quarta-feira, 28 de maio de 2008

LULA: RECRIANDO IMPOSTOS


Entre os anos de 1630 e 1738 era cobrado o chamado “conchavo das farinhas”. Os baianos tinham que contribuir com um prato de farinha para a alimentação das tropas que lutavam contra os holandeses invasores. A guerra acabou. Porém, o imposto continuou a ser rigorosamente cobrado. (Dicionário da História dos Impostos, Banco Central, 1999). Taí uma bela sugestão para o presidente Lula, O Ignorante, recriar com uma nova roupagem tal qual está fazendo com a CPMF. “Poderia chamar de “conchavo dus cumpanheiro” ou “conchavo do esbulho” ou ainda, para não fugir ao apego de nossos governantes por esta palavra, “programa nacional de extorsão financeira” ou, simplesmente, “PRONEF”. Que belezura, heim, Lula!

Imposto tem para todos os gostos e desgostos. Arrecadação recorde “como nunca antes na história deste país” (esta citação é da lavra do presidente). O que falta é competência, gerenciamento, probidade e, acima de tudo, um mínimo de honestidade no trato da coisa pública. Contudo, esta ferocidade no ataque ao bolso do contribuinte não é invenção do Lula & Gang. A pratica é sistemática desde os tempos coloniais. O que me irrita é sua tremenda cara-de-pau em virar a casaca. Converteu-se a pratica de tudo quanto antes combatera durante anos. E isto me leva a crer que, de fato e de direito, jamais combatera coisa alguma. Suas bandeiras eram motes para conquistar a simpatia de uma sociedade espezinhada ora por um regime ditatorial, ora um frágil governo de transição para a democracia, ora um governo amplamente denunciado como corrupto e ora por uma administração neoliberal. Credite-se também ao presidente sua enorme presença quando fala com a população, seu carisma, seus erros de português e suas metáforas desprovidas de qualquer lógica no contexto que as insere, porém, eficientes para entendimento da maioria. Usarei também uma metáfora (apesar de jamais ter passado por tal humilhação). Gostaria imensamente que o governo Lula houvesse seguido por outros caminhos que não estes amplamente conhecidos. Talvez, como brasileiro e, portanto, tendo a esperança como ofício, sinto-me como a noiva abandonada no altar.

De qualquer forma resta-nos o consolo que o desastre da administração petista poderia ter sido bem pior não fosse um conjunto de fatos e circunstâncias positivas não só por cá como também em todo planeta. Conjunto que começa a desfazer-se criando crises portentosas e, com certeza, duradouras que, com certeza, comprometerão os mais pobres daqui ou alhures. O povo sempre será o maior patrimônio de qualquer nação e, portanto, não faz sentido esta interminável sangria tributária. Por muito menos aconteceu a Inconfidência mineira.

Celso Botelho

29.05.2008