Não consegui penetrar, como gostaria, na afirmação do presidente, a respeito da votação da CSS (Contribuição Sobre a Saúde) no Senado Federal, de que “as Instituições no Brasil funcionam exageradamente bem.” Listei uma série de opções para esmiuçar o sentido exato e, confesso, fiquei relutante entre subservientes, fisiologistas, corporativistas ou mercenárias. Votação na qual os senadores “votarão com suas consciências.” Consciência de político é igual nuvem. Muda de forma toda hora.
Segundo o presidente Lula, O Ignorante, o ministro “Manguabeira” Unger foi professor de Barack Obama em Harvard. Torço para que, sinceramente, não tenha assimilado os ensinamentos transmitidos por tão notório vira-casaca e vendilhão. O postulante à Casa Branca, de acordo com Lula, tornou-se “cumpanheiro” por tabela e, eis o mais notável, sem sequer tomar conhecimento disso. Voltando a encrenca sucessória no Brasil afirma o arrivista não ter candidato (a não ser a si próprio) e deseja construir uma candidatura única da base do governo (a sua) e juntar todos os partidos (talvez um SUPERPT, ou coisa semelhante). Para o presidente a ministra Dilma Roussef é competente, além de ex-guerrilheira (e aquele assalto a casa da amante, ou algo que o valha, do ex-governador Adhemar de Barros em Santa Teresa, no Rio de Janeiro?). Porém, não empolga o eleitorado ou entusiasma os políticos mesmo sendo a mãe (desnaturada) do famigerado PAC. Sou obrigado a concordar com desletrado mandatário (estão vendo? Existem coisas nas quais posso concordar) que entre ter capacidade gerencial para administrar um país e postular-se uma candidatura à presidência da República “há uma distância da largura do Oceano Atlântico.” E, prova inconteste disso, estão na sua eleição, reeleição e popularidade só superada pelos dez primeiros meses de vigência do Plano Cruzado do letrado José Sarney que, cabe lembrar, serviu de base sólida para a consumação de um enorme estelionato eleitoral naquele ano (1986) quando o PMDB logrou fazer vinte e dois dos vinte três governadores no país. Ainda nesta entrevista concedida ao Jornal do Brasil uma vez mais se manifesta o diabo da mania de fabricar dossiê. A idéia está encasquetada nas mentes doentias do PT de maneira definitiva. O presidente Lula, O Ignorante, pretende inovar ao final do seu mandato, se é que confeccionar dossiê para os petistas e tralhas agregadas pode se constituir em alguma inovação, reunir tudo o que foi feito em sua administração (sic), ministério por ministério (e olha que não são poucos), registrar em cartório e entregar para o sucessor e a imprensa. Vai ser um festival de bobagens e distorções “nunca antes visto na história deste país,” quem viver verá. Mesmo distorcido será um documento no qual poderão produzir provas irrefutáveis da grandeza das lambanças que promoveram, incentivaram e foram cúmplices durante oito anos, pois, certamente, tais relatórios terão que aportar as assinaturas devidas.
No que se refere ao caso de Belo Horizonte a coisa está mais para uma solução classicamente mineira do que para uma nordestino-paulista. Caso o governador Aécio Neves tivesse herdado um pouco mais do espírito astuto do avô provavelmente o pendenga estaria resolvida. Quanto ao presidente dizer que o PT poderá voltar atrás lembrando alianças não menos estapafúrdias, porém extremamente vantajosas. Sinaliza que, verdadeiramente, possui uma intuição favorável em algum momento e de alguma forma que possa vir a esvaziar ou minar candidaturas significativas em 2010. Para finalizar o presidente se considera um homem de esquerda apesar de, como aquele que vos escreve, não gostar de rótulos. Bom, ele pode se considerar o que quiser: torneiro-mecânico, estadista, articulista político, sindicalista, atleta, papai-noel, coelhinho da páscoa, magnâmino, insubstituível ou qualquer outra coisa que queira menos de esquerda, se é que já foi um dia. E, para não me alongar muito sobre mais esta bobagem, basta verificar sua gestão no governo federal. Não irá ao menos parecer com qualquer coisa que venha a se dizer esquerda.
O presidente Lula, O Ignorante, afirma que entregará no dia primeiro de janeiro de 2011 o cargo ao seu sucessor, seja ele quem for, e que de sua boca não ouvirá um único palpite sobre como conduzirá o país. Na sua filosofia (que deve ser muito interessante de ser estudada, se é que possui alguma ou, de fato, venha, minimamente, a suspeitar que bicho seja este) rei morto é rei posto. Engana-se o presidente em chamar para si o título de rei e mais ainda em afirmar que estará morto e muito menos deposto. Não agirá da forma que agora pretende nos fazer crer. É pura bravata. Irá palpitar em todos os momentos e sobre todos os assuntos, direta ou indiretamente. Pode até ser que não queira mais disputar eleições após o término do seu mandato, no entanto, os fatos apontam que acalenta a perspectiva de voltar ao Palácio do Planalto em 2014, no caso do imoral golpe do terceiro mandato realmente não vingar. Concluindo: Sua Excelência, como de costume, desperdiçou mais uma supimpa oportunidade de não dizer coisa alguma.
CELSO BOTELHO
15.06.2008