Há quatro décadas pelo menos Paulo Maluf vem sendo acusado, investigado, indiciado, processado, condenado e, no entanto, sempre saiu ileso. Das duas uma: ou este político é inocente e sofre perseguição de seus adversários políticos ou o Judiciário brasileiro é uma excrescência. Quem marcou a segunda opção acertou em cheio. É curiosa a rapidez, o atropelo de prazos, supressão de ritos processuais, até a negação do direito de ampla defesa garantido na Constituição verificado para se apear Collor da presidência da República (não o estou defendendo, além de não ter procuração para tal sempre o rejeitei. Mas isso não significa que tenha apreço por qualquer outro político. Abomino cerca 99,99% desta classe). Porém, para prender e jogar a chave do xadrez fora de um notório malfeitor esse mesmo Judiciário mostra sua verdadeira vocação: conivência, permissividade, inércia. No dia que acreditar neste Judiciário podem me internar no hospício mais próximo. O STF está promovendo mais um espetáculo pirotécnico, uma farsa de segunda categoria. Caso o inferno exista somente o diabo poderá punir os crimes que lhes são atribuídos, no caso de tão perversa criatura aceitar recebê-lo em seus domínios.
Celso Botelho
02.10.2011