Não é a primeira vez e, com toda a certeza deste mundo e do próximo, não será a última vez que os doutos ministros do Supremo Tribunal Federal baterão boca, trocarão ofensas e se xingarão o que, aliás, pode ser muito apropriado entre lavadeiras disputando água num bicão público, pois, a roupa lavada é a garantia de sobrevivência. Devo esclarecer que as lavadeiras devoto respeito e admiração, porém, aos ministros não. Seria lamentável se o fato ocorresse a portas fechadas como, por sinal, é corriqueiro acontecer. No entanto, registrado pela televisão para todo país é gravíssimo. Ficamos com a imprensão de estarmos assistindo o Big Brother durante a madrugada ou naqueles pacotes que vendem onde a baixaria extrapola todos os limites do imaginável e faria o próprio diabo corar.
Qualquer bordel dos anos 40 na zona portuária do Rio de Janeiro primava pela ordem e disciplina, posto que sem isso, não haveria meio de mantê-los
Nós, cidadãos-contribuintes, devemos repudiar veementemente o comportamento de ambos os magistrados. Fala-se muito em decoro e nos afrontam descredenciando, uma vez mais, a Instituição como depositária da ordem constitucional. Minimizar um fato deste porte é compactuar com a anarquia e até desejá-la para fins inconfessáveis. Respeito, meus caros, não se encontra à venda no supermercado, conquista-se e, definitivamente, com integrantes deste calibre dispersos pelos três poderes da República isso não seria possível nem daqui a dez séculos ou mais. A estapafúrdia querela revelou para todo o país, segundo o ministro Joaquim Barbosa, o esporte preferido do presidente do STF
O STF não é uma lavanderia e, portanto, as roupas sujas que precisam ser lavadas entre seus membros devem acontecer fora de seu recinto. Ai sim, vale tudo: palavrão, tapa na cara, rabo de arraia, dedo no olho porque, neste caso, são cidadãos comuns. Maus, mas comuns.
CELSO BOTELHO
23.04.2009