domingo, 21 de setembro de 2008

A CRISE É DO BUSH, MAS A ARROGÂNCIA É DO LULA.

Segundo o expert em economia e presidente da República Lula, O Ignorante, a crise é do Busch. Imagino que deva estar mais preocupado com os indicadores da Albânia. Deviam informar ao supremo mandatário desta nação que, neste período de uma crise que não nos pertence, já perdemos a bagatela de cerca de US$ 300 bilhões. Valor bem acima de nossas cantadas e decantadas reservas internacionais que lhe enche os olhos. No imaginário presidencial o Brasil é uma ilha de prosperidade cercada de flagelos por todos os lados. Isto porque a população teve o bom-senso de eleger, por duas vezes e esforçando-se (dissimuladamente) por uma terceira, um semideus sertanejo, ao que me parece assim deve enxergar-se. Nada contra o sertão ou sua gente, pelo contrário. Porém, o repertório de incoerências do ilustre filho de Garanhuns situada no belo Estado de Pernambuco parece não ter fim.

O Tesouro americano, plagiando de modo descarado FHC (1995-2002), inventou um Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) ianque à imagem e semelhança do tupiniquim. A diferença poderá ficar por conta que o Proer daqui foi a farra do boi alucinado. Irão socorrer os bancos com o dinheiro dos contribuintes. Os US$ 700 bilhões que vão aportar nas instituições financeiras de lá e de alhures que lá se encontram terá como objetivo impedir que toda a economia mundial vá para o esgoto, afinal desde o ínicio da crise os especialistas já contabilizaram uma perda nas bolsas de todo o mundo em alguma coisa acima de US$ 16 trilhões, contem isso para o presidente. A amarga experiência de 24 de outubro de 1929 quando a Bolsa de Nova Iorque quebrou espalhando o pânico e culminando com a venda de cerca de 16,4 milhões de ações no dia 29 no que ficou conhecido como a Quinta-Feira Negra. Com certeza tal data não é de grata lembrança aos norte-americanos. Uma severa depressão assolou os Estados Unidos (mas lá eles puderam contar com um Franklin D. Roosevelt, 1933-1945) perdurando até os primeiros anos da década de 30. E devemos observar que sequer se falava em economia globalizada, porém, provocou danos de todas as ordens pelo mundo a fora.

A arrogância do atual ocupante do Palácio do Planalto é, no mínimo, demonstração inequívoca de ignorância o que, aliás, não é novidade. Deveria, antes de mais nada, reunir-se com seu bando de assessores para providenciarem ajustes na política econômica que possam amortizar os efeitos negativos que a crise americana espalhará por todo planeta, da Mongólia à Suíça, incluindo o Brasil. No entanto, o único ajuste econômico perfeitamente acessível à compreensão presidencial é no que se refere a extorsão tributária (arrecadar é o que interessa o resto não tem pressa). Sugiro para começar - é preciso fazê-lo em algum lugar - uma redução drástica na formidável gastança que cresce e aparece ano após ano. São ministérios inúteis ou sobre posicionados, milhares de aloprados batendo cabeça, órgãos que cuidam de coisa alguma, programas que sugam nas tetas do benevolente Tesouro Nacional e a lista é interminável. Adotar uma política cambial, fiscal e tributária mais racional. Bravata e/ou arrogância certamente não inibirão os tentáculos da crise americana.

CELSO BOTELHO

21.09.2008