Estou, deveras, um tanto preocupado com o sumiço nos noticiários que divulgam as lambanças de alguns integrantes da administração pública federal. Não que assim preferia, mas fico a imaginar o que estão tramando
Outro que está desaparecido é o ministro das Minas e Energias Edson Lobão, perito em ligar e desligar interruptores, e ai finda seus conhecimentos técnicos sobre a pasta que ocupa. A ausência do ministro do Meio-Ambiente (porque diabos é Meio? Não poderia ser o Ambiente Inteiro?) Carlos Minc “Mouse” que tantos momentos de irritação e risadas me causaram tanto no falar como na maneira de atuar. Não falarei dos coletes psicodélicos que usa, pois, afinal, mau gosto não se discute. Outra figura que ocupa minha preocupação quanto sua atuação discreta é o ministro da Defesa Nelson Jobim (êta figuraça!) com seu inquestionável desconhecimento sobre qualquer coisa relativa à Defesa, a não ser dos seus próprios interesses ou daqueles que lhe convém ou a seu Chefe. Chego a ficar “encantado” com tanta ignorância. Penso até na possibilidade de sugerir à criação do ministério do Ataque, pois, como se sabe, pelos menos em futebol, a melhor defesa é o ataque. Assim, num hipotético trelêlê com alguma outra nação (toc, toc, toc na madeira porque com as Forças Armadas que dispomos não quero nem pensar na humilhação), não seriamos derrotados logo na primeira batalha ou, melhor dizendo, na primeira refrega.
Outro membro do distinto governo, que nos assola desde 2003, é o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias (parece nome de vilão de filme épico romano). Ministério endinheirado. No ano passado teve um orçamento perto dos R$ 30 bilhões e os dois tópicos de sua garbosa e populista nomenclatura andam tal qual caranguejos, isto é, para trás. Entretanto, cumprem o exato papel que justificou sua criação: alavancar as ações paternalistas do governo com benesses e propaganda do que conceber algum projeto de fato exeqüível. O combate à fome que se propôs sequer foi travada uma batalha tal a inoperância, descaso e inércia do mecanismo criado cujo único objetivo é de atender interesses político-eleitoreiros.
Entre tantas as bestialidades produzidas na administração petista temos a Secretaria Especial de Agricultura e Pesca em cuja cadeira assenta-se o senhor Altemir Gregolin e, ao mesmo tempo, um ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento entregue a Reinhold Stephanes (é assim que se escreve?). O primeiro teve a vida atormentada (mas só isso) pelo uso abusivo do cartão corporativo o que, por sinal, não se constitui qualquer novidade. O segundo foi presidente do INPS, atual INSS, durante o mimoso governo do general Geisel (1974-1979). Em 1992, no governo Collor (1990-1992), ministro do Trabalho e Previdência Social. Em 1995, governo FHC (1995-2002), ocupou o ministério da Previdência e Assistência Social ali permanecendo até 1998. Porque esta pincelada de sua biografia? Para indagar o que este cidadão está fazendo neste ministério e mais especificamente neste governo? Depois do episódio semelhante à briga de lavadeiras (com todo respeito à classe) com o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim por conta da Rodada de Doha (Dhoa a quem Dhoer) no ano passado por onde, segundo Stephanes, este estaria passeando sua aparição escasseou.
Para finalizar o ministro dos Esportes Orlando Silva (não o Cantor das Multidões, falecido em 1978) esclarecendo, de antemão, que os ministros e secretários que não foram aqui mencionados não se sintam desprestigiados por mim na avaliação de suas lambanças ou no tocante perceber suas ausências dos noticiários. Este artigo já se mostra extenso e incluir todos acabaria por torná-lo enfadonho (se já não o é). O dito cujo supracitado foi denunciado no início do ano passado por má utilização dos recursos do ministério no Programa Segundo Tempo (o presidente Lula já engendrou algo parecido, Programa Terceiro Mandato) e a marreca envolvida ultrapassou os R$ 1,5 milhões. Na mesma ocasião hospedou-se no Plaza Copacabana Hotel com a mulher, filha e babá (talvez cachorro, gato e papagaio também) por conta do cartão corporativo que também foi utilizado numa tapiocaria fato, aliás, que foi defendido pelo ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União, que afirmou que “o caso não seria notório se fosse um cheeseburger.” Isto sim é preconceito sobre a tapioca! Tão inocente e brasileira.
O ostracismo dessa gente assusta, apavora e aterroriza. Cadê vocês?
CELSO BOTELHO
05.04.2009