O Brasil é, de fato, um país “sui generis” e um dos “mimos” da economia brasileira é o tal do “superávit primário” (superávit primário ocorre quando se calcula receitas menos despesas, não são incluídas nessas últimas os recursos destinados ao pagamento dos juros da dívida pública interna e externa por isso chama-se superávit primário, para diferenciar do déficit ou superávit totais, que incluem os pagamentos de juros da dívida). O governo lança mão dos números do superávit primário para alardear uma aparente “política de austeridade fiscal”, ou seja, tentando fazer-nos de idiotas sugerindo que o governo não gasta mais do que arrecada. Pura balela. Pois muito bem, Tia Dilmão não está de todo errada, porém, terá que se empenhar muito mais do que demonstra estar disposta para por alguma ordem numa casa tão bagunçada, dilacerada, dilapidada. Essa conversa de herança maldita não justifica coisa alguma em lugar nenhum. Caso se tenha vontade política, competência, ética e honestidade certamente haverá grandes possibilidades de começarmos a provocar as transformações que tanto carecemos. Mas, por outro lado, examinando o quadro político que há décadas vem se desenhando em nosso país as chances disso acontecer são remotas e, mais do que isso, remotíssimas. Urge uma reforma política-partidária-eleitoral, eis a mães de todas as reformas que se possa imaginar. Porém, a pergunta que não quer calar, quem irá promovê-la? Esses pulhas empoleirados no poder?
CELSO BOTELHO
12.02.2011