Qualquer casa de tolerância aparenta conduta muito mais decente do que o Senado Federal. Pratica-se nesta instituição todos os ilícitos previstos e não previstos no sexagenário Código Penal com a mesma desenvoltura com que se pede um cafezinho no bar da esquina. Tem de um tudo: corruptos, corruptores, integrantes e chefes de quadrilhas especializadas em toda sorte de delitos. Nos idos de 1963 teve até troca de tiros naquela Casa entre os senadores Armon de Melo (1911-1983), pai do senador Fernando Collor, que disparou contra seu desafeto senador Silvestre Péricles (1896-1972) mais de uma vez acertando e matando o senador pelo Estado do Acre José Kairala (1924-1963) que não tinha nada a ver com a pendenga. Este fato só confirma o profundo desprezo que devotam à Instituição e a sociedade.
Todas essas (más) ações primam por um só objetivo: dilapidar o patrimônio público, subjugar, enganar, tripudiar, lesar e extorquir a sociedade até sua exaustão. Devo advertir aos “nobres” senadores que não há bem que sempre dure nem mal que jamais se acabe. A safadeza mais recente são os “atos secretos” que garantem a orgia nomeando,exonerando, aumentando salários, etc. e eu tolamente pensando que somente algumas votações fossem secretas! Durante o regime militar (1964-1985) havia os “decretos-secretos”, mas isso não era nada fora do comum em se tratando de um regime de exceção, pois, os milicos arvoravam-se no direito (e no dever) de fazer o que quisessem, excetuando-se as forças da Natureza onde não poderiam exercer seu poder baseado na truculência. Os militares foram embora, porém deixaram uma montanha de entulhos autoritários que, se não foram aproveitados receberam uma nova roupagem, como por exemplo, o decreto-lei que virou medida provisória.
O neto do senador José Sarney (PMDB-AP) foi exonerado do gabinete do senador Epitáfio Cafeteira (PTB-MA) também via secreta para não expor o avô dinossauro à execração pública de ter um parente não concursado mamando nas tetas do Senado Federal após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) de que a Casa deveria cumprir a súmula antinepotismo, mas nesta altura do campeonato o netinho havia permanecido de
CELSO BOTELHO
11.06.2009