quinta-feira, 12 de junho de 2008

O MEIO-AMBIENTE NO FIM


Dos primórdios da civilização até a poucas décadas atrás se não pensamos no esgotamento do planeta primamos por ignorá-lo. De sorte que hoje estamos encurralados no labirinto que criamos onde as perspectivas de saída esbarraram em obstáculos que ora não desejamos remover, ora simplesmente não podemos. Sendo assim e, apesar de não ser lá muito adepto de rótulos, estou pessimista quanto ao futuro do planeta a continuar com esta progressão aritmética de devastação ambiental, não demorará muito tempo para que tenhamos duas opções. Primeira: incrementarmos as viagens espaciais em busca de um planeta que, por obra e graça do Criador, possa nos receber e tenha condições idênticas. Segunda: ficarmos na expectativa de que o princípio da conservação da matéria de Antonine-Laurent de Lavosoier (1743-1794) se concretize em relação à espécie humana “na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Não vejo outra maneira de sair deste imbróglio todo. Quanto mais procuro saber e informar-me sobre questões ambientais mais esbarro em entraves políticos, econômicos e sociais. E, eis o pior, nos quais todos têm a sua parcela de má-vontade para transpô-los, sejam países ricos ou pobres, emergentes ou subdesenvolvidos, americanos, asiáticos, europeus ou africanos o empenho constatado não arranha sequer na urgência de mudança de comportamento com relação ao planeta.

Nós, brasileiros, somos xenófobos e ufanistas quanto se trata da floresta amazônica, mas fica ai. Não posso negar a presença do capital estrangeiro na região ou tão pouco à existência nefasta de organizações empenhadas na devastação. Contudo, pode-se afirmar, sem titubear, que os maiores e mais forazes devastadores são os brasileiros. E não é só naquela região. Especializamo-nos em dilapidarmos tudo quanto podemos por as mãos e não cabe aqui discutir tão maligna faceta de nossa personalidade coletiva. A lengalenga do governo brasileiro, passados, presentes e futuros, não resolverão coisa alguma pelo corriqueiro fato de que não deseja resolver neca de pitibiriba. Embutida em todas as discusões ambientais estão sempre prevalecendo os interesses políticos, econômicos e sociais de cada sociedade e nenhuma se propõe a abrir mão de coisa alguma que julgue essencial à sua sobrevivência. Estão realizando tentativas de equacionar o enorme problema ambiental no varejo deixando o atacado para as gerações futuras, se é que haverá alguma.

Celso Botelho

12.06.2008