segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

UMA VEZ PELEGO, SEMPRE PELEGO


Que há espaço para um reajuste do salário-mínimo maior do que R$ 545,00 todo cristão, hindu, muçulmano e ateu sabe. O que causa indignação (porque nos chocar, surpreender e impressionar essa corja de politiqueiros não consegue mais dada a prática corriqueira de todas as modalidades de patifarias) é nomear relator da comissão que examina o aumento do salário-mínimo o deputado Vicentinho (PT-SP) numa demonstração irrefutável do que sabemos desde do período jurássico: sindicalista brasileiro é, simplesmente, um pelego por vocação e satisfação. Basta citar somente o exemplo do ex-presidente Lula, O Ignorante Desbocado. Vicentinho é mais um desses oportunistas (empresários, sindicalistas, jogadores e dirigentes de futebol, cantores, estilistas, terroristas, palhaços, ex-BBB, uma infinidade de fichas sujas e outras tralhas) que vão para o Congresso Nacional, porém é importante observar que são eleitos por este sistema representativo esdrúxulo, perverso e pervertido que estupra o eleitor e o país. O dito cujo parlamentar, em entrevista, afirmou que a tendência é a aprovação do valor ditado pelo Palácio do Planalto (ou covil, tanto faz) e diz, descaradamente e textualmente: “quando eu era sindicalista brigava muito, mas acordo é acordo” e o “governo não tem margem para negociar”. Ora, esqueceu o “nobre” deputado de nos esclarecer quais as partes que tomaram parte no acordo e em que condições. Respondo eu sem medo de errar: as partes foram às mesmas de sempre e as condições aquelas que mais favoreciam seus interesses que, em hipótese alguma, sequer aproxima-se dos nossos (trabalhadores, aposentados e pensionistas). E, diga ó deputado-pelego, quais são os limites desta “margem”, quem e como são estabelecidas? O tal deputado-relator não saberia responder por que, como muitos, ouve o galo cantar, mas não sabe aonde e sequer sabe se é um galo. O acordo, ao que tudo indica, foi tipo: vocês aprovam este valor e uma contrapartida lhes será garantida das mais variadas formas (algumas ilegais ou imorais). E o “limite” da margem de negociação do governo compreende-se na permanência de milhões de pessoas sobrevivendo sem um mínimo de dignidade, desrespeitadas e humilhadas em seu próprio país.

Não é necessário ser um gênio para saber que a contribuição do empregador sobre a folha de pagamento (22%) aumenta na mesma proporção que o reajuste. Portanto, eis o primeiro argumento que faz cair por terra esta bobagem de que a Previdência Social poderia quebrar com um reajuste maior. Quem quebra sempre com esta conversa são os milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas. Para reforçar a canalhice deste “ex-sindicalista” está o não menos cândido deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) que avisa em alto e bom som para aqueles que votarem contra este salário-mínimo pífio (o pífio é meu) será considerado como “dissidente da base”, quer seja, traidor da quadrilha que serve de sustentação ao governo (por acaso existe outra maneira para caracterizar o partido governista e seus penduricalhos?), reiterando: “vamos cobrar da base que vote a favor disso”. Foi feliz nesta última palavra, pois R$ 545,00 merece tal designação com toda força pejorativa que possamos dar (inclusive substituindo-a por aquela outra palavra bem mais apropriada antecedida pelo pronome demonstrativo “essa”). Este cidadão, no sentido de se achar no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, deveria por coerência, rejeitar a indicação de relator que o expõe exatamente como é: pelego, oportunista, antiético e imoral. Mas exigir comportamento exemplar dos dirigentes petistas, seus parlamentares, cúmplices e demais asseclas seria a mesma coisa que desejar encontrar a fórmula mágica, definitiva e que atendesse a todos os interesses concretizando a paz no Oriente Médio até o Dia do Juízo Final.

CELSO BOTELHO

14.02.2011