quarta-feira, 22 de setembro de 2010

TODOS QUEREM É... PODER


Não se iludam. Comunistas, pseudo-comunistas, socialistas, fascista, nazistas, democratas, liberais, neoliberais ou o diabo que se queira chamar só desejam uma coisa: tomar o poder. Seja do jeito que for valendo integralmente a máxima de Maquiavel “os fins justificam os meios”. No Brasil a coisa não é e nunca foi diferente. Tantos uns como os outros sempre objetivaram assumir o poder, seja por aclamação, eleição ou usurpação. Na década de 1960, auge da Guerra Fria, com o patrocínio norte-americano implantou-se na América Latina diversas ditaduras militares sob o pretexto de conter a influência soviética na região onde vários governos sinalizavam uma tendência populista promovendo reajustes na ordem social que se chocava com os interesses dos EUA ou ameaçava fazê-los o que, aliás, dá no mesmo para os ianques. A bipolarização ideológica fomentava uma paranóia em ambos os lados que eram devidamente exploradas por seus governos para o atendimento de seus interesses.


O Brasil vivia naquela época uma experiência impar na República até os dias atuais: o presidente eleito e empossado em 1961 era o desajustado Jânio Quadros que, ao renunciar com apenas sete meses de governo, pretendeu dar um golpe e retornar ao poder como ditador investido de plenos poderes. O tiro saiu pela culatra. A renúncia foi aceita pelo Congresso Nacional, a presidência da República foi declarada vaga e o seu substituto legal, João Goulart, estava na China em missão oficial. Jango era tido e havido nos meios militares como comunista, aliás, coisa que nunca entendi porque Jango era estancieiro no Rio Grande do Sul e, portanto, sendo comunista estaria atirando no próprio pé. Sendo assim, desejavam impedir sua posse. O impasse foi resolvido com a implantação de um parlamentarismo capenga, isto é, Jango assumiu com o poder devidamente amputado após a famosa marcha pela Legalidade capitaneada por Leonel Brizola, O Cunhado (e depois dizem que cunhado não é parente), e intermináveis negociações. Em 1963 o povo foi convocado para um plebiscito para decidir entre parlamentarismo ou presidencialismo, ganhando este último o poder foi restituído ao presidente em sua plenitude. As Reformas de Base propostas por Jango, sua posição visivelmente à esquerda, a desorganização da economia, a ordem pública ameaçada e, principalmente, a interferência do governo americano pariram o golpe militar de 1964 seguido de uma longa ditadura até 1985.


Com o endurecimento do regime em 1968 com o famigerado AI-5 as organizações ditas de esquerda, resistência, enfrentamento multiplicaram-se numa sopa de letras caudalosa e, muitas vezes, muitos de seus membros sequer sabiam ao certo que diabos estavam fazendo. E quando os agentes do aparelho repressor os capturavam não obtinham informações sobre pontos, aparelhos, dirigentes porque, simplesmente, não sabiam de coisa alguma e assim eram submetidos a horríveis sessões de tortura até que os milicos se convencessem de que, realmente, não sabiam de nada. Ai, amigos, essas moças e rapazes estavam desmantelados física, moral e psicologicamente. Mas nessas organizações havia uma multidão de covardes que sequer precisavam levar uma tapa para cantar tudo o que os militares queriam sem desafinar porque, capturados, chegavam às suntuosas instalações do Dói-Codi cagando pelas pernas abaixo. A maioria destes cagões hoje se encontram em postos-chaves do governo, são empresários bem sucedidos, elegeram-se ou foram nomeados há alguma merda ou vivem à sombra do poder. E todos são arrogantes e vendem uma imagem para os incautos que enfrentaram, inclusive com armas, o regime militar. Nada. Eles simplesmente queriam substituir a ditadura militar pela ditadura comunista de Stalin. Não há um único documento daquelas organizações que defendam a democracia. Eram stalinistas, trotskistas, maoístas e uma porrada de “istas”. Quem se ferrava nestas organizações eram jovens idealistas, operários desinformados, cidadãos desiludidos, profissionais liberais inconformados, professores incautos, donas-de-casa desavisadas, etc. porque os manipuladores estavam a salvo em seus apartamentos e casas gozando do capitalismo que condenavam em seus manuais doutrinadores. E não foram poucos os que debandaram para as hostes repressoras tornando-se valioso informante sobre os movimentos das organizações das quais faziam parte. A guerrilha urbana ou rural era mais do que uma bobagem, era um suicídio por vários motivos: as dimensões continentais deste país; a carência de uma estrutura militar, logística, administrativa, estratégica; uma fonte de financiamento que respaldasse suas ações sem a necessidade de lançarem-se a assaltos a bancos ou seqüestros para se manterem; pouco entusiasmo da população quer por doutrinação ou intimidação dos militares, enfim são inúmeros os motivos que não recomendavam a luta armada naquele momento. Medir forças através do confronto armado com a ditadura além de suicídio era uma colossal estupidez.


Esta coisinha que o presidente Lula, O Ignorante Desbocado, pinçou do limbo para as hostes federais moldando-a para sucedê-lo tem todos os atributos para exercer a presidência da República, inclusive nenhum. Dilma Rousseff não tem programa de governo, não tem voto, não tem credibilidade, não tem competência e, principalmente, não reúne valores morais que a qualifiquem para este ou outro cargo qualquer na administração pública federal, estadual ou municipal. Além da arrogância e prepotência que a caracterizam logo à primeira, segunda, terceira e até a última vista podemos elencar outros atributos igualmente visíveis como a contumaz pratica de não dizer qualquer verdade. A exemplo de seu Chefe-Padrinho-Mentor-Criador todas às vezes algum tema ameace comprometê-la ou possa embaraçá-la recorre a amnésia como se isso fosse uma saída honrosa. Sobre o assalto à casa da amante do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros em julho de 1969 no bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro quando levaram um cofre contendo cerca de US$ 2,5 milhões (o equivalente hoje a mais de US$ 20 milhões) dentro de uma Kombi parece haver simplesmente esquecido. No entanto, descreve até minuciosamente as “tormentas” vividas durante o tempo que estivera presa durante o regime militar afirmando ter sido torturada sistematicamente. Ora, Tia Dilmão, como já disse, nem Mike Tyson suportaria ser torturado durante tanto tempo e, o mais importante, sem apresentar qualquer sequela ou trauma. O escândalo Erenice Guerra & Parentela nos dá a noção exata de como será um governo encabeçado pela ex-guerrilheira/terrorista, assaltante de bancos, residência, quartéis e casa de armas, pseudo-doutoranda e mãe do famigerado PAC (Programa de Aceleração do Crescimento ou da Corrupção, tanto faz). Com exceção do governo Itamar Franco, que foi um interregno, todos os outros de 1985 até hoje primaram pela corrupção, desperdício, malversação e desvio do dinheiro público, entreguismo, dilapidação do patrimônio público e toda sorte de patifarias. Tia Dilmão, como tantos outros ditos comunistas (José Serra, Fernando Gabeira, Marco Aurélio Garcia, José Dirceu, José Genuíno, Franklin Martins, Roberto Freire, etc.), reavaliaram suas convicções ideológicas (se é que um dia as possuíram) e como todo oportunista as renegaram aderindo ao velho capitalismo que supostamente combatiam. O governo Dilma Rousseff foi concebido para dar continuidade ao processo de desmantelamento do Estado brasileiro fragilizando cada vez mais as instituições até que não possam mais se sustentarem provocando uma ruptura que inviabilizará qualquer tentativa para sua recuperação uma vez que esteja controlado por estas forças que vêm se lançando para miná-lo em suas bases comprometendo sua estrutura que, certamente, em algum momento irá ruir.


Não se trata, portanto, apenas de uma preferência, sintonia ou identificação com a candidata do Palácio do Planalto (leia-se Lula). A questão é muito maior. Trata-se da preservação do Estado brasileiro como instrumento desencadeador, mantenedor e garantidor de políticas que atendam os interesses da sociedade zelando pelo seu bem-estar e proporcionando condições efetivas para sua prosperidade. Tanto José Serra como Dilma Rousseff eu não confiaria para administrarem sequer uma carrocinha de pipocas quanto mais esta nação.


CELSO BOTELHO

22.09.2010