sábado, 2 de novembro de 2013
VAI PRA CASA, PADILHA!
Em texto anterior devido ao elevado número de pessoas em “situação de extrema pobreza” (um eufemismo para a miséria) resgatadas pelo programa Brasil Sem Miséria em apenas dois anos e meio e, portando, na “administração” Dilma Rousseff conclui que com esta progressão aritmética não demorará muito para que sobre recursos e falte pobres para serem atendidos. Sendo assim, não será surpresa que o generoso governo petista conceba e ponha em prática o programa Mais Pobres. Pessoas que seriam recrutadas em países da África e Ásia sem muita dificuldade. Tenho certeza de que, ao contrário dos 48 médicos estrangeiros reprovados no exame do Revalida, todos obteriam nota máxima com louvor. Mas o ministro da Saúde Alexandre Padilha entende que estes reprovados podem exercer a profissão em solo tupiniquim sem maiores problemas, posto que se destine a “atenção básica”. Ora, se é somente para se dar atenção não vejo a necessidade de uma formação médica. Poderiam ser recrutados boticários, curandeiros e parteiras a um custo bem inferior. Disse o mentecapto filosoficamente: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Os médicos do Mais Médicos estão aqui para cuidar da atenção básica. O Revalida é para quem quer operar, quem quer fazer procedimentos de alta complexidade.” Em se tratando de vidas humanas, sua besta quadrada (com todo respeito as bestas quadrúpedes, animais extremamente úteis), não há nada que não seja de alta complexidade e, caso o profissional não esteja qualificado, as consequências de uma má avaliação e diagnóstico certamente acarretará em prejuízos irreversíveis e até levando ao óbito. O ministro, no entanto, desempenha o seu papel de lambe botas em acatar, encampar e defender qualquer ideia, estratégia ou conspiração da esquerda por mais estapafúrdia que seja e mesmo que lhe escape o entendimento. É apenas uma peça perfeitamente substituível do esquema esquerdista. Não satisfeito o indigitado ministro foi além: "Eu me consultaria sem nenhum problema". Consultar-se com um médio reprovado no Revalida qualquer um pode o que não deve fazer é confiar em seu diagnóstico e muito menos ingerir qualquer medicamento por ele prescrito.
Ou o exame do Revalida é muito severo e só aprovaria médicos do calibre de um Louis Pasteur (1822-1895), Carlos Chagas (1878-1934), Osvaldo Cruz (1872-1917), Albert Sabin (1906-1993) ou os médicos estrangeiros foram feitos nas coxas, se tanto. A segunda alternativa é sem dúvida a resposta correta. Mais de 1.400 médicos formados no exterior não passaram para a segunda fase do exame do Revalida isto prova o quanto são desqualificados para exercer a medicina seja no Brasil, em Serra Leoa ou Madagascar. O tal ministro declarou que em suas viagens a população se diz muito satisfeita com o programa. Bem se vê que o ministro não viaja regularmente e muito menos tem contato com qualquer população, exceto aquela de seu circulo imediato de convivência, ou seja, que não se utilizam do “quase perfeito” Sistema Único de Saúde (SUS), segundo avaliação do ex-presidente Luiz Inácio Lula Satanás da Silva. Para o ministro da Saúde não há problemas em médicos reprovados no Revalida atenderem a população carente das cidades do interior ou nas periferias das grandes e médias cidades porque este tipo de cidadão, na sua concepção, são cidadãos de segunda ou terceira classe e, portanto, qualquer atendimento é melhor do que nenhum, mesmo que este seja prestado por médicos inaptos e provoque danos irreparáveis as pessoas.
Os governos de esquerda, em qualquer lugar do planeta, atuam sempre em direções opostas para tirarem proveito de qualquer situação. No caso da saúde não é diferente. Na hipótese do Mais Médicos venha a revelar-se uma melhoria no atendimento básico colherão os louros. Mas caso fique patente sua ineficácia então a culpa recairá sobre um bode expiatório qualquer como prefeitos, secretários de saúde e até mesmo sobre o próprio ministro que será levado à crucificação pela própria esquerda para eximir-se de qualquer responsabilidade como um todo. Isso já aconteceu no caso do Mensalão quando os próprios petistas apontavam e repudiavam os companheiros que agiram de acordo com a estratégia petista em arrecadar fundos para comprar partidos políticos e parlamentares para garantir a aprovação de matérias do interesse do Palácio do Planalto e manter uma base de sustentação ao governo Lula. O próprio José Dirceu, ainda chefe da Casa Civil, declarou assim que o escândalo veio à público que não fazia nada sem o conhecimento e anuência do presidente da República. Essa história de “cortar na própria carne” é a justificativa petista para descartar e entregar ao carrasco seus membros pegos ao desincumbirem-se de suas missões. A tática é sempre a mesma. Trilham por diversos caminhos avaliando suas possibilidades e, uma vez identificadas, as reforçam ou abandonam dependendo dos resultados que possam oferecer. Até mesmo quando atuam no sentido de derrubar ou minar questões que lhes são caras estão trabalhando para favorecê-los mais adiante em questões muito mais sérias e abrangentes. Sempre funcionou desta maneira.
Alexandre Padilha foi questionado pelo Conselho de Medicina do estado do Pará em se apresentar como infectologista. O ministro exibiu um diploma de conclusão de residência médica na USP (a fábrica de comunistas) de 2001 tendo obtido o certificado de especialista em infectologia reconhecido pelo Conselho Nacional de Residência Médica (CNRM). No entanto, no Registro de Qualificação de Especialistas (RQE) consta apenas seu registro como clínico geral, segundo os registros do CRM-Pará. Alguém está mentindo. Porém, aonde há fumaça há fogo. São muitos os mistérios que envolvem o documento. Bem, a “sua chefa e presidenta” também enfeitou seu currículo com um doutorado em economia imaginário. Como ministro de Estado é cargo político tanto faz a formação acadêmica do dito cujo e mesmo se possui alguma. O ex-presidente Lula, proprietário do Partido dos Trabalhadores, decidiu permanecer no ramo de fabricação de postes depois do sucesso em eleger Dilma Rousseff para a presidência da República e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo. Entende que poderá repetir a dose para o governo de São Paulo com Alexandre Padilha. O ministro da Saúde reúne todas as qualidades para o cargo, inclusive nenhuma. Portanto, como Rousseff e Haddad, não é impossível que mais um poste consiga se eleger tendo como cabo eleitoral o ex-presidente Lula. Contudo será um trabalho árduo lograr êxito em invadir e apoderar-se daquele feudo tucano. Mas, como se sabe, o PSDB é a direita da esquerda e, portanto, não oferecerá uma resistência consistente. Relembrando o bordão de um personagem de Jô Soares nos anos 1980 “vai pra casa Padilha!”
CELSO BOTELHO
02.11.2013