
Em sua cruzada por maiores espaços na mídia (talvez esteja disputando com Tarso Genro, O trapalhão; Celso Amorim e Reinhold Stephanes envolvidos numa briga de lavadeiras (com todo respeito à classe); Gilmar Mendes, O Libertador; Marco Aurélio Garcia, Aqui Ó; Paulo Vanucchi, O Caçador de Fantasmas e muitas outras cabeças coroadas da República) resolveu enguiçar com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e não abre mão da exigência que se construa um novo tipo de depósito para o lixo nuclear da usina Angra 3 que deverá iniciar sua construção no próximo mês de setembro. É o que o abnegado ministro chama de “solução definitiva.” Tal solução ainda é uma tremenda dor de cabeça para todos os países que possuem instalações desta matriz energética. Mas podemos torcer para que apareça algum cientista louco tupiniquim com a tal “solução definitiva.” Porém, para não ser acusado de matar a cobra e não mostrar o pau sugiro que todo resíduo nuclear seja despejado na piscina do quintal da casa do ministro. Fui contra o acordo do Brasil e Alemanha no governo Geisel para a construção de Angra 1. Considerei (muitos outros também) uma operação lesa-pátria. Compramos uma maravilhosa bugiganga obsoleta. Angra passou um bom tempo sendo chamada de “chaleira”, pois, só fervia água. Ainda hoje sou contra este tipo de matriz energética principalmente quando se levam em conta as inúmeras outras fontes disponíveis limpas e seguras. Um acidente naquela aprazível parte do litoral do Estado do Rio de Janeiro seria catastrófico, um tsunami nuclear. Estas usinas, no nosso caso, são perfeitamente dispensáveis. O dinheiro ali gasto poderia, perfeitamente, ir para investimentos no setor elétrico. Eletricidade, todos sabem, é corrente contínua e, sendo assim, se não for utilizada se perde e nós perdemos muito com a falta de uma rede de transmissão moderna, eficiente e que alcance maiores distâncias. No entanto, investimentos como esse não são lucrativos nem para empresários privados nem para o poder público se é que entendem esta sutileza.
O bom-senso, a competência, a lisura, o espírito público, a coerência, etc. na administração pública é algo que rareia a cada governo que se sucede. Estou inclinado a dizer que este governo esta exagerando na dose despudoradamente.Talvez fosse mais útil trabalhar-se em favor de outras fontes em vez de ficar de precepadas.
CELSO BOTELHO
13.08.2008