Não é incomum o ladrão reputar a outrem o seu péssimo hábito de roubar a fim de encobrir seu próprio furto. Pois assim também acontece na política. Existe uma infinidade de políticos notoriamente ladrões que apontam outros em igual condição com o objetivo de desviar a atenção de sua própria rapinagem. Também é comum o político que não está se locupletando com dinheiro público denunciar e “exigir providências imediatas e severas” para aqueles que estão enquanto cavam uma oportunidade de fazê-lo também. Nos partidos políticos a filosofia não poderia ser diferente uma vez que seus quadros são compostos com excessiva abundância de ladrões. Seria uma injustiça não dizer que nossas agremiações partidárias também dispõem de numeroso contingente de incompetentes, canalhas, patifes e velhacos, entre outros. O Partido dos Trabalhadores não fugiu à regra. Antes de ocupar o governo apontava, denunciava e exigia respeito ao dinheiro público. A ética e a moral eram bandeiras caras ao partido, isso oficialmente. A encenação foi perfeita. Em 2003 alcançou o governo. Em 2005 a máscara caiu de vez com o Mensalão. Tudo quanto os petistas diziam repudiar era prática comum em suas hostes e até com maior pujança. A cúpula do PT estava mergulhada em corrupção, fraude, desvio de recursos públicos e tantos outros crimes. A oposição (leia-se PSDB e DEM), ciosa de seu papel de força auxiliar do petismo-lulismo e de plena submissão, decidiu preservar o presidente Lula, O Grande Chefe do Mensalão. Lula foi reeleito, elegeu um poste chamado Dilma Rousseff para seu lugar deixando o governo com uma popularidade em alta. Somente no primeiro ano de mandato “da presidento” sete ministros foram defenestrados. Seis por corrupção e um por ter a língua maior do que a boca. O número não foi maior porque D. Dilma estendeu uma rede de proteção para os outros como, por exemplo, aquele que foi seu companheiro de armas que recebeu por palestras não proferidas e também ganhou “rios de dinheiro” com consultorias fajutas. Por falar nisso, essa é a “atividade” preferida de onze em cada dez políticos. Tai o Palocci que não me deixa mentir. Tem também aquele outro ministério que desviava dinheiro público para entidades de “cunho social”. Poderia citar mais, porém vamos preservar a higiene neste espaço.
A esquerda revolucionária quando assume o poder através de eleição legitima dentro de um, vá lá que seja, Estado de Direito Democrático, como foi o caso do Brasil, precisa fazer um jogo duplo e muito complexo. São duas etapas distintas. A primeira de transição e a segunda de ruptura. Tem que equilibrar-se entre a legislação vigente, sempre buscando sua supressão e alteração e o atendimento as premissas esquerdistas. Mas este equilíbrio não poderá ser eterno. Haverá um momento que exigirá a ruptura e o estabelecimento do regime do partido único e onipresente. Bem verdade que na prática o PT já desempenha a função. O PMDB não conta, pois é igual nuvem: muda de direção e forma a todo o momento. Basta observamos algumas leis paridas no governo petista (não excluindo o tucano) que saltará aos olhos movimentos claros na direção de um Estado totalitário. Caberia ao atual governo promover a fase de ruptura, porém mostrou-se incompetente e ainda sem controle efetivo da militância e de inúmeros segmentos da sociedade. O Marco Civil da Internet e a polêmica sobre a publicação de biografias não autorizadas são exemplos recentes de censura prévia, cerceamento e intimidação. Neste último caso estão engajados artistas como Caetano Veloso (autor de uma música cujo título “é proibido proibir”) e Chico Buarque (autor de diversas músicas de protesto contra o regime militar e muito perseguido pela censura castrense adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide). Para esquerdistas a censura só é ruim quando não é ele quem a aplica. Mas isto é outra história. Para que uma ruptura desta natureza obtenha sucesso a esquerda deve atuar no sentido de baixar os critérios de julgamento moral da sociedade invertendo valores, criando novos parâmetros comportamentais para provocar o caos e a confusão; trabalhar com argumentos que encubram o objetivo final de suas ações apresentando apenas o superficial e, portanto, o assimilável arregimentando simpatizantes, adeptos e entusiastas; contar com uma militância ativa, as manifestações de junho também se prestou, entre outras coisas, para a esquerda medir o grau de envolvimento, capacidade e coesão de sua militância. Ainda tem gente achando que foi tudo espontâneo e combinado nas redes sociais. Tais pessoas certamente ainda acreditam em Papai Noel, Bicho Papão e Mula Sem Cabeça. Fazer o quê?
Dilma Rousseff ficou, deveras, irritada com o TCU (Tribunal de Contas da União). Aliás, estes órgãos fiscalizadores são, para a esquerda, um pé no saco. O tribunal recomendou ao Congresso Nacional a paralização de sete obras no país onde foram detectadas “irregularidades” (um eufemismo para roubalheira). O TCU tem a função constitucional de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos federais e como determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Portanto, seja do agrado ou não “do presidenta” o TCU está cumprindo sua obrigação. Vociferou “a mandatário”: “é uma absurdo paralisar obra no Brasil”. Maior absurdo são aquelas sem serventia, não concluídas e abandonadas, mas todas religiosamente superfaturadas. Absurdo maior é o seu governo e de seu antecessor com a complacência e conivência com a prática do ilícito. Absurdo é se gastar bilhões em estádios de futebol enquanto a saúde, a educação, os transportes, a segurança pública definham. Absurdo é manter e proteger pulhas no governo. Absurdo é a economia brasileira apresentar resultados pífios. Absurdo é os mais de cinquenta mil homicídios por ano registrados no Brasil sem que esteja envolvido em uma guerra civil. Absurdo é entregar aos interesses estrangeiros o pré-sal. Absurdo é desembolsar R$ 24 bilhões anuais para manter a bolsa-eleitoreira e ainda anunciar que nos próximos anos atenderão mais pessoas. Absurdo é o projeto do trem-bala enquanto que na cidade do Rio de Janeiro existem trens em circulação que datam de 1954. Absurdo é o desperdício de dinheiro público com a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina. Absurdo é o sucateamento das Forças Armadas. Absurdo, desumano e cruel é o tratamento dispensado aos aposentados e pensionistas da Previdência Social. Absurdo são as taxas de juros. Absurdo são o salário mínimo e os altos salários nos três poderes da República. Absurdo é “um presidenta” incompetente, omisso, comprometido com interesses estranhos a nação, perdulário, permissivo e conivente com as maracutaias ter a cara de pau de pretender um segundo mandato. Absurdo e corrupto é o governo petista (sem excluir os anteriores). Uma das obras apontadas pelo TCU foi a pavimentação da BR-448, a Rodovia do Parque, na Grande Porto Alegre. “O Chefa” da nação declarou ser esta uma obra “emblemática” para o seu (des) governo e que "de qualquer jeito, essa obra vai ficar pronta". Seria bom que explicasse o que quis dizer com o “de qualquer jeito”. Bem, considerando que nossos governos são de muito “criativos” é possível que “o presidenta” tenha sucesso em prosseguir com as obras. O Congresso Nacional está sempre disposto a negociar. D. Dilma deveria saber que o presidente da República não é nenhum faraó, rei absolutista ou um ditador tipo assim Fidel Castro. Seu campo de ação está claramente definido na Constituição Federal, mas sempre pode ser expandido. É certo que dependesse da esquerda há muito a Constituição Federal já teria sido rasgada, afinal não foi Moisés quem a escreveu. Certamente D. Dilma, caso o Congresso Nacional determine a paralisação as obras, já está maquinando algum jeito de inaugurar a obra, posto que o governo seja perito em inaugurar obras antes mesmo que sejam concluídas ou que jamais serão. Para usar a mesma palavra “da presidento” a Cidade da Música no Rio de Janeiro é um exemplo “emblemático” “no que se refere” (royalties para Dilma Rousseff) a obra tipo elefante branco. No modelo de Estado que a esquerda pretende implantar no Brasil esses órgãos de controle e fiscalização deixará de existir. Somente o aparato de inteligência e repressão será útil. Como, aliás, já vem sendo ocorrendo. D. Dilma Rousseff bateu pé, fez beicinho e cancelou o convite para visitar os Estados Unidos depois que veio a público que a NSA espionava o Brasil, com ênfase para a Petrobrás. Porém, a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) também monitorou diplomatas de três países em embaixadas e em suas residências. Neste caso o governo brasileiro alegou serem operações de contra inteligência. Ora, vejam! Quanta desfaçatez! É o velho dito popular: no nosso arde e no dos outros é refresco. O ministro da Justiça (sic) José Eduardo Cardozo anunciou que criará a figura do juiz móvel para atuar nas manifestações (mais controle social) à semelhança dos juizados instalados em estádios de futebol para conter os excessos de torcidas organizadas em meio às multidões de torcedores. Por mais que se descreva o processo as pessoas são levadas a crer que não passa de teoria da conspiração, visão apocalíptica, interpretação dos fatos equivocada, etc. A esquerda já dominou todos os grandes veículos de comunicação, os sindicatos, as universidades, as entidades patronais, o movimento editorial, os botequins, os prostíbulos, etc. de forma que quando surge uma única voz para denunciá-los imediatamente esta é satanizada e tentam de todas as formas silenciá-las e leva-las ao descrédito. O único meio de comunicação ainda independente é a Internet, por enquanto. Antes de 2003 o PT arvorou-se como patrulheiro da ética e da moralidade pública e após esta data vem demonstrando de maneira irretocável o que sempre fora: um bando de comunistas, vigaristas, cafajestes e ladrões. Para alcançar o poder a esquerda se utilizou dos instrumentos democráticos contra a própria democracia aparentando intransigência quanto a lisura e probidade na administração pública enquanto corroía e degradava as instituições de dentro para fora. A bandeira da ética e moralidade abrigava gente da pior espécie, porém com aparência agradável, simpática e honesta. Muitos os defendiam alegando serem uma esquerda democrática, honesta, sincera. Como tem besta quadrada neste Brasil varonil! O PT se preparou para assumir o poder e nele permanecer, A alternância no poder jamais fora cogitada. Comunista honesto e sincero só existe na cabeça de quem tem um QI pouco acima dos retardados mentais.
CELSO BOTELHO
10.11.2013