segunda-feira, 8 de setembro de 2008

CAMADA PRÉ-SAL. O SANTO REMÉDIO PARA A EDUCAÇÃO


Educação, assim como tantas outras coisas, jamais passou sequer perto de ser uma prioridade da classe dirigente brasileira em qualquer tempo de nossa História. O velho chavão de “quanto mais ignorante o povo for melhor para as elites” encontra-se em pleno uso ainda que tenhamos entrado no terceiro milênio. A máxima do imperador romano Júlio César (100 a.C. – 44 a.C) é convenientemente aplicada neste Brasil varonil: o povo quer pão e circo. O circo nos é garantido de uma forma ou de outra, porém, o pão é descaradamente surrupiado. Quando o governo FHC criou o monstrengo legal chamado DRU (Desvinculação das Receitas da União) o Partido dos Trabalhadores caiu de pau, esperneou, ameaçou com bravatas e o cacete a quatro. No entanto, uma vez empoleirado no governo passaram a cultuar a heresia. Era um dos bezerros de ouro vindo da herança neoliberal. Além da antiga e sistemática prática de contingenciar verbas do Orçamento poderiam apossar-se daquela destinada à educação utilizando-se de mecanismo perverso, porém, legal. A preferência presidencial é nítida: o assistencialismo estatal da Bolsa-Família e outros penduricalhos que somente podem conduzir o povo à indolência numa dependência contínua do favor do Estado, mas de resultados eleitorais extremamente vantajosos. Aliás, para ser mais preciso o PT solapou todo o discurso, os cacoetes, a arrogância, a prepotência, as políticas e comportamentos do PSDB esvaziando o partido que, na oposição, vive atirando no que não vê e, portanto, não acertando em coisa alguma.

Agora o presidente Lula, O Ignorante, homem bom de parola, tenta nos enganar desejando tirar um dinossauro da surrada cartola de um mágico de meia-tigela: a camada de pré-sal será a redenção da nação e solucionará todos os entraves para que ela desperte do berço esplêndido de cinco séculos. Para começar e se tudo correr e escorrer bem só começaremos a ver o petróleo jorrar lá por volta de 2010 e depois como saber qual a rentabilidade que teremos? Jorrará recursos abundantes para investimentos na educação e pererê pão-duro. Pura falácia para justificar empurrar com a barriga e, quando não for mais possível, agarrar-se em outra coisa parindo um novo plano que certamente não dará em nada, mas cumprindo com o objetivo de manter o povo ignorante prontinho para ser manipulado e guiado ao equívoco. O presidente diz que vai fazer uma omelete, no entanto, a galinha sequer pôs o ovo.

A notícia é que garfaram da educação mais de R$ 20 bilhões e imagino onde tenham ido aportar. Cá entre nós, segundo consta, não se deve esperar outro comportamento de alguém que prefere assistir à novela das oito a ler uma página de um livro.

CELSO BOTELHO

08.09.2008