Como era de se esperar o
público presente na Arena Corinthians-BNDES-Haddad vaiou a senhora Rousseff à
sua chegada, durante a partida entre a seleção brasileira e a croata e ao final
dela. Vaia justíssima, porém insuficiente para demonstrar o quanto ela, seu
partido & associados são nefastos ao país. Caso considerasse o processo
eleitoral brasileiro minimamente honesto a solução seria simplesmente não
reelegê-la. Mas não é tão simples assim. A legislação eleitoral é obsoleta,
casuística e perversa. As urnas eletrônicas são uma retumbante fraude. Os
“eleitos” só representam seus próprios interesses ou aqueles que lhes dão
retorno financeiro e/ou político. Não recomendaria nenhum dos candidatos à
presidência da República nem para catarem coquinhos. Boicotar as eleições seria
uma bela alternativa. Porém improvável que possa acontecer. Somente a ocupação
de espaços pela sociedade poderá reverter esta lamentável situação na qual o
Brasil se encontra. Não basta xingarmos as autoridades, mesmo que esta seja a
única linguagem que entendam, posto que seja impossível estabelecer um dialogo
no campo das ideias com a esquerda. O processo eleitoral brasileiro e os
políticos não merecem qualquer confiança e respeito. As manifestações populares
são legítimas, necessárias e retratam fielmente a falência do Estado brasileiro
e a incompetência, descaso, omissão, conivência e prática sistemática da
corrupção de sucessivos governos. No entanto, não preocupam nem assustam
aqueles que detêm o poder. O governo petista montou todo um aparato militar
repressivo para vigorar no período da Copa do Mundo que poderá se estender após
seu término. A grande mídia, subvencionada e subserviente aos poderosos,
ocultam a barbárie que as polícias estão praticando contra os cidadãos. O
governo emprega meios idênticos aos utilizados durante o regime militar como viaturas
sem identificação. O cidadão é preso e ninguém sabe quem o prendeu e para onde
será levado. Dizer que a polícia tem se exacerbado em suas funções é minimizar
a truculência, o arbítrio e a violação de direitos humanos universalmente
consagrados.
O Estado brasileiro
encontra-se tão debilitado que nenhuma reforma poderá dar conta de recuperá-lo.
Deve ser repensado e refundado sobre bases sólidas. O diabo é que com esta
corja de politiqueiros isso é impossível. Será necessário que se encontre outro
meio de promover essa refundação. As eleições se prestam somente para manter o establishment.
As manifestações da maneira como estão sendo conduzidas se revelam ineficazes e
até estimulam o governo criar mais legislações restritivas que possam enquadrar
qualquer cidadão por qualquer ato. O
Estado brasileiro, desde os seus primórdios, está inundado de vícios,
distorções, corrupções. Ao longo do tempo criaram, recriaram e reciclaram
instrumentos e mecanismos para manter a população sob controle. A onda de manifestações
que varreram o país em junho do ano passado conseguiu somente que a PEC 37
fosse arquivada. Manifestações que foram
planejadas, articuladas, coordenadas e executadas pela própria esquerda para
avaliarem o tamanho, a coesão e a possibilidade de sua militância respaldar uma
ruptura institucional e estabelecer uma nova hierarquia. O processo escapou do
controle e concluíram que, por esta via, não poderiam promover uma ruptura,
pelo menos por enquanto. Então optaram utilizar a estratégia que já está em
curso a mais de cinquenta anos: usar meios legais (ou aparentemente legais)
para desmantelarem a ordem vigente. Por isso apressaram-se em propor uma
assembleia constituinte exclusiva para realizar uma reforma política que os
transformaria em Deuses do Olimpo com poderes de decidir quem viveria e quem
morreria. Este sempre foi o objetivo da esquerda. A esquerda há muito abandonou
a conquista do poder pelas armas integrando-se ao sistema vigente disputando
eleições e ocupando cargos que permitissem corroer o Estado fragilizando-o,
incapacitando-o e inutilizando-o para justificar o discurso de substituí-lo por
um Estado forte, ou seja, autoritário, policialesco, violento. O sucesso desta
estratégia é inegável e vem sendo praticada desde os anos 1960. Os militares,
por ignorância, preguiça ou inocência colaboraram significativamente para a
ascensão da esquerda ao poder tão logo deixaram o poder em 1985. Os generais
concentraram-se em perseguir, prender, torturar e matar terroristas pés de
chinelo enquanto a esquerda sorrateiramente foi ocupando espaços nas
universidades, sindicatos, jornais, rádios, televisões, movimento editorial,
etc. O regime militar não fez campanha alguma para esclarecer a população sobre
o que era o comunismo, as vítimas que já havia produzido ao redor do mundo. Referiam-se
aos comunistas como terroristas ou subversivos. Nem todos os terroristas são
comunistas, mas todos os comunistas são terroristas, de uma forma ou de outra.
Como militares deveriam ter seguido o conselho de Sun Tzu: “Se você conhece o
inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se
você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá
também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá
todas as batalhas”. Esta negligência redundou nos resultados catastróficos
verificados ao longo das últimas décadas.
Na cerimônia de lançamento do
poste Alexandre Padilha ao governo de São Paulo o ex-presidente Lula, O
Ignorante, utilizando seus recursos de psicopata, declarou que existe uma
campanha de ódio contra o PT orquestrada por seus adversários políticos. Que adversários? Nem ele nem Dilma tiveram
qualquer oposição durante seus desgovernos, suas “desadministrações”. Acerca
das palavras “carinhosas” dirigidas a senhora Rousseff na abertura da Copa do
Mundo (uma abertura muito mixuruca, chinfrim e digna de uma republiqueta de
bananas) Lula atacou a elite da qual faz parte e pela qual seu governo e o de
dona Dilma concederam, ampliaram e mantiveram seus privilégios dizendo que “aquelas
pessoas não sabem o que é um calo na mão. E este desgraçado também não sabe.
Desde meados da década de 1970 Lula não sabe o que é trabalhar. Primeiro como
dirigente sindical e depois como presidente de partido político. Ademais “aquelas
pessoas” presentes no Itaquerão com certeza não eram das classes D e E (abomino
tais classificações). Por um momento até pensei estar assistindo um jogo na
Suécia. O ex-presidente declarou que “O PT mudou o padrão de governança deste
País”. De fato. Mudou de desastroso para catastrófico. Sem desmerecer os
governos anteriores, os governos petistas são líderes absolutos em corrupção; incompetência; omissão; descaso;
permissividade; conivência com o ilícito; desvio, desperdício e malversação dos
recursos públicos. Mas esse tal de Lula é um descarado de marca maior ao
afirmar que “o ódio dos adversários se deve ao fato de que, pela primeira vez
neste país, termos provado à elite que tem gente mais competente para governar.” Gostaria de saber o que este vigarista
entende por gente competente. Dilma Rousseff? Fernando Pimentel? Gilberto
Carvalho? Celso Amorim? Marta Suplicy? Guido Mantega? Aloisio Mercadante?
Nelson Jobim? Mario Negromonte? Edson Lobão? E etc. e etc. e etc. e bota etecetera
nisso. O ex-presidente só pode estar de sacanagem ou, como se diz em São Paulo,
“tá me tirando?”. Como poderá haver ódio em adversários inexistentes?
Xingar a senhora Rousseff
serve para extravasar a indignação, o repúdio e revolta da população
massacrada, espoliada e desrespeitada, mas não trará as soluções que tais
sentimentos reclamam. É preciso dar um passo além. E este não está nas urnas,
posto que todos os postulantes estejam perfeitamente integrados na estratégia
esquerdista de dominação e implantação do sistema de partido único e
onipresente. O passo além está em
desautorizar este governo que ai está.
E, para não perder a viagem,
a senhora Rousseff voltou a defender seu monstrengo, o Decreto 8.243/14,
evocando também uma inexistente oposição. Dona Dilma ou está com crise de
amnésia ou é muito cara de pau ao dizer que os críticos desta estrovenga
desejam “uma democracia sem povo”. Quem dona Dilma pensa que é para falar em
democracia e em povo? Que moral tem para dizer tal coisa? Era uma
terroristazinha de meia pataca furada no Colina (Comando de Libertação Nacional)
e no VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), organizações de
extrema esquerda que tinha por objetivo implantar o regime comunista no Brasil.
Desde quando os comunistas governam para o povo e pelo povo?
CELSO BOTELHO
15.06.2014