Jamais confiei em pesquisas ou nos institutos que as realizam. Isso deve a inúmeros motivos, principalmente por que atuam de forma encomendada, tendenciosa e com métodos extremante insólitos, para se dizer o mínimo. A pesquisa divulgada pelo Datafolha aponta somente 8% da população que classifica o governo Lula como ruim ou péssimo. Para começo de conserva o universo pesquisado foi de 212 municípios quando o país conta com mais de cinco mil e entrevistando, aproximadamente, três mil pessoas o que não representa coisa alguma para uma população de quase duzentos milhões. É como a tal calcular a média de alguma coisa: soma-se o bom com o ruim e obtém-se o desejável. Posso, perfeitamente, numa pesquisa por amostragem fazer o que bem me aprouver sem me preocupar. Somente umas das perguntas podem levar em conta a resposta: a que indica a popularidade do presidente Lula, O Ignorante. Sua aceitação está ligada, essencialmente, a sua figura que goza de prestígio incontestável junto às camadas menos favorecidas da população, especialmente as que recebem algum tipo de benefício do Estado e, segundo consta, mais de 70% dos eleitores do Partido dos Trabalhadores ai estão. Porém, quem vive de imagem é televisão. Somente o ex-presidente Sarney (1985-1990) pode experimentar uma estrondosa popularidade que durou apenas dez meses por conta do esbulho do Plano Cruzado. A bonança internacional aliada à política populista executada pelo presidente pôde proporcionar uma ascensão de classes inserindo-os no mercado consumidor. De qualquer maneira, uma vez mais, perdeu-se o bonde da História lotado de possibilidades reais para um crescimento mais consistente. Devo dizer também que a presidência da República não é um concurso de popularidade.
Pesquisas como esta colocam em polvorosa a ANABOL (Associação dos Baba Ovos do Lula) que voltam à carga com aquela safadeza de terceiro mandato, unificar eleições, prorrogar mandatos e toda a sorte de casuísmos imagináveis. As elites só aderiram ao discurso do presidente Lula de forma inconteste a partir de 2002 quando se comprometeu com aquela “Carta aos Brasileiros” em garantir-lhes, aumentar-lhes e preservar-lhes os privilégios aos quais estão acostumados, ai estão os banqueiros que não me deixam mentir um minuto sequer.
CELSO BOTELHO
13.09.2008