As manifestações ocorridas em junho deste ano rapidamente foram rotuladas como um “momento histórico”. No Brasil qualquer coisa é motivo para receber tal designação. Seja uma final do Campeonato Brasileiro de Futebol, desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro até a condenação dos mensaleiros pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ora, diante de provas conclusivas da culpabilidade dos réus não caberia outro procedimento. Mas a escala de valores em nosso país é tão medíocre que basta surgir um juiz fazendo o seu trabalho com a correção que lhe é exigida que logo é alçado à categoria de herói, transformando um procedimento legal e corriqueiro num “momento histórico”. As manifestações, de início, reivindicavam melhoria nos transportes, a seguir incluíram a educação, saúde, segurança pública, etc. Mais adiante entrou na pauta a derrubada da PEC 37, a moralidade na administração pública, etc. Passados três meses e tudo continua como antes no quartel de Abrantes. A República brasileira está recheada de “momentos históricos” que não passaram de fogo de palha, empulhação e propaganda enganosa.
Em 1930 Getúlio Vargas (1882-1954) liderou um golpe que apeou do poder um presidente no exercício de seu mandato e seu sucessor eleito constitucionalmente e o episódio ganhou o status de “momento histórico”. Resultado: o Estado Novo (1937-1945) inspirado no fascismo, com uma Constituição fascista e um DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) doutrinando, patrulhando, prendendo, torturando e matando vinte e quatro horas por dia. Ou será que Lourival Fontes (1899-1967), diretor do DIP desde 1934 (nesta época DPDC, Departamento de Propaganda e Difusão Cultural) e chefe do Gabinete Civil de Vargas no mandato constitucional era um exemplo de defesa e preservação dos direitos humanos e da liberdade de expressão? Como também haverá alguém para dizer que Filinto Muller (1900-1973), chefe de polícia do Distrito Federal de 1933 a 1942 era outro exemplo de defesa dos direitos humanos? Somente para relembrar, este cidadão foi responsável pela deportação de Olga Benário (1908-1942), mulher de Luiz Carlos Prestes (1898-1990), grávida para a Alemanha nazista onde foi executada e de, pelos menos, a prisão de vinte mil pessoas. De fato foi um “momento histórico”. E dos piores.
Em 1960 os eleitores conduziram ao Palácio do Planalto o controvertido, desequilibrado e aventureiro Jânio Quadros (1917-1992) prometendo varrer a corrupção do país. Foi um “momento histórico” que durou apenas sete meses. Jânio renunciou à presidência da República acreditando que seu plano desastrado, irresponsável e sem qualquer respaldo mobilizaria a população que exigiria sua recondução ao cargo com poderes excepcionais ou, em outras palavras, poderes ditatoriais. A renúncia foi prontamente aceita pelo Congresso Nacional, o cargo declarado vago e o povo não apareceu abrindo uma crise institucional. Seu sucessor, João Goulart (1919-1976) com forte inclinação esquerdista irritava e assombrava os militares, a direita, a Igreja Católica, os banqueiros e latifundiários. As Forças Armadas resistiram em dar-lhe posse até que se costurou um acordo com a implantação do parlamentarismo visando diminuir os poderes do presidente. Em 1963 Jango reconquistou seus poderes através de um plebiscito que decidiu pela volta do sistema presidencialista. O comício da Central do Brasil em 13 de março de 1964 e seu pronunciamento para os sargentos no Automóvel Clube do Brasil no dia 30 de março, entre outras coisas, selaram o destino do governo João Goulart e do Brasil. No dia 01 de abril daquele ano (os militares comemoram em 31 de março por motivos óbvios) foi deflagrado o golpe civil-militar e na sequência um regime militar que se estenderia por duas décadas. Foi mais um “momento histórico”: censura, perseguições, prisões, exílios, desaparecimentos, torturas, assassinatos, etc.
Em 1983 a população brasileira saiu as ruas em grandiosos comícios exigindo eleições diretas para presidente da República. “Momento histórico”. A PEC nº 5/1983, mais conhecida como Emenda Constitucional Dante de Oliveira (Dante Martins de Oliveira, 1952/2006), exigia um quórum de dois terços sendo derrotada por apenas vinte e dois votos na Câmara dos Deputados (298 votos a favor, 25 contra e 112 deputados do PDS, partido governista, ausentes). A frustração tomou conta do país, porém a derrotada foi canalizada para o movimento “Tancredo Já” e os comícios reuniam milhares de pessoas como se a eleição fosse direta. Tancredo Neves (1910-1985) foi eleito pelo colégio eleitoral por 480 votos contra 180 do candidato governista Paulo Maluf (1931 -). Euforia geral. “Momento histórico”! Agora o Brasil vai mudar. Tancredo não assumiu. Adoeceu na véspera da posse vindo a falecer pouco mais de um mês depois. José Sarney (1931-) foi alçado à presidência da República de modo irregular, posto que nem ele nem o titular houvessem sido empossados. Foi uma solução política diante da situação política em que se encontrava o país em detrimento do texto constitucional, aliás, as Constituições republicanas são rasgadas sem qualquer constrangimento, posto não ter sido Moisés quem as escrevera. Naquele momento setores das Forças Armadas empenhavam-se em permanecer no controle do país. Sarney assumiu e seu governo foi marcado por muitos escândalos de corrupção; arruinou a economia nacional com planos de estabilização mirabolantes, extravagantes e estrambóticos; o país enfrentou uma hiperinflação; a ciranda financeira estabeleceu-se, uma vergonhosa moratória foi decretada, os indicadores sociais eram pífios. Enfim, o governo Sarney foi um mal desnecessário porque havia como impedi-lo de assumir constitucionalmente, sem golpes ou contragolpes, mas com as incertezas de um colégio eleitoral ou de uma eleição direta realizada atabalhoadamente, da mobilização das Forças Armadas para impedir sua realização voltando a tutelar o país e da reação popular pela interrupção do processo de “redemocratização”.
O impeachment do presidente Collor em 1992 foi mais um desses “momentos históricos” que iria banir a corrupção, o desvio, o desperdício e a malversação dos dinheiros públicos de uma vez por todas no Brasil. De caçador Collor passou a ser a caça a partir do dia seguinte à sua posse. Seu plano de estabilização econômica estava fadado ao fracasso desde sua concepção. Ao apreender os ativos de todos os brasileiros (só ficou disponível Cz$ 50.000,00 ou cerca de R$ 5.000,00 em valores atuais) o governo, arbitrariamente, tomou uma atitude que nem mesmo Adolf Hitler (1889-1945) ousou tomar em 1933 quando assumiu uma Alemanha falida. Temos que admitir que, naquele momento, qualquer que fosse o eleito necessariamente teria que tomar alguma providência para arrumar a bagunça e Collor optou pelo modo mais drástico, dramático e fácil provocando mais bagunça. A população, notadamente os jovens, saiu às ruas com as “caras pintadas” exigindo a interrupção de seu mandato que, aliás, já estava decidido nos bastidores e porões do Congresso Nacional. Removendo o presidente da República do cargo a população foi induzida a crer que com ele a corrupção também iria e o país entraria nos eixos. Ledo engano. De lá para cá a corrupção só prosperou. A posse de Itamar Franco (1930-2011) de forma definitiva em dezembro de 1992 entrou também para o rol dos “momentos históricos” da República brasileira. Neste “momento histórico” podem-se enumerar mais trinta escândalos, porém relembraremos apenas dois que foram emblemáticos. Em 1993 vinha a público o Escândalo dos Anões do Orçamento. O então deputado João Alves (1919-2004) que integrava a Comissão de Orçamento do Congresso Nacional desde 1972 justificou seu elevado padrão de vida alegando ter sido abençoado por Deus e ganho em loterias modestas 221 vezes. Caso a “moda” pegasse certamente faltariam loterias e sobrariam ganhadores. O outro foi o Escândalo Ricupero ou Escândalo das Parabólicas. No dia primeiro de setembro de 1994 Rubens Ricupero, então ministro da Fazenda durante a implantação do Plano Real, preparava-se para dar uma entrevista ao vivo no Jornal da Globo ao jornalista Carlos Monforte abordando alguns detalhes sobre o plano de estabilização econômica. O que Ricupero não sabia era que o sinal do “link” via satélite (canal 23) já estava aberto e a conversa informal entre o ministro e o jornalista foi captada pelas antenas parabólicas que em certo momento disse com todas as letras: “eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". Cinco dias depois deixava o ministério, porém foi nomeado embaixador do Brasil na Itália e posteriormente eleito secretário geral da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), pertencente à ONU, cargo que ocupou até 2004 quando foi aposentado como diplomata. Que maravilha é viver (Royalties para Hélio Fernandes). Eita “momento histórico” dos “bão”!
Fernando Henrique Cardoso foi eleito como sendo o salvador da pátria ao ter estabilizado a economia depois de inúmeros planos fracassados. “Momento histórico” e mágico. Foi marcado dia e hora para a inflação acabar. Um dólar igual a um real. Beleza. Contudo, o preço por tal façanha foi por demais elevado e ainda hoje pago pela população. Rifou as empresas estatais brasileiras por valores vis numa ação “entre amigos” onde valeu tudo: moedas pobres, comissões gordas, financiamentos camaradas, laudos e pareceres fraudulentos e outras patifarias. O governo de FHC patrocinou um plano de privatização lesa-pátria sem precedentes, uma verdadeira obra de demolição, um autêntico “momento histórico”! Em 1995 FHC tratou de extinguir a Comissão Especial de Investigação criada no governo Itamar Franco com integrantes da sociedade civil para dar combate a corrupção. Não satisfeito em dispor apenas de quatro anos para nos proporcionar “momentos históricos” Fernando Henrique Cardoso comprou sua própria reeleição em 1997 a peso de ouro. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia (PFL/AC, atual DEM) ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados-propineiros foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido (PFL/AC), Osmir Lima (PFL/AC) e Zila Bezerra (PFL/AC), foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Constatada a fraude o instituto da reeleição deveria ser imediatamente retirado do texto constitucional. O Partido dos Trabalhadores que dizia-se contra a reeleição uma vez no poder não moveu uma palha para acabar com a farra, pelo contrário, Lula se beneficiou da malandragem e sua sucessora também deseja tal benefício. O governo do sociólogo investiu também contra os direitos dos trabalhadores. O Projeto de Lei nº. 5.483/01, enviado ao Congresso pelo presidente FHC, tinha por finalidade “flexibilizar” a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas, Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio 1943) mediante modificação do artigo 618 ao permitir a prevalência do negociado sobre o legislado. Ou seja, o projeto autorizava que a negociação coletiva reduzisse ou eliminasse direitos trabalhistas. O trambolho foi retirado de tramitação no início do governo Lula. Os escândalos de corrupção na Era FHC prosperaram a vista grossa (Sivam, BNDES, Previdência Social, Precatórios, quebra do monopólio do petróleo, TRT-SP, SUDENE, Banco Marka Fonte/Cidam, etc.). A cartilha do Consenso de Washington que começara a ser implantada no governo Collor consolidou-se no governo FHC e Lula (disciplina fiscal; redução dos gastos públicos; reforma tributária; juros de mercado; câmbio de mercado; abertura comercial; investimento estrangeiro direto com eliminação de restrições; privatização das estatais; desregulamentação, afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas e direito à propriedade intelectual). FHC também inventou o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) para salvar bancos falidos por administradores picaretas como o Banco Bamerindus de propriedade de seu amigo de longa data, doador de recursos de campanha e ministro da Agricultura em sua gestão o José Eduardo Andrade Vieira que chegou a vender terras demarcadas para índios.
Outro “momento histórico” para os brasileiros foi a eleição do torneiro-mecânico para a presidência da República. Os banqueiros, especuladores, formadores de quadrilha, fraudadores, picaretas, corruptos e demais bandidos jamais ganharam tanto dinheiro como neste governo. Foram mais de cem escândalos de corrupção ao longo de seus oito anos. O Mensalão é tido e havido como o maior e mais grave crime cometido durante a República. O poder Executivo comprou deputados para ver aprovadas matérias de seu interesse. Hoje o Mensalão (Ação Penal 470) encontra-se em fase final no STF (Supremo Tribunal Federal) e vinte cinco dos trinta e oito acusados já foram condenados e, portanto, comprovado o recebimento de numerário pelos parlamentares pouco antes ou depois das votações de interesse do governo. Todas as leis aprovadas neste período deveriam ser revogadas, posto que estivessem comprometidas, viciadas. Muitas já produziram efeitos irreversíveis, porém ainda assim deveriam ser revogadas. Mas não vi um único jurista levantar esta questão. É muito mais cômodo deixar como está para ver como é que fica. O presidente Lula foi o mais blindado e preservado na história da República e ainda assim tentou amordaçar a mesma mídia da qual se serviu durante décadas. No auge do Escândalo do Mensalão a dita oposição (PSDB e DEM) contribuiu significativamente para que fosse poupado (“vamos só sangrar o presidente e não matá-lo” e “fica feio para o Brasil outro impeachment em tão curto espaço de tempo”, o presidente sarou da sangria e ficou muito mais feio para o Brasil reeleger um chefe de quadrilha para a presidência da República). A dívida interna na Era Lula chegou a casa do trilhão. Somente os juros pagos chegam a 200 bilhões de reais por ano. Nas privatizações o ex-presidente Lula inovou criando, em 2004, a PPP (Parcerias Público Privada) garantindo recursos públicos para os serviços que seriam executados pelo setor privado, uma espécie de “seguro” no caso de não obterem o retorno esperado. Todas as grandes obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento ou Programa de Aceleração da Corrupção, tanto faz) estão sendo realizadas dentro desta modalidade, inclusive os grandes elefantes brancos para a Copa do Mundo de 2014. Um mimo para as empreiteiras e fornecedores amigos do Planalto. As obras de infraestrutura e logística são entregues a iniciativa privada com o rótulo de “concessões”. Os aeroportos de Cumbica, Brasília e Viracopos foram entregues a consórcios de empreiteiras brasileiras associadas a grupos estrangeiros. Seu governo com toda certeza foi o mais corrupto de toda a história republicana (Caso Celso Daniel, Caso Toninho do PT, Escândalo do Propinoduto, Banestado, DNIT, Vampiros, Cartão Corporativo, Brasil Telecom, SEBRAE, Mensalão, Gamecorp, etc. e etc.). Lula e Fidel Castro fundaram em 1991 o Foro de São Paulo e reuniram toda a esquerda da América Latina e também organizações criminosas como as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) especialista em narcotráfico, sequestros e assassinatos. Hoje praticamente toda a América do Sul está dominada pela esquerda (Venezuela, Colômbia, Uruguai, Equador, Bolívia). Os interesses brasileiros foram sistematicamente desprezados durante seu governo. As instalações da Petrobrás na Bolívia invadidas e ocupadas; o reajuste dos preços para a compra de energia excedente em Itaipu favorecendo o governo Paraguaio, a ameaça do governo Equatoriano em não honrar compromissos com o BNDES; o perdão da dívida de vários países africanos dominados por ditadores; construção de instalações em Cuba e por ai vai. No caso do petróleo FHC já havia quebrado o monopólio com as concessões, mas com a descoberta do pré-sal Lula resolveu fazer uma lei alterando o marco regulatório de 1997 passando para o regime de partilha. Há muito mais trapalhadas, cambalachos e patifarias a rechear a administração do torneiro-mecânico que, não satisfeito com todas as bandalheiras e roubos, ao deixar o Palácio do Planalto contratou onze caminhões para realizar sua mudança para São Bernardo do Campo levando obras de arte, tapeçaria, joias e outros objetos (exceto livros, por motivo óbvio) que estavam ou deveriam estar incorporados ao patrimônio da União. O governo Lula foi um “momento histórico” dos diabos.
O governo de Dilma Rousseff também prima pela incompetência, inércia, omissão, corrupção, conivência com tudo quanto é tipo de bandalheira. Foi mais um “momento histórico” a primeira mulher a presidir o país. Logo no primeiro ano de governo (sic) teve que demitir vários ministros por, digamos, “malfeitos” (termo preferido “da mandatário” para referir-se a roubalheira de seus auxiliares). Apenas Nelson Jobim, da Defesa, foi demitido por ter a língua solta e aberto seu voto para presidente em 2010 no candidato do PSDB José Serra, O Vampiro Careca, e apontado como “fraquinhas” a ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Os demais “malfeitores” foram: Alfredo Nascimento, dos Transportes, por descontrole no aumento dos valores das obras em andamento e superfaturar as licitações, foram exonerados cerca de 30 funcionários do segundo escalão, entre eles o diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot; Antônio Palocci, Casa Civil, que já havia sido demitido do ministério da Fazenda no governo Lula, por enriquecimento ilícito, aumentou seu patrimônio vinte vezes em apenas quatro anos; Luiz Sérgio, Relações Institucionais, substituído por Ideli Salvati (membro fundadora da ANABOL, Associação Nacional dos Baba Ovo do Lula) e “realocado” no inútil ministério da Pesca; Wagner Rossi, Agricultura, envolvido em esquema de corrupção e aparelhamento político no ministério, o ministro admitiu que pegou carona em jatinho de empresa beneficiada por contratos com o ministério; Pedro Novais, Turismo, a Polícia Federal prendeu 36 pessoas por suposto desvio de recursos do ministério para empresas de fachada, sua esposa utilizava um motorista da Câmara dos Deputados para fazer compras, sua governanta era paga com dinheiro público, sua cara de pau é tanta que chegou a pedir ressarcimento à Câmara dos Deputados da despesa feita em um motel de São Luís do Maranhão; Mario Negromonte, Cidades, ofereceu propina a integrantes de seu partido em troca de apoio para continuar no ministério e ficar à frente de concorrências fraudulentas do ministério; Orlando Silva, Esportes, desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo e favorecimento ao PC do B, acusado de receber propinas de ONGs interessadas em firmar convênios com o ministério, este ministro chegou a pagar R$ 8,30 numa tapioca com o Cartão Corporativo, é ser muito muquirana; Carlos Lupi, Trabalho, a CGU (Controladoria Geral da União) detectou indícios de desvio de verbas em 26 contratos com ONGs, sem trabalhar Lupi recebia salários irregulares da Câmara dos Deputados e da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e por fim o ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota que, aliás, não faz jus ao sobrenome, por causa do “contrabando” do senador boliviano Roger Pinto Molina asilado na embaixada do Brasil na Bolívia há mais de um ano. Mas este último ministro foi “exemplarmente punido” “pela presidento” que o nomeou embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas). Nenhum destes “senhores” até o presente momento sofreram qualquer punição. Alfredo Nascimento reassumiu sua vaga no deplorável Senado Federal e Carlos Lupi preside e controla o PDT com mão de ferro. Conseguiu desalojar do ministério Brizola Neto e emplacar alguém de sua patota em troca da aceitação da filiação de Carlos Araújo, ex-marido “da presidento”. A Procuradoria de Justiça Militar do Rio de Janeiro apresentou denúncia contra seis militares do Exército e nove civis pelo desvio de recursos públicos em licitações realizadas pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). O Programa Mais Médicos é uma maneira de abastecer os cofres do governo genocida dos irmãos Castro. Como está mais do que demonstrado, tal importação de médicos está eivada de irregularidades, ilegalidades e imoralidades. Mas alguém já viu comunista não agir desta forma? A Operação Porto Seguro revelou a “amiguinha” de Lula Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe do gabinete da presidência da República em São Paulo, envolvida na venda de pareceres fraudulentos de sete órgãos federais para favorecer quem se dispusesse a pagar por eles. O ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, companheiro de armas “do presidenta”, faturou dois milhões de reais, dinheiro público, por palestras que jamais foram proferidas e durante sua gestão como prefeito de Belo Horizonte empresas que “ganharam” licitações eram clientes de sua consultoria. O ministro Fernando Haddad, Educação, totalmente incompetente tornou-se mais um poste do ex-presidente Lula ao ser apadrinhado para concorrer à prefeitura de São Paulo. Dilma Rousseff, que fora ministra das Minas e Energias, foi para a televisão bravatear que a tarifa de energia elétrica seria reduzida. As concessionárias se recusaram e imediatamente “a presidento” declarou que o Tesouro Nacional, A Viúva, bancaria a diferença. Ora, quem abastece o Tesouro Nacional é o contribuinte e, portanto, no final, ele próprio bancaria a tal redução. No caso do grampo feito pelos Estados Unidos nosso governo solicitou explicações do governo norte-americano como se estivesse pedindo desculpas pelo atrevimento. O governo da primeira mulher na presidência do Brasil é um “momento histórico” que só oferece motivos para nos irritar, envergonhar e repudiar.
Após esta pequena resenha dos “momentos históricos” na República brasileira vamos comentar o que vem ocorrendo durante e após as manifestações. O “momento histórico” das manifestações ainda estava em plena efervescência quando o presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PT-RN) decidiu levar parentes e aderentes para assistir a final entre Brasil e Espanha no Maracanã num avião da Força Aérea Brasileira. O ministro da Previdência Social Garibaldi Alves também se utilizou deste meio de transporte gratuito para assistir o mesmo evento no Rio de Janeiro e ainda declarou que não se encontrava arrependido de tê-lo utilizado e ainda reclamou pelo “puxão de orelha” que a Comissão de Ética da presidência da República lhe aplicou por causa da sua idade. Ministro, os canalhas também envelhecem e nem por isso deixam as canalhices de lado. Como patifaria pouca é besteira o presidente de Senado Federal (ou Clube dos Mercenários) Renan Calhorda Calheiros também achou por bem ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, na cidade de Trancoso na Bahia utilizando o mesmo meio de transporte do presidente da Câmara e do ministro da Previdência Social. Diante da gritaria tanto Renan Calheiros como Henrique Eduardo Alves resolveram declarar que ressarciriam os cofres públicos, porém a lambança já estava feita. O julgamento do Mensalão encerrou a fase dos embargos declaratórios e na próxima semana é que saberemos se a Corte irá aceitar os embargos infringentes ou não. De qualquer maneira a celeuma entre legislativo e judiciário não se encerrará por ai. Quem cassará o mandato dos deputados-mensaleiros? O que prevalecerá? É uma incógnita. O deputado Natan Donadon (sem partido/RO) foi condenado a treze anos pelo STF, no entanto, seus pares na Câmara dos Deputados votaram a favor da manutenção de seu mandato. Situação tragicômica. Como um parlamentar preso em regime fechado poderá exercer seu mandato? José Genoíno já deu entrada no pedido de aposentadoria como deputado federal para garantir “sua velhice” indo ou não para o xadrez. O subchefe do Mensalão (o chefe se chama Luiz Inácio Lula Satanás da Silva) José Dirceu declara que não fugirá do país. Cumprirá sua sentença lavando e passando roupa no xilindró. Resta saber se o fará apenas com seu uniforme ou prestará este serviço aos demais detentos. D. Dilma Rousseff que não governa coisa alguma, nem mesmo sua vidinha sem graça, apavorada com as manifestações (não está preparada para a ruptura e certamente será substituída) saiu-se com a ideia de jerico de convocar uma assembleia exclusiva para tratar da reforma política. Isso num dia. No outro já havia desistido em favor da convocação de um plebiscito cujos resultados valessem para as eleições de 2014 que também não poderia prosperar pelos mais diversos motivos e, entre eles, o tempo exíguo e o pleno desconhecimento de um número maciço de eleitores sobre esta bodega de voto distrital puro, misto, com ou sem listas abertas ou fechadas, etc. Mas precisava dar uma resposta às manifestações então teve a genial ideia de por em prática o que seu antecessor já havia combinado com os irmãos Castro (os doutores cubanos já vinham frequentando aulas de português em Cuba): importar médicos de Cuba. A Medida Provisória 621/2013, conhecida como Mais Médicos, está eivada de ilegalidades e imoralidades. Os médicos cubanos, tidos e havidos pelo governo petista como solução certamente no futuro serão problemas. O Nordeste, principal reduto do Partido dos Trabalhadores, somente no “governo” Rousseff já contabiliza nove apagões e Dilma foi ministra das Minas e Energia fato que, aliás, não quer dizer coisa alguma porque ministro de Estado é cargo político e, portanto, fica dispensado seu titular de apresentar provas de competência e honestidade. Não citarei exemplos de ministros incompetentes e desonestos por dois motivos. Primeiro, a relação é muito extensa e, segundo, correria o risco de esquecer de mencionar algum. E isto seria uma injustiça para com os citados. Nestes três meses de “momentos históricos” nenhuma das reivindicações nominais foram atendidas (transporte, educação e saúde) e poderiam caso “o presidenta” lançasse mão de apenas dois instrumentos legais à sua disposição. A Medida Provisória e os Projetos de Emeda Constitucional. O que aumentou a olhos vistos foi a repressão do Estado. Os vândalos, saqueadores, incendiários, etc. precisam e devem ser reprimidos, porém o que assistimos é o despreparo policial, o abuso de poder e comportamentos agressivos e arbitrários que lembram os anos de chumbo do regime militar. Uma das razões destas manifestações é exatamente esta: causar confusão, provocar pânico e insegurança para que o Estado possa ter um pretexto de adotar leis e medidas mais repressivas contra a sociedade, exceto para aqueles que acreditam serem espontâneas as manifestações. Muitos são os bandidos e oportunistas que saqueiam, vandalizam, incendiam, etc., porém, desde do início, um grupo foi designado para proceder exatamente desta maneira como parte da estratégia planejada, coordenada e articulada pela própria esquerda. A esquerda não quer derrubar a esquerda e sim substituir seus agentes e para isso é necessário testar a sociedade provocando tensões e impondo restrições que valerão durante e após as “manifestações”. No Rio de Janeiro a polícia revistará mochilas e quem estiver de máscaras deverá removê-las e apresentar documentos. Quando cessar as manifestações nada impedirá que se reviste a mochila de quem quer que seja. Não há nenhum impedimento legal em se usar máscaras, portanto, é uma violação de direitos do cidadão. Mascarado ou não o cidadão que esteja infringindo a lei deve ser punido, incluindo a classe política que é cem por cento “mascarada”.
O Brasil está repleto de exemplos de “momentos históricos”, porém não sai do lugar. Pelo contrário, a cada “momento histórico” se consegue produzir mais repressão, miséria e sofrimento. Com estas “manifestações” não será diferente. Tanto é assim que, passados três meses, a situação da população permanece inalterada, com péssimos serviços de transportes, deplorável atendimento de saúde, má qualidade na educação, mas a corrupção, desvio, desperdício e malversação do dinheiro público vão bem, obrigado. Os políticos prosseguem serelepes com suas falcatruas e patifarias de toda ordem. O governo continua tão incompetente, incapaz, omisso, conivente e safado como antes. Os indicadores econômicos e sociais piorando a cada dia que passa e d. Dilma Rousseff só está preocupada em se reeleger para ampliar a catástrofe que a administração petista tem provocado neste país desde 2003. Mas isto não significa que o senador Aécio Neves, Marina Silva, o governador Eduardo Campos e mesmo o presidente do STF Joaquim Barbosa venham a ser alternativas. Ao fim e ao cabo todos são farinha do mesmo saco, com todo respeito ao saco e a farinha.
CELSO BOTELHO
07.09.2013