terça-feira, 12 de maio de 2009

O CAVALEIRO DE EDMAR


Tem uma coisa que este filhote de satanás com cruz-credo, o deputado federal Sergio Moraes (PTB-RS), tem razão: que “está se lixando para a opinião pública” atitude corriqueira entre os “seletos” membros de ambas as Casas do Congresso Nacional. Seria mais apropriado que dissesse “estou cagando e andando” para o eleitor, para a Justiça, para a nação, para o planeta e para o Universo. Não se faz outra coisa em Brasília mesmo. Além de safados, ladrões e mentirosos nossos “nobres” representantes ainda nos escarnecem de forma direta, posto que indiretamente sempre o fizeram. Não se constitui em novidade alguma integrantes desse imenso bando de canalhas que auto se denominam de “políticos” expressarem-se demonstrando o mais profundo desprezo para com a sociedade. Só para ilustrar, e é o que tenho mais à mão, atribui-se ao ex-governador do Estado de São Paulo Adhemar de Barros (1901-1969) a máxima do “rouba, mas faz”, pelo menos admitia sua condição de larápio. O ex-presidente João Figueiredo (1918-1999) afirmara categoricamente “preferir o cheiro de cavalo ao do povo”. A ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, do governo Collor (1990-1992), sentenciou que “o povo era apenas um detalhe”. Ainda neste nebuloso governo o ministro do Trabalho Rogério Magri flagrado utilizando veículo oficial para transportar seu cachorro foi supimpa: “cachorro também é um ser humano”, o que não se pode dizer da classe política. No governo do Estado do Rio de Janeiro durante a administração Brizola (1922-2004) abraçou-se o slogan de “bandido é cidadão”, cidadão pode até ser, mas nocivo aos demais. E, mais recentemente, o presidente FHC (1995-1998/1999-2002) concluiu que os “aposentados são vagabundos.” E são inúmeras as demonstrações de desprezo para com a sociedade desta raça ruim através dos tempos. Essa tralha ai é apenas mais um.


Os órgãos de comunicação, no Brasil, nos EUA, na Europa ou Tibet sempre estarão sob a influência de alguma força política, social e, principalmente, econômica que estabeleceram seus parâmetros, seus códigos, suas “verdades”. Até ai o pífio parlamentar gaúcho só reafirmou que as águas dos oceanos são salgadas. Precisamos admitir que, reiteradas vezes, a imprensa, de uma maneira ou de outra, extrapola, porém, generalizar como sendo inveterada mentirosa é, no mínimo, uma brutal imprecisão. É engraçado: eles fazem as lambanças e a imprensa deve ignorar? Tomamos conhecimento diariamente dos mais diversos escândalos envolvendo todos os poderes da República que se confirmam rapidamente. Alguém poderá me dizer que as denúncias de Pedro Collor (1952-1994) foram vazias? Ou do Mensalão, Mensalinho, Sanguessugas, Cartões Corporativos, Bolsa-Família, das obras do PAC, etc.etc.etc. e ponha etecétera nisso? Ora, deputado vá se catar! Pois é, quem fala o que quer, escuta o que não quer. “Sua Excelência” é um funcionário público (pago pelo sofrido contribuinte para quem o senhor está se lixando) e não um Faraó do Antigo Egito, portanto, recolha-se às suas devidas proporções. Quiçá esta postura deste “nobre representante” fosse pedagógica para a maioria da sociedade passando a prestar mais atenção aos candidatos a cargos públicos, se bem que neste sistema eleitoral isso é de pouca valia ou nenhuma. Não há necessidade alguma da imprensa nacional empenhar-se em denegrir a imagem do Congresso Nacional, pois já está mais suja do que pau de galinheiro há muito tempo. Já se sugeriu a extinção da Comissão de Ética o que, aliás, tem sentido porque são 513 picaretas e não 300 como o presidente Lula, O Ignorante, havia dito quando por ali deixara seus rastros. O canalha que o deputado Sergio Moraes defende, o tal deputado Edmar Moreira (sem partido-MG, o que não faz diferença) feliz e pimpão proprietário de um castelo enfrentará a aporrinharão (será só isso mesmo porque punição, nem pensar!) que o Supremo Tribunal Federal lhe impingirá ao abrir ação penal por conta de ser suspeito na pratica de crimes contra a ordem tributária e apropriação indébita de contribuições previdenciárias. Esta cumplicidade entre safados é algo asqueroso. O benevolente STF acaba de inocentar Delúbio Soares, Marcos Valério e José Genoíno em acusação de gestão fraudulenta ficando, pois, a de falsidade ideológica e, assim, de absolvição em absolvição não se prende um ladrão (a rima foi proposital). Há alguma necessidade da imprensa em especializar-se em jogar lama em qualquer coisa? Ora, me poupe!


“Os deputados padecem do vício da amizade”, segundo diagnosticou o “doutor- casteleiro-deputado” Edmar Moreira. O principal sintoma de tal padecimento é o acumpliciamento, portanto, concluiu que os deputados não deveriam ser julgados por seus próprios cúmplices, isto é, pares.


O deputado Sergio Moraes estufou o peito apregoando aos quatro ventos que era detentor de sete mandatos e seis filhos e ainda que a mulher era prefeita. A conta não bate, deputado. Sete mandatos deveriam implicar em sete filhos, um por mandato. E seria mais elegante referir-se à sua cara metade como perfeita e não prefeita, posto que tal cargo é ocupado por qualquer idiota. Concordo com “Sua Excelência” quando disse que não é uma vergonha o senhor ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, é um insulto. Plagiando o presidente Lula, O Ignorante, saiu-se com a metáfora do rebanho que precisava atravessar um rio infestado de piranhas. Só que neste rebanho (513 deputados) não há um sequer que possa se usado como boi de piranha tal suas condições robustas. E só para esclarecer, pois, me parece desconhecer: a verba não era e não é do deputado Edmar Moreira ou de qualquer outro ela é do contribuinte e, portanto, para promover ou participar de orgias que o façam com recursos próprios. A opinião pública pode não acreditar em muita coisa veiculada na imprensa e isto é natural por inúmeros fatores. Quanto ao senhor reeleger-se tantas vezes já é um caso para um exame mais acurado.


CELSO BOTELHO

07.05.2009