terça-feira, 15 de julho de 2008

SE COBRIR VIRA CIRCO, SE MURAR VIRA PRESÍDIO


A situação é cada vez mais degradante do Estado brasileiro (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a baderna institucional vai de vento em popa. O Executivo é leniente quando o presidente Lula, O Ignorante, diz que não deve haver “exposição indevida dos investigados.” Porque não? Os menos afortunados são expostos e espinafrados diariamente, truculentamente e inconstitucionalmente. O Legislativo, em todas as esferas, não passa de um balcão de negócios, e negócios escusos. Aproveitando a bagunça do Caso Daniel Dantas os nobres senadores da República, combalida, é verdade, mas ainda assim uma República, que compõe a mesa diretora reuniram-se e decidiram que seria de bom alvitre inventar noventa cargos com um salário de R$ 10 mil reais cada um que ninguém daria conta. No Judiciário assistimos uma verdadeira briga de cegos, em quarto escuro e todos munidos de uma foice. O ministro do STF, Gilmar Mendes, é categórico: houve espetacularização no ato das prisões e, justificando os dois “hábeas corpus” concedidos ao traquina Daniel Dantas, “o fato de alguém ter poder econômico para eventualmente evadir-se não justifica a prisão preventiva.” Ora, fala sério, ministro. Qualquer banqueiro safado que se preza vai sim se valer do poder econômico para dar linha na pipa. Veja só o caso do Cacciola. E, por falar nisso, o Henrique Meireles, que está presidente do Banco Central, não aceita críticas de que o BC não fiscaliza as instituições financeiras. O BC só não fiscaliza coisa alguma como também em momento nenhum. Pois, de outra forma, os escândalos financeiros não seriam tão freqüentes e tão polpudos. Nosso país se cobrir vira um circo onde o cidadão é o palhaço e se murar é presídio onde o mesmo cidadão é o apenado.


CELSO BOTELHO

15.07.2008