terça-feira, 17 de dezembro de 2013

CONSTRUIR MUQUIFOS NÃO É RENTÁVEL

Cena comum nos hospitais públicos de todo o país.

Hospital Santo Antonio do Descoberto na divisa de Goiás com o Distrito Federal está pronto há oito anos, custou R$ 5 milhões e está abandonado

Em plena campanha para a reeleição “o presidenta” Dilma Rousseff inaugurou pela metade o Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo. Presentes no local o rádio; a televisão; alguns jornais; o ex-presidente Lula, o Chefe da Famiglia; o prefeito Luiz Marinho, soldado da famiglia; o ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato a poste do ex-presidente Lula para o governo de São Paulo no próximo ano tal como foi Dilma e Fernando Haddad, A Toupeira da famiglia. Também presentes no evento militantes, simpatizantes, cúmplices, baba ovos e outras tralhas. No discurso Dilma resolveu citar o múltiplo doutor honoris causa Lulatósteles, afinal sua candidatura à reeleição depende única e exclusivamente dele e uma babada de ovo pode ser útil. Disse o arremedo de presidente da República que "o presidente Lula dizia que não tinha sido eleito para construir muquifos, eu também não fui. Tanto na área da saúde quanto no Minha Casa, Minha Vida", afirmou. Então os antecessores destes dois diabinhos foram? Que deselegância d. Dilma! Ah, se todo o mal que esta gente causasse fosse apenas construir muquifos o país estaria bem melhor. “No que se refere” (royalties para Dilma Rousseff) ao programa Minha Casa, Minha Vida a concepção dos espaços internos das moradias não traz qualquer avanço com relação aos programas e politicas habitacionais anteriores. Aliás, a moradia no Brasil sempre foi tratada como um produto como outro qualquer e o morador como um consumidor passivo e suas opções estão restritas a alternativas concebidas por outrem e, portanto, solapa o direito de escolha, decisão e liberdade do cidadão, um dos pressupostos do exercício da cidadania. São inúmeros os itens de deixam de ser observados ou o são de maneira precária (acessibilidade, compartimentação, iluminação, ventilação, funcionalidade, impermeabilidade, desníveis, contenções, privacidade, segurança, etc.). O programa está longe de integrar os pobres à vida da cidade. Pelo contrário, os segregam. Na verdade estão substituindo o direito à moradia pelo simples acesso a uma unidade habitacional definida a partir dos padrões do início do século XX. Está óbvio que Estado brasileiro está alimentando o setor imobiliário, posto que sejam as construtoras que decidem o terreno e o projeto, financiam campanhas eleitorais e mantêm relações indecentes com o governo. A lógica de funcionamento do programa Minha Casa, Minha Vida repete a do extinto BNH (Banco Nacional de Habitação), quer seja, aumentar o consumo de moradias sem atender outras necessidades. .As unidades habitacionais do programa, além de verdadeiros muquifos, são construídas com materiais ordinários.



O hospital que “o presidenta” inaugurou pela metade e com quase dois anos de atraso certamente não é um muquifo, pelo contrário, uma obra arquitetônica arrojada, muito bonito. Tomara que não se transforme num caríssimo elefante branco. O que não é bonito é a história que cerca este hospital. O convênio para a construção do hospital foi assinado em 2009, primeiro ano da gestão de Luiz Marinho na prefeitura de São Bernardo. As liberações de recursos para a obra tiveram início em 2010 e se encerraram em abril do ano passado, mesmo com o atraso no cronograma. O ministério da Saúde alega que no ano passado a prefeitura pediu a prorrogação do prazo da obra porque havia necessidade de importação de materiais utilizados pela construtora responsável. Que “materiais” seriam estes? Tudo indica que os materiais para construir um hospital, um presídio, um estádio de futebol (arena) ou um prostíbulo estão disponíveis no mercado. No total o hospital custará R$ 126 milhões (construção e aquisição de equipamentos) e mais cerca de R$ 60 milhões anualmente para funcionar. Dos 293 leitos apenas 70 estarão disponibilizados e, segundo o governo, somente em 2015 estará funcionando plenamente. Além dos recursos federais o hospital recebeu R$ 30 milhões do governo estadual com a promessa de juntar a estes mais R$ 10 milhões em equipamentos. A prefeitura de São Bernardo informou que desembolsou R$ 52 milhões para a obra, mais R$ 8,6 em equipamentos nesta primeira fase e prometendo mais R$ 13,3 milhões em equipamentos para a segunda fase. Pelo volume dos recursos o hospital parece atender à população no que se convencionou chamar de “padrão FIFA” e, simultaneamente, atender as construtoras e fornecedores “amigos”. Mas nem tudo é o que aparenta. O Ministério Público abriu inquérito para apurar suspeitas irregularidades na construção do Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo que recebeu o nome de José de Alencar, vice presidente do governo Lula. Nada anormal. O de sempre. Superfaturamento, tráfico de influência, apadrinhamento dos cargos destinados para o centro hospitalar. Orçado inicialmente em R$ 124,8 milhões ultrapassou R$ 151,3 milhões isso em três anos de vigência do acordo com a empresa Tratenge Engenharia, vencedora da licitação em 2010. Esta empresa doara R$ 50 mil para a campanha de reeleição do atual prefeito da cidade Luiz Marinho do PT, mas em 2008 na primeira eleição do dito cujo não havia contrato com a empresa e, portanto, não houve nenhuma doação. O MP também investigará os atrasos da obra que deveria estar pronta em março de 2012. A administração Luiz Marinho emplaca o quinto inquérito aberto pelo Ministério Público, a saber: construção do Museu do Trabalhador, compra de salsichas para a rede de ensino, nepotismo e manutenção de consultoria privada do secretário de Saúde. O hospital pode não ser um muquifo, mas com certeza fez rir muita gente em função do aumento em seu saldo bancário. Pelo menos “o presidenta” admitiu que “todos nós aqui somos da escola do presidente Lula”. Não é preciso muito esforço para saber que diabo de escola é essa. A escola da corrupção, desvio, desperdício e malversação dos dinheiros públicos; dos mensaleiros, dos aloprados, dos criminosos, da incompetência, do engodo, do descaso, da omissão, da patifaria, etc. Lula e Dilma realmente não foram eleitos para fazerem muquifos, mesmo porque construir muquifos não atende aos interesses políticos, eleitorais, econômicos. Enfim, não favorece as bandalheiras que governos e empresários estão acostumados a fazer. Foram eleitos para aparelhar as instituições, denegri-las, esvaziarem-na, corrompê-las; inverter valores éticos e morais, impor mais controle social, provocar o caos na sociedade, confundir a sociedade, destruir a família, fomentar a corrupção, arruinar a economia, desmantelar o Estado brasileiro e implantar o regime comunista de partido único e onipresente.



CELSO BOTELHO

17.12.2013