domingo, 5 de julho de 2009

MESTRES E DOUTORES NA ILHA DA FANTASIA*



Mais um ponto para o ilustre filho de Garanhuns (PE) o presidente Lula, O Ignorante. Ponto merecido por não florear seu currículo com títulos inexistentes. Ao contrário, sempre fez absoluta questão de garantir que não os possuía e jamais gostara de estudar ou ler, dando um péssimo exemplo às nossas crianças. Desta feita descobriu-se que o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim também não possui diploma em Ciências Políticas/Relações Internacionais como apregoa o site do ministério. Provavelmente deve ser outro “equívoco” da turma afoita em agradar o chefe e engrandecê-lo. Celso Amorim possui um currículo que não precisa, de forma alguma, que acrescentem nada fictício, pois, é bastante rico. O que me admira que tanto Dona Dilma Roussef quanto ele não tome conhecimento antecipado de um documento desta importância e impeçam a divulgação de inverdades. Nos dois casos os “equívocos” podem ter sido cometidos por funcionários, porém, a responsabilidade é, sem dúvida, de ambos os ministros. Caramba, se não conseguem saber o que está sendo colocado em seus currículos... Posso dizer que ocorreu prática de falsidade ideológica, tanto para um possível autor de fato e/ou outro de direito. Para o presidente Lula, O Ignorante, até as bandalheiras praticadas no Senado Federal por seu presidente e seus aliados ou não aliados estão resolvidas com um simples pedido de desculpas. Mas, sabemos, não funciona assim. Ministro é, teoricamente, um cargo de confiança e, portanto, a mentira representa sua quebra. E, além do mais, o ministro – qualquer um – são servidores da sociedade e a lisura é imprescindível. O homem público está obrigado a zelar pela correção, lei, competência e ética (palavra muito em uso e de tão pouca aplicação). Estes deslizes sinalizam que certamente poderemos encontrar coisas mais escabrosas.

Roberto Campos (1917-2001), ex-ministro, senador e deputado, disse certa vez que “na diplomacia viaja-se muito, se ganha pouco e mente-se demais”. Isto até poderia servir como um álibi safado para justificar a mentira, porém, não seria louvável dela socorrer-se, mesmo porque as mentiras as quais se referia Roberto Campos eram de outra natureza. Fico imaginando se todos resolvessem florear seus currículos com títulos e concluo que faríamos inveja a qualquer nação desenvolvida, pois, seriamos uma terra de mestres e doutores. Ignorantes, mas mestres e doutores! Nosso presidente reclama que a imprensa só se interessa por desgraça e tem alguma razão se examinarmos mais amiúde, afinal, é um de seus meios para sobreviver. No entanto, a imprensa não fabrica as notícias e, neste caso, foi produzida num ministério da República. Será que devemos considerar apenas um “equívoco”? De “equívoco” em “equívoco” vivemos no século XXI com os mesmos problemas dos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX e XX. No geral os delinqüentes principiam cometendo pequenos delitos, mas isso não é a regra. A honestidade não é uma virtude e sim uma obrigação que todos os seres humanos deveriam possuir, mas a maioria está defeituosa, não possui tal atributo. O princípio é o seguinte: se você mente numa bobagem ninguém poderá nos garantir da veracidade do quer que venha de você. Sua credibilidade é posta em xeque automaticamente. Sempre estaremos nos perguntando: pode ser e pode não ser. A confiança é algo que se conquista e uma vez arranhada será o diabo reconquistá-la.

Não defendo a castidade na espécie humana porque isso não seria nem utópico e sim uma grande imbecilidade, porém, posso exigir – notadamente dos servidores públicos – que se comportem e atuem de maneira correta, profissional. Afinal, nós os pagamos para isso. É desolador constatarmos, dia após dia, que permitimos ao longo dos anos que se estabelecesse um Estado baseado na mentira, no logro, na usurpação, na lesão. Digo e repito: se não nos conscientizarmos de nossa importância este país irá, inexoravelmente, à bancarrota, em todos os sentidos.


CELSO BOTELHO

05.07.2009

* (Mestres e Doutores na Ilha da Fantasia Macabra)