sábado, 3 de julho de 2010

SERRA TEM VICE


A máxima “se não posso ser o titular vice não quero ser” não mais se aplica, pelo menos para as disputas presidenciais. Diante de mais uma demonstração de incompetência, desarticulação e balbúrdia na oposição o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, sua “queridinha” e capacho Dilma Rousseff e demais associados, penduricalhos e cúmplices estão dando cambalhotas de alegria. Tiveram oito anos para fazer oposição e preparem um candidato (ou mais) para a disputa presidencial e não fizeram, de sorte que agora irão amargar nas urnas mais uma derrota para a quadrilha rival ora no poder. É inusitado o fato de um partido político lançar candidato à presidência sem seu companheiro de chapa. Até mesmo os militares saiam de suas “convenções” com seus “possíveis” substitutos devidamente “homologados” e todos antecipadamente eleitos, é claro. Ao contrário do que muitos pensam o vice-presidente da República no Brasil ao longo da História tem desempenhado a presidência regularmente. Vejamos.



A República, com apenas dois anos, já empossava o vice-presidente marechal Floriano Peixoto (1891-1894) após a renúncia do titular marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891). Com Rodrigues Alves foi eleito Silviano Brandão para o mandato de 1902-1906 que faleceu antes de tomar posse na vice-presidência sendo eleito para seu lugar Afonso Pena (eleito a seguir para o período 1906-1909). Delfim Moreira (1818-1919) assume a presidência com o falecimento de Rodrigues Alves (não chegou a assumir o segundo mandato), Epitácio Pessoa (1919-1922) é eleito presidente (ganhou a eleição quando se encontrava na França representando o Brasil na Conferência de Versalhes) e Delfim Moreira continua na vice-presidência até falecer em 1920 e Francisco Álvaro Bueno de Paiva foi eleito para completar o período de Delfim Moreira (1920-1922). Vital Soares foi impedido de tomar posse pela “Revolução” de 1930. O cargo foi extinto com a Constituição de 1934 e restaurado pela Constituição de 1946. João Goulart (1961-1964) assume com a renúncia de Jânio Quadros (1961). Em 1969 Pedro Aleixo foi deposto pelos ministros militares que passaram a responder pela presidência da República em virtude do impedimento do marechal Costa e Silva (1967-1969) por motivo de doença. José Sarney (1985-1990) ganhou cinco anos de mandato com a morte de Tancredo Neves antes da posse. Itamar Franco (1992-1994) completou o mandato de Fernando Collor de Melo (1990-1992) que foi afastado do cargo. Pois então? O Reserva do presidente não é, portanto, mero elemento decorativo, apesar de dispendioso.



A candidatura José Serra (PSDB-SP) naufragou antes mesmo de ser lançada no mar. Não vejo nos quadros de seu partido um único nome que possa entusiasmar o eleitor e esta constatação aplica-se igualmente ao PT, pois todos sabem que Dilma Rousseff foi enfiada por sua goela abaixo. Aécio Neves poderia ter sido mais receptivo, porém, carece dizer a que veio. Bem, serão mais quatro anos para o PSDB e o DEM aprenderem a fazer oposição e preparem uma chapa completa para 2014 e recomendo que seja muito boa, pois tudo indica que Luiz Inácio Lula da Silva deverá participar da disputa e ai a porca vai torcer e retorcer o rabo. Com vice ou sem vice - seja índio, branco ou negro - Serra não será mesmo eleito então não faz diferença, exceto se acontecer um milagre, e dos bons! Talvez o deputado Índio da Costa saiba a dança da chuva, porém ela deve ser de votos porque a candidatura Serra já fez água há muito tempo.



CELSO BOTELHO

03.01.2010