segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PESQUISA ENCOLHE BRASIL


A última pesquisa do Instituto Sensus revela, uma vez mais, que, definitivamente, o presidente Lula, O Ignorante, ou conseguiu a proeza inédita de descolar-se de seu próprio governo ou pesquisa no Brasil não vale coisa alguma. Fico com a segunda alternativa. Segundo o Instituto a aprovação ao desempenho pessoal do presidente ficou em 80,3%. O que vem a ser desempenho pessoal na concepção da pesquisa? A informação mais importante em tal pesquisa é que foi realizada em 136 municípios com 2.000 pessoas. O Brasil possui mais de 5.500 cidades e uma população em torno de 190 milhões de modo que não arranha sequer na opinião da maioria. Desconfio que pesquisaram entre beneficiários do Bolsa-Família, petistas e congêneres. Recorro à memória e lembro que o candidato Lula disse por várias vezes que estatísticas e pesquisas se poderia colocar o que quisesse porque ninguém ia mesmo lá conferir. E, reconheço, é verdade. A maioria aceita esses resultados cabalmente; o presidente sorri satisfeito com seu enorme ego super massageado cada vez mais convencido de que ser merecedor do terceiro, quarto, quinto e não sei mais quantos mandatos; e o país vai patinando na ilusão de que está sendo responsavelmente conduzido sob a batuta do Partido dos Trabalhadores & Cia. Não há meio de convencer-me da eficácia da metodologia utilizada nestas pesquisas, sejam elas quais forem. Tudo não passa de um jogo. E um jogo flagrantemente trapaceado. Eu mesmo nunca, em toda minha existência, nunca foi consultado por estes institutos a respeito de qualquer assunto. Abro uma exceção para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que uma única vez esteve em minha casa para o recenseamento e faz tantos anos que nem posso precisar a data. Portanto, caso viesse a dar algum crédito a estas pesquisas estaria, sem dúvida, outorgando-me um vistoso diploma de asno.


Mas a coisa não ficou no presidente e sua “portentosa” administração. Resolveram também eleger o governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) por antecipação à presidência da República com 46,5%. Não posso fugir da máxima que nos ensina que bolsa de mulher e urna eleitoral só se sabe o que há dentro depois de aberta. Admito inúmeros casos de favas contadas, porém, a prudência não autoriza de maneira alguma a especulação. Em 1989 na primeira eleição direta para presidente desde 1960 contávamos com mais de duas dezenas de candidatos. Muitos com envergadura e nacionalmente conhecidos como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola, Paulo Maluf, Lula. O azarão era o obscuro governador do pequeno Estado das Alagoas. Saiu de lá com ridículos 2% de possibilidade de ser eleito. Os institutos de pesquisas empenharam-se em garantir-lhe vantagem sobre vantagem. Foi lapidado e exposto na mídia e oferecido para uma sociedade massacrada por uma hiperinflação que abraçou a idéia de eleger um caçador de marajás, um Indiana Jones tupiniquim. Arquitetou-se de um tudo e o homem foi eleito. É claro que temos que considerar outros elementos, porém, este resumo serve aos meus propósitos. Este exemplo na significa que o fato possa se repetir, são outros tempos, outras circunstâncias e, principalmente, outros candidatos. Deviam saber que José Serra, tal qual Lula ou qualquer outro, nunca foi, não é e jamais será uma preferência nacional. Nenhuma das pré-candidaturas colocadas não há uma sequer que possa apresentar uma proposta real, coerente e realizável para o país. O que vemos são “acertos” políticos e econômicos como, aliás, é praxe. Apesar da distância que nos separa do pleito presidencial de 2010 o quadro que se desenha não vai diferir da velha e hedionda prática do “é dando que se recebe”. As elites que sempre controlaram o governo com mão de ferro movimentam-se para articular a vitória do “seu candidato” seja ele quem for desde que se comprometa com as suas seculares pilhagens.


Não posso, de forma alguma, dar crédito algum para essas pesquisas da forma como são realizadas. São encomendadas, tendenciosas, inverídicas e profundamente dirigidas. A menos que todo o país esteja anestesiado, alienado ou vítima de algum encantamento ou ainda que tenha sido reduzido a pouco mais de uma centena de cidades.


CELSO BOTELHO

15.12.2008