segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O DITADOR OBIANG E "O PRESIDENTA".




Mansão presidencial de Teodoro Obiang em Mongomo



Casas da população na Ilha de Bioko na Guiné Equatorial


“O presidenta” Dilma Rousseff viajará em visita oficial a Guiné Equatorial governada desde 1979 pelo ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, fiel praticante das mais diversas violações de direitos humanos, desde perseguição aos seus opositores até a execução sumária, sem deixar de fora a tortura que é o mimo de todos os ditadores. “A presidento” participará da 3ª Cúpula da ASA (países da América do Sul e África). Segundo a subsecretária-geral política do Ministério das Relações Exteriores a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, a visita da ex-terrorista de meia pataca, pseudo-doutoranda e poste sem luz tem por objetivo consolidar os laços econômicos entre os dois países, notadamente nas áreas de infraestrutura, energia e transporte. Mesmo porque é do conhecimento público que o Brasil é um país que prima por contar com uma infraestrutura inigualável, uma oferta de energia muito além das demandas e uma malha rodoviária e ferroviária que atendem com muito conforto seus cidadãos do Oiapoque ao Chuí. Apesar de todas as acusações de violação de direitos humanos que pesam sobre o governo de Teodoro Obiang a tal embaixadora atribuiu “a presidento” a seguinte afirmação: “quando se trata de direitos humanos todos podem melhorar, inclusive nós". Bem, caso este “nós” a inclua, seu antecessor e toda cambada petista e associados, cúmplices, simpatizantes e outros parasitas a frase está correta. Porém, no caso do “nós” estar se referindo a todos os brasileiros alto lá. Devagar com o andor que o santo é de barro. Assim como eu milhões de brasileiros não votaram nesta senhora e mesmo aqueles que votaram não devem ser avaliados tendo-a como parâmetro. Seu passado como militante em organização clandestina de tendência stalinista e com vários crimes a ela atribuídos fala por si só quando se trata de direitos humanos. Ou existe algum incauto que ainda acredita que aquelas organizações lutavam para o restabelecimento da democracia? Todas simplesmente tinham como objetivo a troca da ditadura militar pela ditadura comunista. Como também duvido existir um só brasileiro que não saiba que tais organizações violaram os direitos humanos com "justiciamentos", torturas, cárceres privados, execuções sumárias, etc. Portanto, d. Dilma fale somente por si e por seus asseclas quando disser que precisamos melhorar no respeito aos direitos humanos. E ademais o Brasil é sistematicamente acusado por organizações internacionais de violar os direitos humanos. São trabalhadores em situação análoga à escravidão, prostituição e trabalho infantil, o despreparo e descaso com a segurança pública que ceifa mais vidas que em outros locais do planeta onde existe uma guerra declarada, o abandono da saúde pública onde as pessoas estão morrendo à procura de um hospital onde possam ser atendidos, as rodovias são verdadeiras arapucas que matam e ferem aos milhares, um salário-mínimo irrisório que funciona como instrumento de dominação e violação de direitos humanos negando ao trabalhador e sua família condições mínimas de uma vida digna. A lista de violações dos direitos humanos é extensa e abarca todos os governos brasileiros desde a invasão portuguesa em 1500. Então não me venha com este “nós”. Entre “nós” ergue-se uma barreira moral intransponível.A defesa dos direitos humanos para a esquerda não passa de mais uma bandeira para alcançar o poder e depois destruí-los.


O ditador Teodoro Obiang e o candidato a ditador Luiz Inácio


De acordo ainda com a embaixadora não é constrangedor para “o presidenta” ter como anfitrião um ditador, posto que a reunião não seja um foro para discutir direitos humanos (num foro sobre respeito aos direitos humanos com um mínimo de seriedade certamente estes dois “chefes de Estado” jamais estariam presentes). Mas é claro que não é constrangedor. O único direito humano que estes psicopatas conhecem é o deles. Sentar-se à mesa de um facínora equivale a um orgasmo para qualquer esquerdista. Existe algum esquerdista que não fique deslumbrado com a possibilidade de exercer o poder como ditador? Não. Mas isto não quer dizer que a turma da direita não tenha o mesmo sonho e também tente realizá-lo, algumas vezes são bem sucedidos. O ex-presidente Lula chegava a babar de inveja quando tinha ao seu pé um ditador, aliás, este trambolho se diz de esquerda, mas, de fato, sequer sabe do que se trata. Por falar nisso em 2010 quando visitou a Guiné Equatorial seu ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, O Trapalhão, afirmou que “negócios são negócios” e que as acusações sobre violações dos direitos humanos atribuídas ao ditador daquele país eram “pregações moralistas”. O atual ministro da Defesa Faz de Conta (os militares já declararam não reconhecer sua legitimidade e autoridade, e estão corretos), a exemplo de Armadinejad, presidente do Irã, certamente também deve considerar o Holocausto dos judeus uma grande farsa. Em se tratando de Celso Amorim também se pode esperar qualquer bobagem ou idiotice, tanto faz.

 Francisco Macías Nguema, o ditador derrubado pelo sobrinho também ditador Teodoro Obiang e executado em 1979


A Guiné Equatorial conquistou sua independência em 1968 e durante os dez anos seguintes foi governada por Francisco Macías Nguema que assassinou milhares de opositores. Durante sua “presidência” o país recebeu a triste alcunha de Auschwitz africano. A ferocidade do ditador fez com que um terço da população se exilasse em países vizinhos. Até sua esposa fugiu do país. Seu hiperego tornou obrigatório aos cidadãos chamá-lo de “Milagre Único da Guiné Equatorial”. O ex-presidente Lula adoraria obrigar-nos ao mesmo tratamento possuidor que é de um ego colossal. Francisco Nguema foi deposto e fuzilado em 1979 depois de um golpe de estado liderado por seu sobrinho Teodoro Obiang acusado de, pasmem, genocídio. Para a matilha esquerdista o genocídio anterior ao seu é sempre ruim e sempre pode ser melhorado. É um crime comum aos ditadores, tanto faz se destas terras ou alhures. Desde então Teodoro está no poder. O regime deste rebotalho humano é um dos mais corruptos, etnocêntricos, opressivos e não democráticos do mundo. Dos cem assentos no parlamento apenas um não é ocupado pelo partido de Obiang, o PDGE (Partido Democrático da Guiné Equatorial), posto que 90% da oposição esteja exilada ou morta. Imaginem se o partido não fosse democrático? Lula também exultaria de felicidade com esta proporcionalidade, mesmo considerando que não teve que lançar mão de uma ditadura ou derramar sangue para destruir e cooptar a oposição brasileira, pelo menos oficialmente. Outra demonstração de culto à personalidade está no fato de ser comum o uso de roupas com seu rosto estampado entre a população. Nosso Exu de Garanhuns ficaria saltitante de alegria caso pudesse lançar esta “moda” no Brasil, mas teria um grande dilema: com barba ou sem barba? Com Rose ou sem Rose? Obiang é apontado pela revista Forbes como um dois oito governantes mais ricos do mundo. Em 2003 o ditador anunciou que doravante controlaria pessoalmente o Tesouro Nacional para evitar que funcionários públicos ficassem tentados à corrupção e, sendo assim, depositou mais de meio bilhão de dólares em contas controladas por ele mesmo no Banco Riggs, em Washington (EUA). Outra prerrogativa que os presidentes brasileiros gostariam muito de ter, pelo menos “legalmente”, posto que driblar os mecanismos de controle e repressão aos crimes financeiros não exigem muitas habilidades contábeis, basta as conexões certas.


Uma cena revoltante e comum no Brasil, apesar da
 falácia do PT & Associados afirmarem o contrário

Desde o fim do século passado a Guiné Equatorial vem exportando petróleo, o que faz a renda per capita subir, porém a riqueza está concentrada nas mãos de uma minoria, normalmente do clã do governo e em empresas multinacionais. Tal e qual no Brasil. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, em sua metodologia é considerada a expectativa de vida, educação, renda e padrão de vida) da Guiné Equatorial publicado em 2011 pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) ficou em 136º entre os 187 países com 0,537. Neste mesmo ano o Brasil ficou em 84º com 0,718 ficando abaixo do Equador (83º - 0,720), Peru (80º - 0,725), Venezuela (73º - 0,735), Uruguai (48º - 0,783), Argentina (45º - 0,797), Chile (44º - 0,805). E “a presidento” alardeia que o tal Brasil Carinhoso que distribui a merreca de R$ 70,00 tirou 9,1 milhões de pessoas da extrema pobreza. É ou não é muita cara de pau? O Brasil conseguiu ficar até abaixo da República de Palau (uma ilha no Pacifico com 459 km2 e uma população de pouco mais de vinte mil habitantes, 49º lugar com 0,782); Trinidad e Tobago em 62º com 0,760; Granada em 67º com 0,748; Albânia em 70º com 0,739; São Cristovão e Nevis (Estado soberano do Caribe constituído por duas ilhas e é o menor Estado soberano das Américas tanto em território como em população) em 72º com 0,735. Cadê a tão aclamada distribuição de renda que o governo petista diz haver promovido? D. Dilma disse, com toda demagogia possível, que a grandeza de uma nação não se mede pelo PIB (Produto Interno Bruto), mas o que se faz pelas suas crianças e adolescentes. Bem, em ambos os casos estamos indo do desastre para a catástrofe. A mortalidade infantil continua elevada. São de 23,6 mortes/por mil nascimentos. Até em países com um IDH menor que o Brasil o número é bem menor como, por exemplo, a Tailândia com 10,6 mortes/por mil nascimentos (IDH 0,682 em 103º). São 16 milhões de analfabetos e praticamente 70% da população economicamente ativa de analfabetos funcionais. A Educação brasileira está na vanguarda na formação de analfabetos funcionais ou menos do que isso. Mais de quinhentas mil crianças e adolescentes são vítimas do turismo sexual. A cada cinco segundos, isto mesmo, uma criança é espancada. Quase vinte homicídios são cometidos por dia contra crianças e adolescentes. Mais de 6% das crianças entre 10 e 14 anos, cerca de um milhão e duzentos mil, trabalham e quase a metade delas sem receber qualquer tipo de remuneração. Mas “Sua Excelência” está a fazer muito pelas crianças e adolescentes, a começar por ignorá-los. E esforçou-se nestes últimos dois anos para que o país apresentasse um PIB pífio.


Teodorin Obiang, rebento de Teodoro Obiang, no carnaval deste ano em Salvador, Bahia


O Palácio do Planalto e o Itamaraty negaram ter conhecimento do mandato de prisão da Justiça francesa contra Teodoro Nguema Obiang Mangue, também conhecido por Teodorin e Boss, rebento do ditador em exercício e também seu “vice-presidente”, ministro da Segurança e Defesa, deputado, capitão do exército e mais não sei o quê. Uma das vantagens de ser ditador ou filho deste é que se pode ocupar várias funções simultaneamente, mesmo sendo incompetente ou até retardado. Teodorin é acusado de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos estrangeiros. O “distinto” jovem e folião se encontrava em Salvador, Bahia, tentando ver o que a baiana tem quando a Justiça francesa expediu o documento. O mandado foi expedido porque o “rapaz” deixou de comparecer a uma audiência em Paris no dia 13 deste mês. Mas é muita incompreensão dos franceses porque, neste mesmo dia, o “ilustre” visitante promoveu uma festa em Busca Vida, região nobre do Litoral Norte baiano, localizado no município de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS) e quem animou os seus convidados foi o cantor Zeca Pagodinho. No dia anterior (12), em uma das três mansões alugadas pelo pimpolho do ditador da Guiné Equatorial, quem animou foi o cantor e compositor Diogo Nogueira. Teodorin esteve ao lado do recém-empossado prefeito de Salvador ACM Neto, O Malvadezinha, e também do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA). O rapaz também se permitiu desfilar no bloco afro Ilê Aiyê, que este ano saiu com o tema “Guiné Equatorial — Da herança pré-colonial à geração atual”, que lindo! Não se pode considerar isto uma homenagem e sim uma afronta ao povo daquele país. Teodorin introduziu o primeiro carro da marca Royce Rolls em seu país, o primeiro e provavelmente o único. Durante sua estada na velha e boa cidade de Salvador seu Boeing 767 ficou estacionado no aeroporto. Reuniu sua comitiva e escafedeu-se.


Encontro de Obiang e Dilma é tão útil e importante para o Brasil quanto um barco seria no deserto do Saara


Conclui-se, portanto, que a viagem “do presidenta” à Guiné Equatorial é tão útil e importante para o Brasil quanto um barco seria no deserto do Saara. Nosso país pode sobreviver perfeitamente sem a Guiné Equatorial, jamais fará qualquer diferença mantermos ou não negócios com este país da África Ocidental. Não se trata apenas de "negócios" como proclamou Celso Amorim, O Trapalhão, ou como deu a entender esta tal de Edileuza. Existem interesses maiores nestas aproximações do Itamaraty com países comandados por ditadores e, dentre eles, não existe um único que acene para o atendimento das necessidades da população. O Brasil não precisa radicalizar e somente fazer negócios com os países democratas, seria uma estupidez. Porém, o Itamaraty e o Pálacio do Planalto não devem minimizar os crimes cometidos pelos ditadores amigos e cúmplices do Partido dos Trabalhadores & Corriola. O que se pode ler nas entrelinhas é o alinhamento do governo brasileiro com governos ditatoriais como parte de uma ampla estratégia para o controle total de países e suas populações cada vez mais indefesas e vulneráveis.  Tal estratégia, porém, não é invenção ou privilégio das esquerdas revolucionárias. O capitalismo e o socialismo Fabiano também a utilizam com outros instrumentos visando o mesmo objetivo. A disputa entre as classes dominantes nos vários tempos e espaços históricos não possuem outra motivação senão a de controlar imensos contingentes de pessoas e territórios para acumular e concentrar as riquezas que possam produzir. Há muito que fazer em terras tupiniquins e d. Dilma já queimou metade do seu mandato e ainda não disse a que veio. Ou melhor, está dizendo exatamente para o que não veio, quer seja, governar o país pelo menos razoavelmente bem de vez em quando.


Raio X "da presidento"

CELSO BOTELHO

18.02.2013