sábado, 15 de outubro de 2011

DILMA QUER RECUPERAR DESGASTES DA 'FAXINA'



Os governos (todos) manifestam uma tara bizarra por "programas" disso e daquilo. Estes “programas” são caudalosos vertedouros de dinheiro público. Soa patético destinar bilhões de reais para "recuperar os desgastes da faxina" que até agora não tem nada de extraordinária, posto que os defenestrados não reuniam nenhuma qualificação técnica ou moral que justificasse sequer suas nomeações. Aliás, caso houvesse alguém no governo moralmente credenciado para promover uma faxina certamente seria executado ou, como diria Carlos Lacerda (1914-1977), removido. Os deficientes são amparados pela legislação já existente? Não, mas vultosos recursos públicos lhes são destinados para alimentarem políticos, empresários, ONGs e outros abutres. “Recuperar presídios” incorpora a ideia de recuperar presidiários tornando-os sociáveis, alojá-los e dispensar tratamento humano, uma vez que se encontram em situação análoga aos campos de concentração nazistas e aos “gulags” da Sibéria na ex-URSS? A infância com Estatuto, Juizado e o escambau é sistematicamente violentada, desrespeitada e ignorada e o trabalho infantil está presente em qualquer parte deste país, desde o mais afastado rincão até as grandes cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo. A exploração sexual é mais do que presente no cotidiano de centenas de milhares de crianças e o endereço daqueles que as exploram são até conhecidos. Mapear rota de drogas? Qualquer imbecil sabe mapeá-las com legenda, latitude e longitude. A origem da droga, as portas que atravessam para entrar no país, quem as abre e para onde vão é de conhecimento público e notório. Gostaria de saber para que mapear a rota do tráfico uma vez que ele financia os políticos? Será que a intenção disso é para exigirem mais dinheiro para suas campanhas? O governo ora é omisso, ora subverte prioridades e corriqueiramente as transformam em benesses para amigos, aliados, cúmplices, apadrinhados, sócios, aloprados e toda a sorte de malfeitores com ele envolvidos. A faxina “do presidenta” Dilma DuCheff está parecendo aquela tragédia de Nelson Rodrigues (1912-1980): bonitinha, mas ordinária.



CELSO BOTELHO


15.10.2011