-generais-de-plantão curvavam-se às exigências dos burocratas e financistas com uma doçura indescritível, impatriótica e devastadora. A sociedade foi intimada, mais uma vez, para pagar a conta do esbulho chamado “milagre brasileiro”. O presidente - como eu - é testemunha ocular e naquela época sequer era presidente de sindicato (só foi eleito em 1975 para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo) e, portanto, imagino, ter sofrido alguma conseqüência daquelas intervenções. E por falar em sindicato surgiu um pagamento de R$ 3,3 milhões nos últimos sete anos para um sindicato que em vez de representar os trabalhadores atua como empresa de terceirização de mão de obra. Apregoa que pagou a dívida externa. Mentira. Ela está hoje na casa dos US$ 230 bilhões. O que foi pago, em 2005, foram dois anos de parcelas de juros adiantados, algo em torno de US$ 15,5 bilhões ao FMI e ao Banco Mundial economizando apenas US$ 900 milhões. O FMI que outrora montava acampamento em Brasília e nos dizia o que fazer ou não é o mesmo que o presidente emprestou US$ 10 bilhões conforme compromisso que assumira com o G20 e, pasmem, a diretoria do Fundo é que irá decidir quanto pagará de juros por este empréstimo. O presidente empresta um dinheiro que não é seu e não sabe quanto irá ganhar e numa entrevista pergunta para um jornalista: “você não acha chique emprestar dinheiro ao FMI?” Ora, presidente, porque não vai catar coquinhos? Tirar do maltratado povo brasileiro para exibir-se, satisfazer seu ego e posar de benemérito não é chique, é chocante, revoltante, insano. O Clube de Paris também nunca nos deu um refresco e os banqueiros americanos nem se fala. A dívida é paga tostão por tostão, ou melhor, bilhão por bilhão sem choro nem vela a custa do empobrecimento, da miséria e do sofrimento da população e o presidente sabe disso ou por acaso o poder trouxe-lhe uma amnésia profunda? Não. Não há qualquer indicio de tal enfermidade no presidente e sim uma conveniente ignorância, deslumbramento e arrogância.



Agora, admitido na elite, sai por ai fazendo caridade com o dinheiro de uma sociedade extorquida por uma política tributária que herdou e jamais se mexeu para reduzi-la empenhando-se em aumentá-la. Por ocasião da extinção da CPMF (Contribuição Provisória de Movimentação Financeira) quando moveu céus, infernos e purgatórios para prorrogá-la afirmava que a saúde se ressentiria dos recursos que tal estrovenga produzia. A CPMF foi extinta e a saúde permanece na mesma situação que se encontrava quando ainda era cobrada: catastrófica. Em junho de 2008 a Câmara dos Deputados aprovou sua substituta, a CSS (Contribuição Social para a Saúde) que até o mês passado (junho de 2010) não tinha sido inclusa na pauta de votação do Senado Federal por conta de um destaque que a retira do texto do Projeto de Lei Complementar 306/08 que regulamenta a Emenda 29 que trata dos recursos destinados à Saúde que precisa ser votado em plenário.



Não vejo nada de errado em renegociar as dívidas dos países beneficiados com a compaixão presidencial. Seria contra a minha natureza e formação a radicalização, a intransigência ou a arrogância, contudo, negociar não é me dispor de um numerário que não me pertence. Nosso presidente colocou no mesmo saco o Estado, o governo e ele próprio e a coisa não funciona desta maneira. O governo, sendo transitório, tem por obrigação defender os interesses do Estado, que é perene. Esses perdões podem encontrar respaldo legal, o que é uma aberração e foi apresentado pelo deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) o Projeto de Lei nº. 4.128/04 alterando o caput do Artigo 1º da Lei nº. 9.665/98 que obriga o Executivo a obter autorização expressa e especifica do Congresso Nacional para conceder a remissão parcial de créditos externos da União em relação a outros países, negociar valor de mercado seus títulos representativos ou receber em pagamento títulos da dívida externa do Brasil ou de outros países, ainda sem solução. Moralmente é uma atitude que afronta a sociedade brasileira. Falo de uma sociedade onde as suas necessidades mais elementares que o Estado deveria proporcionar direta ou indiretamente sobrevivem com as migalhas choradas que lhes são atiçadas. Migalhas vindas do fausto banquete que é obrigada a patrocinar com seus impostos. Segundo Lula não deseja que o Brasil seja rotulado como imperialista como os norte-americanos e de acordo com este pensamento tenta fazer-se benemérito do mundo pobre. A questão não é ser ou deixar de ser imperialista e sim atender aos nossos legítimos interesses. Cobrar dívidas de outros países, negociando-as ou não, não me parece ser uma atitude imperialista e sim direito estabelecido num contrato celebrado e reconhecido por ambas as partes como verdadeiro e legal.



A benevolência do presidente alcançou países comunistas, com ditaduras, com presidentes eleitos de comportamento arbitrário e antidemocrático e, fundamentalmente, que nos impõe prejuízos todas as vezes que vislumbram uma possibilidade. Moçambique foi agraciada com um perdão de 95% de sua dívida de US$ 315 milhões. Da Nigéria nosso país vai receber US$ 67,3 milhões de uma dívida de US$ 150,4 milhões contraída há mais de vinte anos em financiamentos e seguros de exportação, US$ 81,1 milhões serão cancelados. O Gabão foi aquinhoado com um perdão de US$ 36 milhões. A Bolívia, presidida pelo cocaleiro Evo Morales que invadiu a refinaria da Petrobrás com seu exército e hasteou sua bandeira acintosamente e nosso presidente e seu chanceler Celso Amorim enfiaram o rabo entre as pernas, após conceder-lhes um perdão de US$ 52 milhões ainda determinou a abertura de uma linha de crédito no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que construam uma rodovia ligando Puerto Suares a Santa Cruz de la Sierra. A Nicarágua também foi premiada com um perdão de 95% de sua dívida estimada em US$ 141 milhões. O camarada Fidel Castro de Cuba não ficou de fora do pacote de bondade do presidente Lula, O Ignorante Desbocado, que deve assinar acordo para amortizar a sua dívida que, segundo consta, está na casa dos quarenta milhões de euros. O pagamento da dívida será suavizado com a redução de 20% dos valores de alguns produtos comprados pelo Brasil (que produtos serão esses?), mas não é só. Serão investidos na ilha R$ 20 milhões através do BNDES para que construam uma usina de álcool combustível. Estes não são os únicos casos de benefícios concedidos a outras nações em detrimento da nossa. Para a Grécia serão liberados US$ 286 milhões de nossas reservas internacionais. Para a Venezuela do melagomaníaco, bobalhão empedernido e arremedo de ditador Hugo Chavez nosso caridoso presidente emprestou milhões para o Metrô de Caracas enquanto que para o de São Paulo negou-se a fazê-lo. Para o Paraguai, do ex-bispo progressista Fernando Lugo, concordou com a duplicação do preço que o Brasil paga pela sua energia ao renegociar o contrato de Itaipu. O Equador de Rafael Correa ameaçou dar calote no BNDES (entrou com uma ação na Câmara de Comércio Internacional, CCI, para suspender o pagamento de US$ 243 milhões contratados com o BNDES para a construção da Hidroelétrica de San Francisco) determinou o embargo de bens da empresa, ocupou suas instalações e a expulsou do país negando vistos nos passaportes de seus altos funcionários bem como os de Furnas Centrais Elétricas. E a tal hidroelétrica está operando normalmente como se nada tivesse acontecido e o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, e Celso Amorim enfiaram a viola no saco. Existem mais destinatários de favores e concessões do governo petista com o dinheiro dos outros.



E um salário mínimo e o reajuste das aposentadorias para aqueles que recebem acima dele e contribuíram durante toda a vida para a Previdência irá quebrá-la? Conta outra presidente, aloprados, cupinchas, cúmplices & associados. Repito aqui o levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) de 2000 a 2008 o superávit da Previdência foi de R$ 392 bilhões e em 2009 de R$ 20 bilhões. Somente de 2004 a 2007 o governo retirou do caixa da Previdência cerca de R$ 200 bilhões para outra dotação orçamentária. Mas o bondoso presidente deixa de cobrar uma dívida de quase R$ 200 bilhões de empresas privadas e do próprio governo com a Previdência Social. Deixam de aportar no Fundo Previdenciário anualmente cerca de R$ 20 bilhões que beneficia até clubes de futebol profissional com isenções e outros R$ 40 bilhões devido à sonegação. Os malfeitores do MST (Movimento dos Sem-Terra) graças ao presidente podem contar o tempo que “viveram” em acampamentos como tempo para fins de aposentadoria sem ter contribuído um níquel sequer. Isto sim é estimular a invasão, pilhagem e saque, enfim a bandidagem (o governo petista já doou cerca de R$ 160 milhões para esta Farc tupiniquim). Dinheiro também não é problema para sustentar quase cem mil funcionários nomeados pelo presidente; criar uma dúzia de estatais; ministérios inúteis e sobre posicionados; programas político-eleitoreiros tais como a Bolsa-Família que até outubro deste ano deve incluir cerca de mais cinco milhões de pessoas reforçando o eleitorado de sua candidata Dilma Rousseff (20% dos beneficiários deste programa não contam com tratamento de água, 54,2% dispõe de escoamento sanitário e 10% não têm acesso a iluminação elétrica); para os cartões corporativos que consomem anualmente cerca de R$ 10 milhões e são utilizados desde para comprar tapioca (R$ 8,30) como foi o caso do ministro dos Esportes Orlando Silva que disse ter ressarcido os cofres públicos no valor de R$ 34 mil gastos indevidamente desde sua posse em 2006 até 2008. Para pagar compras em pet-shop, estadas em hotel, aluguel de automóveis, deslocamento da capital Federal, almoços e demais penduricalhos a ministra Maltide Ribeiro (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) gastou no cartão corporativo sugestivos R$ 171 mil (Artigo 171 do Código Penal: “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”). No entanto, existem gastos secretos, imorais e extravagantes. Não me recordo de haver escassez de recursos para abastecer as contas bancárias dos mensaleiros. A respeito deste escândalo dos quarenta denunciados um foi excluído (o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira que fez um acordo e recebeu uma “pena alternativa”) o processo hoje conta com 39.429 folhas divididas em 183 volumes e 460 anexos (CDs, discos rígidos e documentos) segundo o STF (Supremo Tribunal Federal), foram ouvidas neste período 642 pessoas (41 de acusação e 601 de defesa), apenas três dos dezoito deputados envolvidos foram cassados (Roberto Jefferson, PTB-RJ; Pedro Corrêa, PP-PE e José Dirceu, PT-SP) sendo que este último coordena a campanha de Dilma Rousseff. O presidente ainda recomenda que os países mais ricos procedam da mesma maneira? Só pode mesmo estar sendo acometido de mais um de seus delírios esquizofrênicos. Caso viessem a acatar tal desatino seus governos não durariam muito tempo.



O presidente cumprimenta com o chapéu alheio ou, para ficar nas metáforas futebolísticas tão de seu agrado, joga para a galera e, por sinal, muito mal. Não há como encobrir o desastre que foi e é a administração petista (com isto não quero dizer que a tucana tenha sido melhor). Prorrogar e piorar este estado de coisas por mais quatro anos é puro suicídio. Com o dinheiro dos outros suponho que seja fácil ser benemérito, perdulário, irresponsável, inconseqüente, prepotente e arrogante.



CELSO BOTELHO

06.07.2010

sábado, 3 de julho de 2010

SERRA TEM VICE


A máxima “se não posso ser o titular vice não quero ser” não mais se aplica, pelo menos para as disputas presidenciais. Diante de mais uma demonstração de incompetência, desarticulação e balbúrdia na oposição o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, sua “queridinha” e capacho Dilma Rousseff e demais associados, penduricalhos e cúmplices estão dando cambalhotas de alegria. Tiveram oito anos para fazer oposição e preparem um candidato (ou mais) para a disputa presidencial e não fizeram, de sorte que agora irão amargar nas urnas mais uma derrota para a quadrilha rival ora no poder. É inusitado o fato de um partido político lançar candidato à presidência sem seu companheiro de chapa. Até mesmo os militares saiam de suas “convenções” com seus “possíveis” substitutos devidamente “homologados” e todos antecipadamente eleitos, é claro. Ao contrário do que muitos pensam o vice-presidente da República no Brasil ao longo da História tem desempenhado a presidência regularmente. Vejamos.



A República, com apenas dois anos, já empossava o vice-presidente marechal Floriano Peixoto (1891-1894) após a renúncia do titular marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891). Com Rodrigues Alves foi eleito Silviano Brandão para o mandato de 1902-1906 que faleceu antes de tomar posse na vice-presidência sendo eleito para seu lugar Afonso Pena (eleito a seguir para o período 1906-1909). Delfim Moreira (1818-1919) assume a presidência com o falecimento de Rodrigues Alves (não chegou a assumir o segundo mandato), Epitácio Pessoa (1919-1922) é eleito presidente (ganhou a eleição quando se encontrava na França representando o Brasil na Conferência de Versalhes) e Delfim Moreira continua na vice-presidência até falecer em 1920 e Francisco Álvaro Bueno de Paiva foi eleito para completar o período de Delfim Moreira (1920-1922). Vital Soares foi impedido de tomar posse pela “Revolução” de 1930. O cargo foi extinto com a Constituição de 1934 e restaurado pela Constituição de 1946. João Goulart (1961-1964) assume com a renúncia de Jânio Quadros (1961). Em 1969 Pedro Aleixo foi deposto pelos ministros militares que passaram a responder pela presidência da República em virtude do impedimento do marechal Costa e Silva (1967-1969) por motivo de doença. José Sarney (1985-1990) ganhou cinco anos de mandato com a morte de Tancredo Neves antes da posse. Itamar Franco (1992-1994) completou o mandato de Fernando Collor de Melo (1990-1992) que foi afastado do cargo. Pois então? O Reserva do presidente não é, portanto, mero elemento decorativo, apesar de dispendioso.



A candidatura José Serra (PSDB-SP) naufragou antes mesmo de ser lançada no mar. Não vejo nos quadros de seu partido um único nome que possa entusiasmar o eleitor e esta constatação aplica-se igualmente ao PT, pois todos sabem que Dilma Rousseff foi enfiada por sua goela abaixo. Aécio Neves poderia ter sido mais receptivo, porém, carece dizer a que veio. Bem, serão mais quatro anos para o PSDB e o DEM aprenderem a fazer oposição e preparem uma chapa completa para 2014 e recomendo que seja muito boa, pois tudo indica que Luiz Inácio Lula da Silva deverá participar da disputa e ai a porca vai torcer e retorcer o rabo. Com vice ou sem vice - seja índio, branco ou negro - Serra não será mesmo eleito então não faz diferença, exceto se acontecer um milagre, e dos bons! Talvez o deputado Índio da Costa saiba a dança da chuva, porém ela deve ser de votos porque a candidatura Serra já fez água há muito tempo.



CELSO BOTELHO

03.01.2010