sábado, 4 de julho de 2009

MENTIRA TEM PERNAS CURTAS


Lembro-me perfeitamente que o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva rebatia alguns dados obtidos numa pesquisa realizada por um desses institutos e, como sua base argumentativa era bem mais limitada, saiu-se com essa: “pesquisa você coloca o que quiser que ninguém vai lá verificar”. Vai sim, eu sou um deles. Teimoso feito um mula velha procuro averiguar um pouco mais. O mesmo se deu com a mal-humorada ministra da Casa Civil Dona Dilma Roussef ao informar aos quatro ventos que possuía títulos em mestrado e doutorado. A Revista “Piauí” foi bisbilhotar e – batata! – tanto o site da Casa Civil como o da Petrossauro (se desejar pode ler Petrobrás) “equivocaram-se” ao elaborar e divulgar os títulos faz-de-conta. Neste particular devo conceder crédito ao presidente Lula, O Ignorante, pois assumiu publicamente (e fez um excelente uso disso) de que não possuía uma educação formal. Foi honesto, ponto para o ilustre filho de Garanhuns! A coisa está indo de mal a pior com esta candidatura imposta pelo presidente. Não bastassem os desarranjos da administração petista temos sua pré-candidata ao cargo maior desta maltrapilha República mentindo. Será que não leu o próprio currículo? Definitivamente é um mau começo. Estamos carecas de saber que todos os políticos mentem descaradamente (especialmente em campanha), portanto precisamos e devemos prestar atenção. A ministra ocupa um cargo de vital importância, está pleiteando a presidência, ou melhor, Lula pleiteia para ela e permite que lhe seja atribuído qualificação que não possui? Isso, na minha modesta avaliação, não passa de falsidade ideológica e constitui-se num delito previsto pelo sexagenário Código Penal. Se ainda houvesse dito ser jornalista vá lá que seja, pois, o STF (Supremo Tribunal Federal) bateu o martelo desobrigando à exigência de diploma.


Pois então? A mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um paraíso para a prática do ilícito, poderá até dominar os conhecimentos alegados (uma autodidata), porém auto-outorgar o diploma tem tanta diferença quanto do chinês para o japonês. E, para não perder a viagem, volto a lembrar que aquele episódio do assalto à casa do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros em Santa Teresa, no Rio de Janeiro em 1969, quando levaram um cofre recheado com US$ 2,5 milhões num carro em ação da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) ainda está em aberto e, segundo consta, a “queridinha” do presidente é apontada como o cérebro e atuava com o codinome Estela. Na época Carlos Lamarca declarou que este dinheiro seria devolvido ao povo. O líder guerrilheiro morreu, os militares fortaleceram-se no poder e, anos e anos depois, o entregaram, Dona Dilma teve e tem uma carreira pública e nós estamos esperando esta devolução. Que não em espécie, pelo menos em ações concretas visando nossos interesses ou em comportamento irrepreensível. Mas nem uma coisa nem outra. E, afinal, sendo mãe do PAC deveria saber que as mães ensinam os filhos a não mentir.


Como sabemos o voto não irá mudar coisa alguma no Brasil pelo simples fato de que o sistema eleitoral vigente é perverso, obsoleto, viciado e não legitima a representatividade. Contudo, na falta de um outro meio temos que nos servir deste traste para eleger nossos “representantes” que, aliás, só fazem se representar ou aqueles que os remunere de alguma forma. Então precisamos ter cuidado, avaliarmos bem as candidaturas e, com um pouco de sorte, elegermos o menos pior e pressioná-los sistematicamente para que andem na linha. É inaceitável que deleguemos o poder a essa gente democraticamente e eles dele fazem o uso que mais lhes aprouver é até mangando de nós declarando que “está se lixando para a opinião pública”. Dona Dilma disse que era sem o ser. Penso que a possibilidade de governar-se com sucesso é bem remota quando se tem por base a mentira ou, como querem fazer parecer, cometendo-se “equívocos”, grosseiros por sinal. É, como se diz por ai, tá feia a coisa. A ministra deve conhecer esta máxima: “podemos enganar alguns por todo o tempo, todos por algum tempo, mas não podemos enganar todos por todo o tempo (Abraham Lincoln, 1809-1865)”.


CELSO BOTELHO

05.07.2009