O presidente Lula, O ignorante, prossegue fazendo uma das coisas que mais sabe (devemos admitir que o referido mandatário não é de todo ignorante) e que lhe dá imenso prazer: populismo e demagogia. De Cabrobó à São Paulo seu delírio continua o mesmo. Sempre com a ministra Dilma Roussef à tira-colo numa flagrante afronta à legislação eleitoral. Podemos colher mais algumas “pérolas” do acervo infindável que o presidente possui. Em primeiro lugar creio não recordar do momento no qual o Estado brasileiro (monárquico ou republicano) deixou de sê-lo, mesmo porque em que outra coisa poderia ter se transformado? Sendo, por definição, o conjunto dos poderes políticos de uma nação, isto é, governo (regime político de um Estado) e este vem se sucedendo ao longo dos anos (legais ou usurpadores, ditatoriais e democráticos). Podemos discutir sobre a sua forma, seu conteúdo, seu desempenho, etc., mas isso é outra coisa. A confusão na cabeçinha do presidente pode ser explicada por haver formado a idéia de que Estado é o governo que no momento o representa e, principalmente, como o gerencia, porém, cá estou eu para esclarecer-lhe tal ponto. O Estado é perene e o governo transitório, mesmo porque não é – como supõe o presidente – insubstituível.
A afirmação de Sua Excelência de que o Brasil tem condições de estar “entre as quatro economias do mundo” é uma das coisas idiotas que tenho que ouvir. E veio acompanhada da metáfora de que tal só seria possível caso nos comportássemos como a “mãe que cuida de sua casa, distribuindo o pouco que tem para que todos sejam tratados em igualdade de condições”. A intenção me parece nobre, porém, qual seria a fórmula para aplicá-la ao país? Distribuir esta esmola safada do Bolsa-Família? Será isto que o presidente entende como distribuição ou transferência de renda? Qual seria a relação custo/benefício de ostentarmos o título de quarta economia do planeta? Quantos milhões de brasileiros deverão ficar desempregados, subempregados ou semi-escravizados, famintos, impedidos de acessarem os seus mais elementares direitos? Os indicadores sociais e econômicos não nos deixam tão otimistas como o nosso presidente. Ou ele tem acesso a dados diferentes ou está mal informado pela turma da ANABOL (Associação Nacional dos Baba-Ovo do Lula) ou vive e governa um Brasil existente apenas (se é que é possível) numa dimensão paralela.
Devo admitir que a afirmação presidencial de que o nosso sistema financeiro é um dos mais organizados e possuidor de normas rígidas de controle do mundo está correta. E este mérito não é seu e sim do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que promoveu seu enxugamento maciço, contudo isso não impediu do sistema contar com inúmeros buracos para o deleite dos banqueiros. Quanto a política fiscal ela já deveria ter sido revista há muito tempo porque existem entraves que precisam ser removidos e quanto a economia em 2006, por ocasião do auge do escândalo do Mensalão, o presidente cogitou em aventurar-se por mares nunca dantes navegados o que provocaria uma catástrofe inimaginável. Posso concordar que o presidente, qualquer que seja, deve passar uma imagem otimista à sociedade, no entanto, jamais deve mentir ou escamotear a verdade. Os pronunciamentos do presidente ao longo de seus dois mandatos estão caracterizados por um discurso fantasioso, distante da realidade que se vivencia desde grandes cidades até os mais longínquos rincões deste país. O Brasil não começou em 2003 e, com toda certeza, não acabará em 2010, portanto, a condição de “salvador da pátria” (um conceito obsoleto, perverso e que embute efeitos maquiavélicos) que tem si provoca danos históricos à sociedade brasileira e tenta nos brindar com um diploma de asnos (com todo respeito ao quadrúpede). Finalizando, o presidente afirmou que “a parte mais pobre deste país está gostando de ter virado consumidor.” O que não ficou claro para mim é o que o presidente Lula, O Ignorante, entende por consumidor e quais os produtos ou serviços que elenca como presentes nos lares da “parte mais pobre” que as torna tão felizes. Porque todo cidadão consome muitos itens, independentemente de qualquer outra coisa (empregados, desempregados, subempregados, semi-escravos, famintos, etc.), resta saber o que consomem que provoca tanta satisfação no presidente. Provelmente deve estar se referindo ao item alimentação, posto que já nos comparou a porcos para engorda.
CELSO BOTELHO
20.10.2009