No Rio de Janeiro o presidente Lula, O Ignorante, como sempre muito à vontade no palanque (esta é a sua praia) acrescentou mais algumas pérolas a sua biografia. Ao anunciar a construção de 500 mil casas populares, só não sabe como, onde, quando e muito menos quanto irá custar. Afirmou que “os ricos precisam pouco do Estado.” Então a injeção de R$ 100 bilhões no caridoso BNDES para farta distribuição deve destinar-se a quem? Aos excluídos? Certamente que não. “Tem uma hora que todos (os políticos) têm que ter vergonha na cara e governar.” Concordo de fora a fora com Sua Excelência. O diabo é encontrar essa tal de vergonha na cara entre os que governam. O supremo mandatário deste Brasil varonil, lançando mão de sua habitual arrogância e presunção, reforçou a idéia de que o seu “glorioso” governo prioriza corrigir os erros do passado investindo em áreas carentes, pelo menos já admite com isso não haver inventado o Brasil em primeiro de janeiro de 2003. Deve imaginar o presidente que criar e manter 37 ministérios, secretarias, autarquias, empresas e o escambau seja investir em áreas carentes. Nomear por tonelada talvez possa lhe parecer geração de empregos. Aumentar os gastos públicos parece, no seu entendimento, manter o Estado funcionando. Manter taxas de juros estratosféricas mantém o sistema lubrificado, segundo me parece entender nosso presidente e os banqueiros que, por sinal, agradecem penhoradamente. Finalmente conclui: “precisamos governar para os mais pobres.” Lindo. Já li e ouvi esse lugar-comum em centenas de discursos proferidos pelos mais diversos políticos em várias épocas. Tais tiradas surtem grande efeito, especialmente quando quem fala é o presidente Lula, O Ignorante, que exibe desta feita 84% de aprovação, segundo “pesquisa” do CNT/Sensus. Será que governar para os pobres inclui as inúmeras trapalhadas deste governo, os mais cabeludos escândalos que atingiram a República (Mensalão, Sanguessugas, Celso Daniel, Dossiê, Cartões Corporativos, Vampiros, IRB, Daniel Dantas, Navalha, Grampos da ABIN e a lista é imensa) e a notória inépcia à administração do Estado? Não. Definitivamente não. Posso concluir que, uma vez mais, o presidente está jogando conversa fora, a menos que governar para os pobres venha a ser a populista, demagógica e eleitoreira Bolsa-Família.
Tem mais: nossa produção industrial está em queda livre, porém, adepto da “crise econômica marolinha”, que “se tem algum país no mundo preparado para a economia se recuperar mais rapidamente, este país é o Brasil.” Um presidente deve passar à população otimismo, penso ser a postura correta e até obrigatória. No entanto, o otimismo exagerado (e até irresponsável) combinado com o mau gerenciamento da crise, queira ou não o presidente está instalada e não nos poupará. Cabe adotar as medidas necessárias, eficazes e coerentes. E, afinal, um presidente não pode governar para um único segmento da sociedade que o elegeu, mas sim para toda ela. Sem esmolas safadas e sem benesses astronômicas. Não há porque querer tomar o lugar das ostras parindo pérolas. E que pérolas!
CELSO BOTELHO
03.02.2009