quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O PROMESSÔMETRO 'DO PRESIDENTA ELEITO TIA DILMÃO' PARTE 3


Dando continuidade ao show de ambiguidades, mentiras, besteiras e bobagens que “o presidenta Tia Dilmão” vociferou para todo o Brasil na forma de promessas, compromissos, intenções (devo alertar que de intenções – boas ou más – o inferno está cheio sem, contudo, encontrar-se lotado) ou de qualquer outra porcaria que deseje chamar vou abordar mais algumas. “A Poste sem Luz” do molusco deve ter em conta que os nossos ouvidos são algum tipo receptáculo de fétidos dejetos, quer seja, latrina, fossas, sumidouros ou penicos. É bom que se diga que já tive a oportunidade de ver incontáveis candidatos prometendo as coisas mais esdrúxulas, inexequíveis, delirantes e malucas (reajustar o salário mínimo em “trocentos” por cento; proclamar a independência de município transformando-o num principado ao estilo de Mônaco; acabar com a violência no Rio de Janeiro em seis meses; caçar a concessão da Rede Globo; etc.). Portanto, não seria uma Dilma qualquer que poderia me surpreender. A bem da verdade nem mesmo ela acredita naquelas baboseiras que algumas cabeças coroadas (e recheadas sabe-se muito bem do que) do PT redigiram. Porque D. Dilmão, O Presidenta, pode ser muitas coisas (e algumas delas é mesmo), porém ingênua, tola, imbecil ou retardada com toda a certeza não o é. Mas como bem se diz: quem com porcos se mistura, farelo come; mesmo que tal iguaria não lhe apeteça. Portanto, mesmo não sendo a autora da inominável peça esta é de sua inteira responsabilidade e, sendo assim, minha borduna e meu tacape serão devidamente utilizados em sua nada faceira pessoa.

Tia Dilmão pretende reduzir as desigualdades. Muito bem. Mas, que mal pergunte, como? Ah, isso é segredo dela e de seus asseclas e não foi disponibilizado para nós massacrados cidadãos, eleitores e contribuintes. Que desigualdades pretendem de fato reduzir? Posso citar inúmeras: sociais, políticas, econômicas, culturais, regionais, locais, nacionais, etc. visto que o que não falta neste país são desigualdades. A História mostra fartamente que reduzir desigualdades sempre foi um belo discurso e, apenas, um belo discurso. Tudo que já se falou, planejou e tentou abrigam outras e inconfessáveis intenções, exceto promover a redução das desigualdades.

“O nova” ocupante do terceiro andar do Palácio do Planalto promete vencer o déficit habitacional. Vamos a alguns fatos porque, ao contrário “da presidento” não falo (ou escrevo) sobre o que não sei. De acordo com o ministério das Cidades o déficit habitacional no Brasil está na casa de oito milhões de unidades e as famílias com renda até três salários mínimos respondem por 90% deste déficit. Nas cidades com mais de 500 mil habitantes as áreas urbanas concentram mais de 80% do déficit habitacional, sendo que em 97% destas cidades existem favelas, em quase 87% há cortiços e em cerca de 100% podemos encontrar loteamentos clandestinos ou irregulares. Agora vamos ver os números do pomposo PHPE, Programa Habitacional Popular Entidades – Minha Casa, Minha Vida (Decreto nº 6.819 de 13.04.2009). Em setembro deste ano a Caixa Econômica Federal informou que o programa atingiu 630.886 mil contratos assinados em âmbito nacional desde abril do ano passado no valor de R$ 35,85 bilhões o que corresponde, segundo a CEF, a 63% da meta estabelecida. No mesmo mês a entidade informou que havia o registro de 418.860 propostas que se encontravam em análise e, considerando apenas o ano de 2010, o número de contratos assinados corresponde a 355.358 unidades no valor de R$ 21,8 bilhões. Isso foi um verdadeiro milagre porque até junho deste ano os números apontavam que os imóveis oferecidos pelo programa não chegava a 2% e para o grupo com renda de três salários mínimos apenas 1,2% das 240.569 unidades contratadas foram concluídas e a quantidade de unidades entregues é mais ridícula ainda: 565 ou 0,23%. Verdade é que desde o lançamento do programa foram financiadas 196.649 unidades (31%) para famílias de três a seis salários mínimos enquanto que 76.817 (12%) atenderam a faixa de seis a dez salários mínimos. Afinal, tia Dilmão, quantos diabos de casas vocês planejaram, contrataram, analisaram e entregaram? Não se constitui em novidade que o governo sonega e maqueia os números de forma que o favoreça, mesmo sendo um crime. Esse tal de Minha Casa, Minha Vida é outra lorota do futuro ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado. Mais um Bolsa-Empreiteira.

Os empreiteiros ao depararem com a promessa de que a próxima administração federal contrataria a construção de mais de dois milhões de moradias para o tal programa Minha Casa, Minha Vida ficaram entorpecidos de tanta felicidade. Chegam a sonhar com as licitações fraudulentas, os superfaturamentos, as propinas, os adendos nos contratos e todo o tipo de velhacaria na qual são “experts”. Mas isso não é tudo. Afinal, uma casa vazia não é uma casa completa. O Governo da tia “Dilmão” a proverá de móveis e eletrodomésticos numa segunda fase do programa e quiçá numa terceira fase brinde os futuros proprietários com um enxoval completo de cama, mesa e banho e outros apetrechos. Porém, a idéia não é original porque houve época que um carnê de prêmios da televisão sorteava uma casa, com automóvel na garagem, toda a mobília e eletrodomésticos e, de lambuja, o caminhão que os havia entregado.

Tia “Dilmão” promete empenhar-se para promover uma “profunda” reforma urbana que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas da população. Decifrar esta porcaria de promessa requer muito mais do que um QI elevado requer a capacidade de adivinhar. Os analfabetos, semi-analfabetos e analfabetos funcionais do PT (e isso vale para o PSDB, PMDB, PDT, PTB e todos os outros) não são sequer capazes de imaginar, planejar e executar um ordenamento em meia dúzia de malocas quanto mais numa cidade. Quais serão as medidas que irão tomar? Remoção de favelas, inversão de sentido nas vias públicas, construção de viadutos ou mergulhões, abertura de “calçadões”, intensa arborização, redefinição de gabaritos, controle dos meios poluidores, implantação de um código de postura federal, novo revestimento asfáltico, um modelo nacional tanto para a cidade de São Paulo quanto para Xapuri no Acre? Cacete, o que é “reforma urbana” na cabecinha da ex-guerrilheira/terrorista? Ou será que pretende desapropriar as mansões, condomínios de luxo e coberturas para alojar os sem teto?

Outra “belezura” anunciada “pelo” Vossa Excelência será construir 2.883 postos de polícia comunitária. Pergunto: porque o número quebrado? Certamente “tia Dilmão” deve ter consultado algum dos muitos numerólogos, videntes, tarólogos e outros charlatães que prestam consultoria a inúmeros politiqueiros em Brasília. Mas o que vem a ser “polícia comunitária?” Uma concorrente das tão famosas milícias existentes nas favelas do Rio de Janeiro ou, eis o pior, sua concorrente “federalizada”? Sempre ouvi dizer que urna eleitoral, bolsa de mulher e cabeça de juiz nunca se sabe o que há dentro, porém a estes três itens podemos acrescentar a cabeça “da presidento” eleita “tia Dilmão”. Não sou nenhum especialista em segurança pública, mas também não sou nenhuma besta quadrada para perceber que tudo o que se faz neste país nesta matéria é, deveras, trágico. Assevera também a “Dama da Foice e do Martelo” que irá fazer uma “reforma radical” no sistema penitenciário e mudar as leis processuais penais. Resta saber para beneficiar quem: os criminosos ou a sociedade? Estou com o saco cheio de ouvir esses trambolhos dizer que vão fazer reforma disso, reforma daquilo e daquilo outro quando, na verdade, reformam tudo para que nada mude. Qualquer dia desses vai aparecer um lunático dizendo que irá reformar a reforma. A única coisa que reputo como medida radical (não reforma) foi a apreensão dos ativos decretada pelo ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), nem Adolf Hitler na Alemanha da década de 1930 ousou semelhante atitude e olha que a inflação era superior a 20.000%. Com tanto comprometimento do governo (seja ele do PSDB ou PT) com as ilicitudes não acho nem um pouco possível sequer se tentar mudar as benesses da lei brasileira. A menos que se promulguem dois tipos de lei: uma para os ricos com penas que irão variar entre o pito ou, nos casos mais extremos, um puxão de orelha, e outra para os pobres onde a punição irá variar entre a pena de morte e a prisão perpétua sem direito a condicional.

Examinado as 190 promessas de campanha “do presidenta eleito tia Dilmão” fico desconfiado que o pessoal que produziu tal “engana trouxa” encontravam-se num desses três estados (ou em todos eles de uma única vez): alucinados, bêbados ou com titica na cabeça. Consta que serão investidos em transportes públicos R$ 18 bilhões para modernizá-lo nas grandes cidades tornando-o seguro, barato e eficiente. Devo dizer que nem mesmo caminhar pode ser seguro, barato e eficiente se considerarmos a violência, os buracos nas calçadas, o reboco das marquises caindo, os bueiros sem tampas, o preço dos tênis e a distância que se tenha que percorrer. O trem de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo figura no “promessômetro” só não entendi quando disseram que “o presidenta” vai “fazer”. Fazer o que? Construir o trem ou a linha que ligará as duas cidades? Prevê o “documento” a construção de 51 “grandes” obras viárias, novos corredores de transporte e mais linhas de metrô (para quem não sabe 51 é marca de cachaça. Não disse que esta gente não estava sóbria?). Vamos supor que “tia Dilmão”, em quatro anos, por passe de mágica, mandinga braba ou milagre, consiga realizar apenas zero vírgula zero, zero, zero qualquer coisa% do que prometeu em campanha, a dinheirama que será necessária para isto me faz lembrar um debate entre Collor e Lula em 1989 quando o primeiro saiu distribuindo importâncias generosas que iria alocar em seus ministérios, estatais, autarquias, casinha de cachorro e etc. caso eleito e o segundo apenas sorria ironicamente rebatendo: “gostaria de saber onde o meu oponente irá arranjar tanto dinheiro?” Lula não foi eleito, Collor apreendeu os ativos do país. Repito a pergunta: onde “tia Dilmão” vai arranjar tanto dinheiro? Apreender os ativos é coisa que só dá certo uma vez e naquela ocasião não deu, pois logo se abriram as torneiras. Abrir filiais em todos os Estados da Casa da Moeda e sair emitindo cédulas de real só um débil mental o faria, além de não haver nenhuma possibilidade de fazê-lo. Emitir títulos da dívida pública é sempre uma boa opção para os irresponsáveis que administram o Brasil (a dívida interna já ultrapassou os R$ 2 trilhões) e criar, reajustar e bitributar o cidadão brasileiro é a menina dos olhos desta gente.

Vamos falar um pouco do tal trem-bala que “tia Dilmão” pretende tornar realidade. Em síntese é a mesma coisa que um trem convencional, porém mais sofisticado. O traçado entre Rio de Janeiro e Sã Paulo deverá ter 518 km e a viagem durará cerca de uma hora e meia passando por onze estações e o custo estimado é de US$ 11 bilhões (isto equivale ao PIB anual do Estado do Mato Grosso do Sul). O que torna o TAV (Trem de Alta Velocidade) veloz é, principalmente, um traçado especial (mais reto, com curvas mais abertas) e um menor número de paradas. Haverá necessidade de se construir muitos túneis e pontes para que o traçado fique o mais reto possível. Segundo um dos projetos 26% (pouco mais de 100 km) será de pontes e viadutos e 33% (cerca de 90km) de túneis. No Japão o trem de alta velocidade (N700) um dos mais modernos do mundo em operação tem capacidade para 546 passageiros (três vezes a capacidade do avião mais usado no Brasil) tem uma velocidade média de 270km/h, mas como o brasileiro tem mania de grandeza, o governo vai insistir para que o TAV atinja 285 km/h. Ainda de acordo com esse projeto a passagem custará entre R$ 150,00 e R$ 200,00 em valores de hoje. Os recursos que serão gastos nesta obra faraônica seriam muito melhor aplicados na construção de novas linhas ferroviárias e recuperação de toda malha que, diga-se, é um cacareco. Havia entre o Rio e São o Trem de Prata que foi desativado há alguns anos devido à falta de passageiros pelo custo elevado das passagens e a falta de segurança. Portanto, tal empreendimento está fadado a tornar-se mais um dos muitos elefantes brancos deste país.

Por fim, o combate à corrupção e tornar o Brasil um país pleno de emprego também são “objetivos” “da presidento-poste”. Conta outra “presidenta eleito”. Não me parece que Erenice Guerra seja um relicário de virtudes e, segundo a senhora, era o seu braço direito. Combater a corrupção com José Dirceu, José Genuíno, Antonio Palocci & Quadrilha? “Tia Dilmão”, definitivamente, bafo de boca não ferve leite.

Celso Botelho

01.12.2010