O ocorrido serviu apenas para reforçar a ladainha preferida do Partido dos Trabalhadores que todos são iguais perante a lei e que não há exceções quando, na prática, sabemos e vemos que é só uma ladainha recheada de heresias. Como ministro de Estado, notadamente da Justiça, penso não ter sido apropriado discordar publicamente de uma decisão judicial oferecendo alternativa que não exporia o suspeito à sociedade permitindo assim maior desenvoltura para uma provável operação abafa. Continuando com as bobagens o ministro afirmou que qualquer pessoa pode ser investigada e condenada, no entanto, segundo consta, o senhor Romero Menezes ainda não teve sua culpabilidade provada e, portanto, não condenado por coisa alguma e dificilmente será. Para finalizar, plagiando seu Chefe (o dele, o Luiz Inácio) sentenciou que a Polícia Federal “está cortando na própria carne”. Cortando o que, ministro? Acaso a Polícia Federal está acima de uma determinação do Ministério Público ou do bem e do mal? O ministro torce para que o ex-preso e atual solto seja inocente. Não me parece correto a Justiça torcer por culpas ou por inocências e sim demonstrá-las inequivocamente. Qualquer delinqüente tem o direito de proclamar-se inocente, aliás, deve fazê-lo caso queira manter sua liberdade. Se o Estado imputa um crime a qualquer pessoa ou entidade cabe a ele o ônus da prova.
Vazar informações é uma das praticas mais corriqueiras nesta República e muitos fizeram (fazem e ainda farão) fortuna e carreira comprando-as das mais variadas maneiras e de inúmeras fontes. O contrato entre a Telemar e a Gamecorp, empresa cuja propriedade atribui-se a um dos filhos do presidente da República já foi plenamente esclarecido? As operações do sei-lá-o-quê Daniel Dantas primaram pela obtenção de informações privilegiadas e cadê os linguarudos? Consta que ocorreu uma operação feita por uma corretora cujo proprietário tinha laços consangüíneos com alto funcionário do BNDES e deu no quê? E por ai a fora. Se de fato o acusado cometeu este crime aposto 1000 contra 1 que a pendenga não dará em nada como, aliás, é praxe.
CELSO BOTELHO
17.09.2008