Collor disparando contra a inflação
Falar bobagens e fazer besteiras não é um privilégio dos presidentes da República, seja aqui ou alhures. Está no DNA dos seres humanos, independente de continentes, países, culturas, religiões, etnias, posição social, situação econômica, grau de instrução ou qualquer outro parâmetro que se examine. A História encontra-se recheada de exemplos em todos os tempos e espaços. Alguns, senão todos, os presidentes brasileiros se esmeraram em produzir falas que se alternam entre tolas, idiotas, estúpidas, polêmicas, incoerentes, imprecisas e babacas. Mas nem tudo que sai da boca de Suas Excelências é bobagem. O presidente Getúlio Vargas (1882-1954) produziu uma frase que retrata e se aplica perfeitamente aos políticos encarregados de administrar o país, tanto os de sua época quanto aos atuais: "A metade de meus homens de governo não é capaz de nada e a outra metade é capaz de tudo." Atribui-se a Jânio Quadros (1917-1992) uma definição muito pertinente ao PMDB que diz "o PMDB é uma arca de Noé, sem Noé e sem a arca." Ou seja, sobraram apenas os bichos e “bichos soltos” (bandidos, marginais, aqueles que não respeitam as leis), mas isso não significa que não possamos estender tal definição aos demais partidos políticos. Com um temperamento intempestivo o último general-presidente de plantão João Figueiredo (1918-1999) brindou-nos com verdadeiras pérolas tais como “prefiro cheiro de cavalo a cheiro de povo”, “todo povo é uma besta que se deixa levar pelo cabresto”, “um povo que não sabe nem escovar os dentes não está preparado para votar”, porém nada foi mais exemplar do que sua confirmação quanto a dar seguimento à abertura política “é para abrir mesmo. Quem quiser que não abra, eu prendo e arrebento”. Estava inventada a democracia do prendo e arrebento. O ex-presidente José Sarneyssauro (PMDB-AP), como qualquer politiqueiro que se preza, diz coisas nas quais nem mesmo por intervenção divina acreditam como esta demagógica e safada assertiva “a subversão mais grave é que se instala no centro do poder. Ao desrespeitar a lei, os altos funcionários do Estado autorizam a anarquia, estimulam os deslizes e corrompem as sociedades.” Porém uma frase bastante emblemática do ex-presidente Sarney e que se encaixa adequadamente a ascensão do Partido dos Trabalhadores & Penduricalhos ao governo é “governo é como violino: você toma com a esquerda e toca com a direita.” Fernando Collor de Mello produziu inúmeras frases que robustecem o extenso repertório de bobagens, tolices, idiotices e babaquices dos nossos mandatários nacionais como, por exemplo, “para governar o Brasil o presidente precisa ter aquilo roxo”. Bem, considerando que jamais vi ou tive o desejo de verificar pessoalmente a cor dos sacos escrotais de qualquer presidente da República fica impossível saber se a assertiva do ex-presidente Collor é ou não verdadeira. Contudo, no caso de estar correta a afirmação, sua bolsa escrotal descoloriu-se com muita rapidez passando de roxa para pálida. Outra bravata do dito cujo ex-presidente que prometeu exterminar “com um tiro só o tigre da inflação”. Errou o tiro e o animal. O tiro jamais alcançaria o alvo, posto que dentro do projétil concentrava-se a prosaica pólvora composta de dois ingredientes que em tempo algum surtiria qualquer efeito, quer seja, “sem dinheiro, sem inflação” e o animal que representa a inflação é um mitológico voraz dragão e não um tigre os quais, por sinal, não fazem parte de nossa mitologia nem da nossa fauna. Fernando Henrique Cardoso não poderia deixar no vazio sua passagem pelo Palácio do Planalto. Chamou os cidadãos que se aposentam precocemente (com idade inferior a 50 anos) de “vagabundos”, porém esqueceu-se de dizer que foi aposentado em 1968 com apenas 37 anos de idade pelo regime militar (1964-1985), mas aos 48 anos poderia ter reassumido as aulas na USP (a fábrica de nulidades e outros artefatos impublicáveis, com a ressalva que não é a única no ramo), mas não o fez. Também é da lavra de FHC, O Entreguista, “os brasileiros são caipiras, desconhecem o outro lado, e, quando conhecem, encantam-se.” O sociólogo “uspeniano” (foi por pouco...) inclui-se na caipiragem, posto que para candidatar-se e tomar posse na presidência da República ser brasileiro é uma condição incontornável. Mas egocêntrico como sempre foi FHC tem-se em conta de um caipira ungido pelos deuses e aclamado pelos povos. Caso o outro lado a que se referiu seja o lado da corrupção, desvio, desperdício e malversação do dinheiro público conheço inúmeros compatriotas que jamais se encantariam com tal lado. Melhor ser um caipira iletrado à um intelectual desprovido de ética e moralidade.
Lula, O Ignorante Desbocado e Fujão, doutor honoris causa
Dilma Rousseff tem lá suas frases devidamente temperadas com uma pitada de idiotice e imbecilidade, trinta folhinhas de rudeza e aspereza, meia colher de incoerência e inconsistência, uma xícara de chá de demagogia sem esquecer-se do molho de politicagens (acordos, cambalachos, compromissos). Ainda como pré-candidata à presidência estava convicta de que Lula, e não Cabral (o Pedro, não o deplorável Sérgio), havia descoberto, invadido e inventado o Brasil e utilizou uma palavra desconhecida da maioria dos brasileiros: “antes de Lula, o Brasil estava afunhunhado”. Mas que diabos pode vir a ser afunhunhado? Este termo era muito utilizado entre os subversivos nos tempos da guerrilha (anos 1960 e 1970) e significava o local onde suas vítimas de sequestro aguardavam para serem assassinadas, um cantinho escuro. E a VAR-Palmares, organização que d. Dilma era membro, “afunhunhou” muita gente. Ainda como candidata à candidata sua arrogância, prepotência e presunção ficou patente ao declarar, textualmente: “eu posso não ter experiência de governar como eles governaram com estagnação, desigualdade e desemprego, agora governar gerando emprego, distribuição de renda, tirando 24 milhões da pobreza e 31 milhões elevando à classe média, eu sei muito bem fazer.” Decorridos mais de dois anos de sua gestão os indicadores econômicos contradizem sua alegada capacidade de governar. Um PIB expandido em ridículos 0,09%; o setor industrial com o pior desempenho desde 2009 ao apresentar uma queda de 2,7%. A pretensa distribuição de renda com o tal Brasil Carinhoso doando a “expressiva” soma de R$ 70,00 segundo “a presidento” retirou 9,1 milhões da extrema pobreza, que coisa! “O chefa” do governo elevou o número de brasileiros à classe média com o auxílio “luxuoso” de Marcelo Neri que estabeleceu uma renda mínima de R$ 1.200,00 para nela serem inseridos. A corrupção continua comendo solta e impune. Somente em seu primeiro ano de mandato, sete ministros foram defenestrados por envolvimento nesta torpe atividade. As obras de transposição do rio São Francisco estão praticamente paralisadas. A Transnordestina sugando dinheiro público como um bezerro faminto. A saúde cada vez mais desmantelada e morre-se em busca de um leito. A educação é um fiasco, os estudantes chegam a 5ª série sem se encontrarem minimamente alfabetizados, passam no ENEM descrevendo como preparar miojo e recebem graduação nas universidades sem que estejam aptos. Unidades do programa Minha Casa, Minha Vida são construídas em solos instáveis, sem infraestrutura, utilizam materiais de baixa qualidade, sem tratamento urbanístico adequado, etc. As Forças Armadas estão sucateadas e, de acordo com o general Maynard Santa Rosa no caso de uma invasão estrangeira o Brasil só teria munição para resistir durante uma hora. No Brasil continua-se matando tanto quanto em qualquer guerra moderna. São cinquenta mil homicídios por ano. A Síria está consumindo quase dois anos para produzir setenta mil mortes, mas lá temos uma guerra civil. A palavra, desconhecida, examinada dentro do contexto remete a esculhambado, arrebentado, estrangulado, quebrado, envergonhado, etc. Dois anos depois no exercício do cargo prossegue este Brasil varonil afunfunhado e mal pago. Tem muito mais exemplos de como “o presidenta” sabe governar.
Dilma Rousseff, A Garrincha
“O problema do galo é quando ele só canta em período eleitoral...” Desconhecia que “nossa presidento” é especialista em “assuntos galináceos” ou galiformes (galinhas, perus, faisões, jacus, etc.), mas errou de animal. Neste caso seria mais apropriado lançar mão de uma sereia, posto que seu canto seduza os homens levando-os ao fundo do oceano onde se afogam. O mesmo se dá nas campanhas eleitorais. Os políticos apresentam-se com um canto irresistível, seduzem o eleitorado para, uma vez no poder, afogá-los no descaso, omissão e desprezo. Seguindo os passos de seu criador-mentor-inventor Luiz Inácio e em visita oficial à Rússia em dezembro do ano passado declarou: "eu vim aqui para combinar com os russos." Alusão a resposta de Garrincha (Manuel Francisco dos Santos, 1933-1983) ao técnico da seleção brasileira Vicente Feola (1909-1975) em 1958 após ouvir suas recomendações táticas ("O senhor combinou com os russos?"). D. Dilma não conseguiu combinar com os russos uma solução para a suspensão do embargo russo a carne brasileira para um mercado de mais de 105 milhões de consumidores. As carnes bovina, suína e de frangos representam cerca de 40% das exportações brasileiras para a Rússia.
A Guerrilheira de Meia Pataca Furada
E d. Dilma disse: “eu não fujo da situação quando ela fica difícil. Eu posso apanhar, ser maltrada, como eu já fui, mas não fujo da luta. Em cada época da minha vida, eu fiz o que fiz porque acreditava naquilo. Eu mudei quando o Brasil mudou. Eu não fujo da luta. Nunca abandonei o barco.” Essa raça ruim de esquerdista é mesmo de uma desfaçatez colossal. Após o assalto à casa da amante do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros (1901969) em julho de 1969 de onde roubaram um cofre contendo cerca de US$ 2,5 milhões os “guerrilheiro-assaltantes” foram ter à cidade serrana de Teresópolis no Rio de Janeiro, onde partilharam o dinheiro e as armas. Dilma foi para o Rio Grande do Sul e Carlos Lamarca (1937-1971) ficou no Rio de Janeiro sendo depois morto pelo aparelho repressor do regime militar. A guerrilha estava sendo destroçada e se esta não era uma situação difícil porque d. Dilma deu no pé? Diz “a presidento” que apanhou e foi maltratada, mas jamais apresentou qualquer sequela física ou psicológica que comprovassem. A prova mais irrefutável que fugiu da luta está no simples fato de que não morreu. Acreditar no comunismo genocida de Joseph Stalin (1879-1953), Vladimir Lênin (1870-1924), Mao Tsé-Tung (1893-1976) e Fidel Castro (1926-) é atestar-se tão repugnante, criminoso, cruel e sórdido quanto eles. D. Dilma não mudou, apenas enquadrou-se no sistema por instinto de preservação e compreendendo que jamais ela e seus pares (e ímpares) chegariam ao topo de cadeia alimentar caso persistissem na luta armada. É a velha tática: apropriar-se dos direitos, discursos e argumentos burgueses e utilizá-los contra a própria burguesia para destruí-los implacavelmente assim que o poder seja alcançado. A redução de sua pena pelos militares é, no mínimo, muita suspeita. Porque tal benefício? Será que não houve um acordo do tipo delação premiada? E, afinal, se d. Dilma era uma figura tão importante para organização subversiva da qual era membro porque a condescendência dos militares? E não esqueçam que este era o período dos anos de chumbo. Tempo no qual nem pato tinha seu traseiro refrescado.
Entretanto, quem tem boca fala o que quer. Da mesma forma que também ouve o que não quer. Mesmo sendo bobagem, idiotice, tolice, imbecilidade ou pura babaquice, mas nossos presidentes exageram na dosagem ultrapassando qualquer limite de paciência que se possa ter. “Suas Excelências” poderiam ser mais cautelosos, pois, afinal de contas, nosso ouvido não é penico.
CELSO BOTELHO
06.04.2013