Posso fazer uma sugestão gratuita sobre uma possível ocupação para o presidente Lula, O Ignorante, após passar a faixa ao seu sucessor ou a sua sucessora: comentarista esportivo. Volta e meia nos brinda com uma metáfora futebolística que se alternam entre pueris, inoportunas ou idiotas. Afinal, tem muita gente fazendo isso sem que tenha sido do ramo ou que atuaram de maneira catastrófica ou polêmica, mas que dão audiência e, afinal, um a mais ou um a menos não faria diferença. A grande vantagem desta sugestão é que o presidente teria uma vitrine que o exporia permanentemente mantendo-o na mídia no caso de desejar participar da campanha presidencial de 2014. Então? A idéia não é de todo má e, aceita, dou palavra que não reclamarei direitos autorais.
Ao encerrar a “vistoria” das obras de transposição do Rio São Francisco fez uma analogia entre a oposição e aquele jogador que está no banco de reservas e se diz amigo do titular torcendo para que se machuque ou que cometa algum desatino e seja expulso para proporcionar-lhe a oportunidade de jogar. A metáfora, em parte, não deixa de ser verdade, pois, um dos objetivos principais de um partido político é assumir o poder para implementar seus projetos. A grande diferença entre um e outro é que pressume-se que nenhum partido político torça para que o partido que está no poder fracasse, isso seria um absurdo: estariam torcendo contra o próprio país, contra eles próprios, contra as gerações futuras e, portanto, se há quem assim proceda devemos urgentemente providenciar-lhe um hospício porque é um louco varrido ou, no melhor dos casos, um completo e total estúpido e dele fazermos pouco caso. Quanto ao acusar a oposição de ociosa creio que o presidente tenha empregado a palavra errada, pois o correto seria incompetente porque há motivos de sobra para fazer oposição ao seu governo. A incompetente e subserviente oposição, de fato, não presta atenção no governo (talvez porque dele se servia abundantemente) e não tem como prestar atenção em si própria uma vez que, rigorosamente, a nada se opõem. É justamente porque a oposição não olha o que a administração petista faz que ela se sente à vontade para praticar tudo quanto é tipo de safadeza. O fato concreto é que o presidente está em franca campanha eleitoral (o que teoricamente não é permitido pela legislação) e não faz de rogado em demonstrar assumindo a “singela” postura de que se encontra acima da lei, do bem e do mal, um semideus tupiniquim. E, antes que me esqueça, ó Luiz Inácio Lula da Silva, quem te informou que o papel da oposição é ver defeito te enganou redondamente. Porém, não posso culpá-lo por pensar desta maneira, posto que passou décadas e mais décadas vendo defeitos nos governos, sejam eles quais tenham sido, só por gosto e demagogia.
O governador José Serra (PSDB-SP) saiu-se como eu poderia esperar: não bateu palma para maluco dançar e, assim, a advertência do presidente para que ficasse “esperto” ficou sem sentido. Alegou apenas dois motivos para não polemizar, isto é, entrar no jogo para manter uma polarização na disputa presidencial (tipo PSDB x PT, Lula x FHC e outras baboseiras): o primeiro é o fato do presidente não ser candidato no pleito de 2010, é claro que contra a sua vontade, mesmo porque a movimentação da ANABOL (Associação Nacional dos Baba-Ovo do Lula) por um terceiro mandato embalou muitas de suas noites de sono. O Segundo, de acordo com o governador, é que não está definida sua candidatura, sendo assim o presidente ficou falando às moscas. E tem também o pequeno detalhe que se José Serra for pego fazendo campanha eleitoral fora do período estabelecido em lei podemos ter certeza que esta será aplicada com rigor por falta do padrinho-presidente. Acusar opositores (entre os quais me incluo) de jogar contra é, neste caso, uma maneira de fazer o que é contumaz ao presidente: jogar para a torcida.
CELSO BOTELHO
16.10.2009