Não tem jeito não. A cada vez que o presidente Lula, O Ignorante, abre a boca fico mais esperto que o de costume procurando decifrá-lo, seja quando diz algo sério (é raro, mas acontece), seja quando recorre a metáforas idiotas e pueris ou quando toma decisões. Desta feita não é diferente. Ao dar entrevista a agência Reuters afirmou que se a Dona Dilma Roussef (ex-pseudo-guerrilheira) fosse eleita não iria meter-se em nenhuma aventura (como aquela do roubo a casa da amante do ex-governador Adhemar de Barros
Ao dizer, textualmente, “espero que seja diferente (Dilma Roussef), porque se for para ser igual, fico eu”. E ai podemos fazer uma leitura clara e precisa de suas (más) intenções. Posso imaginar (e isso não é proibido) que a candidatura da ministra possa parecer com aquela estratégia do gatuno ao desejar assaltar uma residência que possua cães de guarda lançando-lhes suculentos bifes devidamente temperados com sonífero e, dopados, os proprietários seriam facilmente dominados e a subtração de seus pertences levada a cabo sem contratempos. É muito grave esta fala presidencial por vários motivos. O presidente foi eleito, democraticamente, para um período de quatro anos com a possibilidade de mais quatro da qual foi merecedor de acordo com o eleitorado e fim de papo. As diversas articulações que são promovidas dentro e fora do Congresso Nacional (sic) para brindá-lo com um terceiro mandato não são segredos, ao contrário, são expostas com a maior clareza e são, inequivocamente, uma ameaça a ordem institucional. Os adeptos de uma ruptura institucional parecem haver esquecido o que isso significou ao longo da história republicana deste país e o sofrimento que impingiu a sociedade (pelo menos a parte decente dela) ou, caso não tenham esquecido, colocam interesses pecuniários e corporativos acima de suas próprias genitoras. Repito mais uma: no que me seja possível combaterei veementemente esta tentativa de golpe que estão maquinando há vários anos e com o aval do Palácio do Planalto.
Finalizando o Magnânimo saiu-se com sua resposta predileta que “não sabia” que a burocracia era desta forma porque, caso contrário, teria feito um projeto para “facilitar” as coisas no primeiro ano de mandato. Cacete, mais facilitado que isto para a pratica “ampla, geral e irrestrita” da corrupção só mesmo dando um cheque assinado e em branco para empreiteiros, banqueiros, empresários, ongs, etc. Interessante notar que quando estava na oposição sabia destas mazelas todas, porém, uma vez eleito e empossado foi acometido da mais absoluta amnésia. Contam que um sertanejo dizia para nos cercarmos de cuidados com três santos: o São Soubesse, o São Quisesse e o São Pudesse e exatamente deles que o presidente está se socorrendo em final de mandato para justificar os estragos.
CELSO BOTELHO
10.06.2009