A viagem do presidente Lula, O Ignorante, à cidadezinha de Palmeira dos Índios no Estado das Alagoas para inaugurar uma adutora merece análise e comentários. A começar pelos participantes foi, deveras, um “encontro de bacanas”. Além do presidente, muita apropriadamente trajando um blusão vermelho; estava o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), notório calhorda e aprendiz aplicado das práticas coronelistas; o senador Fernando Collor (PTB-AL), ex-caçador de marajás, atual todo-poderoso presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal que coordena as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento ou da Corrupção, fica à gosto): o deputado federal Augusto Farias (PTB-AL), irmão do falecido-morto tesoureiro de campanha e depois eminência parda do governo Collor (1990-1992) Paulo César Farias (1945-1996) e aqui abro um parênteses para expor minha tese sobre sua morte até hoje envolta num grande mistério: penso que PC Farias, não sei porque cargas d’água, suicidou-se e, logo a seguir, assassinou sua namorada Suzana Marcolino (1969-1996) para que não contasse coisa alguma a ninguém. Minha conclusão está baseada no imbróglio que se armou. Não sei por que, mas quando me lembro deste fato recordo da passagem bíblica de Caim e Abel. Fecha parênteses. Outra figura presente no palanque é pouco conhecida por estas plagas trata-se o usineiro (setor sucroalcooleiro, eta nome bonito!) e ex-deputado João Lyra (PTB), um coronelão, papai da “musa” do impeachment Thereza Collor e cunhada do então presidente Collor. Este cidadão é detentor de uma considerável lista de acusações como mandante de assassinatos; o governador Teotônio Vilela (PSDB-AL), rebento do falecido Menestrel das Alagoas também participou do palanque satisfeito do governo petista abrir às burras para seu torrão natal. O prefeito de Maceió Cícero Almeida (PP-AL) numa babação de ovo escancarada afirmou que “se depender de Alagoas a oposição vai sair de mochila vazia, sem um voto”, como isso irá acontecer gostaria de saber porque ficaria tentado em aliar-me a ele e disputar um cargo qualquer. Quais serão os meios de que dispõe para arrebatar a totalidade de votos de todo um Estado? “Engov” nele! E, como não poderia deixar de ser dando o ar de sua graça, a ministra-mãe-do-PAC Dilma Roussef (ex-guerrilheira e pseudo-mestranda e doutoranda) candidatérrima do presidente Lula, O Ignorante. Foi ou não foi um encontro de bacanas? Então? Vilões ontem, mocinhos hoje.
Falou em palanque o honorável presidente da República se baba todo. Chego a imaginar que seja mesmo uma tara. Como de praxe sempre há uma bobagem a dizer (e sempre uma besteira a fazer) e não perdeu a viagem. Declarou que sabia (ufa! Finalmente sabe de alguma coisa!) encontrar-se fora do período estabelecido em lei para campanha política e, portanto, a infringiu na maior cara de pau reiterando que “trabalhará” para fazer sua sucessora (utilizou-se da forma feminina, depois corrigiu para ambos os gêneros, porém, o crime já estava cometido). Este “trabalhará” pode ter muitos significados como, por exemplo, disponibilizar a máquina pública para sua “queridinha”, celebrar acordos espúrios, promover novo loteamento na administração pública federal, cooptar, interferir, intimidar, tolher e outras práticas do mesmo calibre. Para os senadores Collor e Renan o afago foi de “fazer justiça ao comportamento de ambos que tem dado sustentação ao seu governo”. Quase chorei diante da cena. Provavelmente Collor já deve ter esclarecido ao presidente qual a diferença entre uma fatura e uma duplicata e Renan novos métodos de como fazer estripulias e safar-se bem. O presidente condenou a política do compadrio largamente praticada por Sua Excelência e desenvolvida a outros ramos de relações tais como filiais, sindicais, patronais, de amizade, etc.
Dona Dilma trocou o nome da cidade de Palmeira dos Índios para Palmeira das Missões e - pergunto – será que relembrava de suas “missões” no tempo da ditadura como aquela do assalto à casa do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros? É. Pode ter sido isso. E, para encerrar, o presidente afirmou que, nos últimos trinta anos, o Brasil não vê a quantidade de obras que vê hoje. Sim, o país é um canteiro de obras e corrupção. Seu governo já bateu o recorde, entre outros, de escândalos nos últimos trinta anos (quer a relação?). Um exame superficial aponta irregularidades, vícios em licitações, desvios, propinas, obras inúteis e desnecessárias com fins político-eleitorais, etc. neste formidável “canteiro de obras”. Do topo de sua popularidade (com as benções da Nossa Senhora da Bolsa-Família e outros “santos”) o presidente acredita ser e poder tudo. Considera-se o alfa e o ômega. A oitava maravilha do planeta e a primeira e única do Brasil. Tivemos a oportunidade de ver reunida membros das diversas quadrilhas que tomaram o poder de assalto e, o mais lamentável, como o nosso endosso através do voto. Por isso reitero uma vez mais da necessidade de nos conscientizarmos de nossa importância e participarmos efetivamente do processo político para alcançarmos as transformações que desejamos e urgem. Enquanto nos mantivermos alienados esses jirigotes estarão em plena atividade espalhando a dor, o sofrimento e a miséria.
CELSO BOTELHO
15.07.2009